terça-feira, 30 de outubro de 2012
Bem altos os muros
Não querem que eu saia do meu canto
E eu também não quero sair
Sinto-me bem aqui
Mas
Preciso sair
Não queria . . . mas preciso
Só que
Mesmo aqui
Querem-me amordaçado
Algemado
Que mundo este
Está todo errado
Este canto comprei-o
Paguei muito por ele
É o meu canto
Bom ou mau
É da minha autoria
Está aqui a minha vida
Preciso
Não quero
Mas por vezes preciso de sair
É sempre uma tortura
Lá fora
São muitos os perigos
Os campos estão minados
Tenho medo a cada passo
Não consigo raciocinar
Não vejo nem oiço
Perco o equilíbrio
Fico ansioso em pânico até
O meu canto e eu
Eu e o meu canto
Nada mais existe
Hoje decidi protegê-lo
Vedá-lo-ei
Sem deixar qualquer porta de saída
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