quarta-feira, 20 de abril de 2011

José Saramago - Cadernos de Lanzarote E depois não venham dizer que não se lhe percebe a escrita ...

«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e

o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa,

privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E

finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os

Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas

privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação

do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a

todos.»



José Saramago - Cadernos de Lanzarote - Diário III - pag. 148

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