domingo, 4 de julho de 2021

MORTES DE PRIMEIRA E MORTES DE SEGUNDA. Cidadãos essenciais e não essenciais.



Alguém me consegue explicar a dualidade de critérios expressa na reacção popular aos 55 lamentáveis óbitos reportados no Relatório do Infarmed, verificados nos 28 dias após a toma completa da vac do SARS-2, comparativamente ao que se viu com as primeiras 55 mortes a lamentar associadas ao SARS-2, ainda em Março de 2020?!
É que, se bem me lembro, as 2 primeiras mortes associadas ao SARS-2 registadas a 18 de Março de 2020, foram um dos critérios que contribuiram para o decretar do 1º Confinamento Geral que durou 6 semanas e nos trouxe até ponto de desgraça em que nos encontramos. Decisão essa tomada à revelia do Conselho Nacional de Saúde Pública, claro.
Ou seja, as primeiras 55 mortes associadas ao SARS-2 em Portugal foram acompanhadas de um circo meRdiático incessante e sensacionalista, ao minuto, com toda a cobertura possível e imaginária.
Provocaram na maioria das pessoas reacções de histeria, hipersensibilidade, compaixão e total empatia... sentimentos e manifestações que não se verificam (nem de perto nem de longe) para com as mortes reportadas nos 28 dias após a toma completa da vac. E isto até seria só estranho, se não fosse tão hipócrita, desequilibrado e lamentável...
Sendo que hoje em dia já se sabe que as vacs podem provocar, em algumas pessoas e em números baixos, reacções adversas no espectro dos problemas Cardíacos (miocardites e pericardites, principalmente em crianças e jovens), assim como problemas Cardiovasculares (trombocitopénias, tromboembolismos, etc...) entre outros que se têm verificado e terminado em mortes na ordem dos 1400 no Reino Unido (ONC), 5000 nos EUA (VAERS) e mais de 17.000 na UE (EUDDRA), será que vou "ter" de ler agora relativamente a estes efeitos secundários comentários como:
"Se forem parar a uma UCI depois da toma da vac, não deviam ser era assistidos!";
"Se fosse com alguém da tua família a ficar assim depois de tomar a vac, já não falavas assim!";
"Se aparecerem no hospital com uma miocardite ou pericardite aguda, não devia era haver desfibrilhador para esta malta!"
"Essa malta que se vai vac devia era assinar um termo de responsabilidade a dizer que abdicam da assitência médica, se correr mal!"
É que eu fartei-me de ler este tipo de comentários relativamente às pessoas infectadas com SARS-2, ou pessoas que simplesmente andavam na rua, nos quais sempre me incluí e com os quais manifestei compreensão e total apoio à sua decisão de viverem.
Será que a maioria das pessoas que escreveram e gritaram estas pérolas bem alto e em viva voz o vão fazer agora também para os óbitos reportados nos 28 dias após a toma completa da vac?!
Não. A resposta é: "não"! Em vez disso a unica coisa que tenho lido, ambiguamente, é que estas mortes "são normais", porque "todos os medicamentos têm efeitos secundários" e até mesmo "a pílula (sim, leram bem... a pílula) tem montes de efeitos secundários e disso já não te queixas". Porque afinal temos de ver que "há um custo-benefício claro" quando eu estava à espera era da coerência de algo como "uma morte já é demais" ou "se fosse alguém da tua família..." Enfim.
Isto, só por si, deveria dar para percebermos que ao fim de um ano a hipocrisia popular é tão evidente, desproporcional, cobarde e egoísta como o foram o medo, a histeria, a condenação do outro e o julgamento gratuito há um ano atrás.
E que tudo não passa da Percepção Popular da situação, manipulada, gerida e condicionada pelos meRdia, pelos decisores políticos e até pelos "especialistas" (que há um ano argumentavam que uma morte SARS-2 era demais, mas hoje 55 mortes após a vac é custo-benefício... cerca de 25000 se considerarmos EUA, Reino Unido e UE) com o objectivo de não admitirem o erro de excesso de zelo injustificado que condenou centenas de milhar o desemprego, à falência, à suspensão dos cuidados primários de saúde em consultas, diagnósticos, tratamentos e cirurgias não realizadas, entre tantos outros males que vão ter consequências muito mais graves do que o SARS-2 a médio e longo-prazo.
Por isso pensem na forma atrozmente díspar e na desvalorização demonstrada relativamente a UMAS mortes em prol da sobrevalorização de OUTRAS mortes que manifestaram ao longo deste processo todo, que de sanitário pouco tem, assim como de empático e humano.
Tem sido, isso sim, mais hipócrita e cobarde do que outra coisa qualquer. E percebam o tipo de bonecos que vos fizeram ser e parecer... e sejam mais coerentes. Parece que afinal sempre há mortes DE PRIMEIRA e mortes DE SEGUNDA, que não dão direito a jornadas de luto... nem de luta, parece.
"Lamentem gravemente a morte de todos os que falecem nos 28 dias após a toma completa da vac. Chorem as suas mortes como choraram as associadas ao SARS-2. Valorizem os seus sintomas e hipotéticas sequelas como valorizaram as do SARS-2... porque se não o fizerem... são só uns cobardes hipócritas e egoístas.
E o epíteto da descriminação e segregação INsanitária que alimentam e querem impor a toda uma sociedade. E aí sim, lamentem... mas lamentem-se a vós mesmos.
E depois experimentem dispender a energia que dispenderam a lamentar as mortes SARS-2 para com as mortes por TODAS AS CAUSAS e vejam se são capazes... ou se faz sentido para vocês. Se não fizer (como é óbvio), então está tudo errado."
Bom fim-de-semana a todos e beijinhos!!!!
Tenham mais coerência do que hipocrisia...
Texto: João Beato


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