quinta-feira, 31 de janeiro de 2019
Fernando Horta
Foto Leonardo Benassatto/Reuters
O pior homem que já pisou neste país, por Fernando Horta
Na década de 50, nos EUA, no auge das perseguições políticas do Macarthismo, os “condenados” por suas posições políticas eram colocados nas mesmas prisões que os piores criminosos daquele país. Estupradores, assassinos, e criminosos cuja imaginação comum apenas tangencia seus feitos eram mandados para prisões de “segurança máxima” e conviviam lado a lado com professores, trabalhadores e mesmo advogados que eram “julgados” comunistas.
A bibliografia sobre o período está recheada de casos neste sentido. Um condenado a prisão perpétua por crimes de assassinato e estupro, por exemplo, ao receber a visita da mãe ouviu dela um inusitado conselho: “Não se misture com aquela gente”. “Aquela gente”, nas palavras da mãe do apenado, eram os “comunistas”. Pessoas cujo único “crime” era pensar um mundo diferente, econômica e socialmente mais justo. “Aquela gente”, aos olhos da matriarca do apenado, estava abaixo, na escala de pecados, de seu filho que havia matado e estuprado várias pessoas.
A postura desta senhora, nos anos 50, não era um caso isolado. De fato, o macarthismo, através de uma campanha midiática e mentirosa, transformava seus alvos em indivíduos que as massas conservadoras julgavam não deveriam ter o direito sequer de respirar. A bestialidade chegava a tal ponto que não são poucos os casos de linchamento de pessoas nos EUA “suspeitos” de ligação com o comunismo. A violência das massas, legitimadas pela campanha de ódio, não se restringia apenas a comunistas, mas, como mostram os casos de Emmett Louis Till e Harry Hay, a questão racial e de sexualidade também atraíam o ódio e o desprezo.
“Comunista” era ligado narrativamente ao “negro vagabundo e ladino” e ao “homossexual depravado”.
Em 1953, num dos primeiros atos de seu governo, Eisenhower assinou uma lei que bania do serviço público norte-americano pessoas com “condutas sexuais pervertidas”. A designação de Eisenhower durou por quase 20 anos.
Comunistas, negros e homossexuais eram os piores dentre todos os que tinham pisado na Terra. A eles não era permitido que pensassem, que vivessem, que trabalhassem ... A presença da URSS evitou que muitas destas pessoas fossem sumariamente mortas, porque a propaganda seria péssima para o “mundo livre”, como os EUA faziam questão de serem chamados.
Suzanne von Richtofen foi condenada por manda matar os pais para ficar com a herança. Ela e os executores do crime (os irmãos Cravinhos) foram condenados a 39 anos e seis meses de reclusão. Suzanne tem garantidas as saídas da cadeia no Natal e até mesmo no dia dos Pais. Os irmãos Cravinhos, também são receptores da letra da lei e saem da cadeia no dia das mães além de darem entrevistas a jornais e televisões.
O ex-goleiro Bruno Fernandes foi condenado por ser o mandante do assassinato e destruição do corpo da mãe de seu filho, Elisa Samudio. Bruno, em conluio com comparsas, teria não apenas matado Elisa, mas dado seu corpo despedaçado para cães comerem. Em 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão. Durante os mais de seis anos que esteve preso, tanto Bruno, quanto seu cúmplice imediato “Macarrão” tiveram seus direitos respeitados quanto à “saída temporária” e até quanto a serem colocados em “regime semi-aberto”.
Numa república, a lei deve ser cumprida e parece que tanto Bruno, quando Suzanne, a despeito do quanto achemos selvagens seus crimes, tiveram respeitada sua humanidade. Humanidade que não lhes é dada (ou retirada) em função de seus comportamentos, mas que é – desde o século XVIII – a base do que se chama de “liberalismo político”. O homem tem direitos naturais que lhe assistem, indiferente ao que possa fazer ou pensar em vida. A base da sociedade contemporânea ocidental é o respeito inalienável a tais direitos como a vida, a inviolabilidade do corpo, à liberdade de pensamento e à propriedade privada.
Contudo, um homem que vive entre nós está na condição de ser o pior dos homens que já pisaram a Terra desde Adão e Eva. Segundo as duas juízas-carcereiras, colocadas para vigiar as portas da prisão do “mal encarnado”, este homem não merece sequer o custo das grades que lhe confinam ou da comida que come. Desrespeitar os direitos de alguém é dizer aberta e claramente que este sujeito não tem humanidade. Carolina Lebbos e Gabriela Hardt decidiram, entre turnos, manter “o pior homem entre nós” trancafiado sem poder sequer comparecer ao velório de seu irmão.
Para o judiciário brasileiro, que tem em Moro o símbolo-esperança e modelo de ação, Luís Inácio Lula da Silva está abaixo, na escala dos pecados, do que Bruno ou Suzanne. Lula está abaixo de Carlinhos Cachoeira, de Pimenta Neves (que em 2000 assassinou a esposa), dos irmãos Cravinhos, de Guilherme de Pádua (assassino de Gabriela Perez), entre outros.
O que fez o “pior dos homens” para merecer este tratamento? Quais crimes cometeu? Certamente crimes de imoralidade e desumanidade absolutas, que indicariam uma repulsa social acima de qualquer argumentação razoável. Que poderes tem este indivíduo, que deve ser proibido visitas, entrevistas e falas à imprensa? Que maldade e pecados encerra o homem a quem o judiciário brasileiro não permite sequer o cumprimento das suas próprias leis?
Lula foi condenado a 12 e um mês de prisão. Não há uma conta com dinheiro ilícito em seu nome. Não há um imóvel, carro, lancha, avião, iate ou joia que tenha sido aprendido ou descoberto em seu nome ou de familiares. Não há um documento seu assinado, uma ligação ou uma gravação telefônica sua ou de familiares que o tenham colocado em posição de ter cometido ato criminoso.
Lula foi condenado baseado num “powerpoint” de um procurador que na argumentação final usou teorias de probabilidade (que ele desconhece) para “provar” que Lula “tinha que ser culpado”.
Lula foi condenado por um ex-juiz que, após oito anos de investigações conseguiu apenas uma única palavra contra Lula. Moro reduziu a pena imposta por ele próprio a Léo Pinheiro, de 26 anos de prisão para pouco mais de dez anos, após Léo ter “colaborado” para a condenaçõa de Lula. Em segundo grau, o desembargador Gebran reduziu novamente a pena do empreiteiro de dez para três anos e seis meses de cadeia. E, enquanto você lê este texto, Léo Pinheiro está em casa, em “prisão domiciliar”.
Lula foi condenado por três desembargadores que, em suas sentenças finais, gastaram não mais do que cinco páginas para discutirem argumentos de acusação e defesa, e mais de quinze para elogiarem o colega ex-juiz Moro.
Lula foi condenado no processo mais rápido da história do TRF-4. Tempo suficiente para lhe retirar do pleito de 2018.
O pior dos homens entre nós, segundo o judiciário brasileiro, foi condenado por ter visitado um apartamento que lhe era oferecido para comprar. As provas se resumem a duas visitas e uma delação.
Este “monstro” precisa ficar enclausurado, longe da imprensa, da sociedade e do mundo, porque ele pode ser capaz das maiores insanidades sociais, como, por exemplo, chorar a morte do irmão ou, talvez, falar. E em falando, Lula pode vir a retirar o Brasil do coma induzido por nossas instituições. O perigo que representa a voz e o pensamento do homem que tirou 40 milhões de pessoas da pobreza, elevou o Brasil à sexta economia do mundo e deu escola e educação superior a mais gente do que todos os presidentes anteriores somados, é dele demonstrar a inaptidão, ignorância e incapacidade do atual governo. Este “inominável ser” deve ser mantido isolado, com focinheira e duas juízas especialmente designadas a ficarem monitorando as portas da cela.
Lula está preso sim ... se não estivesse o Brasil não estaria sendo governado por fascistas, exposto ao ridículo internacional e se submetendo aos desígnios da política externa de outros países.
Lula está preso sim e, graças às duas diligentes juízas, temos a certeza que a “pior criatura” que já pisou neste país não tem o direito sequer de velar seu irmão. E tudo isto pelo pavoroso crime de ter construído um Brasil mais justo e mais igual. Algo que a Justiça brasileira, a bem da verdade, nunca aceitou, em mais de 500 anos de história.
terça-feira, 29 de janeiro de 2019
Venezuela – Como se fabrica um golpe de Estado.
Por: Lidia Falcón - 28 de Janeiro de 2019
Publicado por Pùblico em 28 de janeiro de 2019
Diz-se que na guerra a primeira vítima é a verdade, e na guerra do império norte-americano e da direita mundial contra o governo bolivariano da Venezuela a verdade foi assassinada traiçoeiramente na propaganda de todos os meios de comunicação fascistas e reacionários.
Estou a ver na televisão as manifestações de milhares de pessoas contra Maduro e a favor do autoproclamado presidente Guaidó, enquanto este organiza uma conferência de imprensa para dezenas de meios de comunicação internacionais em plena rua. E os porta-vozes da direita, incluindo alguns esquerdistas reconvertidos, não param de qualificar a Venezuela de ditadura. Como cada vez devemos ser menos os sobreviventes da ditadura franquista quase ninguém dá testemunho daquilo que é uma ditadura. Na Venezuela convocaram-se eleições periodicamente durante vinte anos e a elas apresentaram-se todas as formações políticas que quiseram; os meios de comunicação da oposição difundem todas as críticas ao governo que entendem, incluindo um monte de falsidades como pude comprovar pessoalmente nas minhas viagens à Venezuela; ninguém é denunciado nem detido por criar um partido político contrário ao governo ou por organizar um acto público, na rua ou num local para criticar o regime. E continua a dizer-se desde o altifalante ocidental que a Venezuela é uma ditadura.
Produziram-se três golpes de Estado contra o governo bolivariano desde que Hugo Chávez ganhou as eleições em 1998
Desde 2002, na Venezuela, quando se organizou o primeiro golpe de Estado contra o comandante Hugo Chávez o governo bolivariano foi vítima de todo o tipo de conspirações para o derrubar. E a partir da eleição de Maduro a oposição montou os antros, grupos de rufias e assassinos que se dedicaram a assaltar e assassinar os manifestantes chavistas, atentados que também provocaram vítimas entre a população civil. Os EUA impuseram-lhe o boicote económico, nomeadamente ao petróleo, da mesma forma que o faz com Cuba, o que está a conduzir o país à escassez de alimentos e medicamentos.
Os golpes de Estado organizados pelos EUA na América Latina têm tido diferentes origens. Desde os que se impuseram rapidamente pela invasão militar do país: República Dominicana a primeira vez em 1916-1924, a segunda em 1965, em que o Corpo de Fuzileiros Navais entrou na ilha e mudou o governo que atuava naquele momento.
O golpe de estado que abalou a Guatemala em 1954 foi o resultado da operação encoberta chamada PBSUCCESS (Criptónimo CIA). Esta foi organizada pela CIA para derrubar Jacobo Arbenz Guzmán, o presidednte da Guatemala democraticamente eleito, por se opor aos interesses da United Fruit Company e por permitir que os membros do minoritário partido comunista da Guatemala —Partido Guatemalteco do Trabalho— influissem nas decisões mais importantes do seu governo.
Nicaragua, Granada, Panamá, Cuba, sofreram invasões diretas e a ocupação do país pelo exército dos EUA, para mudar governos e regimes. Salvador Allende, presidente democraticamente eleito no Chile pelo seu povo, foi assassinado no dia 11 de setembro de 1973 pelo golpe de Estado do general Pinochet, financiado e organizado por Kissinger, Secretário de Estado dos EUA.
No dia 28 de junho de 2009 o presidente das Honduras, Manuel Zelaya, foi sequestrado em sua casa pelo exército do seu país, a meio da noite, e enviado, em pijama, num avião para a Costa Rica, numa operação organizada e financiada pelos EUA. Zelaya pretendia mudar a Constituição mediante um referendo popular.
Outros golpes foram arquitetados mediante a pressão económica e mediática, ou organizando uma oposição armada no interior do país ou nas suas fronteiras, como sucedeu na Nicarágua. A intervenção do Departamento de Estado dos Estados Unidos e da CIA nos países latinoamericanos, desde a guerra de Cuba em 1898, é uma constante na história de ambos os continentes.
O governo dos EUA não pode consentir que no seu “pátio traseiro” se possam criar regimes socialistas. E muito menos na Venezuela, que possui as reservas de petróleo mais importantes do mundo, e coltane, ferro, diamantes.
O personagem que acaba de ser nomeado novo enviado dos EUA para Venezuela como representante especial do Governo de Trump, com o objetivo de encabeçar a “restauração da democracia” na Venezuela, é Elliott Abrams, o que foi o arquitecto do golpe contra Chávez em 2002. Espera que Abrams coordene todos os esforços diplomáticos dos EUA para substituir o presidente Nicolás Maduro pelo autoproclamado presidente Juan Guaidar, que foi reconhecido por Trump meia hora depois da sua autoproclamação.
Este tal Elliot Abrams , foi secretário de Estado adjunto de direitos humanos da Administração Reagan na década de 1980. Abrams apoiou os ditadores respaldados pelos Estados Unidos em Guatemala, El Salvador e Honduras. Também participou no escândalo Irán-Contra: altos funcionários do Governo de Reagan, apesar da proibição do Senado, autorizaram a venda de armas ao Governo do Irão durante a guerra Irão-Iraque. Depois utilizaram a receita dessas vendas para financiar o movimento armado Contra nicaraguense, criado pelos EUA para atacar o Governo sandinista.
Abrams, finalmente, foi declarado culpado de mentir ao Congreso sobre o caso Irão-Contra, mas foi indultado de imediato pelo presidente George H.W. Bush. Na década de 1990 converteu-se em membro fundador do Projeto para o Novo Século Americano, um grupo de peritos neoconservadores com ideias belicistas. Em 2001, voltou ao Governo estadounidense e foi nomeado diretor do Conselho de Segurança Nacional do presidente George W. Bush. Abrams exercia uma influência fundamental na política dos EUA no Médio Oriente nesse momento, e foi um dos arquitectos da guerra do Iraque de 2003. Além disso, desempenhou um papel chave na tentativa de golpe de Estado de 2002 na Venezuela contra o presidente Hugo Chávez, prejudicando a relação entre Washington e Caracas após o fracasso do complot.
Esta, e não outra, é a radiografía do papel que o Departamento de Estado dos Estados Unidos está a desempenhar na Venezuela contra os governos bolivarianos, desde 1998. Nada tem que ver com os planos do governo norteamericano a defesa dos direitos humanos, a implantação da liberdade e a luta contra a pobreza, e outros falsos argumentos que tanto Trump como os seus aliados de direita na América e na Europa estão a esgrimir. Entre outros, os ilustres líderes do PP e Ciudadanos, que nada dizem dos governos tirânicos da Arabia Saudita, do Kuwait, dos Emiratos árabes, do genocídio palestiniano por parte de Israel, dos continuados massacres no Iraque, Afeganistão, Líbia, Síria, da guerra no Iémen.
Como se fabricam as condições para justificar o golpe de Estado na Venezuela.
Desde o fracasso do golpe de 2002, os EUA e os seus aliados, e ante as evidentes dificuldades para proceder a uma invasão militar, decidiram bloquear a economia do país. A primeira medida foi baixar repentinamente o preço do petróleo, com o que prejudicavam também o Irão e a Rússia. Boicotou-se a produção e importação dos produtos de primeira necessidade. Tendo em conta a permissividade do governo bolivariano com os seus inimigos, os cinco grandes setores de produção fundamentais para a sobrevivência do país permanecem em mãos privadas sem que tenham sido confiscados e socializados, entre as quais se encontram as grandes empresas norteamericanas.
A comida que produz, importa, processa e distribui a empresa venezuelana La Polar, mantendo o monopólio que sempre teve, permite-lhe esconder e retirar do mercado os abastecimentos alimentares, provocando carestia e mal-estar na população. A roupa, o calçado, os tecidos, que se fabricam ou importam por várias multinacionais, são também objeto de sequestro por parte dessas corporações. Os productos farmacêuticos, os cosméticos, de higiene e de limpeza. O telefone fixo e móvel. E o petróleo, que apesar de ter sido nacionalizado somente se pode comercializar quando extraiu, refinou e transportou. Tudo operações que estão em mãos das empresas estadounidenses.
Dependente, portanto, o governo venezuelano do abastecimento e distribuição dos produtos de primeira necessidade por parte das empresas privadas, a contínua sabotagem e a ocultação de insumos causaram a pobreza e o mal-estar da população venezuelana, da mesma forma que no governo de Allende se sequestraram os alimentos, se confiscou o cobre e se mobilizaram certos setores, como os transportadores, contra o seu governo, antes de proceder ao golpe militar e assassinarem-no.
Ao mesmo tempo, faz-se uma campanha continuada contra o governo de Maduro em todos os meios de comunicação da oposição, imprensa escrita e digital, televisão, rádio, que ele nunca impediu, apesar do que transmitem as informações da direita.
A CIA organizou uma guerra de baixa intensidade na fronteira com a Colômbia com guerrilheiros sem ocupação, narcotraficantes e evasores de divisas, o que levou o governo a deslocar muitas forças armadas para os millares de quilómetros da fronteira com o país vizinho, provocando o desgosto das populações, da mesma maneira que organizou uma guerra na fronteira entre as Honduras e a Nicarágua que arruinou o governo sandinista.
Este é um resumo sumário e incompleto do papel do Departamento de Estado e da CIA estadounidenses no golpe de Estado que se está a perpetrar na Venezuela. Por isso é ainda mais infame o apoio que vários países europeus estão a dar ao usurpador Guaidó, e o ultimatum dado por Pedro Sánchez, absolutamente ridículo em termos de imposição sobre a soberania de outro país e que somente beneficia a direita do nosso país e a imposição imperialista.
Madrid, em 27 de janeiro 2019.
Texto disponível em https://blogs.publico.es/…/como-se-fabrica-un-golpe-de-est…/
Lidia Falcón é licenciada em Direito, em Arte Dramática e Doutora em Filosofia. Nomeada doutora Honoris Causa pela Universidade de Wooster, Ohio. É fundadora das revistas Vindicación Feminista, e Poder y Libertad, que atualmente dirige. Criadora do Partido Feminista de Espanha e da Confederação de Organizações Feministas do Estado Espanhol. Participou no Tribunal Internacional de Crimes contra a Mulher de Bruxelas, no congresso Sisterhood Is Global de Nova York, em todas as Feiras Internacionais do Livro Feminista e noutros Foruns Internacionais da Mulher.
É colaboradora de numerosos jornais e revistas de Espanha e dos Estados Unidos. Tendo 42 livros publicados, destacam-se no ensaio Mujer y Sociedad, La Razón Feminista, Violencia contra la mujer, Mujer y Poder Político e Los Nuevos Mitos del Feminismo e na obra narrativa Cartas a una idiota española, Es largo esperar callado, Los hijos de los vencidos, En el Infierno, El juego de la piel, Rupturas, Camino sin retorno, Postmodernos, Clara, Asesinando el Pasado, Memorias Políticas, Al Fin estaba Sola, Una Mujer de nuestro Tiempo, Ejecución Sumaria e o livro de poesias Mirar Ardiente y Desgarrado.
Seleção e tradução de Francisco Tavares
quinta-feira, 24 de janeiro de 2019
Manuela D'Ávila
Meu querido amigo Jean,
Li sua entrevista para a Folha com o coração na garanta e os olhos molhados. Coração e lágrimas que marcam nossa amizade e militância comum. São anos de uma amizade linda marcada por nossas dores comuns: a dor da solidão em Brasília, a dor da violência das mentiras, do preconceito, do machismo, da homofobia. Da raiva que provocamos com nossa simples existência e luta nos vermes que tomaram a política em nosso país.
Leio essa notícia e me lembro de nossas mensagens recentes. Da felicidade de podermos existir - frações de segundo - sem a quantidade de ódio que projetam sob nos. Difícil explicar a eles porque não suportamos a pretensa segurança dos carros blindados, das escoltas. Eles não sabem como lutamos pela nossa liberdade! Como nossa existência é construída em cada vivência! Não sabem como o menino Jean “apanhou” pra brilhar e para não morrer de fome. Não sabem que, se tivermos que andar com o vidro fechado, sem tomar o vento na cara, já morremos um pouco. E não queremos morrer nada!!!
Você foi meu ombro amigo quando eu decidi voltar pra perto de casa, abrindo mão de Brasília. Eu vivia o meu limite e queria estar perto daquilo que amo.
Fico feliz que agora você tenha optado por cuidar de si diante da enxurrada de ameaças que sofre. Você, corajoso como sempre, ao decidir abrir mão do mandato e sair do Brasil desnuda por todos nós, meu amigo querido, o terror em que vivemos, o ambiente fascistoide que tomou conta da sociedade brasileira.
Fico Feliz que cuide De sua cabeça e de seu coração. De sua saúde. De sua sanidade. Só assim você brilhará com a intensidade que tem. E sua luz, meu amigo querido, deixa cego aqueles que carregam apenas ódio e preconceito dentro de si.
Te amo. Seguimos juntos.
Dedico a você “Ela e eu”, a música que você cantou lindamente para mim no lançamento de minha candidatura
Há flores de cores concentradas
Ondas queimam rochas com seu sal
Vibrações do sol no pó da estrada
Muita coisa, quase nada
Cataclisma, os carnaval
Há muitos planetas habitados
E o vazio da imensidão do céu
Bem e mal, e boca e mel
E essa voz que Deus me deu
Mas nada é igual a ela e eu
Lágrimas encharcam minha cara
Vivo a força rara dessa dor
Clara como a luz do sol que tudo anima
Como a própria perfeição da rima para amor
Outro homem poderá banhar-se
Na luz que com essa mulher cresceu
Muito momento que nasce
Muito tempo que morreu
Mas nada é igual a ela e eu
terça-feira, 22 de janeiro de 2019
segunda-feira, 21 de janeiro de 2019
sábado, 19 de janeiro de 2019
Diagnóstico da Civilização
Em algum lugar de alguma selva, alguém comentou: “Como os civilizados são esquisitos. Todos têm relógio e ninguém tem tempo”
— Eduardo Galeano, ''O caçador de histórias''
— imagem: Robert Doisneau
quinta-feira, 17 de janeiro de 2019
FC Porto na mira da PJ pela compra dos mails do Benfica 'Correio da Manhã' diz que há suspeitas de que os dragões foram os beneficiários directos do ataque informático a servidores do Benfica
Rui Pinto, Hacker do Benfica
Rui Pinto, pirata informático que esta quarta-feira foi detido na Hungria sob suspeita de ter acedido aos servidores do Benfica e vendido milhares de mails trocados pelos dirigentes encarnados, alguns deles com conversas que indiciam crimes de corrupção desportiva – algo que está a ser investigado noutro processo –, sempre esteve escondido em Budapeste, capital daquele país. A Polícia Judiciária fez a prova digital que liga o hacker de Vila Nova de Gaia, de 30 anos, ao roubo da informação – e tem em curso diligências cujo alvo é o FC Porto, sabe o Correio da Manhã, que está sob suspeita de ter sido comprador do material, por via direta ou indireta.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2019
sexta-feira, 11 de janeiro de 2019
Bacalhau, batatas, grelos, ovos, cebola e muito azeite, fazem deste pão um verdadeiro pitéu.
Bacalhau com todos... na broa!
Ingredientes:
1 broa de pão caseiro
3 postas de bacalhau
6 batatas médias
3 cebolas
2 dentes de alho
1 folha de louro
1/2 molho de grelos
3 ovos
azeite q.b.
sal e pimenta de moinho.
Preparação:
Comece por levar ao lume brando um tacho com azeite. Coloque aí as postas de baclhau, os alhos socados e o louro. Tape e deixe ficar lentamente, cerca de 20 minutos, ou até o bacalhau estar macio e bom para lascar. Descasque as batatas e corte-as em rodelas grossas. Leve-as a cozer em àgua fervente com sal. Coloque os ovos a cozer. Arranje os grelos e junte-os às batatas. Deixe cozinhar, mas sem deixar cozer demais. Lasque o bacalhau, retire o alho e o louro e no azeite coloque a cebola. Quando a cebola estiver meio cozida junte o bacalhau. Tempere de pimenta de moinho. Retire a tampa ao pão e escave o interior de forma a retirar o miolo. Junte as batatas e os grelos ao bacalhau e envolva ligeiramente. Descasque os ovos, Coloque a mistura na caixa de pão, por cima as rodelas de ovos e regue com o azeite do tacho, Tape e leve ao forno pré aquecido, cerca de 10 minutos. O azeite sobre a broa dá-lhe um sabor maravilhoso!
Fonte original todos os direitos reservados a: http://www.7gramasdeternura.com
segunda-feira, 7 de janeiro de 2019
Chá de folhas de oliveira
As folhas de oliveira são um dos melhores remédios naturais para a pressão alta pois através da ação dos seus polifenóis conseguem regular a pressão arterial e baixá-la, sem o risco de causar hipotensão, mesmo que consumidas em excesso.
Além disso, também causam um ligeiro efeito calmante e relaxante que ajudam a controlar os sintomas em pessoas que sofrem de ansiedade constante, por exemplo.
Ingredientes
2 colheres (de sopa) de folhas de oliveira picadas;
500 ml de água fervente
Modo de preparo
Coloque as folhas de oliveira em uma xícara com a água fervente e deixe repousar entre 5 a 10 minutos. Depois coe a mistura e deixe amornar. Por fim, beba 3 a 4 xícaras deste chá ao longo do dia.
Além do chá, também existe o extrato de folhas de oliveira à venda em lojas de produtos naturais sob a forma de cápsulas, que podem ser consumidas na dose de 500 mg, 2 vezes ao dia após as refeições.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2019
. . . "roubado" do amigo Luíz Prestes . . .
Meu Deus!... Como é engraçado... Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... Uma fita dando voltas, se enrosca, mas não se embola; vira, revira, circula e pronto: está dado o abraço. É assim que é o abraço:coração com coração,tudo isso cercado de braço. É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço. E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando devagarinho, desmancha, desfaz o abraço. Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido. E na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço... Ah! Então é assim o amor, a amizade, tudo que é sentimento? Como um pedaço de fita? Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livres as duas bandas do laço? Por isso é que se diz:laço afetivo, laço de amizade E quando alguém briga, então se diz: - Romperam-se os laços! E saem as duas partes, que nem meu pedaço de fita-sem perder nem um pedaço. Então o Amor é isso...Não prende,não escraviza,não aperta,não sufoca. Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço.
--- Maria Beatriz Marinho dos Anjos, ''O laço e o abraço''
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