Perto daquela torre descoberta
Onde a trepadeira perfuma o orvalhado ar
Onde o mocho se lamenta entre a hera
E conta à lua da meia-noite o seu pesar
Os ventos detiveram-se , o ar parou ,
As estrelas cruzavam o céu ,
A raposa no alto do monte uivou
E o eco de vales distantes respondeu .
O riacho , no seu caminho brumoso
Corria ao longo do muro em ruínas
Com pressa de se unir ao Nith impetuoso
Cujo marulhar , em ondas crescia e diminuía .
Do frio e azul North centelhas jorravam
Em fantástico estridor sibilado :
Pela paisagem saltavam , mudavam
Dons da Sorte , perdidos logo que achados .
Por sorte os olhos levantei ao céu ,
E tremi ao ver sob a lua brilhando
O espectro austero e firme que se ergueu
O fato dos menestréis envergando .
Uma estátua de pedra fora eu
E o seu olhar feroz me intimidaria
E , gravado , claro , no seu chapéu :
O sagrado moto - Liberdade !
A Liberdade anda por aí , num sítio qualquer , cintilando , quase visível , mas fora do alcance da nossa mão . No poema de Burns , a Liberdade é representada como uma presença espectral , apenas iluminada pelo luar , surgindo como um ideal a essa hora feiticeira que é a meia-noite , quando o "mundo real" diurno já recuou . As estrelas constituem um mistério tentador . E o que é melhor é que são de graça , não custa nada olhar para elas e podem ser vistas por toda a gente , em qualquer lugar . . .
Sem comentários:
Enviar um comentário