ALEMANHA
Polícia alemã prende extremistas de direita
Seis suspeitos de fundar grupo terrorista de extrema direita teriam atacado estrangeiros e planejariam atentado. Gangue atuava na área de Chemnitz, cidade que foi palco de onda de protestos anti-imigrantes em agosto.
Protesto de extrema direita em Chemnitz
Uma megaoperação da polícia alemã prendeu nesta segunda-feira (01/10) seis homens suspeitos de fundar um grupo de radicais de extrema direita que participaram de um ataque contra estrangeiros na cidade de Chemnitz, no leste da Alemanha.
Os cidadãos alemães, com idade entre 20 e 31 anos, foram detidos por suspeita de formarem um grupo terrorista chamado "Revolução Chemnitz", com o objetivo de subverter o Estado democrático.
"Para este fim, eles planejavam lançar ataques violentos e armados contra estrangeiros e pessoas que tivessem visões políticas diferentes das deles”, afirmou a Procuradoria-Geral da Alemanha, sediada em Karlsruhe, através de nota. A célula também tentou obter armas de fogo.
Segundo os procuradores, os alvos incluíam representantes de diferentes partidos políticos, assim como representantes da sociedade civil.
As autoridades alemãs não afirmaram se os suspeitos estiveram envolvidos na organização da onda de protestos xenófobos registrada em Chemnitz no final de agosto, após a morte por esfaqueamento de um homem, supostamente vítima de um ataque realizado por um requerente de refúgio.
Mas os promotores informaram que em 14 de setembro pelo menos cinco dos suspeitos "armados com garrafas de vidro, luvas com soqueira e aparelhos de eletrochoque, atacaram e feriram vários residentes estrangeiros" em Chemnitz, pouco depois de uma manifestação do movimento populista de direita Pro Chemnitz.
"As investigações mostram que a agressão era um teste para um ataque marcado para 3 de outubro de 2018", disseram os promotores, referindo-se ao Dia da Unidade da Alemanha, comemorado na quarta-feira.
O que exatamente era planejado para o dia ainda continua sendo objeto de investigação.
Os cinco presos nesta segunda-feira são tidos como membros da liderança de gangues neonazistas, de holligans e skinheads de Chemnitz, tendo sido identificados como Sten E. e Hardy Christopher W., de 28 anos; Martin H., de 20 anos; Sven W., de 27 anos; Marcel W. e Tom W, de 30 anos.
Um outro suspeito, tido como um dos líderes do grupo, Christian K., de 31 anos, já estava preso desde em 14 de setembro, acusado por desordem pública.
Mais de 100 policiais foram mobilizados para realizar buscas em apartamentos e outros locais.
A semana de protestos xenófobos de agosto em Chemnitz chocou profundamente a Alemanha e levou a chanceler Angela Merkel a exortar os alemães a se levantarem contra a direita.
Merkel deve visitar Chemnitz em novembro, mas pode enfrentar uma recepção fria, já que há uma profunda frustração entre setores da população na região por causa de sua política liberal de migração, que permitiu a chegada à Alemanha de mais de um milhão de refugiados desde 2015.
MD/dpa/afp