
Isabel Conde
23 de dezembro de 2024 ·
A Investigação que Muda a Pandemia
(Nota minha: afinal, os “negacionistas” sempre tinham razão...)
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Passaram quase cinco anos desde um dos momentos mais traumáticos que, como sociedade globalizada, nos calhou viver. E parece que essa experiência tão funesta da pandemia da Kobid-19 foi profundamente enterrada. Passado o problema, o melhor é esquecer o terrível: a vida continua. Por estas alturas, ninguém quer nova informação que o faça parecer infantil, medroso, crédulo, ou mesmo como alguém de vontade fraca e manipulável.
Ora bem, esta introdução surge a propósito do relatório “AFTER ACTION REVIEW OF THE COVID-19 PANDEMIC: The Lessons Learned and a Path Forward” (1º comentário), publicado no passado dia 2 de Dezembro de 2024 pela Câmara de Representantes do Congresso dos EUA. Durante dois anos, o Subcomité Especial para a Pandemia de Coronavírus levou a cabo a investigação mais exaustiva realizada até à data: entrevistas e depoimentos de responsáveis e gestores, documentos administrativos e farmacêuticos, cartas de investigação e revisão de mais de um milhão de páginas de documentação... que alteram radicalmente a narrativa que tínhamos da pandemia.
Segundo este relatório de mais de 500 páginas, eis aqui uma sucinta listagem de alguns conhecimentos que devemos actualizar no nosso disco duro em concordância com os factos:
1 – A origem mais provável do vírus Kobid-19 foi uma fuga do laboratório de Wuhan, descartando-se o contágio de origem animal e voltando assim à primeira versão de 2019. Foi e é um vírus criado pelo homem, que aponta para uma experiência de ganho de função financiada pelos EUA.
2 – A obrigatoriedade do uso de máscaras não provinha de uma evidência científica concludente para a prevenção da doença, enquanto que o distanciamento social de “metro e meio”, que fechou escolas e pequenas empresas em todo o país, foi uma medida arbitrária também não baseada na ciência; para maior ironia, o Dr. Fauci testemunhou que esta medida “simplesmente surgiu”, assim sem mais.
3 - Sobre os confinamentos: os confinamentos domiciliários prolongados provocaram um “dano incomensurável” não só à economia, mas também à saúde mental e física dos cidadãos, com um efeito particularmente negativo nas pessoas mais jovens (especialmente nas raparigas adolescentes).
4 - Contrariamente ao prometido, a vacina da Kobid-19 não impediu a propagação nem a transmissão do vírus e a sua aprovação seguiu um prazo arbitrário, apesar dos avisos científicos sobre a probabilidade de eventos adversos. Foi uma decisão política, não sanitária, pelo que a sua obrigatoriedade (e o passaporte sanitário) não tiveram respaldo científico, causando mais danos do que benefícios. Não se informou adequadamente sobre as lesões que originava, o que deteriorou a confiança pública na segurança das vacinas. A imposição a cidadãos saudáveis violou as liberdades individuais e desconsiderou a liberdade médica. Além disso, a Administração não tem sido eficiente, justa nem transparente no tratamento das reclamações relacionadas com as lesões causadas.
5 - Para conseguir lançar no mercado e implementar a inoculação da vacina experimental como único meio de controlo da doença, os responsáveis pela saúde pública participaram num esforço coordenado para ignorar a imunidade natural, assim como desqualificaram outros fármacos eficazes contra a doença.
6 - Exerceu-se a censura sobre informações não oficiais relacionadas com a pandemia: os responsáveis pela saúde pública frequentemente desinformaram por meio de mensagens contraditórias, reacções viscerais e demonizações (por exemplo, a fuga laboratorial ou as vacinas). Por sua vez, a Administração empregou métodos antidemocráticos e provavelmente inconstitucionais, incluindo pressão sobre as empresas de redes sociais para censurar conteúdos.
7 – Houve falta de eficácia e de transparência na utilização de fundos dos contribuintes e dos programas de ajuda criados para abordar a pandemia de coronavírus, tendo-se cometido corrupção, fraudes e abuso de forma generalizada.
8 – A resposta da OMS à pandemia de Kobid-19 foi um “fracasso rotundo” e com o seu Tratado de Pandemias, de carácter prospectivo e vinculativo, pode prejudicar a soberania de um país como os EUA.
A listagem de factos a actualizar poderia continuar. Quem quiser pode ler o relatório (versão em espanhol no 2º comentário). Para encerrar o texto sobre um tema que não deveria prescrever, três reflexões:
Cabe perguntar por que é que em Espanha, cinco anos após o ano zero, não se realiza uma investigação e avaliação rigorosa e em profundidade da gestão da pandemia, ao estilo dos EUA. Mortes, pânico, restrição de direitos fundamentais, coerção médico-institucional, situação colectiva de histeria, medo, ansiedade ou o que se dirá marcaram atitudes e comportamentos cujas consequências ainda hoje se fazem sentir numa certa fratura social, na economia, no estado mental, na saúde dos doentes de Kobid-19 e dos vacinados contra a Kobid-19, na desconfiança nas instituições, etc. Para além da assunção de responsabilidades, a investigação servirá para corrigir erros e assinalar sucessos em caso de uma futura pandemia.
Segunda. O que eram boatos e fake news de muitos dos rotulados como negacionistas estão agora alinhados com factos comprovados. A partir de agora, como cidadãos, deveríamos ouvir outras vozes e outros âmbitos, mesmo que não concordem com a narrativa do Estado, dos meios de comunicação social tradicionais, com os verificadores de factos, com a maioria da sociedade ou com a nossa ideologia mais enraizada. E fazê-lo, sempre e em qualquer altura e para qualquer fonte, de forma crítica e distanciada, lembrando que a urgência do medo é a pior conselheira.
Passadas mais de duas semanas da publicação da investigação e dos seus resultados por parte do congresso dos EUA, quase não há repercussão nos meios de comunicação hegemónicos. Só em alguns é descrita de passagem, oferecendo apenas um ou outro ponto relevante, mas inofensivo para a narrativa oficial. Só os meios de comunicação externos ao ecossistema tradicional disponibilizaram a informação de maneira rigorosa e, felizmente, também aqui fica um registo. Esta é a terceira reflexão.
A partir deste ponto, cada um seguirá com a sua vida, mas tal como com o fotograma de O Clube de Combate, já não se poderá deixar de ver daí para a frente o que não se viu.
Sergio Collado
(Jornalista)
20.Dezembro.2024
(Tradução de Isabel Conde)
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