quinta-feira, 6 de março de 2014

Página da Cultura



Ramada Curto, distinto advogado, político e dramaturgo da primeira metade do séc. XX, interveio nalguns dos processos-crime mais célebres do seu tempo, deixando variadíssimas e brilhantes "histórias" para a posteridade. Aqui vos deixo uma delas: 

Patrocinador da defesa de um arguido acusado de chamar "filho da puta" ao ofendido, expressão que, na altura era considerada altamente ofensiva, Ramada Curto, inicia as suas alegações começando por chamar a atenção do juiz para o facto de, muitas vezes se utilizar essa expressão em termos elogiosos ("Ganda filho da puta, és o melhor de todos !") ou carinhosos ("Dá ca um abraço, meu grande filho da puta !") tendo concluído da seguinte forma :

"E até aposto que, neste momento, V. Exa., Meretíssimo Juíz, estará a pensar o seguinte :

'Olha do que este filho da puta não se havia de ter lembrado só para safar o seu cliente !'.

Chegada a hora da sentença, o juiz volta-se-se para o réu e diz :

"O senhor vai absolvido, mas bem pode agradecer ao filho da puta do seu advogado".

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