domingo, 27 de abril de 2014

Primeiro tango

Flor do Maracujá: porque é conhecida como "flor-da-paixão" Por: Rosane Volpatto





O maracujá é uma planta tipicamente brasileira, muito apreciada pelo sabor de seus frutos e pelo perfume de suas flores. Estas flores, conhecidas como "Flores da Paixão", foram antigamente muito apreciadas e celebradas como "as graças dos prados, brincos da natureza e devoção da piedade cristã".

Dizem que em princípio do século XVII, chegou a primeira planta da América a Roma que foi oferecida a Paulo V. Parece que também foi aqui que a piedosa fantasia se apoderou desta bela flor e descobriu-lhe as relações religiosas, com tanto entusiasmo expostas por Vasconcelos.

Atribuem ao padre Ferrari a paternidade do nome, "flor da paixão ou passiflora", o qual a classificou na sua obra "De florum cultura", publicada em 1833. Esta elegante trepadeira no Brasil é conhecida pelo nome indígena "maracujá".

É crença geral que o maracujá foi criado por Deus para perpetuar a lembrança do sacrifício do calvário. Esta flor de extraordinária beleza tem a singularidade de apresentar num simbolismo caprichoso da natureza, os principais instrumentos da Paixão de Cristo: coroa, açoites, cravos, chagas, etc. Sua aludida descrição de bela flor americana é célebre! Lozano adaptou-a quase palavra por palavra na sua história da conquista e outros historiadores a reproduziram. É esta:

"A flor é o mistério único das flores. Tem o tamanho de uma grande rosa e, neste belo campo, formou a natureza como um teatro dos mistérios da redenção do mundo. Lançou por fundamento cinco folhas mais grossas, ao exterior verdes, no interior rosadas; sobre estas, postas em cruz, outras cinco púrpuras, todas a uma e outra parte. E logo deste como tono sangüíneo, vai armando um quase pavilhão feito de uns semelhantes a fios de roxo, com mistura de branco.

Outros lhe chamavam coroa, outros molhos de açoites aberto, e tudo vem a ser. No meio deste pavilhão, ou coroa, ou molho, se vê levantada uma coluna branca, como de mármore, redonda, quase feita ao torno e rematada por uma preciosa maçã ou bola, que tira o ovalado. Do remate desta coluna nascem cinco quase expressas chagas, distintas todas e penduradas cada qual do seu fio, tão perfeitas que parece as não poderia pintar noutra forma o mais destro pintor: se não que, em lugar de sangue, tem por cima um como pó subtil, ao qual se aplicais o dedo, fica nele pintada a mesma chaga, formada de pó, como com tinta se poderia formar.

Sobre a bola ovada do remate, se vêem três cravos perfeitíssimos, as pontas na bola, os corpos e cabeças no ar; mais cuidareis que foram ali pregados de indústria, se a experiência vos não mostrara o contrário. A esta flor por isso chamam da paixão, porque mostra aos homens os principais instrumentos dela, que são: coroa, coluna, açoite, cravos, chagas. É flor que vive com sol e morre com ele; o mesmo é sepultar-se o sol, que fazê-lo sepulcro daquele pavilhão ou coroa, já então cor de luto e sepultar nele os instrumentos da Paixão sobreditos, que, nascido o sol, torna a ostentar ao mundo."

Complementamos a esta, outra descrição com belos versos do poema épico do Caramuru:

"Nem tu me esquecerás, flor admirada
Em quem não sei se a graça, se a natura
Fez da Paixão do Redentor Sagrada
Uma formosa e natural pintura
Pende com pomos mil sobre a latada
Áureos na cor, redondos na figura
O âmago fresco, doce rubicundo
Que o sangue indica que salvaria o mundo
Com densa cópia se derrama,
Que muito a vulgar hera é parecida,
Entre sachando pela verde rama
Mil quadros da Paixão do Autor da vida;
Milagre natural que a mente chama
Com impulsos da graça, que a convida,
A pintar sobre a flor aos nossos olhos
A cruz de Cristo, as chagas e os abrolhos.
É na forma redonda, qual diadema,
De pontas, com espinhos, rodeada,
A coluna no meio, e um claro emblema
Das chagas santas e da cruz sagrada;
Vêm-se os três cravos e na parte extrema
Com arte a cruel lança figurada;
A cor é branca, mas de um roxo exangue
Salpicada, recorda o pio sangue.
Prodígio raro, estranha maravilha,
Com que tanto mistério se retrata!
Onde em meio das trevas a fé brilha
Que tanto desconhece a gente ingrata!
Assim, do lado seu nascendo filha
A humana espécie, Deus piedoso trata,
E faz que, quando a graça em si despreza,
Lhe pregue com esta flor a natureza" (Southey, History of Brazil, cap. 34).

Segundo folclore popular nordestino, quando Jesus estava na cruz, seu sangue escorreu pela madeira e molhou o solo. No pé da cruz havia uma planta que nunca deu flor e não tinha nenhuma virtude. Quando o sangue molhou a planta, ela soltou um botão, o botão virou flor e a flor trazia todos os sinais da crucificação. - "E havia junto da cruis, Um pé de maracujá, Carregadinho de frô, Aos pé de nosso sinhô. I o sangue de Jesus Cristo, Sangui pisado de dô, Nus pé du maracujá, Tingia todas as frô."

Não é provável que os feiticeiros ou pajés, conhecessem estas relações que os cristãos puseram no maracujá. O que se sabe, porém, é que certos pajés de algumas tribos, ao serem iniciados nas superstições, abstinham-se dos frutos do maracujá.

Maracujá, na língua tupi, quer dizer "alimento dentro da cuia". É mesmo na cuia, isto é, na própria casca, que o maracujá recebe total apreciação de norte a sul do país. Tanto que o Brasil conhece o recorde de mais de 150 variedades da fruta. Das quais são deliciosamente comestíveis o maracujá-amarelo, o maracujá-roxo e o avermelhado, bastante comuns nas regiões Sudeste e Sul.

Devido as suas propriedades terapêuticas, o maracujá possui grande valor medicinal: as folhas e o suco contêm passiflorina, um sedativo natural e o chá preparado com as folhas tem efeito diurético. Seu uso principal, no entanto, está na alimentação humana, na forma de sucos, doces, geléias, sorvetes e licores. É rico em vitamina C, cálcio e fósforo.

Onde encontrar: Produtos à base de Maracujá estão à venda na Loja do Jardim - Clique aqui!

sábado, 26 de abril de 2014

Receita de Carne de Porco à Alentejana

Ingredientes:
Para 4 a 6 pessoas

500 gr. de lombo de porco preto;
500 gr. de perna de porco preto;
2 colheres de sopa de massa de pimentão;
4 dentes de alho;
100 gr. de banha;
1 kg. de amêijoas;
Sal e pimenta.


Preparação:
Lave as amêijoas e ponha-as de molho, mudando várias vezes a água, para lhe retirar a areia.

Corte a carne em quadrados com 3 a 4 cm e barre-os com a massa de pimentão e os dentes de alho pisados com um pouco de sal grosso. Deixe ficar assim durante 2 horas pelo menos.

Aqueça a banha numa frigideira, junte a carne de porco e deixe fritar. Na altura de servir, retifique o tempero e junte mais sal e alguma pimenta, se for necessário.

Adicione as amêijoas e logo que estas abram retire do lume, sirva com gomos de laranja ou limão e polvilhe com salsa picada. Para acompanhar sirva com batatas fritas aos cubos.

Bom apetite.

É bom viver no Alentejo!
https://www.facebook.com/alentejo.pt

sexta-feira, 25 de abril de 2014

"ADOREI TER VINDO"


Uma mulher leva um bebé ao consultório do pediatra.

Depois da apresentação o médico começa a examinar o bebé e observa que o seu
peso está abaixo do normal e pergunta:

- O bebé bebe leite materno ou biberon?

- Leite materno - diz a senhora.

- Então, por favor, mostre-me os seus seios..

A mulher obedece e o médico toca, apalpa, aperta ambos os seios; gira
os dedos nos mamilos; primeiro suavemente, depois com mais força,
coloca as mãos em baixo e os levanta; uma vez, duas vezes; três vezes,
num exame detalhado;

Inconformado chupa os mamilos diversas vezes.

Sacode a cabeça para ambos os lados e diz:
- Pode colocar a blusa..

Depois da senhora estar novamente composta o médico diz:

- É claro que o bebé tem peso a menos...

A senhora não tem leite nenhum.

- Eu sei, doutor. Eu sou a Avó....

Mas adorei ter vindo...!!!

As pinturas do polaco Miroslaw SCHEIB (1963...)__ PARIS do século XIX A música única de Chopin A interpretação da orquestra de James Last

Esta merda tem que acabar !

Júlio Isidro....revoltado !!! NÃO, NÃO ESTOU VELHO!!! NÃO SOU É SUFICIENTEMENTE NOVO PARA JÁ SABER TUDO!


Passaram 40 anos de um sonho chamado Abril.

E lembro-me do texto de Jorge de Sena…. Não quero morrer sem ver a cor da liberdade.

Passaram quatro décadas e de súbito os portugueses ficam a saber, em espanto, que são responsáveis de uma crise e que a têm que pagar…. civilizadamente, ordenadamente, no respeito das regras da democracia, com manifestações próprias das democracias e greves a que têm direito, mas demonstrando sempre o seu elevado espírito cívico, no sofrer e ….calar.

Sou dos que acreditam na invenção desta crise.

Um “directório” algures decidiu que as classes médias estavam a viver acima da média. E de repente verificou-se que todos os países estão a dever dinheiro uns aos outros…. a dívida soberana entrou no nosso vocabulário e invadiu o dia a dia.

Serviu para despedir, cortar salários, regalias/direitos do chamado Estado Social e o valor do trabalho foi diminuído, embora um nosso ministro tenha dito decerto por lapso, que “o trabalho liberta”, frase escrita no portão de entrada de Auschwitz.

Parece que alguém anda à procura de uma solução que se espera não seja final.

Os homens nascem com direito à felicidade e não apenas à estrita e restrita sobrevivência.

Foi perante o espanto dos portugueses que os velhos ficaram com muito menos do seu contrato com o Estado que se comprometia devolver o investimento de uma vida de trabalho. Mas, daqui a 20 anos isto resolve-se.

Agora, os velhos atónitos, repartem o dinheiro entre os medicamentos e a comida.

E ainda tem que dar para ajudar os filhos e netos num exercício de gestão impossível.

A Igreja e tantas instituições de solidariedade fazem diariamente o milagre da multiplicação dos pães.

Morrem mais velhos em solidão, dão por eles pelo cheiro, os passes sociais impedem-nos de sair de casa, suicidam-se mais pessoas, mata-se mais dentro de casa, maridos, mulheres e filhos mancham-se de sangue , 5% dos sem abrigo têm cursos superiores, consta que há cursos superiores de geração espontânea, mas 81.000 licenciados estão desempregados.

Milhares de alunos saem das universidades porque não têm como pagar as propinas, enquanto que muitos desistem de estudar para procurar trabalho.

Há 200.000 novos emigrantes, e o filme “Gaiola Dourada” faz um milhão de espectadores.

Há terras do interior, sem centro de saúde, sem correios e sem finanças, e os festivais de verão estão cheios com bilhetes de centenas de euros.

Há carros topo de gama para sortear e autoestradas desertas. Na televisão a gente vê gente a fazer sexo explícito e explicitamente a revelar histórias de vida que exaltam a boçalidade.

Há 50.000 trabalhadores rurais que abandonaram os campos, mas há as grandes vitórias da venda de dívida pública a taxas muito mais altas do que outros países intervencionados.

Há romances de ajustes de contas entre políticos e ex-políticos, mas tudo vai acabar em bem...estar para ambas as partes.

Aumentam as mortes por problemas respiratórios consequência de carências alimentares e higiénicas, há enfermeiros a partir entre lágrimas para Inglaterra e Alemanha para ganharem muito mais do que 3 euros à hora, há o romance do senhor Hollande e o enredo do senhor Obama que tudo tem feito para que o SNS americano seja mesmo para todos os americanos. Também ele tem um sonho…

Há a privatização de empresas portuguesas altamente lucrativas e outras que virão a ser lucrativas. Se são e podem vir a ser, porque é que se vendem?

E há a saída à irlandesa quando eu preferia uma…à francesa.

Há muita gente a opinar, alguns escondidos com o rabo de fora.

E aprendemos neologismos como “in conseguimento” e “irrevogável” que quer dizer exactamente o contrário do que está escrito no dicionário.

Mas há os penaltis escalpelizados na TV em câmara lenta, muito lenta e muito discutidos, e muita conversa, muita conversa e nós, distraídos.

E agora, já quase todos sabemos que existiu um pintor chamado Miró, nem que seja por via bancária. Surrealista…

Mas há os meninos que têm que ir à escola nas férias para ter pequeno- almoço e almoço.

E as mães que vão ao banco…. alimentar contra a fome , envergonhadamente , matar a fome dos seus meninos.

É por estes meninos com a esperança de dias melhores prometidos para daqui a 20 anos, pelos velhos sem mais 20 anos de esperança de vida e pelos quarentões com a desconfiança de que não mudarão de vida, que eu não quero morrer sem ver a cor de uma nova liberdade.

Júlio Isidro

BARRIGA É BARRIGA... Arnaldo Jabour


Barriga é barriga, peito é peito e tudo mais. Confesso que tive agradável surpresa ao ver Chico Anísio no programa do Jô, dizendo que o exercício físico é o primeiro passo para a morte. Depois de chamar a atenção para o fato de que raramente se conhece um atleta que tenha chegado aos 80 anos e citar personalidades longevas que nunca fizeram ginástica ou exercício - entre elas o jurista e jornalista Barbosa Lima Sobrinho - mas chegou à idade centenária, o humorista arrematou com um exemplo da fauna:

A tartaruga com toda aquela lerdeza, vive 300 anos. Você conhece algum coelho que tenha vivido 15 anos?

Gostaria de contribuir com outro exemplo, o de Dorival Caymmi. O letrista compositor e intérprete baiano era conhecido como pai da preguiça. Passava 4/5 do dia deitado numa rede, bebendo, fumando e mastigando. Autêntico marcha-lenta, levava 10 segundos para percorrer um espaço de três metros. Pois mesmo assim e sem jamais ter feito exercício físico viveu 90 anos.

Conclusão: Esteira, caminhada, aeróbica, musculação, academia? Sai dessa enquanto você ainda tem saúde...

E viva o sedentarismo ocioso!!! Não fique chateado se você passar a vida inteira gordo. Você terá toda a eternidade para ser só osso!!!
Então: NÃO FAÇA MAIS DIETA!! Afinal, a baleia bebe só água, só come peixe, faz natação o dia inteiro, e é GORDA!!! O elefante só come verduras e é GORDOOOOOOOOO!!!

VIVA A BATATA FRITA E O CHOPP!!!
Você, menina bonita, tem pneus? Lógico, todo avião tem!
E nunca se esqueçam:

'Se caminhar fosse saudável, o carteiro seria imortal.´

E lembrem-se sempre:

Celulite quer dizer :

EU SOU GOSTOSA! Em braile!

FABULOSO ! DO MELHOR QUE TENHO VISTO E OUVIDO . . . CUSTA A CRER ! ! !

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Quando a Paixão acontece.



Quando a Paixão acontece não tem jeito mais de você ficar longe, é lá com ela que você quer estar, é lá que os seus pensamentos encontram abrigo. Você sente um aperto no peito, uma vontade imensa de gritar para os quatro cantos que você está completamente apaixonado, você sente necessidade de dizer a todos que ela chegou...

A Paixão é como uma dança de novatos, onde os passos estão sendo aperfeiçoados rumo a uma única direcção. A pegada, o toque, o cheiro, o olhar, a sedução e malícia, a segurança te envolvem de tal maneira que você permite ser levado pelo outro...

Você sabe que de onde veio não tem nada de novo, nada de tão bom quanto ao lado dessa prazerosa Paixão. P'ra que voltar se você sabe que era aqui que gostaria de estar... p'ra que recuar ou fingir que isto não aconteceu... se você é sincero o bastante e honesto contigo e sabe que cedo ou tarde você não vai aguentar e irá acabar confessando.

Se entregue a esse ritmo, se jogue sem medo e aprenda a dança! Quanto mais você se dedicar mais satisfatório sairá... quanto mais tempo você deixar livre para esse momento, mais você conhecerá as suas técnicas. Seu parceiro já sabe o que você quer, pois sente você antes mesmo de você dizer... quando uma Paixão intensa acontece ela não é de uma só parte não... ela é tão certeira que é capaz de pegar ambos ao mesmo tempo, na mesma veemência.

A Paixão chega toda cheia de cor, de calor, de carência e de egoísmo. Ela não admite ser deixada em segundo plano, ela não se satisfaz com um pouco, ela quer tudo ou nada... Não acredito que seja errado ela querer tudo isto para si, ela só está defendendo a sua existência. Não depende dela, do querer dela, ela é envolvida e manobrada por uma grande energia, uma grande força que a faz acreditar que tudo pode ser diferente.

Esta corrente a mantém viva, em grande quantidade de adrenalina. Quando você está apaixonado você fica mais acordado do que dormindo e a sua mente não encontra sossego. A Paixão é capaz de falar contigo em longa distancia... você ouve a sua voz, conversa com ela e ainda sorri, mesmo não estando ela presente.

Quem não é capaz de a sentir, irá te achar com certeza um bobo... Mas melhor ser bobo e feliz do que nada disso sentir. Nesse embalo, nesse passo, são reconhecidas afinidades, semelhanças, desejos em comum, lembranças e uma sensação de que tudo isso não está acontecendo pela primeira vez.

Ela chega, entra, exige atenção plena, é recente, louca e ao mesmo tempo prepotente, pois a Paixão verdadeira acredita no Amor... Na verdade a Paixão verdadeira vem acompanhada com uma dose de Amor. Você sabe que se você não acompanhá-la ela poderá se desviar, se perder.

A Paixão é imatura, irresponsável, ela precisa e depende somente de você p'ra que ela possa crescer e permanecer. Não adianta você fazer pouco caso, não dar tanta importância e depois reclamar que ela só te machucou, só te atrapalhou, pois essa não foi a sua intenção. Ela só precisava ser compreendida.

A Paixão não atende pelo nome de tesão, isto é outra coisa, tesão é tesão... a Paixão gosta de ser respeitada, admirada, apreciada, apalpada, acariciada, gosta de palavras doces e sinceras. Não é a Paixão, nem o Amor que se acabam, é a maneira como você se propõe, se permite, se atreve, a vivê-la que faz toda a diferença. Seja fria e ela será fria, seja quente, e ela será quente. Mostre o que você quer dela e ela se mostrará a você.
Thaís Fernanda

sábado, 19 de abril de 2014

A cidade com hortas que oferecem alimentos gratuitos a seus moradores





Todmorden é uma pequena cidade da Inglaterra, na qual seus 17 mil habitantes podem se alimentar de graça. Há cinco anos nasceu o projeto The Incredible Edible Todmorden, que consiste no cultivo de hortas coletivas em espaços públicos da cidade. Todo alimento cultivado nestes locais está disponível para qualquer morador consumir. E de graça.

São mais de 40 cantos comestíveis espalhados por Todmorden: desde banheiras nas ruas até o quintal da delegacia da cidade, passando por jardins de centros de saúde e do cemitério local. A ideia é incentivar que toda comunidade cultive seus próprios alimentos e pense melhor sobre os recursos que consome.

“Não fazemos isso porque estamos entediados, mas porque queremos dar início a uma revolução”, diz Pam Warhurst, cofundadora do projeto, durante sua palestra no TEDSalon, em Londres. “As pessoas querem ações positivas nas quais possam se engajar e, bem no fundo, sabem que chegou a hora de assumir responsabilidades e investir em mais gentileza com o outro e com o meio ambiente”.

Veja o vídeo.

Ler matéria na íntegra | Curta A Boa Notícia do Dia

OMNIA (Official) - Fee Ra Huri


Se a política te amofina e a crise congela a ideia, então para a alma deixo entretém e para o olhar impudico gozo porque despidas de vestes a mentira é fraca e a verdade imperadora. http://player.vimeo.com/video/36554055


Carta do inimigo às nossas tropas - desconheço o autor

Caro Inimigo:
Espero que esta carta vos encontre de boa saúde, apesar da vossa ADM estar cada vez pior ...
Serve esta missiva para vos transmitir o meu espanto perante aquilo que, a partir da nossa trincheira na linha da frente e através da "terra de ninguém", conseguimos observar no vosso território e que muito me traz preocupado. Preocupação essa que aumenta de dia para dia.
Senão vejamos:
- Dezenas de unidades do vosso Exército vão fechar e ser vendidas. O que é que vai sobrar para nós atacarmos?
- O vosso novo Exército só vai ter vagas para 60% dos actuais efectivos. E os 40% que não vão ter cabimento, o que vão fazer? Espero que não se venham alistar aqui no nosso Exército, pois não conseguiremos concorrer com os baixos salários que auferem, e isto aqui também não está fácil...
- A implantação territorial vai passar a ser assegurada pela vossa Guarda Nacional Republicana. E depois? Quando vos quisermos invadir? Vá de passar multas na gente, autuar a torto e a direito? Isto assim não tem graça nenhuma...
- Planeávamos tomar de assalto as vossas escolas e centros de saúde, mas foi tarde demais.... O vosso Governo antecipou-se e fechou tudo....
- O vosso anterior CEMFA tinha dito que os P-3P Orion iam para a Base de Ovar. Nós até já tínhamos posicionado os radares e as baterias antiaéreas para essa região. Agora vem o novo CEMFA e diz que "não senhora... os P-3P vão mas é para Beja". Eh pá, vejam lá se se entendem. Não podemos andar com o nosso material para cima e para baixo, que também já está velho e cansado... e sempre se gasta um dinheirito em ajudas de custo que bem que podia ser gasto noutras coisas...
- Depois, é toda gente a malhar nas vossas tropas, e nós aqui de braços cruzados. Vejam lá se reservam algum tempo na vossa agenda para nós, pois já nos sentimos desprezados, sempre à espera de um ataquezito e nada ...
- Os vossos chefes não param de vos averbar com processos disciplinares;
- Os nossos espiões perderam os rastos dos vossos espiões . Parece que os vossos espiões andam ocupadíssimos a fotografarem as vossas tropas...;
- As vossas carreiras são uma desgraça e nem com 3 grupos de trabalho, vos resolvem o problema ;
- O vosso Governo ataca os vossos poucos direitos todos os dias;
- Os comentadores da imprensa por conta do Governo , desancam-vos forte e feio;
- O vosso Ministro manda calar os vossos chefes através dos jornais;
É que até já dá pena! É um massacre ...
Na verdade sentimos que perante as ameaças que pairam sobre as vossas tropas, a nossa condição de "inimigo" pode estar seriamente posta em causa e logo podemos perder o nosso posto de combate, por se tornar desnecessário e passamos ao quadro de excedentários... ou será que isso é só para os civis?
É que nós também temos filhos para criar e casa para pagar. Vejam lá se se organizam...
É caso para perguntar:
- Afinal quem é que é o inimigo?
Com amigos desses, quem é que precisa de inimigos...
Despeço-me com os melhores cumprimentos, aguardando por melhores dias.

Joaquim Nimigo
Soldado

“Feliz aquele que transfere o que sabe, e aprende o que lhe ensinam”.
Platão

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Portugal, quero que me escutes!



Portugal, quero falar contigo.

Faz tempo, há mais de duzentos anos

Que te espero!

E tu fazes de conta,

Obstinado, arrogante, mentiroso e megalómano.

Deixas-me a falar sozinho,

Não me vires as costas,

Porque somos ambos a mesma Portugalidade.

Sou a razão da tua existência.

Com toda a legitimidade, quero falar contigo.


Eu sei que tu

Sabes que eu sou o que tu não

Queres que eu seja…

Mas, se eu existo, logo sou Portugal.

Basta de cismas!

Reconhece que dependes de mim, e não de “mercados”.

Tu não podes viver de “mercados”, Portugal!

Portugal, tu caminhas para um estado de pó e exorcismo!

Quero falar contigo,

Saber como vais viver sem varredores de rua;

Cantoneiros, picheleiros, pedreiros, operários, cozinheiros,

Padeiros, calceteiros, enfermeiros, professores.

Não Portugal,

Não é possível viver de parasitas, criminosos,

Gatunos, putas e proxenetas.

Portugal, quero falar contigo.

Porque sou do tempo onde existia soberania, moeda, honra e palavra.

Por isso, possuo toda a legitimidade. Ordeno que me dês ouvidos e não uma folha de papel em branco. 

Augusto Canetas

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Léxico da corrupção dos ultimos 40 anos

CLIQUE NO CRIME QUE QUER LER…
1. "Corruptos são apanhados se forem estúpidos".
2. (In) Competência do governo em directo e a cores.....
3. 1,2 milhões/ano em cargos da era monárquica..
5. 1,3 milhões de euros por ano em Guimarães.
6. 10 mil milhões de euros, duvidosos
7. 116 mil euros do estado, gastos em almoços e outros luxos privados...
8. 12 MIL MILHÕES injectados na banca, o resto é pais...
9. 130 MILHÕES em 2011 para sustentar a AR.
10. 134 mil carro que ninguém assume.
11. 160 MILHÕES DE EUROS EM SOFTWARE, mal geridos...
12. 196 mil em disco party?! Na Madeira.
13. 200 mil gastos com hospitais que não existem...
14. 209 mil euros, só para aquecer... Viva a fartura
15. 210 mil para sair de um cargo na CP e 2 meses depois readmite-se?...
16. 266 mil euros para pagar incompetência do "amigo"...
17. 3 milhões na Madeira para amigos, generosidade ..
18. 3 milhões transferidos do estado para Valentim Loureiro...
20. 300 mil euros por mês, de impostos, para cabeleira...
21. 40 políticos directamente para cargos de grandes e...
22. 400 mil euros indevidos, médico de João Jardim ...
23. 400% mais reformados? RICOS
24. 41 mil milhões muito mal explicados...
25. 47milhões em indemnizações. BPN, saco sem fundo.
26. 485 milhões em comunicações, 5 vezes mais que o pr...
27. 5 milhões de Portugueses vivem do Estado.
28. 5 milhões para um tribunal com um juiz.
29. 500 milhões em fuga.
30. 6 anos de trabalho dá pensão de 17.900 euros?
31. 60 milhões em pareceres e outras abstracções.
32. 600 mil euros para touradas, a crise pode esperar?...
33. 6000 euros por mês, só de subsidio de transporte.
34. 62 Cargos para um só? Questiona-se a disponibilidade...
35. 62 mil euros para renovar um só gabinete? Maçonico...
36. 63 mil euros em flores para o nosso Palácio de São Bento...
37. 65 mil euros de fotocopias, pagas a serviços externos...
38. 65 milhões para o Benfica. Golo mal explicado.
39. 69 milhões recebe o estado, só em taxas moderadoras...
40. 7 milhões em campo de golfe, na Madeira, colossal...
41. 750 mil euros em casa de cinema... ás moscas.
42. 8 milhões pagos sem se conhecer destino.
43. 8.600 euros subsidio?
44. 800 mil adjudicados em casa. Sem espinhas e sem TC...
45. 800 mil roubados e tribunal favorece os criminosos...
46. 9 milhões de impostos para a tauromaquia..
47. 9000 por mês merecidos.Maria Monteiro filha de embaixador...
48. 980 milhões de "vendas" de património do estado? ...
49. A austeridade selectiva, só atinge o pão dos pobres...
50. A BANCA, ESSES SERES SUPERIORES AOS CIDADÃOS.
51. A competência paga-se, incompetência também.
52. A corrupção provoca cegueira na justiça.
53. A crise e as obras desproporcionadas.
54. A cunha ultrapassa qualquer barreira, até os inter...
55. A engenharia está a render... Engenharia ilícita...
56. A falta de ética dos nossos políticos enriquecidos...
57. A honestidade, essa desconhecida no parlamento.
58. A igualdade a criar desigualdade.
59. A impotência dos tribunais e da justiça. Sócrates ...
60. A impunidade a promover a corrupção. ..
61. A impunidade descarada de quem rouba o estado...
62. A Islândia em nada se pode comparar a Portugal...
63. A Islândia foi saqueada, tal como Portugal, mas lá...
64. A justiça em Portugal está descaradamente ao serviço dos politicos...
65. A justiça em Portugal funciona, ingenuidade…
66. A liberdade da democracia é uma ilusão.
67. A morte anunciada da economia,
68. A pobreza potencia a corrupção e crime.
69. A promiscuidade como pilar que define o futuro de Portugal...
70. A saga continua, milhões da troika ao serviço da má gestão...
71. A submissão é o primeiro sinal de uma sociedade de...
72. A vergonha do oportunismo e falta de transparência ...
73. Acabar com as pré reformas, mais miséria
74. Acrescentar mais divida à divida..
75. ADSE está a 'matar' os hospitais públicos e utentes...
76. Águas de Portugal dão prémios de 2,3 milhões em crise..
77. Ainda a missa vai no adro. Já eles gozam reformas.
78. Ajustes directos, forma mais discreta de transferir dinheiro publico para privados...
79. Ajustes directos, transferem 695 milhões do estado...
80. Alberto João Jardim e as megalomanias que lhe pagamos...
81. Alguém com mérito reconhecido, se disponibiliza a gerir este caos...
82. Alguns confrontos entre eurodeputados, verdades...
83. Almerindo Marques e o seu estranho rasto de destrutivo...
84. AMI é nossa amiga, e do Nobre também.
85. Amorim e nova dona do BPN devem dinheiro ao BPN??
86. Ao votar em criminosos, estamos a enriquecer quem ...
87. Aos 77 anos cheio de pica??
88. Apenas mais uns crimes, dos muitos que se praticam...
89. Aprovada mais uma lei para facilitar roubos político...
90. Areia para os olhos na luta contra a corrupção...
91. Argentina e as privatizaçoes, o caos que nos espera...
92. Aristocratas arrogantes e petulantes, a acordarem ...
93. Armando Vara, vai assegurando o futuro, pelo sim p...
94. Arruinar a segurança social é fácil.
95. As diferenças radicais entre Passos Coelho e Sócrates...
96. As lutas contra a ganância dos governos...
97. As mentiras das campanhas dos políticos.
98. AS MENTIRAS, DESCARADAS, DE PASSOS COELHO
99. As palhaçadas de João Jardim. A sua anedota governativa...
100. As prioridades da austeridade selectiva. ..
101. As técnicas de disfarce de boys e girls ...
102. As teias "mafiosas" de Sócrates na mira da justiça...
103. Assistam e acordem, o saque de Portugal reconhecido...
104. Até as crianças já descobriram como a banca rouba ...
105. Até um leigo geria melhor o dinheiro do estado.
106.

Gratitude: Louie Schwartzberg


domingo, 6 de abril de 2014

Um Joaquim entre outros!!!

Deixem ver se percebo:

- O Joaquim pede emprestado quase 300 milhões de euros para comprar os jornais DN, JN e a TSF, aos bancos BCP e BES;

- O Joaquim não paga!? nem os juros!;

- Os bancos perdoam quase 2/3 da divida;

- Outra parte convertida em capital, ficando o Joaquim com uma parte!!!!

- O BCP recebeu uma ajuda do Governo (isto é, de todos nós) de três mil milhões de euros! para tapar os ?seus? buracos e os da OLIVEDESPORTOS ?

- AO QUE CONSTA, A MAIOR PARTE DA OLIVESDESPORTOS VAI SER COMPRADA PELO MOSQUITO, EMPRESÁRIO ANGOLANO QUE JÁ COMPROU A SOARES DA COSTA E TEM INTERESSES NA SAD DO SPORTING.

Conclusão:

- O Joaquim comprou uma grande empresa de comunicação social, com muita influência política.

- O Joaquim não meteu um tostão seu na compra, pois os bancos pagaram por ele.

- O Joaquim não pagou a dívida?..nem vai pagar.

- Os bancos quase que faliram e perdoam.

- Não faz mal, a malta paga sempre.

Terei percebido? bem?

Ah, esqueci-me: o Joaquim é dono da SportTv, que manda no futebol, e nenhum Banco penhorou as acções dele!

E NINGUÉM VAI PRESO ? ? ?

ISTO É UM GANG DE GATUNOS A VIVEREM À NOSSA CUSTA ! ! !

Russian way of playing accordion

Guerreira . . .

UMA OPINIÃO Não confio na minha geração nem para se governar a si própria. E temo pela que se segue.


Filhos do 25 de Abril

26/04/2013 | 00:02 | Dinheiro Vivo

A geração que fez o 25 de Abril era filha do outro regime. Era filha da
ditadura, da falta de liberdade, da pobre e permanente austeridade e da 4.ª
classe antiga.
Tinha crescido na contenção, na disciplina, na poupança e a saber (os que à
escola tinham acesso) Português e Matemática.
A minha geração era adolescente no 25 de Abril, o que sendo bom para a
adolescência foi mau para a geração.
Enquanto os mais velhos conheceram dois mundos – os que hoje são avós e
saem à rua para comemorar ou ficam em casa a maldizer o dia em que lhes
aconteceu uma revolução – nós nascemos logo num mundo de farra e de festa,
num mundo de sexo, drogas e rock & roll, num mundo de aulas sem faltas e
de hooliganismo juvenil em tudo semelhante ao das claques futebolísticas mas
sob cores ideológicas e partidárias. O hedonismo foi-nos decretado como
filosofia ainda não tínhamos nem barba nem mamas.
A grande descoberta da minha geração foi a opinião: a opinião como princípio
e fim de tudo. Não a informação, o saber, os factos, os números. Não o fazer,
o construir, o trabalhar, o ajudar. A opinião foi o deus da minha geração. Veio
com a liberdade, e ainda bem, mas foi entregue por decreto a adolescentes e
logo misturada com laxismo, falta de disciplina, irresponsabilidade e
passagens administrativas.
Eu acho que minha geração é a geração do “eu acho”. É a que tem controlado
o poder desde Durão Barroso. É a geração deste primeiro-ministro, deste
ministro das Finanças e do anterior primeiro-ministro. E dos principais
directores dos media. E do Bloco de Esquerda e do CDS. E dos empresários do
parecer – que não do fazer.
É uma geração que apenas teve sonhos de desfrute ao contrário da outra que
sonhou com a liberdade, o desenvolvimento e a cidadania. É uma geração sem
biblioteca, nem sala de aula mas com muita RGA e café. É uma geração de
amigos e conhecidos e compinchas e companheiros de copos e de praia. É a
geração da adolescência sem fim. Eu sei do que falo porque faço parte desta
geração.
Uma geração feita para as artes, para a escrita, para a conversa, para a
música e para a viagem. É uma geração de diletantes, de amadores e
amantes. Foi feita para ser nova para sempre e por isso esgotou-se quando a
juventude acabou. Deu bons músicos, bons actores, bons desportistas, bons
artistas. E drogaditos. Mas não deu nenhum bom político, nem nenhum grande
empresário. Talvez porque o hedonismo e a diletância, coisas boas para a
escrita e para as artes, não sejam os melhores valores para actividades que
necessitam disciplina, trabalho, cultura e honestidade; valores, de algum
modo, pouco pertinentes durante aqueles anos de festa.
Eu não confio na minha geração nem para se governar a ela própria quanto
mais para governar o país. O pior é que temo pela que se segue. Uma geração
que tem mais gente formada, mais gente educada mas que tem como
exemplos paternos Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates, Passos
Coelho, António J. Seguro, João Semedo e companhia. A geração que aí vem
teve-nos como professores. Vai ser preciso um milagre. Ou então teremos que
ressuscitar os velhos. Um milagre, lá está.

Pedro Bidarra

Publicitário, psicossociólogo e autor
Escreve à sexta-feira
Escreve de acordo com a antiga ortografia

Fabuloso texto escrito por Catón , jornalista mexicano .

“Tenho a intenção de processar a revista "Fortune", porque fui vítima de uma omissão inexplicável. Ela publicou uma lista dos homens mais ricos do mundo, e nesta lista eu não apareço. Aparecem: o sultão de Brunei, os herdeiros de Sam Walton e Mori Takichiro.
Incluem personalidades como a rainha Elizabeth da Inglaterra, Niarkos Stavros, e os mexicanos Carlos Slim e Emilio Azcarraga.
Mas eu não sou mencionado na revista.

E eu sou um homem rico, imensamente rico. Como não? vou mostrar a vocês:

Eu tenho vida, que eu recebi não sei porquê, e saúde, que conservo não sei como.

Eu tenho uma família, esposa adorável, que ao me entregar sua vida me deu o melhor para a minha; filhos maravilhosos, dos quais só recebi felicidades; e netos com os quais pratico uma nova e boa paternidade.

Eu tenho irmãos que são como meus amigos, e amigos que são como meus irmãos.

Tenho pessoas que sinceramente me amam, apesar dos meus defeitos, e a quem amo apesar dos meus defeitos.

Tenho quatro leitores a cada dia para agradecer-lhes porque eles lêem o que eu mal escrevo.

Eu tenho uma casa, e nela muitos livros (minha esposa iria dizer que tenho muitos livros e entre eles uma casa).

Eu tenho um pouco do mundo na forma de um jardim, que todo ano me dá maçãs e que iria reduzir ainda mais a presença de Adão e Eva no Paraíso.

Eu tenho um cachorro que não vai dormir até que eu chegue, e que me recebe como se eu fosse o dono dos céus e da terra.

Eu tenho olhos que vêem e ouvidos para ouvir, pés para andar e mãos que acariciam; cérebro que pensa coisas que já ocorreram a outros, mas que para mim não haviam ocorrido nunca.

Eu sou a herança comum dos homens: alegrias para apreciá-las e compaixão para irmanar-me aos irmãos que estão sofrendo.

E eu tenho fé em Deus que vale para mim amor infinito.

Pode haver riquezas maiores do que a minha?
Por que, então, a revista "Fortune" não me colocou na lista dos homens mais ricos do planeta? "

E você, como se considera? Rico ou pobre?
Há pessoas pobres, mas tão pobres, que a única coisa que possuem é ... DINHEIRO.

Armando Fuentes Aguirre (Catón)

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Agostinho da Silva

                  
Não fez escola no futebol, não foi modelo nem stripper famoso, não se especializou em roubar milhões e sair limpinho, limpinho de cena, não manipulou o povo saindo em seguida para a Europa dos ricos. Até no Curso Superior foi obrigado a fazer as cadeiras todas. Não houve baldas para ninguém. Então para quê falar dele? Pois não sei. Apeteceu-me falar de alguém tipo homem vertical, tipo patriarca das ideias limpas, tipo português de antes quebrar que torcer. E “ecce homo”.

Chamou-se Agostinho da Silva, nasceu no Porto em 1906. Acabou o ciclo de vida terrena em 1994, em 4 de Abril. Se quiséssemos dar-lhe um nome fidedigno, chamar-lhe-íamos “ espírito livre e inquieto “. Em 1935, é demitido do Ensino público, por se ter recusado a assinar um atestado de compromisso ideológico. Em 1943, é detido à conta de uma palestra proibida. Até aqui, nada de muito diferente do que acontecia àqueles que não seguiam o figurino imposto pelo Estado Novo. Diferentes, arrojados eram os conceitos filosóficos que traziam um vento novo ao pensamento vigente.

Para Agostinho da Silva, a procura da verdade é um caminho contínuo de marcha. Não importa o resultado final, interessa é o método para lá chegar. Incómodo e trabalhoso este caminho, não? O amor é o fim último, a nossa salvação, o nosso dever. Mas este, é um amor complexo. É ele que morre pelos vagabundos, pelos humildes, porque só assim , com o mundo a fazer o que sonham os poetas, a humanidade conseguirá viver em paz e harmonia.

Este espírito inquieto e livre não se compromete com partidos, com igrejas, com escolas. Para ele, quando o amor dos homens for o único culto digno dos adoradores de Deus, acabará a organização social injusta e opressora. Então e só então, surgirá um reino terrestre onde o pensamento de Deus será seguido. Nesse reino aberto a todos, não haverá raças, nações, classes ou castas. Portanto, não haverá lugar para a luta pelos bens materiais, nem preocupação por condições de sobrevivência. Será tudo para todos. E o céu será aqui, na terra.



Claro que um espírito destes, revolucionário ao limite, não interessa a ninguém lembrar e muito menos celebrar. Que passos (in)seguros teriam todos os coelhos desta terra que dar para fugir deste espírito? Que portas teriam que abrir para se refugiarem nalguma toca estrangeira sem dar cavaco a ninguém?

Assunção Esteves, possidónia


Assunção Esteves é uma personagem no sentido plano e caricatural do termo. Nos romances, as Assunções surgem nos capítulos secundários para dar um colorido sociológico ou histórico ao cenário onde a personagem principal actua. Ora, a nossa Assunção Esteves representa o colorido cómico de um certo Portugal, o Portugal da comédia snob, do nariz empinado por questões de nascimento. Sim, é o Portugal que brinca aos pobrezinhos, mas também é o Portugal que quer brincar aos riquinhos. Assunção Esteves encaixa na segunda espécie. Julgo que aqueles que brincam aos pobrezinhos têm uma palavra gira para descrever esta segunda categoria: possidónios. Palavra giríssima, sei lá.

A segunda figura do estado recusa admitir que o seu pai era alfaiate. Aquilo que devia ser motivo de orgulho é motivo de vergonha. Como é evidentíssimo, a filha de um pobrezinho não pode chegar ao topo, é contranatura. Apesar da origem humilde, Assunção Esteves aceitou o ethos pseudo-aristocrático da "Lesboa" que se repete em todas as povoações portuguesas com mais de, vá, 10 habitantes. E a mutação não se ficou por aqui. Segundo uma peça da Sábado, a Presidenta tem aquela obsessão típica pelo luxo. Ele é roupa de alta-costura, ele é carteiras que custam 10% da sua reforma (valor da pensão: 7200 euros por 10 anos de trabalho), ele é um corrupio de assessores que trata como escravos coloniais, ele é gastos sumptuários: assim que chegou à Presidência da Assembleia, Assunção Esteves mudou a casa de banho do seu gabinete para não usar a mesma retrete do antecessor. Que magno problema viu Assunção Esteves no bumbum de Jaime Gama?
Os regimes mudam, mas este Portugal não morre. A comédia social parece que tem o dom da imortalidade. Tal como em 1950, ainda temos fidalgos a viver em bolhas sem qualquer contacto com a realidade. E, tal como em 1950, ainda temos fidalgos wannabe que querem à força brincar aos riquinhos para depois brincarem aos pobrezinhos. País giríssimo, sei lá.

Henrique Raposo
In: Expresso

terça-feira, 1 de abril de 2014

Curar não dá lucro

A entrevista a Richard J. Roberts (abaixo transcrita ), premiado com o Nobel da Medicina em 1993, foi publicada há cerca de um ano no Vanguardia . Mas julgo que continua oportuno divulgá-la. Porque o capitalismo é insustentável e para que se saiba do que a indústria é capaz! Neste caso, trata-se da farmacêutica, mas o mesmo sistema funciona em outras indústrias, como por exemplo, dos agroquímicos e dos transgénicos - o objetivo é o lucro, a qualquer preço!


Richard J. Roberts. Foto de Wally Hartshorn (obtida aqui)

"As farmacêuticas bloqueiam medicamentos que curam, porque não são rentáveis"

«O Prémio Nobel da Medicina Richard J. Roberts denuncia a forma como funcionam as grandes farmacêuticas dentro do sistema capitalista, preferindo os benefícios económicos à saúde, e detendo o progresso científico na cura de doenças, porque a cura não é tão rentável quanto a cronicidade.

Há poucos dias, foi revelado que as grandes empresas farmacêuticas dos EUA gastam centenas de milhões de dólares por ano em pagamentos a médicos que promovam os seus medicamentos. Para complementar, reproduzimos esta entrevista com o Prémio Nobel Richard J. Roberts, que diz que os medicamentos que curam não são rentáveis e, portanto, não são desenvolvidos por empresas farmacêuticas que, em troca, desenvolvem medicamentos cronificadores que sejam consumidos de forma serializada. Isto, diz Roberts, faz também com que alguns medicamentos que poderiam curar uma doença não sejam investigados. E pergunta-se até que ponto é válido e ético que a indústria da saúde se reja pelos mesmos valores e princípios que o mercado capitalista, que chega a assemelhar-se ao da máfia.

A investigação pode ser planeada?

Se eu fosse Ministro da Saúde ou o responsável pelas Ciência e Tecnologia, iria procurar pessoas entusiastas com projectos interessantes; dar-lhes-ia dinheiro para que não tivessem de fazer outra coisa que não fosse investigar e deixá-los-ia trabalhar dez anos para que nos pudessem surpreender.

Parece uma boa política.

Acredita-se que, para ir muito longe, temos de apoiar a pesquisa básica, mas se quisermos resultados mais imediatos e lucrativos, devemos apostar na aplicada ...

E não é assim?

Muitas vezes as descobertas mais rentáveis foram feitas a partir de perguntas muito básicas. Assim nasceu a gigantesca e bilionária indústria de biotecnologia dos EUA, para a qual eu trabalho.

Como nasceu?

A biotecnologia surgiu quando pessoas apaixonadas começaram a perguntar-se se poderiam clonar genes e começaram a estudá-los e a tentar purificá-los.

Uma aventura.

Sim, mas ninguém esperava ficar rico com essas questões. Foi difícil conseguir financiamento para investigar as respostas, até que Nixon lançou a guerra contra o cancro em 1971.

Foi cientificamente produtivo?

Permitiu, com uma enorme quantidade de fundos públicos, muita investigação, como a minha, que não trabalha directamente contra o cancro, mas que foi útil para compreender os mecanismos que permitem a vida.

O que descobriu?

Eu e o Phillip Allen Sharp fomos recompensados pela descoberta de introns no DNA eucariótico e o mecanismo de gen splicing (manipulação genética).

Para que serviu?

Essa descoberta ajudou a entender como funciona o DNA e, no entanto, tem apenas uma relação indirecta com o cancro.

Que modelo de investigação lhe parece mais eficaz, o norte-americano ou o europeu?

É óbvio que o dos EUA, em que o capital privado é activo, é muito mais eficiente. Tomemos por exemplo o progresso espectacular da indústria informática, em que o dinheiro privado financia a investigação básica e aplicada. Mas quanto à indústria de saúde... Eu tenho as minhas reservas.

Entendo.

A investigação sobre a saúde humana não pode depender apenas da sua rentabilidade. O que é bom para os dividendos das empresas nem sempre é bom para as pessoas.

Explique.

A indústria farmacêutica quer servir os mercados de capitais ...

Como qualquer outra indústria.

É que não é qualquer outra indústria: nós estamos a falar sobre a nossa saúde e as nossas vidas e as dos nossos filhos e as de milhões de seres humanos.

Mas se eles são rentáveis investigarão melhor.

Se só pensar em lucros, deixa de se preocupar com servir os seres humanos.

Por exemplo...

Eu verifiquei a forma como, em alguns casos, os investigadores dependentes de fundos privados descobriram medicamentos muito eficazes que teriam acabado completamente com uma doença ...

E por que pararam de investigar?

Porque as empresas farmacêuticas muitas vezes não estão tão interessadas em curar as pessoas como em sacar-lhes dinheiro e, por isso, a investigação, de repente, é desviada para a descoberta de medicamentos que não curam totalmente, mas que tornam crónica a doença e fazem sentir uma melhoria que desaparece quando se deixa de tomar a medicação.

É uma acusação grave.

Mas é habitual que as farmacêuticas estejam interessadas em linhas de investigação não para curar, mas sim para tornar crónicas as doenças com medicamentos cronificadores muito mais rentáveis que os que curam de uma vez por todas. E não tem de fazer mais que seguir a análise financeira da indústria farmacêutica para comprovar o que eu digo.

Há dividendos que matam.

É por isso que lhe dizia que a saúde não pode ser um mercado nem pode ser vista apenas como um meio para ganhar dinheiro. E, por isso, acho que o modelo europeu misto de capitais públicos e privados dificulta esse tipo de abusos.

Um exemplo de tais abusos?

Deixou de se investigar antibióticos por serem demasiado eficazes e curarem completamente. Como não se têm desenvolvido novos antibióticos, os microorganismos infecciosos tornaram-se resistentes e hoje a tuberculose, que foi derrotada na minha infância, está a surgir novamente e, no ano passado, matou um milhão de pessoas.

Não fala sobre o Terceiro Mundo?

Esse é outro capítulo triste: quase não se investigam as doenças do Terceiro Mundo, porque os medicamentos que as combateriam não seriam rentáveis. Mas eu estou a falar sobre o nosso Primeiro Mundo: o medicamento que cura tudo não é rentável e, portanto, não é investigado.

Os políticos não intervêm?

Não tenho ilusões: no nosso sistema, os políticos são meros funcionários dos grandes capitais, que investem o que for preciso para que os seus boys sejam eleitos e, se não forem, compram os eleitos.

Há de tudo.

Ao capital só interessa multiplicar-se. Quase todos os políticos, e eu sei do que falo, dependem descaradamente dessas multinacionais farmacêuticas que financiam as campanhas deles. O resto são palavras…»

Fonte: Esquerda.net (tradução de Ana Bárbara Pedrosa)

E para quem quiser ir mais a fundo no tema, leia a entrevista à ex-médica Ghislaine Lanctot sobre o seu livro a Máfia Médica. Se é teoria da conspiração ou se há conspiração mesmo, fica ao seu critério.