terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Oh Susie !



Depois de um longo e agitado dia de trabalho, um homem sentou-se no comboio, recostou-se e fechou os olhos.

Quando o comboio saía da estação, a mulher que se sentara a seu lado, pegou no telemóvel e começou a falar alto:

-"Olá meu amor, aqui é a Susie, já estou no comboio... sim, eu sei, é o das seis e meia... não apanhei o das quatro e meia porque estive numa reunião que nunca mais acabava...

Nãooooo, não foi com o Leandro dos Recursos Humanos, foi com o meu chefe... Nãooooo amor, és o único da minha vida, tu sabes...... sim meu amor, amo-te tanto, bla, bla, bla, bla, bla,..."

Passados 15 minutos, a mulher continuava a falar, a falar, a falar, e sempre alto...

O homem, já cansado de a ouvir, aproximou-se dela, e com voz clara, disse quase encostado ao telemóvel:

- "Susie, desliga o telemóvel e volta para a cama!!!"

(Consta que Susie nunca mais usou o telemóvel na via pública...)

domingo, 25 de janeiro de 2015

JÁ LUTHER KING DIZIA QUE O SILÊNCIO DOS SENSATOS ERA A SUA GRANDE PREOCUPAÇÃO...


Uma perspectiva do Islão


O autor deste e-mail é dito ser o Dr. Emanuel Tanay, um conhecido e respeitado psiquiatra. Um homem cuja família pertencia à aristocracia alemã antes da segunda guerra mundial e era proprietário de uma série de grandes indústrias e propriedades.

Quando perguntado sobre quantos alemães eram verdadeiros nazis, sua resposta pode guiar nossa atitude em relação ao fanatismo: 'Muito poucas pessoas foram verdadeiras nazis', disse ele, 'mas muitos gostaram do regresso do orgulho alemão e muitos mais estavam demasiado ocupados para se importarem com isso?. Eu era um dos que pensavam que os nazis não eram mais que um bando de idiotas.

Assim, a maioria limitou-se a ficar sentada e a deixar tudo acontecer. E antes que nos apercebêssemos eles eram donos de nós, tínhamos perdido controlo da situação e tinha chegado o fim do mundo. Minha família perdeu tudo, eu acabei num campo de concentração e os aliados destruíram minhas fábricas.'

Tem-nos sido dito repetidas vezes por "especialistas" e "comentadores" que o Islão é uma religião de paz e que a grande maioria dos muçulmanos só quer viver em paz. Ainda que esta afirmação possa ser verdadeira, ela é totalmente irrelevante. É treta sem sentido destinada a nos fazer sentir melhor e a minimizar o fantasma do alvoroço mundial em nome do Islão. Porém o facto é que são os fanáticos que mandam no Islão neste momento da história.

São os fanáticos que conduzem, são os fanáticos que empreenderam todas as 50 pungentes guerras no mundo, são os fanáticos que sistematicamente trucidam grupos cristãos ou tribais através da África e estão gradualmente tomando conta de todo o continente numa onda islâmica, são os fanáticos que bombardeiam, decapitam, assassinam em nome da lei, são os fanáticos que se vão apoderando das mesquitas, são os fanáticos que zelosamente espalham a tradição do apedrejamento e enforcamento das vítimas de violação e dos homossexuais, são os fanáticos que ensinam seus filhos a matar e a tornar-se bombistas suicidas.

Os factos, rigorosos e quantificáveis demonstram que a maioria pacífica, a 'maioria silenciosa', é cobarde e irrelevante.

A Rússia comunista era formada de russos que apenas queriam viver em paz, contudo os comunistas russos foram responsáveis pelo massacre de cerca de 20 milhões de pessoas. A maioria pacífica era irrelevante.

A enorme população da China também era pacífica, porém os comunistas chineses conseguiram matar uns 70 milhões de pessoas.

O japonês médio antes da segunda guerra mundial não era um sádico belicista. Todavia o Japão fez um percurso de assassinatos através do Sudeste Asiático numa orgia de matança que incluiu o sistemático abate de 12 milhões de chineses civis, mortos à espada, à pá e à baioneta.

E quem pode esquecer o Ruanda, que colapsou numa carnificina. Não poderíamos dizer que a maioria dos ruandeses eram 'amantes da paz'?

As lições da história são incrivelmente simples e claras, porém apesar de todo o nosso poder de raciocínio, falhamos a percepção dos pontos mais básicos e simples.

Os muçulmanos amantes da paz tornaram-se irrelevantes através do seu silêncio. Os muçulmanos amantes da paz tornar-se-ão nossos inimigos se não marcarem posição, pois que, à semelhança do meu amigo alemão, eles irão acordar um dia e descobrir que os fanáticos são seus donos e que o fim do seu mundo terá começado.

Alemães, japoneses, chineses, russos, ruandeses, sérvios, afegãos, iraquianos, palestinianos, somalis, nigerianos, argelinos e muitos outros amantes da paz têm morrido porque a maioria pacífica não tomou posição até ser demasiado tarde. Quanto a nós que assistimos a todo este desenrolar, temos de prestar atenção ao único grupo que conta - os fanáticos que ameaçam nosso modo de vida.

Por último, quem quer que tenha dúvidas de que o problema é grave e simplesmente apague este e-mail sem o enviar, está contribuindo para a passividade que permite que o problema se intensifique. Por isso estique-se um pouco e retransmita esta mensagem uma e outra vez e ainda outra vez! Esperemos que milhares de pessoas em todo o mundo leiam isto, pensem nisto, e passem a mensagem.

Antes que seja tarde demais!

Império dos comentadores da TV


Não há crise para quem a comenta

«O império dos comentadores onde quem manda são os políticos» é o título de artigo de hoje no Público, que contém alguns números estonteantes.

Para começar este: «Se aos quatro canais generalistas se juntarem os canais de informação portugueses no cabo (RTP Informação, SIC Notícias e TVI24), é possível assistir a 69 horas de comentário político por semana. O equivalente a quase três dias completos em frente à televisão.» Que ninguém se queixe de falta de interesse das televisões pela política: mais do que isto só futebol!

Dos 97 comentadores com presença semanal na televisão, 60 são actuais ou ex-políticos. Sem espanto, em termos de número de comentadores, o primeiro lugar do pódio é ocupado pelo PSD, seguido pelo PS e pelo CDS. E embora o PCP tenha mais deputados na Assembleia da República do que o Bloco, este está quantitativamente melhor representado.

Mas os números de facto impressionantes, se verdadeiros, são alguns (poucos) que são divulgados quanto à maquia que estes senhores levam para casa. E se não me suscita qualquer aplauso o facto de José Sócrates ter querido falar pro boneco na RTP, considero um verdadeiro escândalo que Marcelo Rebelo de Sousa ganhe 10.000 euros / mês (mais do que 20 salários mínimos por pouco mais de meia hora por semana a dizer umas lérias), Manuela Ferreira Leite metade disso e que Marques Mendes tenha preferido passar para a SIC por esta estação ter subido a parada da TVI que só lhe propunha 7.000. Claro que estamos a falar de estações privadas, em guerras de concorrência. Mas algo de muito estranho e esquizofrénico se passa num país quando o valor de mercado destes senhores é deste calibre. Estaremos em crise, mas comentá-la compensa e recompensa . . . e de que maneira!

AINDA HÁ MAIS

Os programas desportivos (trio de ataque, o dia seguinte, prolongamento,

contra golpe, etc ) têm comentadores que defendem interesses instalados

e não fazem análises honestas e isentas.

A maioria dos comentadores estrategicamente colocados são medíocres, intelectualmente desonestos e incompetentes.

Pasme-se . . . auferem uma média de 1250 euros por programa de uma hora,

ou seja, 5000 euros por mês...

domingo, 18 de janeiro de 2015

Tratamento caseiro para a Tosse


Um óptimo tratamento caseiro para acabar com a tosse com catarro é chá de canela em pau. Seu potencial curativo é potencializado quando a canela é usada em conjunto com o cravo-da-índia, limão e mel, porque ele ajuda a eliminar as secreções.

No entanto é aconselhado beber bastante água em temperatura ambiente várias vezes ao dia para acalmar a garganta e aliviar a tosse. Evitar ficar no vento e com os pés descalços também são recomendações que devem ser seguidas durante o tratamento para tosse.


Receita do chá de canela para acalmar a tosse

Esta receita de chá de canela é simples de fazer e só deve ser tomada no mesmo dia.

Ingredientes
1 pau de canela
3 cravos-da-índia
1 rodela de limão
1/2 litro de água

Modo de preparo
Coloque todos os ingredientes num bule e deixe ferver por 5 minutos. Espere esfriar, coe, adoce com 1 colher de sopa de mel e beba 2 xícaras deste chá por dia.

A canela e o cravo-da-índia são bactericidas e ajudam a eliminar os micro-organismos causadores da tosse. Já o limão e o mel contêm propriedades expectorantes que ainda ajudam a fortalecer o sistema imune devido ao seu alto teor de vitamina C.

Este remédio caseiro só é contra-indicado para bebés com menos de 1 ano de idade, pois estes ainda não podem consumir o mel. Neste caso, pode-se recorrer à mesma receita, mas sem acrescentar o mel.


Remédio caseiro para tosse infantil

Um óptimo remédio caseiro para acabar com a tosse infantil, que persiste por mais algumas semanas após um episódio de gripe, é o suco puro da cenoura.

Ingredientes
1 cenoura de tamanho médio

Modo de preparo
Ralar a cenoura e colocá-la em um copo dentro da geladeira. Após alguns minutos, a cenoura irá largar um suco próprio. Coe e dê este suco à criança, misturado com a mesma quantidade de mel, várias vezes ao dia.

A cenoura contém altas doses de vitamina C e é antitússica, o que contribui para diminuir as crises de tosse na criança. Este é um excelente remédio caseiro para tosse nas crianças porque, além de ter propriedades anti-tússicas, é natural e tem sabor adocicado, sendo facilmente aceite pela criança.


Remédio caseiro para a tosse alérgica

A tosse alérgica é caracterizada por uma tosse seca persistente, que não está associada a gripes ou resfriados. Neste caso, um ótimo remédio caseiro para a tosse alérgica é o chá de urtiga.

Ingredientes
1 colher (de sopa) de folhas secas de urtiga
200 ml de água

Modo de preparo
Coloque a água em uma panela e deixe ferver, quando entrar em ebulição, apague o fogo e acrescente a urtiga. Tape a panela e espere amornar, coe e beba a seguir, podendo adoçar com 1 colher de mel. Tome 2 xícaras ao dia.

A urtiga é uma planta medicinal que contém propriedades anti-histamínicas e, por isso, combate as diversas alergias, sendo eficaz no combate à tosse seca, podendo ser utilizada até mesmo por crianças. No entanto, deve-se conversar com o pediatra antes de iniciar este tratamento, para se certificar de que se trata de uma tosse com fundo alérgico.


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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Das verdadeiras dificuldades da vida ninguém fala ! . . .


Isto sim é dificuldade . E ainda há quem se queixe . . .

Agora toda a gente fala de crise .

É crise para aqui . . . é crise para ali . . .

Mas das verdadeiras dificuldades da vida ninguém fala ! . . .

Homem sofre . . .



sábado, 10 de janeiro de 2015

Je ne suis pas Charlie


quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Em primeiro lugar, eu condeno os atentados do dia do 7 de janeiro. Apesar de muitas vezes xingar e esbravejar no meio de discussões, sou um cara pacífico. A última vez que me envolvi em uma briga foi aos 13 anos (e apanhei feito um bicho). Não acho que a violência seja a melhor solução para nada. Um dos meus lemas é a frase de John Donne: “A morte de cada homem diminui-me, pois faço parte da humanidade; eis porque nunca me pergunto por quem dobramos sinos: é por mim”. Não acho que nenhum dos cartunistas “mereceu” levar um tiro. Ninguém merece. A morte é a sentença final, não permite que o sujeito evolua, mude. Em momento nenhum, eu quis que os cartunistas da Charlie Hebdo morressem. Mas eu queria que eles evoluíssem, que mudassem.

Após o atentado, milhares de pessoas se levantaram no mundo todo para protestar contra os atentados. Eu também fiquei assustado, e comovido, com isso tudo. Na internet, surgiu o refrão para essas manifestações: Je Suis Charlie. E aí a coisa começou a me incomodar.

A Charlie Hebdo é uma revista importante na França, fundada em 1970 e identificada com a esquerda pós-68. Não vou falar de toda a trajetória do semanário. Basta dizer que é mais ou menos o que foi o nosso Pasquim. Isso lá na França. 90% do mundo (eu inclusive) só foi conhecer a Charlie Hebdo em 2006, e já de uma forma bastante negativa: a revista republicou as charges do jornal dinamarquês Jyllands-Posten (identificado como “Liberal-Conservador”, ou seja, a direita européia). E porque fez isso? Oficialmente, em nome da “Liberdade de Expressão”, mas tem mais...

O editor da revista na época era Philippe Val. O mesmo que escreveu um texto em 2000 chamando os palestinos (sim! O povo todo) de “não-civilizados” (o que gerou críticas da colega de revista Mona Chollet – críticas que foram resolvidas com a saída dela). Ele ficou no comando até 2009, quando foi substituído por Stéphane Charbonnier, conhecido só como Charb. Foi sob o comando dele que a revista intensificou suas charges relacionadas ao Islã – ainda mais após o atentado que a revista sofreu em 2011.

Uma pausa para o contexto. A França tem 6,2 milhões de muçulmanos. São, na maioria, imigrantes das ex-colônias francesas. Esses muçulmanos não estão inseridos igualmente na sociedade francesa. A grande maioria é pobre, legada à condição de “cidadão de segunda classe”. Após os atentados do World Trade Center, a situação piorou. Já ouvi de pessoas que saíram de um restaurante “com medo de atentado” só porque um árabe entrou. Lembro de ter lido uma pesquisa feita há alguns anos (desculpem, não consegui achar a fonte) em que 20 currículos iguais eram distribuídos por empresas francesas. Eles eram praticamente iguais. A única diferença era o nome dos candidatos. Dez eram de homens com sobrenomes franceses, ou outros dez eram de homens com sobrenomes árabes. O currículo do francês teve mais que o dobro de contatos positivos do que os do candidato árabe. Isso foi há alguns anos. Antes da Frente Nacional, partido de ultra-direita de Marine Le Pen, conquistar 24 cadeiras no parlamento europeu...

De volta à Charlie Hebdo: Ontém vi Ziraldo chamando os cartunistas mortos de “heróis”. O Diário do Centro do Mundo (DCM) os chamou de“gigantes do humor politicamente incorreto”. No Twitter, muitos chamaram de “mártires da liberdade de expressão”. Vou colocar na conta do momento, da emoção. As charges polêmicas do Charlie Hebdo são de péssimo gosto, mas isso não está em questão. O fato é que elas são perigosas, criminosas até, por dois motivos.

O primeiro é a intolerância. Na religião muçulmana, há um princípio que diz que o profeta Maomé não pode ser retratado, de forma alguma. (Isso gera situações interessantes, como o filme A Mensagem – Ar Risalah, de 1976 – que conta a história do profeta sem desrespeitar esse dogma – as soluções encontradas são geniais!). Esse é um preceito central da crença Islâmica, e desrespeitar isso desrespeita todos os muçulmanos. Fazendo um paralelo, é como se um pastor evangélico chutasse a estátua de Nossa Senhora para atacar os católicos. O Charlie Hebdo publicou a seguinte charge:



Qual é o objetivo disso? O próprio Charb falou: “É preciso que o Islã esteja tão banalizado quanto o catolicismo”. Ok, o catolicismo foi banalizado. Mas isso aconteceu de dentro pra fora. Não nos foi imposto externamente. Note que ele não está falando em atacar alguns indivíduos radicais, alguns pontos específicos da doutrina islâmica, ou o fanatismo religioso. O alvo é o Islã, por si só. Há décadas os culturalistas já falavam da tentativa de impor os valores ocidentais ao mundo todo. Atacar a cultura alheia sempre é um ato imperialista. Na época das primeiras publicações, diversas associações islâmicas se sentiram ofendidas e decidiram processar a revista. Os tribunais franceses – famosos há mais de um século pela xenofobia e intolerâmcia (ver Caso Dreyfus) – deram ganho de causa para a revista. Foi como um incentivo. E a Charlie Hebdo abraçou esse incentivo e intensificou as charges e textos contra o Islã.

Mas existe outro problema, ainda mais grave. A maneira como o jornal retratava os muçulmanos era sempre ofensiva. Os adeptos do Islã sempre estavam caracterizados por suas roupas típicas, e sempre portando armas ou fazendo alusões à violência (quantos trocadilhos com “matar” e “explodir”...). Alguns argumentam que o alvo era somente “os indivíduos radicais”, mas a partir do momento que somente esses indivíduos são mostrados, cria-se uma generalização. Nem sempre existe um signo claro que indique que aquele muçulmano é um desviante, já que na maioria dos casos é só o desviante que aparece. É como se fizéssemos no Brasil uma charge de um negro assaltante e disséssemos que ela não critica/estereotipa os negros, somente aqueles negros que assaltam...



E aí colocamos esse tipo de mensagem na sociedade francesa, com seus 10% de muçulmanos já marginalizados. O poeta satírico francês Jean de Santeul cunhou a frase: “Castigat ridendo mores” (costumes são corrigidos rindo-se deles). A piada tem esse poder. Se a piada é preconceituosa, ela transmite o preconceito. Se ela sempre retrata o árabe como terrorista, as pessoas começam a acreditar que todo árabe é terrorista. Se esse árabe terrorista dos quadrinhos se veste exatamente da mesma forma que seu vizinho muçulmano, a relação de identificação-projeção é criada mesmo que inconscientemente. Os quadrinhos, capas e textos da Charlie Hebdo promoviam a Islamofobia. Como toda população marginalizada, os muçulmanos franceses são alvo de ataques de grupos de extrema-direita. Esses ataques matam pessoas. Falar que “Com uma caneta eu não degolo ninguém”, como disse Charb, é hipócrita. Com uma caneta se prega o ódio que mata pessoas.

No artigo do Diário do Centro do Mundo, Paulo Nogueira diz: “Existem dois tipos de humor politicamente incorreto. Um é destemido, porque enfrenta perigos reais. O outro é covarde, porque pisa nos fracos. Os cartunistas do jornal francês Charlie Hebdo pertenciam ao primeiro grupo. Humoristas como Danilo Gentili e derivados estão no segundo.” Errado. Bater na população islâmica da França é covarde. É bater no mais fraco.

Uma das defesas comuns ao estilo do Charlie Hebdo é dizer que eles também criticavam católicos e judeus. Isso me lembra o já citado gênio do humor (sqn) Danilo Gentilli, que dizia ser alvo de racismo ao ser chamado de Palmito (por ser alto e branco). Isso é canalha. Em nossa sociedade, ser alto e branco não é visto como ofensa, pelo contrário. E – mesmo que isso fosse racismo – isso não daria direito a ele de ser racista com os outros. O fato do Charlie Hebdo desrespeitar outras religiões não é atenuante, é agravante. Se as outras religiões não reagiram a ofensa, isso é um problema delas. Ninguém é obrigado a ser ofendido calado.

“Mas isso é motivo para matarem os caras!?”. Não. Claro que não. Ninguém em sã consciência apoia os atentados. Os três atiradores representam o que há de pior na humanidade: gente incapaz de dialogar. Mas é fato que o atentado poderia ter sido evitado. Bastava que a justiça francesa tivesse punido a Charlie Hebdo no primeiro excesso. Traçasse uma linha dizendo: “Desse ponto vocês não devem passar”.

“Mas isso é censura”, alguém argumentará. E eu direi, sim, é censura. Um dos significados da palavra “Censura” é repreender. A censura já existe. Quando se decide que você não pode sair simplesmente inventando histórias caluniosas sobre outra pessoa, isso é censura. Quando se diz que determinados discursos fomentam o ódio e por isso devem ser evitados – como o racismo ou a homofobia – isso é censura. Ou mesmo situações mais banais: quando dizem que você não pode usar determinado personagem porque ele é propriedade de outra pessoa, isso também é censura. Nem toda censura é ruim.

Por coincidência, um dos assuntos mais comentados do dia 6 de janeiro – véspera dos atentados – foi a declaração do comedianteRenato Aragão à revista Playboy. Ao falar das piadas preconceituosas dos anos 70 e 80, Didi disse: “Mas, naquela época, essas classes dos feios, dos negros e dos homossexuais, elas não se ofendiam.”. Errado. Muitos se ofendiam. Eles só não tinham meios de manifestar o descontentamento. Naquela época, tão cheia de censuras absurdas, essa seria uma censura positiva. Se alguém tivesse dado esse toque nOs Trapalhões lá atrás, talvez não teríamos a minha geração achando normal fazer piada com negros e gays. Perderíamos algumas risadas? Talvez (duvido, os caras não precisavam disso para serem engraçados). Mas se esse fosse o preço para se ter uma sociedade menos racista e homofóbica, eu escolheria sem dó. Renato Aragão parece ter entendido isso.

Deixo claro que não estou defendendo a censura prévia, sempre burra. Não estou dizendo que deveria ter uma lista de palavras/situações que deveriam ser banidas do humor. Estou dizendo que cada caso deveria ser julgado. Excessos devem ser punidos. Não é “Não fale”. É “Fale, mas aguente as consequências”. E é melhor que as consequências venham na forma de processos judiciais do que de balas de fuzis.

Voltando à França, hoje temos um país de luto. Porém, alguns urubus são mais espertos do que outros, e já começamos a ver no que o atentado vai dar. Em discurso, Marine Le Pen declarou: “a nação foi atacada, a nossa cultura, o nosso modo de vida. Foi a eles que a guerra foi declarada” (grifo meu). Essa fala mostra exatamente as raízes da islamofobia. Para os setores nacionalistas franceses (de direita, centro ou esquerda), é inadmissível que 10% da população do país não tenha interesse em seguir “o modo de vida francês”. Essa colônia, que não se mistura, que não abandona sua identidade, é extremamente incômoda. Contra isso, todo tipo de medida é tomada. Desde leis que proíbem imigrantes de expressar sua religião até... charges ridicularizando o estilo de vida dos muçulmanos! Muitos chargistas do mundo todo desenharam armas feitas com canetas para homenagear as vítimas. De longe, a homenagem parece válida. Quando chegam as notícias de que locais de culto islâmico na França foram atacados – um deles com granadas! - nessa madrugada, a coisa perde um pouco a beleza. É a resposta ao discurso de Le Pen, que pedia para a França declarar “guerra ao fundamentalismo” (mas que nos ouvidos dos xenófobos ecoa como “guerra aos muçulmanos” – e ela sabe disso).

Por isso tudo, apesar de lamentar e repudiar o ato bárbaro de ontem, eu não sou Charlie. No twitter, um movimento – muito menor do que o #JeSuisCharlie – começa a surgir. Ele fala do policial, muçulmano, que morreu defendendo a “liberdade de expressão” para os cartunistas do Charlie Hebdo ofenderem-no. Ele representa a enorme maioria da comunidade islâmica, que mesmo sofrendo ataques dos cartunistas franceses, mesmo sofrendo o ódio diário dos xenófobos e islamófobos, repudiaram o ataque. Je ne suis pas Charlie. Je suis Ahmed.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

A vida na floresta

Bande démo Isabelle Dailly from Asso des Amis de l'IFFCAM on Vimeo.

Eheheheh . . . eheheheheh . . .


Um homem bem-sucedido morreu e deixou tudo à sua dedicada esposa.

Ela era uma bela mulher e determinada a conservar a herdade enorme que o seu marido lhe deixara, mas sabia muito pouco das actividades da herdade, por isso, decidiu colocar um anúncio no jornal para contratar um empregado.

Dois homens candidataram-se ao emprego. Um era homossexual, o outro, um bêbado. Ela pensou muito seriamente sobre o assunto, e, como mais ninguém se candidatou, decidiu contratar o candidato homossexual, pensando que seria mais seguro tê-lo perto de casa do que o bêbado.

Ele demonstrou ser um excelente trabalhador, que fazia longas horas de trabalho por dia e sabia imenso do trabalho da herdade.

Durante semanas a fio, ambos trabalharam muito e a herdade estava muito bem. Então, um dia, a viúva disse ao empregado:

- Fizeste um óptimo trabalho e está tudo impecável. Já é tempo de ires até à cidade e divertires-te um bocado.

O empregado concordou e no sábado à noite foi até à cidade. No entanto, já eram 2 da manhã e ele não voltava. 3 da manhã, e o empregado, nada! Finalmente, pelas 4, lá regressou, e à sua espera, sentada à lareira, com um copo de vinho na mão, estava a viúva.

Chamou-o para junto dela e disse-lhe.

- Desabotoa a minha blusa e tira-a - disse ela.

A tremer, ele fez o que ela pediu.

- Agora, tira as minhas botas.

Ele fez o que ela disse, muito lentamente.

- Agora, tira as minhas meias.

Ele removeu cada uma com gentileza e colocou-as junto às botas...

- Agora, tira a minha saia.

Lentamente, ele desabotoou-a, observando constantemente os olhos dela à luz do fogo da lareira.

- Agora, tira o meu soutien.

Novamente, com as mãos a tremer, ele fez o que lhe era dito e deixou-o cair no chão.

- Agora... tira as minhas cuecas.

À luz da lareira, ele puxou-as suavemente para baixo e tirou-as.

Então, ela olhou bem para ele e disse-lhe:

- Se voltares a usar as minhas roupas para ir à cidade, DESPEÇO-TE!

sábado, 3 de janeiro de 2015

TTIP, tirem as mãos da comida! Uma ameaça paira sobre as políticas agroalimentares na Europa. Trata-se do Tratado de Livre Comércio entre os EUA e a UE. Como vampiros em busca de sangue, as multinacionais do agronegócio esperam lucrar, e muito, com estas novas medidas de liberalização comercial.


1 de Janeiro, 2015 - 23:16h
Esther Vivas

Uma ameaça paira sobre as políticas agroalimentares na Europa. Trata-se do Tratado de Livre Comércio entre os Estados Unidos e a União Europeia, mais conhecido como TTIP, a sua sigla em inglês, a longa sombra do agronegócio que se estende do campo ao prato. Como vampiros em busca de sangue, as multinacionais do setor esperam lucrar, e muito, com estas novas medidas de liberalização comercial.

Mas o que é o TTIP? Trata-se de um tratado negociado em segredo durante meses, escondido do público, pendente de aprovação pelo Parlamento Europeu, com uma campanha de marketing em marcha, e que tem como objetivo final igualar em baixa as legislações de ambos os lados do Atlântico em benefício único das grandes empresas. As suas consequências: mais desemprego, mais privatizações, menos direitos sociais e ambientais. Em resumo, servir numa bandeja os nossos direitos ao capital.

E, em matéria agrícola e alimentar? As empresas do setor, desde as companhias de sementes passando pela indústria biotecnológica, de bebidas, pecuária, alimentar, de rações… são as que mais têm pressionado a seu favor, à frente inclusive do lóbi farmacêutico, automobilístico e financeiro. Está muito em jogo para multinacionais como Nestlé, Monsanto, Kraft Foods, Coca Cola, Unilever, Bacardi-Martine, Cargill, entre outras. Dos 560 encontros consultivos da Comissão Europeia para a aprovação deste Tratado, 92% realizaram-se com grupos empresariais, 26% com instituições de interesse público. Como indica um relatório do Corporate European Observatory: “Por cada reunião com um sindicato ou um grupo de consumidores, houve 20 com empresas e federações industriais”.

Se o Tratado de Livre Comércio entre os Estados Unidos e a União Europeia for aprovado, que impacto terá na nossa mesa?

Mais transgénicos

A entrada massiva de transgénicos na Europa será uma realidade. Apesar de hoje já importarmos um número considerável de alimentos transgénicos, em particular rações para o gado e muitos produtos transformados que contêm derivados de soja e milho transgénico, como lecitina, óleo e farinha de soja, xarope e farinha de milho, a aprovação do TTIP significará um aumento dessas importações, especialmente das primeiras, e inclusive a entrada de transgénicos que na atualidade não são autorizados pela União.

Há que ter em conta que a legislação norte-americana é muito mais permissiva que a europeia tanto no cultivo como na comercialização de Organismos Geneticamente Modificados. Nos Estados Unidos, por exemplo, a rotulagem que identifica um alimento como transgénico é inexistente, ao contrário da Europa, onde apesar das limitações, as leis obrigam teoricamente a essa identificação. Além disso, na União apenas se cultiva um único alimento transgénico com fins comerciais: o milho MON 810 da Monsanto, apesar do impacto negativo no meio ambiente que este tem com a contaminação de outros campos de milho, tanto convencional como ecológico. Ainda que 80% de sua produção seja levada a cabo em Aragão e na Catalunha, a maior parte dos países europeus vetam-no. Nos Estados Unidos, pelo contrário, o número de culturas é muito mais alto. De aqui que a Europa seja um pedaço apetecido para multinacionais como Monsanto, Syngenta, Bayer, Dupont… e o TTIP pode tornar isso numa realidade.

Porco, vaca e leite com hormonas

O veto à carne e aos produtos derivados de animais tratados com hormonas e promotores de crescimento, até ao momento proibidos na Europa, será levantado, assim como o uso aqui dessas substâncias, com o consequente impacto na nossa saúde.

Nos Estados Unidos, os porcos e o gado bovino podem ser medicados com ratopamina, um fármaco usado como aditivo alimentar para conseguir uma maior engorda do animal, e maior lucro económico para a indústria pecuária. Na União, a utilização deste produto e a importação de animais tratados com o mesmo está proibida, tal como em outros 156 países como China, Rússia, Índia, Turquia, Egito, ao se considerar que não há dados suficientes que permitam descartar riscos para a saúde humana. Noutros 26 países, como Estados Unidos, Austrália, Brasil, Canadá, Indonésia, México, Filipinas, pelo contrário ele é utilizado.

O mesmo vai acontecer com o uso da hormona somatotropina bovina empregada, principalmente, em vacas leiteiras para aumentar a sua produtividade, e conseguir entre 10% e 20% mais leite. No entanto, vários são os efeitos secundários associados à sua utilização em animais (esterilidade, inflamação dos úberes, aumento da hormona do crescimento…) e o seu impacto nos humanos (alguns estudos ligam-no a um incremento do risco de cancro da mama ou da próstata e ao crescimento das células cancerosas). Por isso, a União Europeia, o Canadá e outros países proibiram o seu uso e a importação de alimentos de animais tratados com ela. Mesmo assim, outros países, principalmente os Estados Unidos, utilizam-na. O que é certo é que a empresa norte-americana Monsanto, a número um das sementes transgénicas, é a única do mercado que comercializa essa hormona, com o nome comercial de Posilac. Que coincidência.

Frangos clorados

A carne de frango “desinfetada” com cloro chegará também à nossa mesa. Se na Europa se utiliza um método de controlo de doenças das aves, desde a cria passando pelo seu desenvolvimento e sacrifício até à sua comercialização, com carácter preventivo, nos Estados Unidos optaram por otimizar custos baixando os padrões de segurança alimentar. Deste modo, as aves criadas e sacrificadas são desinfetadas unicamente no final da cadeia, submergindo-as numa solução química antimicrobiana geralmente à base de cloro ou, o que é o mesmo, dando-lhes simplesmente “um banho de cloro”. Assim os frangos ficam “limpos”, sem bactérias, bem branqueados, e o seu tratamento sai muito mais barato. Uma vez mais, tudo pelo dinheiro.

Mas que consequências pode ter isto para a nossa saúde? Na União, desde 1997, proíbe-se a entrada de carne de aves de capoeira dos Estados Unidos, devido a esses tratamentos e aos resíduos de cloro ou outras substâncias químicas empregadas para a sua desinfeção que podem persistir na carne que depois consumimos. Além disso, a indústria pecuária norte-americana afirma que estes tratamentos permitem eliminar os microrganismos patogénicos, no entanto as infeções não diminuem significativamente e inclusive o uso continuado de desinfetantes pode acabar por provocar resistências.

Dizem-nos que os padrões de segurança alimentar norte-americanos são dos mais seguros. Não apontam na mesma direção alguns relatórios que constatam que uma em cada quatro pessoas, 76 milhões, por ano nos Estados Unidos adoecem com doenças provocadas pelo consumo de alimentos. Destas, 325 mil são hospitalizadas e 5 mil morrem. Os peritos assinalam que a maioria dos casos poderia ser evitado com melhorias no sistema de controlo alimentar. Tirem as vossas conclusões.

Já vai sendo hora de dizermos ao TTIP: tirem as vossas mãos sujas da comida!

Artigo publicado em publico.es em 31 de dezembro de 2014. Tradução de Carlos Santos para esquerda.net

SYMPHONY FOR PALESTINE

Eu também creio . . . Um lindo "CREDO" para 2015 !


"Creio nos anjos que andam pelo mundo,
creio na deusa com olhos de diamantes,
creio em amores lunares com piano ao fundo,
creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes;
creio num engenho que falta mais fecundo
de harmonizar as partes dissonantes,
creio que tudo é eterno num segundo,
creio num céu futuro que houve dantes,
creio nos deuses de um astral mais puro,
na flor humilde que se encosta ao muro,
creio na carne que enfeitiça o além,
creio no incrível, nas coisas assombrosas,
na ocupação do mundo pelas rosas,
creio que o amor tem asas de ouro. amém."

Natália Correia

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

PAVLOVA DE FRAMBOESAS


4 claras
225g de açúcar
1 colher de chá de farinha maisena
1 colher de chá de vinagre de vinho branco
Para a cobertura:
200ml de natas de bater
Raspa de 1 limão
1 colher de chá de extracto de baunilha
300g de framboesas (mas podem usar outros frutos silvestres congelados. Eu tinha as framboesas congeladas pró natal )
Açúcar em pó para polvilhar

Ligue o forno a 180º com ventilação.

Bata as claras em castelo. Quando estiverem bem firmes junte a pouco e pouco o açúcar (cerca de duas colheres de sopa de cada vez) deixando envolver bem antes de adicionar mais e sem nunca parar de bater. Depois de esgotar o açúcar continue a bater durante mais uns 3 a 4 minutos ou até o merengue ficar bem robusto e brilhante, fazendo picos.

Junte a maisena e o vinagre e bata só para envolver.

Há quem coloque nesta fase umas gotas de extracto de baunilha - é opcional. Eu só as usei para a cobertura, para aromatizar o chantilly.

Coloque o merengue sobre uma folha de papel vegetal não untado e com a espátula espalhe, rodando, para fazer um círculo de cerca de 20cm de diâmetro. Faça uma cavidade ligeira no centro para facilitar a colocação posterior da cobertura.

Coloque no forno, baixe imediatamente a temperatura para 120º ventilado e deixe cozinhar durante 1 hora e 30 minutos.

Desligue o forno e deixe o merengue arrefecer totalmente no interior (se o fizer no dia anterior deixe-o durante a noite).

Depois de frio retire o papel vegetal com cuidado e coloque a Pavlova num prato de servir. Ela estala com facilidade, por isso faça este trabalho com "dedinhos de lã".

Junte numa taça as natas acabadas de sair do frigorífico, bem frias, junte a raspa de limão e o extracto de baunilha e bata em velocidade média até ficar chantilly - atenção que para o chantilly sair bem, não se pode bater com velocidade muito forte.

Cubra a pavlova com este chantilly, coloque a fruta por cima e polvilhe com açúcar em pó.

BOM APETITE !