quinta-feira, 30 de julho de 2015

CONSEQUÊNCIAS DA CRISE NA GRÉCIA!


1. Zeus vende o trono para uma multinacional coreana.
2. Aquiles vai tratar o calcanhar na saúde pública.
3. Eros e Pan inauguram prostíbulo.
4. Hércules suspende os 12 trabalhos por falta de pagamento.
5. Narciso vende espelhos para pagar a dívida do cheque especial.
6. O Minotauro puxa carroça para ganhar a vida.
7. A Acrópole é vendida e aí é inaugurada uma Igreja Universal do Reino de Zeus.
8. Eurozona rejeita Medusa como negociadora grega:"Ela tem minhocas na cabeça!"
9. Sócrates inaugura Cicuta's Bar para ganhar uns trocados.
10. Dionisio vende vinhos à beira da estrada de Marathónas.
11. Hermes entrega currículo para trabalhar nos correios. Especialidade: entrega rápida.
12. Afrodite aceita posar para a Playboy.
13. Sem dinheiro para pagar os salários, Zeus libera as ninfas para trabalharem na Eurozona.
14. Ilha de Lesbos abre resort hétero.
15. Para economizar energia, Diógenes apaga a lanterna.
16. Oráculo de Delfos vaza números do orçamento e provoca pânico nas Bolsas.
17. Ári​​es, deus da guerra, é preso em flagrante desviando armamento para a guerrilha síria.
18. A caverna de Platão abriga milhares de sem-teto.
19. Descoberto o porquê da crise:

os economistas estão todos falando grego!!!

Quadro de Rembrandt

Muita criatividade e ousadia!!! (vídeo curto, menos de 2 min)A patrulha da noite, quadro de Rembrandt (1642), foi o mote.

Na Holanda, os gestores do Rijksmuseum tiveram uma excelente ideia:
Levar o museu às pessoas, esperando que depois elas se dirijam ao museu.
Escolheram o quadro de Rembrandt, acima referido, como mote.
Aqui podem ver o resultado do espectáculo/montagem, exibido num centro comercial.
CLICAR :
http://www.youtube.com/embed/a6W2ZMpsxhg?feature=player_embedded




terça-feira, 28 de julho de 2015

sexta-feira, 24 de julho de 2015

A indústria farmacêutica é considerada por muita gente uma verdadeira farsa, que apenas tem como objectivo arrancar-nos o máximo de dinheiro possível, aproveitando-se na falta de saúde da população, em vez de cuidar da nossa saúde.


Estima-se que durante a nossa vida, todos nós ingerimos imensos medicamentos e do mais variado tipo, para remediar algum tipo de patologia. Porém, muitas dessas situações poderiam ser resolvidas com remédios naturais que foram usados pelos nossos antepassados para tratar diversas doenças e problemas de saúde.

Esses remédios naturais usados pelos nossos antepassados, deixaram de ser usados e de se falar neles, porque na realidade com o tempo fomos tornando-nos mais preguiçosos, e além disso é mais fácil ir à farmácia comprar um medicamento, do que recorrer a produtos naturais.

Outro motivo do desaparecimento de muitos remédios naturais prende-se no facto de que prejudica o negócio das farmacêuticas e por isso se tornam indesejáveis.


Existem diversos remédios caseiros para os mais diversos problemas de saúde, mas um dos mais versáteis e menos conhecidos é mesmo o mel com canela.
A combinação do mel com a canela utilizou-se durante vários séculos, estes ingredientes tem propriedades curativas que se utilizaram durante muito tempo e que naturalmente devíamos continuar a utilizar.
Esta combinação ajuda a prevenir ataques de coração, prevenir AVC, reduz o colesterol, fortalece o sistema respiratório e o coração. O mel é o único alimento no mundo que no seu estado puro não se estraga ou apodrece, estando sempre pronto a usar quando o necessite.

Veja algumas das aplicações desta combinação de mel com canela:

Infecções da bexiga
Desfazer-se deste problema de saúde tão desagradável não é difícil, quando temos os incríveis benefícios da canela e do mel. Misture duas colheres pequenas de canela com duas colheres grandes de mel num copo com água morna. Esta combinação ingerida aos poucos ajuda a destruir as bactérias que residem na bexiga.

Doenças do coração
Misture meia colher de canela com uma colher de mel e ingira esta mistura todas as manhãs. Esta combinação ajuda a prevenir ataques do coração, reduz o colesterol, fortalece o coração e regulariza seu ritmo.

Dor de dentes
Se sofre gengivite ou dor de dentes, coloque na boca uma colher de mel misturada em meia colher de canela e deixe desfazer na boca, isso fará reduzir a infecção e a dor.

Para o acne
Esqueça os cremes vendidos para tratar o acne, utilize a canela e o mel e partes iguais misturados e aplique na zona afectada antes de ir para a cama, lave bem quando acordar na manha seguinte e em poucos dias notará muita diferença.

Artrite
Se sofre de artrite tome 2 vezes por dia uma mistura de 2 colheres de mel e meia colher de canela num copo com água morna, esta combinação ajuda a controlar a dor causada pela artrite.

Dores de estômago
Se sofre de dores de estômago ou azia, misture duas colheres de mel com uma colher de canela num pouco de água morna e ingira devagar, essa mistura aplicada lentamente ao nosso esófago e estômago ajuda a melhorar a digestão, alivia os gases, a azia e as dores de estômago.

Para as constipações e tosse
Esta receita serve também para curar e prevenir constipações e tosse.

Infecções ligeiras na pele
Misturar mel e canela em partes iguais e aplicar sobre a infecção, vai se surpreender com a rapidez que a infecção desaparece.

Baixar de peso
A combinação de mel e canela ajuda a ativar o metabolismo e a reduzir a ansiedade por consumir açúcar. Além disso, a canela é um bom regulador dos níveis de glicose no sangue, ajudando também a eliminar o excesso de líquidos e gordura no nosso organismo.

Combater a insónia
Se tem dificuldade para dormir, tome a mistura de uma colher de sopa de mel, com cerca de meia colher de canela num copo com água morna antes de deitar, vai reconfortar o organismo e facilitar o relaxamento, ajudando a dormir melhor.

" Os amigos " de Camilo Castelo Branco






Hoje escolhi trazer aqui um poema de Camilo Castelo Branco, que é dos que mais gostei. Camilo, neste soneto , demonstrou boa dose de humor, ridicularizando os "amigos" que o abandonaram quando cegou. É portanto uma lição de vida, que demonstra que a verdadeira amizade é aquela que não é circunstancial, mas a que se revela a todo tempo sempre presente, partilha alegrias, êxitos, tristezas e sofrimentos.
"Amigos" de circunstância são-no na ocasião e no momento, esfumam-se e são relevados pelo tempo.

" OS AMIGOS"

Amigos cento e dez, e talvez mais,

eu já contei. Vaidades que eu sentia!
Pensei que sobre a terra não havia
mais ditoso mortal entre os mortais.

Amigos cento e dez, tão serviçais,
tão zelosos das leis da cortesia,
que eu, já farto de os ver, me escapulia
às suas curvaturas vertebraís.

Um dia adoeci profundamente.
Ceguei. Dos cento e dez, houve um somente
que não desfez os laços quase rotos.

- Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego, não nos pode ver". .
- Que cento e nove impávidos marotos!


Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco ( nasceu em Lisboa, 16 de Março de 1825 — e morreu em S. Miguel de Seíde, Famalicão 1 de Junho de 1890). Camilo foi romancista, além de cronista, crítico, dramaturgo, historiador, poeta e tradutor. Foi o primeiro escritor de língua portuguesa viver exclusivamente dos seus escritos literários e o maior romancista português do século XIX (19).

A Ordem Criminosa do Mundo





Excelente documentário exibido pela TVE espanhola, que aborda a visão de dois grandes humanistas contemporâneos sobre o mundo actual: Eduardo Galeano e Jean Ziegler.

Pode se dizer que há algo de profético em seus depoimentos, pois o documentário foi feito antes da crise que assolou os países periféricos da Europa, como a Espanha.

A Ordem Criminal do Mundo, o cinismo assassino que a cada dia enriquece uma pequena oligarquia mundial em detrimento da miséria de cada vez mais pessoas pelo mundo.

O poder se concentrando cada vez mais nas mãos de poucos, os direitos das pessoas cada vez mais restritos.

As corporações controlando os governos de quase todo o planeta, dispondo também de instituições como FMI, OMC e Banco Mundial para defender seus interesses.

Hoje 500 empresas detém mais de 50% do PIB Mundial, muitas delas pertencentes a um mesmo grupo.

A História dos Direitos Humanos (legendado)

Quem matou o carro eléctrico?



Em 1996, pensando em reduzir o efeito dos gases estufa, o Estado da Califórnia exigiu que as montadoras fabricassem uma pequena percentagem de carros que não emitissem poluentes, isso quer dizer, carro eléctrico.

As montadoras, então, se focaram em duas linhas de frente: 1-fazer o carro para cumprir a lei, 2-derrubar a exigência legal através de lobistas.

Conseguiram fabricar o carro, a exemplo dos EV1 da GM, que eram muito mais eficientes, duráveis, ágeis, silenciosos e sustentáveis que o velho carro de motor a combustão. Foi uma grande evolução para o meio-ambiente.

Mas conseguiram também derrubar a lei e, então, obrigaram os usuários (inclusive Tom Hanks e Mel Gibson) a devolver seus veículos eléctricos que estavam em leasing e... os destruíram!

Você tem ideia da razão de interesses estariam por trás de destruir os melhores carros até então construídos? O filme mostra esclarece, derrubando todos os mitos gerados pro interesses corporativos.


domingo, 19 de julho de 2015

JORNALISMO, ÉTICA E NEUTRALIDADE


Carlos Braga

Diz o jornalista Bernardo Ferrão que muitos vêem, em Sampaio da Nóvoa (e neles certamente se inclui e revê) um homem carregado de "abrilismos vazios". Era bom que nos explicasse o que é que isto significa. E, já agora - acreditemos na dialéctica - que nos dissesse também o que significa, para si, a expressão "abrilismos cheios". Esta lengalenga dos "abrilismos", dos "abrilinos" e dos que em vez de dizerem 25 de Abril preferem dizer vinte e cinco barra quatro (25/4) é uma linguagem velha e revelha, típica da retórica da direita política, nomeadamente da sua ala mais conservadora.

Diz o jornalista Henrique Monteiro que odeia os que sublinham que o ministro das finanças alemão "anda numa cadeira de rodas", porque "nunca o fariam se ele fosse de esquerda". É pena que não nos diga como se comportaria a direita caso Schauble fosse de esquerda. E como não o diz, perpassa a ideia que conceitos como o de humanidade, ou o de tolerância, são atributos da direita. Assim se inverte a conhecida argumentação estalinista da pretensa "superioridade moral" da esquerda.

De Varoufakis (outro perigoso esquerdista...) diz ser alguém "cujo ego monumental lhe tolhe a lucidez". Olha quem fala! Quem assim perora é alguém que, há uns tempos, a pretexto de apoucar José Sócrates, resolveu encetar uma atrevida incursão na moral kantiana. Não hesitou mesmo em destapar alguns dos seus habituais frasquinhos de sabença, donde retirou algumas tiradas sobre Kant (do tipo "imperativo categórico" e outras que tais, assim como quem quer vincar bem a diferença entre quem sabe e quem julga que sabe).

Estes dois exemplos mostram bem como, a coberto duma enganadora neutralidade e objectividade jornalísticas, se proferem raciocínios vincadamente ideológicos. Mesmo quando se trata de raciocínios com a profundidade de uma tábua rasa.

Falamos de um tipo de jornalismo que utiliza de forma acrítica o discurso dos políticos e que por isso não passa de uma caixa de ressonância desses mesmos discursos. António Guerreiro retratou acertadamente essa forma de fazer jornalismo, nestas avisadas palavras: "jornalistas e políticos (...) pertencem à mesma classe, funcionam segundo a mesma lógica e falam a mesma linguagem".

São jornalistas. Umas vezes deselegantes e outras intolerantes. Intolerantes que lêem Kant, bem entendido.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Sabes o que acontece se aplicares Vic VapoRub na planta dos pés? Um resultado milagroso!


Quase ninguém sabe disto, mas ficas agora a saber que a planta dos pés tem a capacidade de absorver vários géneros de óleos, levando-os para o interior do nosso corpo.
E como não te vais acreditar, então faz este teste rápido, coloca um alho pressionado pelo pé contra o chão, e aguenta assim algum tempo… Passados 20 minutos vai sentir o sabor a alho na boca (faça o teste e comprove).


Alguns de nós temos usado o Vick Vaporub durante muitos anos como remédio para muitas coisas, mas nunca se tinha ouvido falar nisto. O que é certo, é que funciona a 100% de todas as vezes que se faz, apesar de os cientistas nao conseguirem encontrar explicação para que isso aconteça.


Para deter a tosse noturna tanto de uma criança como de um adulto, espalhe Vick Vaporub generosamente sobre a planta dos pés, e cubra logo com meias! Mesmo a tosse mais persistente, forte e profunda, irá parar no máximo em 5 minutos, e vai lhe dar muitas horas de alívio!
Funciona a 100% de todas as vezes que se faz, e funciona melhor nas crianças, tendo um efeito mais rápido e longo.


Além disso, é extremamente calmante e reconfortante, enquanto se dorme profundamente.
É surpreendente ver que é mais eficaz que os medicamentos prescritos para as crianças para essa causa.
Se você tem filhos, netos, ou amigos, partilhe esta mensagem. E se estiver com tosse ou conhecer alguém que esteja, experimente este método e comprove como é uma verdade surpreendente. Irá ficar maravilhado quando ver que funciona e se sentir mais aliviado!

Revelar origem da dívida grega provocaria revolução financeira mundial, diz auditora


Membro da comissão que auditou parte da dívida pública grega, Maria Lúcia Fattorelli questiona: é 'rídiculo' culpar Atenas pela crise europeia

15/07/2015

Por Vanessa Martina Silva,

Do Opera Mundi


Foto: Reprodução


A pressão realizada pelos credores europeus para que a Grécia aceitasse o acordo para um resgate financeiro foi, na verdade, uma tentativa de impedir que se conheçam as origens “ilegais e ilegítimas” da dívida, uma vez que isso provocaria “uma revolução no sistema financeiro mundial”. É o que defende Maria Lucia Fattorelli, auditora aposentada da Receita Federal, que fez parte, no início do ano, das primeiras atividades da comissão internacional que realizou a auditoria da dívida grega, a convite da presidente do Parlamento grego, Zoe Konstantopoulou.

As conclusões iniciais a que o levantamento, do qual Fattorelli fez parte nas primeiras sete semanas de investigação, revelam que “os mecanismos inseridos nesses acordos [de resgate do país] eram para beneficiar os bancos e não a Grécia. (…) A questão é: por que eles [troika] têm que jogar tão pesado?”. Ela responde: “Porque a Grécia pode revelar o que está por trás. A tragédia da Grécia esconde o segredo dos bancos privados. Ela poderia colocar a nu as estratégias utilizadas para salvar bancos e colocar em risco toda a zona do euro, toda a Europa”, aponta a também fundadora do movimento “Auditoria Cidadã da Dívida” no Brasil.

Fattorelli explica que no mesmo dia em que foi criado, em 2010, o plano de suporte à Grécia, a Comissão Europeia criou uma empresa privada em Luxemburgo e os países europeus se tornaram sócios da mesma, colocando garantias na ordem de 440 bilhões de euros, e que um ano depois chegaram à soma de 800 bilhões. A empresa, explica Fattorelli, serviu para “fazer o repasse de papéis podres dos bancos para os países, utilizando o sistema da dívida”. Paralelamente, também no mesmo dia, o Banco Central Europeu anuncia um programa de compra de papéis no mercado para ajudar bancos privados: “Isso é um escândalo. É ilegal, mas é colocado como se isso tivesse sido feito para salvar a Grécia”, aponta a economista.

“Eles poderiam vir a público denunciando o que já foi descoberto, as irregularidades que já foram apuradas. Todos nós gostaríamos que a Grécia reagisse agora diante dessa camisa de força do euro, desse poder dado ao Banco Central Europeu, das instituições acima dos países e toda essa situação financeira de dependência”, comenta a auditora, fazendo referência ao fato de que o sistema do euro impede que os países-membros exerçam uma política monetária independente.

Questionada sobre a possibilidade de os termos do acordo com a Grécia serem uma “punição política” ao premiê grego e também um recado aos demais países em dificuldades na Europa - como Portugal, Irlanda, Itália e Espanha -, Fattorelli observa que essa é a estratégia que vem sendo adotada desde 2010. "A Grécia foi colocada sob os holofotes da grande mídia no mundo inteiro como se fosse a responsável pela crise Europeia. Isso é ridículo, porque quando você olha o tamanho da economia grega, em comparação com a europeia, o PIB da Grécia é em torno de 3% do europeu. Então, como 3% pode abalar 97%? Isso é uma criação e é absurdo que ninguém questione isso”, afirma.

Maria Lucia Fattorelli | Foto: Nilson Bastian/Câmara dos Deputados


Reestruturação da dívida

Apontada por Tsipras como uma vitória nas negociações com os credores, a reestruturação da dívida é, na opinião da auditora, contra indicada caso não tenha sido concluída a auditoria da dívida.

Fattorelli explica que se for feita neste momento, o país “vai reestruturar grande parte de uma dívida que deveria ser anulada. Antes de reestruturar, deveria ser concluída a auditoria para que se analise o que realmente deve ser reestruturado. Agora, como está, vão empacotar tudo junto: a parte ilegal e a ilegítima”, esclarece.

Entre a dívida ilegal, ela aponta os quase 50 bilhões de euros usados para salvar os bancos nos últimos anos. “Isso não é dívida pública, isso é outra coisa. Deveria ser considerado um empréstimo aos bancos privados, não uma dívida pública do país”, destaca.

Perda da soberania

Após a assinatura do acordo por Tsipras, analistas e mesmo setores da esquerda grega avaliaram que a adoção das medidas caracteriza uma perda da soberania do país. Fattorelli discorda. Para ela, Atenas perdeu a soberania já em maio de 2010, quando foi assinado o primeiro pacote de resgate e a troika [conjunto de credores gregos formado por FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia] "passou a mandar lá".

"Inclusive, a lei vigente sobre esses acordos é a lei inglesa, não é a grega. Além disso, se a Grécia tiver que ir a algum tribunal, ficará submetida ou ao tribunal de Luxemburgo ou ao de Londres”, acrescenta Fattorelli, que considera essa situação jurídica "um abuso".

Ela avalia, no entanto, que a oportunidade que os gregos tinham agora de retomar as rédeas sobre os rumos do país foi perdida. “O país está à venda desde que foram criados o fundo de estabilização para salvar os bancos e o fundo de privatização. Ambos determinados pelo FMI em 2010”.

‘Sistema é inviável’

A crise grega abre a possibilidade de que se discuta a fundo a questão do sistema da dívida, defende Fattorelli. No país helênico, os "bancos privados criaram derivativos em cima de derivativos. Papéis podres que estavam inundando seus balanços. Ou seja, eles estavam quebrados, mas foram considerados grandes demais para quebrar e continuaram com seus patrimônios intocáveis”. Contudo, quem está assumindo esse ônus são os países, “e é um ônus que não tem fim”, aponta.

“O último dado conhecido do volume de derivativos tóxicos divulgado pelo BIS (Banco Central dos Bancos Centrais), em 2011, informava que o montante chegava a 11 PIBs mundiais. Então eu questiono: esse salvamento vai resolver alguma coisa? Não! Será somente o adiamento até uma nova crise. E aí o que vai ser feito depois?”, indaga.

Na verdade, esse sistema “além de não ter lógica está comprometendo o emprego real, está comprometendo a indústria, o comércio. Ou seja, toda a economia real está comprometida, assim como a vida das pessoas”. Ela ressalta, no entanto, que isso não ocorre só na Grécia: “olha no Brasil, o que está acontecendo [com o ajuste fiscal levado a cabo pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy]. É o mesmo esquema, o mesmo sistema da dívida atuando”.

Argentina e Equador

Para um melhor entendimento da crise grega, Fattorelli a comparou à que foi vivenciada pela Argentina em 2000: “depois de cumprir todas as privatizações que o FMI queria, o fundo deu as costas ao país e deixou espaço aberto para os bancos privados oferecerem o acordo. Eles colocaram juros equivalentes ao crescimento do PIB e como consequência, hoje a dívida argentina já é um problema novamente e não significou nenhum benefício aquilo [o receituário do FMI]. Além disso, o país também não fez a auditoria”.

Em 2008, o presidente equatoriano, Rafael Correa, anunciou que não pagaria parte da dívida externa do país, após a realização de uma auditoria, da qual Fattorelli participou. A diferença do pequeno país sul-americano para a Grécia, Argentina ou mesmo o Brasil é explicada pela economista: “Correa conseguiu enfrentar o sistema porque, como o Syriza, chegou ao poder sem financiamento privado, não chegou lá atrelado aos interesses dos financiadores. Se olharmos no site do TSE [Tribunal Superior Eleitoral] do Brasil, quem financiou as campanha presidenciais e legislativas foram os bancos privados e as grandes corporações”, aponta.

Ela conta também que o processo completo no Equador durou um ano e quatro meses. Além disso, o relatório foi submetido a um crivo jurídico nacional e internacional para garantir sua legitimidade.

Outro ponto é que o Equador, que diminuiu em 70% o valor devido aos credores, tinha, segundo Fattorelli, dinheiro para recomprar a dívida: "Fez a proposta e honrou".

“O problema da Argentina [de 2000] é que não fez auditoria, chegou ao fundo do poço e quebrou. Já a Grécia, quando o Syriza chegou ao poder, já estava quebrada e dentro da camisa de força da estrutura da zona do euro, em que não tem moeda própria. Nesse aspecto, a situação grega é até pior do que a Argentina, que tinha moeda própria”, acrescenta.

Solução possível

Apesar das conclusões de Fattorelli, ela não considera que o acordo feito por Tsipras era o único possível: “Eles poderiam criar uma moeda paralela temporária — solução apontada por economistas famosos, inclusive — até resolver a situação. Se adotassem isso, fariam um bem a toda a humanidade. Mas prosseguir com este modelo suicida não tem futuro”.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

O homem e a mulher

   -O homem é a mais elevada das criaturas ; a mulher é o mais sublime dos ideais .
   -O homem é a águia que voa ; a mulher o rouxinol que canta . Voar é dominar o espaço , cantar é conquistar a alma .
   -O homem é o cérebro ; a mulher o coração . O cérebro produz luz , o coração faz amor . A luz fecunda , o amor ressuscita .
   -O homem é génio ; a mulher é anjo . O génio é incomensurável , o anjo é indefinível . Contempla-se o infinito , admira-se o inefável .
   -A aspiração do homem é a suprema glória ; a aspiração da mulher é a virtude extrema . A glória constrói o grande , a virtude o divino .
   -O homem tem a supremacia ; a mulher a preferência . A supremacia significa a força , a preferência representa o direito .
   -O homem é forte pela razão ; a mulher é invencível pelas lágrimas . A razão convence , as lágrimas comovem .
   -O homem é capaz de todos os heroísmos ; a mulher de todos os martírios . O heroísmo enobrece , o martírio sublima .
   -O homem tem um farol : a consciência ; a mulher uma estrela : a esperança . O farol guia , a esperança salva .
 
  Enfim , o homem está colocado onde termina a terra ; a mulher , onde começa o céu !

domingo, 12 de julho de 2015

"Na Grécia a dignidade venceu a cobiça"


Anabela de Araújo


Não resisti...

Na Grécia a dignidade venceu a cobiça

08/07/2015

"Há momentos na vida de um povo em que ele deve dizer Não, para além das possíveis consequências. Trata-se da dignidade, da soberania popular, da democracia real e do tipo de vida que se quer para toda a população.
Há cinco anos que a Grécia se debate numa terrível crise econômico-financeira, sujeita a todo tipo de exploração, chantagem e até terrorismo por parte do sistema financeiro, especialmente de origem alemã e francesa. Ocorria uma verdadeira intervenção na soberania nacional com a pura e simples imposição das medidas de extrema austeridade excogitadas, sem consultar ninguém, pela Troika (Banco Central Europeu, Comissão Européia e o FMI).
Tais medidas implicaram uma tragédia social, face à qual o sistema financeiro não mostrava nenhum sentido de humanidade. “Salve-se o dinheiro e que sofra ou morra o povo”. Efetivamente desde que começou a crise ocorreram mais de dez mil suicídios de pequenos negociantes insolventes, centenas de crianças deixadas nas portas dos mosteiros com um bilhete das mães desesperadas:”não deixem minha criancinha morrer de fome”. Um sobre quatro adultos estão desempregados, mais da metade dos jovens sem ocupação remunerada e o PIB caiu 27%. Não passa pela cabeça dos especuladores que atrás das estatísticas se esconde uma via-sacra de sofrimento de milhões de pessoas e a humilhação de todo um povo. Seu lema é “a cobiça é boa”. Nada mais conta.
Os negociadores do novo governo grego de esquerda, do Syriza, com o primeiro ministro Alexis Tsipras e seu ministro da fazenda um acadêmico e famoso economista da teoria dos jogos Yanis Varoufakis que quiseram negociar as medidas de austeridade duríssimas encontraram ouvidos moucos. A atitude era de total submissão:”ou tomar ou deixar”. O mais duro era o ministro das Finanças alemão Wolfgang Sträuble:”não há nada para negociar; apliquem-se as medidas”. Nem pensar numa estratégia do ganha-ganha, mas pura e simplesmente do ganha-perde. A disposição era de humilhar o governo de esquerda socialista, dar uma lição para todos os demais países com crises semelhantes (Italia, Espanha, Portugal e Irlanda).
A única saída honrosa de Tsipras foi convocar um referendo: consultar o povo sobre se diria um Não (OXI) ou um Sim (NAI). Qual a posição face à inflexibilidade férrea da austeridade que aparece totalmente irracional por levar uma nação ao colapso, exigindo uma cobrança da dúvida reconhecidamente impagável. O própro Governo propôs a consulta e sugeriu o Não. Os credores e os governos da França e da Alemanha fizeram ameaças, praticaram um verdadeiro terroismo nas palavras do ministro Varoufakis e falsificaram as informações como se o referundo fosse para ficar na zona do Euro ou sair, quando na verdade não se tratava nada disso. Apenas era de aceitar ou rejeitar o “diktat” das instituições financeiras européias. A Grécia quer ficar dentro da zona do Euroa.
A vitória de domingo dia 5 de julho foi espetacular para o Não: 61% contra 38% do Sim. Primeira lição: os poderosos não podem fazer o que bem entendem e os fracos não estão mais dispostos a aceitar as humilhações. Segunda lição: a derrota do Sim mostrou claramente o coração empedernido do capital bancário europeu. Terceiro, trouxe à luz a traição da Unidade Européia a seus próprios ideais que era a integração com solidariedade, com igualdade e com assistência social. Renderam-se à lógica perversa do capital financeiro.
A vitória do Não representa uma lição para toda a Europa: se ela quer continuar a ser súcuba das políticas imperiais norteamericanas ou se quer construir uma verdadeira unidade européia sobre os valores da democracia e dos direitos. O insuspeito semanário liberal Der Spiegel advertia que através da Sra. Merkel, arrogante e inflexível, a Alemanha poderia, já pela terceira vez, provocar uma tragédia européia. Os burocratas de Bruxelas perderam o sentido da história e qualquer referência ética e humanitária. Por vingança o Banco Central Europeu deixou de subministrar dinheiro para os bancos gregos continuarem a funcionar e os obrigou a fechar.
Uma lição para todos, também para nós: quando se trata de uma crise radical que implica os rumos futuros do país, deve-se voltar ao povo, portador da soberania política e confiar nele. A partir de agora os credores e as inflexíveis autoridades do zona do Euro terão pela frente não um governo que eles podem aterroizar e manpular, mas um povo unido que tem consciência de sua dignidade e que não se rede à avidez dos capitais. Como dizia um cartaz:”Se não morremos de amor, por que vamos morrer de fome”?
Na Grécia nasceu, pela primeira vez, a democracia mas de cunho elitista. Agora, nesta mesma Grécia, está nascendo uma democracia popular e direta. Ela será um complemento à democracia delegatícia. Isso vale também para nós no Brasil.
Um prognóstico, quiçá uma profecia: não estaria nascendo, a partir da Grécia, a era dos povos? Face às crises globais serão eles que irão às ruas, como entre nós e na Espanha e tentarão formular os parâmetros políticos e éticos do tipo de mundo que queremos para todos. Já não confiamos no que vem de cima. Seguramente o eixo estruturador não será a economia capitalista desmoronando, mas a vida: das pessoas, da natureza e da Terra. Isso realizaria o sonho do Papa Francisco em sua encíclica: a humanidade “cuidando da Casa Comum”.

Leonardo Boff

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Ladrões de Bicicletas: O novo caminho para a servidão

Ladrões de Bicicletas: O novo caminho para a servidão: Ao contrário do que os media dão a entender, o futuro da zona euro e da UE não se decide neste fim-de-semana. Já foi decidido no passado ...