quarta-feira, 31 de maio de 2017
A Noite na Ilha
Dormi contigo a noite inteira junto do mar, na ilha.
Selvagem e doce eras entre o prazer e o sono,
entre o fogo e a água.
Talvez bem tarde nossos
sonos se uniram na altura e no fundo,
em cima como ramos que um mesmo vento move,
em baixo como raízes vermelhas que se tocam.
Talvez teu sono se separou do meu e pelo mar escuro
me procurava como antes, quando nem existias,
quando sem te enxergar naveguei a teu lado
e teus olhos buscavam o que agora – pão,
vinho, amor e cólera – te dou, cheias as mãos,
porque tu és a taça que só esperava
os dons da minha vida.
Dormi junto contigo a noite inteira,
enquanto a escura terra gira com vivos e com mortos,
de repente desperto e no meio da sombra meu braço
rodeava tua cintura.
Nem a noite nem o sonho puderam separar-nos.
Dormi contigo, amor, despertei, e tua boca
saída de teu sono me deu o sabor da terra,
de água-marinha, de algas, de tua íntima vida,
e recebi teu beijo molhado pela aurora
como se me chegasse do mar que nos rodeia.
( Pablo Neruda )
terça-feira, 30 de maio de 2017
Bolo de laranja
5 ovos
2 chávenas de açúcar
1 chávena de sumo de laranja
3 chávenas de farinha de trigo
1 chávena mal cheia , de óleo
1 colher de chá de fermento em pó
raspa de uma laranja
Bata as gemas com o açúcar , até obter uma massa cremosa ; adicione o óleo , em fio , sem parar de bater . Em seguida , junte o sumo e a raspa da laranja ; depois , aos poucos , acrescente a farinha com o fermento , alternando com as claras em castelo ; envolva tudo sem parar de bater . Deite na forma de buraco , untada com margarina e polvilhada de farinha . Leve ao forno , previamente aquecido e passados 35 minutos , verifique se está cozido .
A cobertura é opcional . Neste caso , eu fiz "glace" (claras batidas em castelo , com açúcar em pó e umas gotas de sumo de limão )
Bom Apetite !
segunda-feira, 29 de maio de 2017
domingo, 28 de maio de 2017
sábado, 27 de maio de 2017
Eu vim de longe
Quando o avião aqui chegou
Quando o mês de maio começou
Eu olhei para ti
Então entendi
Foi um sonho mau que já passou
Foi um mau bocado que acabou
Tinha esta viola numa mão
Uma flor vermelha na outra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a fronteira me abraçou
Foi esta bagagem que encontrou
Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
Pra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar
E então olhei à minha volta
Vi tanta esperança andar à solta
Que não hesitei
E os hinos cantei
Foram feitos do meu coração
Feitos de alegria e de paixão
Quando a nossa festa se estragou
E o mês de Novembro se vingou
Eu olhei pra ti
E então entendi
Foi um sonho lindo que acabou
Houve aqui alguém que se enganou
Tinha esta viola numa mão
Coisas começadas noutra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a espingarda se virou
Foi pra esta força que apontou
E então olhei à minha volta
Vi tanta mentira andar à solta
Que me perguntei
Se os hinos que cantei
Eram só promessas e ilusões
Que nunca passaram de canções
Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar
Quando eu finalmente eu quis saber
Se ainda vale a pena tanto crer
Eu olhei para ti
Então eu entendi
É um lindo sonho para viver
Quando toda a gente assim quiser
Tenho esta viola numa mão
Tenho a minha vida noutra mão
Tenho um grande amor
Marcado pela dor
E sempre que Abril aqui passar
Dou-lhe este farnel para o ajudar
Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou p´ra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar
E agora eu olho à minha volta
Vejo tanta raiva andar a solta
Que já não hesito
Os hinos que repito
São a parte que eu posso prever
Do que a minha gente vai fazer
Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei prá aqui chegar
Eu vou pra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar
sexta-feira, 26 de maio de 2017
Tom Waits - I Hope That I Don't Fall In Love With You
Well I hope that I don't fall in love with you
'Cause falling in love just makes me blue
Well the music plays and you display
Your heart for me to see
I had a beer and now I hear you
Calling out for me
And I hope that I don't fall in love with you
Well the room is crowded, people everywhere
And I wonder, should I offer you a chair?
Well if you sit down with this old clown
Take that frown and break it
Before the evening's gone away
I think that we could make it
And I hope that I don't fall in love with you
Well the night does funny things inside a man
These old tom-cat feelings you don't understand
Well I turn around to look at you
You light a cigarette
I wish I had the guts to bum one
But we've never met
And I hope that I don't fall in love with you
I can see that you are lonesome just like me
And it being late, you'd like some some company
Well I turn around to look at you
And you look back at me
The guy you're with he's up and split
The chair next to you's free
And I hope that you don't fall in love with me
Now it's closing time, the music's fading out
Last call for drinks, I'll have another stout Well I turn around to look at you
You're nowhere to be found
I search the place for your lost face
Guess I'll have another round
And I think that I just fell in love with you
'Cause falling in love just makes me blue
Well the music plays and you display
Your heart for me to see
I had a beer and now I hear you
Calling out for me
And I hope that I don't fall in love with you
Well the room is crowded, people everywhere
And I wonder, should I offer you a chair?
Well if you sit down with this old clown
Take that frown and break it
Before the evening's gone away
I think that we could make it
And I hope that I don't fall in love with you
Well the night does funny things inside a man
These old tom-cat feelings you don't understand
Well I turn around to look at you
You light a cigarette
I wish I had the guts to bum one
But we've never met
And I hope that I don't fall in love with you
I can see that you are lonesome just like me
And it being late, you'd like some some company
Well I turn around to look at you
And you look back at me
The guy you're with he's up and split
The chair next to you's free
And I hope that you don't fall in love with me
Now it's closing time, the music's fading out
Last call for drinks, I'll have another stout Well I turn around to look at you
You're nowhere to be found
I search the place for your lost face
Guess I'll have another round
And I think that I just fell in love with you
terça-feira, 23 de maio de 2017
Anda um pai a criar uma filha para isto…
Estes rapazes e raparigas terão os seus filhos e as filhas, e uma das grandes interrogações também passa por saber como agiriam se soubessem que as suas próprias filhas se vendem por um par de shots.
Indo directamente ao assunto e usando a terminologia dos próprios alunos universitários que montaram as barracas das Queimas das Fitas, este ano houve tendas particularmente más em alguns dos queimódromos: a “Tenda das Tetas”, onde bastava “mostrar as mamas” para ter bebidas à borla, e a barraca onde as raparigas também não pagavam se dessem beijos na boca umas das outras. Não estamos a falar de beijinhos infantis (que já seriam de mau gosto, até para raparigas que vivem a sua homossexualidade com autenticidade e sem exibicionismos), mas de beijos pornograficamente demorados, elaborados, incitados e aplaudidos pelos rapazes em volta. Beijos de bordel, dados em estado líquido, note-se, com níveis de alcoolémia de rebentar qualquer escala.
Não estive em nenhuma das Queimas, seja a do Porto, de Braga ou de Coimbra, mas bastaram-me três brevísssimos vídeos, destes que circulam nas redes sociais e no whatsapp (que um comité de ética me enviou por ser jornalista e cronista, para perceber a extensão do fenómeno, e para que não escrevesse sem saber exactamente sobre o que estava a escrever), dizia eu que me bastaram estes três fragmentos descarada e propositadamente gravados para circularem na net, para compreender que a realidade ultrapassa a ficção. Em todos podemos ver as caras e os corpos dos estudantes envolvidos, em todos se ouvem gargalhadas e frases obscenas em tudo iguais às que já vimos ou ouvimos no cinema, ou em documentários sobre assédio, bullying, estupro e outros abusos. Dá náuseas ver estes vídeos, confesso, mas são uma realidade real, nua e crua. Servem para perceber de que falamos, quando falamos de animação em certas festas estudantis.
Pergunto-me quem serão os pobres pais das raparigas e rapazes que confundem prostituição com diversão? Mas também me pergunto quem serão estas mulheres que não conhecem a história das mulheres, nem as suas lutas, provações, perseguições e privações ao longo dos séculos? Estas raparigas andam na universidade, mas não sabem básicos essenciais sobre a Humanidade. Não só aceitam as regras do jogo, como estimulam a perversidade dos homens, entregando-se a estas supostas brincadeiras com leviandade. Universitárias e universitários deste calibre são um verdadeiro retrocesso civilizacional. Não é preciso ser feminista para sofrer por ver uma rapariga vender-se por um copo ou dois de cerveja.
Nestas e noutras tendas parece que nunca faltou freguesia e o alcool jorrou até nascer o dia. Os rapazes e as raparigas beberam torrencialmente shots atrás de shots (tão baratos, afinal, pois bastava “mostrar as mamas” e deixar o soutien pendurado na tenda para ganharem mais bebidas de borla!), tudo à custa da exposição barata da intimidade do seu corpo. Ou à custa da exibição de beijos entre mulheres, escandalosos beijos pagos a dobrar, pois faziam-se rodas e as bebidas duplicavam se as raparigas beijassem à esquerda e depois à direita, trocando de pares para gáudio dos voyeurs.
Ver rapazes e raparigas embriagados, aos bordos, a dizerem e fazerem coisas estúpidas é degradante. Vê-los em multidão, a pedirem e a consentirem comportamentos bizarros, é alarmante. Sabemos que certas praxes académicas vão ainda mais longe e são muito mais humilhantes do que isto, por não deixarem margem ao livre consentimento e funcionarem em modo submissão, mas não deixa de ser chocante ver estudantes universitários divertirem-se comprando-se e vendendo-se uns aos outros de formas mais ou menos obscenas. E fazerem tudo isto de livre vontade, sem serem obrigados a nada. Só porque sim e porque assim não pagam bebidas.
O efeito manada é perverso e estupidificante. Aliás, só assim se compreende que apesar de individualmente alguns destes alunos de cursos superiores condenarem comportamentos abusivos e serem capazes de participar em manifestações pelos direitos humanos ou assinarem petições públicas contra violações colectivas na Índia, para dar um exemplo recente, possam em noites de muitos copos perder a cabeça e a noção dos limites.
Podem argumentar que a promiscuidade neste tipo de festas é um clássico universitário e só lá vai quem quer, ou quem não se importa de participar, mas não tenho a certeza de que lá estejam só rapazes e raparigas hiper conscientes da sua própria inclinação à devassa. Muito pelo contrário. Nestas Queimas há bilhetes para famílias e estudantes do secundário. Ou seja, podem lá ir pais com filhos e também podem ir adolescentes sozinhos, pois supostamente as Queimas são festas abertas às cidades onde decorrem. Há concertos e acontecimentos culturais, vêm músicos e artistas de outros pontos do país, e tudo isto revela que as Queimas não são festas só para adultos. Muito menos são consideradas festas pornográficas ou orgias colectivas, que também as há por aí, mas para gente que sabe exactamente ao que vai.
Durante e depois da semana da Queima houve queixas e levantaram-se processos. A Polícia Judiciária está a investigar o caso do alegado abuso sexual de uma jovem num autocarro, mais uma situação que envolveu vários estudantes e foi filmada com o mesmo propósito de divulgar nas redes sociais. Este caso já fez correr muita tinta nos jornais, mas ainda ninguém sabe como vai terminar. No meio de tudo isto, ficamos a saber muitas coisas sobre sites e grupos secretos que operam no facebook e foram criados para partilhar conteúdos sexualmente explícitos. As notícias são inquietantes, os vídeos tornam-se virais e todas as raparigas e rapazes que se vêem nos vídeos ficam para sempre reféns destas mesmas imagens. Não há volta a dar. Ninguém saberá nunca a que mãos é que estas imagens vão parar. Nem quando é que vão parar de circular.
Perante esta realidade é impossível não olhar com perplexidade para o cúmulo de excessos, mas também é impossível não nos interrogarmos. Algumas perguntas têm que ficar a fazer eco e a incomodar-nos. Questões sobre quem organiza tudo isto, naturalmente, mas também sobre as relações entre pais e filhos, alunos e professores, amigos e amigas. As famílias já não são o que eram e, por isso, ninguém sabe até que ponto uma rapariga ou um rapaz têm condições para entender o impacto daquilo que estão a viver. Muito menos para fazerem a sua catarse pós-ressaca, no caso de terem consciência do que viveram durante a bebedeira.
Estes rapazes e estas raparigas são jovens e têm um futuro pela frente. Muitos deles virão a ser pais, terão os seus filhos e as suas filhas, e uma das grandes interrogações também passa por saber como agiriam se soubessem que as suas próprias filhas se vendem por um par de shots ou de cervejas. Neste tempo, em que são filhos, entram no jogo e estabelecem os seus valores e preços, mas será que gostariam que a sua filha se prostituísse e fosse filmada enquanto se prostituia? E será que não se angustiariam com o facto de essas imagens ficarem para sempre na net?
"hoje fazes anos
afinal toda a gente
faz
anos uma vez por
ano
quer queira quer não
as senhoras não
gostam
de fazer anos
as crianças não
sabem bem
o que é
fazer anos
os jovens gostam
ou não
de fazer anos
em dia de anos
dão-se parabéns
desejam-se felicidades
eu não sei o que
te hei-de desejar
porque esgotei
as palavras
mas palavras
podem
comprar-se
não a metro
mas
a prestações
aprendi com as gentes
comprei letras a
pouco e pouco
e assim formei
de novo
palavras
poesia amor liberdade
três palavras
sem sentido
mas ligadas para
alguém
hoje que fazes anos
deixo-te as três
palavras
que formei
para ti (outro dia são para todos)
com letras
compradas
a prestações
poesia amor liberdade
palavras que são
tudo para mim
e que te dou a
ti
hoje
que fazes
anos"
segunda-feira, 22 de maio de 2017
sexta-feira, 19 de maio de 2017
Intactos, genuínos e serenos, entre palavras que moldavam a rotina na presença um do outro.
Eles são a vontade de querer, são a distância que encurta um encontro sem desculpas. São o amor impossível que a música embala. Eles, são a sintonia perfeita quando o silêncio dá voz às gargalhadas, quando a luz ilumina a temperatura os sons as emoções, sem perguntas sem respostas, sem explicações...
O vento, o frio e o tempo, guardam-lhes os cheiros na memória.
Eles são a continuação de uma história.
Eles, só sabem sentir...
Carla Tavares
quinta-feira, 18 de maio de 2017
terça-feira, 16 de maio de 2017
. . . Desejo também que nenhum de seus afectos morra, Por ele e por você, Mas que se morrer, você possa chorar Sem se lamentar e sofrer sem se culpar . . .
"Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconsequentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exacta para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga `Isso é meu`,
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afectos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar."
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconsequentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exacta para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga `Isso é meu`,
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afectos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar."
segunda-feira, 15 de maio de 2017
Salvador Sobral - Presságio de Fernando Pessoa
O AMOR, QUANDO SE REVELA
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há-de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...
.
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!
.
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
.
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
(1928)
*
Júlio Resende ao Piano
*
FERNANDO PESSOA, in POESIAS INÉDITAS (1919-1930). (Nota prévia de Vitorino Nemésio e notas de Jorge Nemésio.) [ Lisboa: Ática, 1956 (imp. 1990)]
https://www.youtube.com/watch?v=ZpFsBf4D7LQ
domingo, 14 de maio de 2017
FESTIVAL DE EUROVISIÓN Salvador Sobral, el chico que odiaba Eurovisión
El ganador portugués es un cantante de jazz que no ve la televisión y que considera al fútbol “una forma de arte”
Ha ganado Eurovisión sin enseñar parte alguna de su cuerpo, y cuando se desvistió fue para mostrar una camiseta de SOS Refugees. Salvador Sobral ha ganado Eurovisión sin confetis ni majorettes.
El portugués que odia los festivales, que nunca en su vida vio una edición de Eurovisión, que ni siquiera enchufa la tele en su casa, ha ganado el festival de festivales con su voz y una canción de su hermana.
Toda su corta vida es una pura contradicción pues siente que fuerzas externas le han ido empujando hacia donde no quería ir. No le gusta la farándula, pero en 2009, con 19 años, se encontró en el programa televisivo Ídolos por culpa de una novia que le apuntó al casting. En el caso de Eurovisión, la culpa es de su hermana, quien le apuntó al Festival de la Canción, organizado por la Radio Televisión Portuguesa (RTP). Allí ganó con Amar pelos dois, compuesta por su hermana Luísa.
El mundo se le cayó encima. "El mundo de la televisión no es el mío", les dice a los de la televisión RTP. "Es un trauma que tengo y que tengo que superar". Salvador Sobral es de tal inocencia que sus palabras, sin su imagen natural, siempre parecen pretenciosas y políticamente incorrectas. "Nada de Eurovisión tiene mucho que ver conmigo. No recuerdo nunca haber visto nunca un solo festival. Tengo un televisor en casa, pero sin mando; mi pareja la enchufa con la aplicación de su móvil, así que si no está ella no la veo".
No le gustaba ninguna de las canciones del festival, con la excepción de la del italiano Francesco, Occidentali's Karma. "Es festivalera, pero superdivertida, con una letra inteligente, superirónica; es la única con la que me identifico". A Sobral le gusta también, claro, la de su hermana. "Es una canción que no me compromete como artista; bonita, sencilla, que podría interpretar en mis actuaciones o incluir en mis discos".
El portugués es un cantante de jazz que solo el pasado año publicó su primer disco, Excuse me, que nadie quiso. "Las radios quieren ahora mi música que antes no querían, los auditorios tienen fechas libres que antes no tenían y mi disco está entre los más vendidos". En Excuse me canta casi todo en inglés y español. "Adoro cantar en español, no sé por qué; no sé si en alguna vida anterior fui español o latinoamericano. Es supermusical, admiro a muchos artistas de allá".
Salvador Sobral era, desde los cuatro años, el niño que cantaba en las fiestas, pero profesionalmente quería ser psicólogo deportivo; por tal motivo se fue de Erasmus de Lisboa a Palma de Mallorca a estudiar un año con Alex García. Estudiaba de día y cantaba esporádicamente de noche, hasta que empezó a encadenar bolos diarios de a cien euros. Demasiada tentación para seguir con la psicología. De Palma saltó a Barcelona para ingresar en una escuela de música, donde aprendió a componer, a entrenar el oído y la historia del jazz, su pasión. "El jazz es como la vida, un diálogo, una conversación constante, en lugar de entre personas, entre instrumentos; y, como la vida, tiene constantes sorpresas".
Sus actuaciones son siempre diferentes; las interpretaciones de las canciones, de Ray Charles a Rui Veloso, y, por su puesto, Chet Baker nunca se repiten, por eso, previendo lo peor, su hermana le obligó a que interpretara siempre de la misma forma Amar pelos dois, al menos hasta que pasara Eurovisión.
Sus movimientos espasmódicos atraen la atención del público sin necesidad de otros oropeles; sale con una chaqueta tres tallas grande y, calculadamente, despeinado, y con sus primeras palabras, el público se le queda enganchado. "Soy el vehículo emocional de la canción. No solo la voz o la música, también los movimientos corporales ayudan a transmitir y a comunicar con el público", explicaba a RTP tras ganar el festival portugués.
La pasión que tiene por la música, por el jazz, solo la comparte con el cine y, sobre todo, con el fútbol. Es benfiquista de corazón, aunque no le gusta la industria y la violencia que hay alrededor del fútbol. "El fútbol, bien practicado, es una forma de arte; aún así, me gustaría que algo del dinero que mueve se dedicara a la cultura".
sábado, 13 de maio de 2017
Contra pulgões e pragas do jardim
Um cozido de alho
Um simples cozido de alho, muito fácil de preparar, pode ser feito usando apenas 500 ml de água e uma cabeça de alho, dividido em dentes. Ferva por 5 minutos e depois deixe esfriar. Finalmente filtre e borrife sobre as plantas que estão sofrendo com os pulgões. O alho é poderoso pesticida também ao natural: plante alguns dentes de alho em torno das plantas que você deseja proteger. Você vai ver os resultados!
Macerado de urtiga
As urtigas são aliadas valiosas no combate aos parasitas. Com cerca de 100 gramas de urtigas frescas e 20 gramas de urtigas secas, você pode preparar um macerado que age como um pesticida natural. Depois de terem sido deixadas macerando(com as folhas amassadas de molho juntas) em um recipiente de vidro contendo 1 litro de água, você deve filtrar com a peneira e borrifar sobre as plantas.
“Os professores devem recusar humilhações, disparates e parvoíces”
Arsélio Martins recebeu o Prémio Nacional de Professores em 2007. Deu aulas de Matemática reformou-se. Continua atento. Estuda, lê romances, fala sobre o estado das coisas. As retenções não fazem sentido, as políticas que não melhoram condições de trabalho transformam o sistema numa “escola do Tonecas”. Esta é a primeira entrevista do EDUCARE.PT aos professores que o Ministério da Educação decidiu, um dia, distinguir.
Sara R. Oliveira
23-03-2016
Licenciou-se em Matemática passou por várias escolas. Começou a dar aulas no dia 1 de outubro de 1972 no Liceu Nacional de Vila Real. Aposentou-se da Escola Secundária de José Estêvão, em Aveiro, a 1 de agosto de 2011. Escreveu para jornais e rádios locais, esteve em vários lugares, na gestão das escolas, na formação contínua de professores, na coautoria de programas de ensino. Foi distinguido com o Prémio Nacional de Professores pelo Ministério da Educação, em 2007. Foi o primeiro professor a ser premiado pela tutela.
“Os professores devem estar prontos para estudar e para prestar provas e para dar boa prova da sua vida”, diz nesta entrevista ao EDUCARE.PT. Afirma também que os docentes devem combater tudo o que não tenha sentido. “Os professores, se é que são precisos para educar para a democracia, para a autonomia, para a responsabilidade individual, devem ter voz ativa em tudo o que lhes diz respeito”, refere.
Os problemas não devem passar de mão em mão, as retenções não fazem sentido. “Na sala de aula nunca haverá solução para todos os problemas”, observa. Mas os chumbos não são solução. “Devia haver recuperações a tempo de não quebrar e separar o que é importante no ensino e o que é importante para as crianças e jovens em socialização.”
Os exames, na sua opinião, fornecem dados sobre a prestação individual dos alunos, sobre alguns aspetos da aprendizagem. Todavia, nada dizem sobre o trabalho realizado, sobre capacidades individuais. “Nunca nos revela a verdade toda e, para quem não vive a escola concreta nem sabe de que perguntas são feitos os exames, conduz o olhar para uma luz ao fim de um túnel estreito.”
EDUCARE.PT: Para que serve a escola? A pergunta foi o ponto de partida de um debate em que participou. Tem resposta para a questão?
Arsélio Martins (AM): Usando a minha experiência pessoal e a escola tal como a fui conhecendo como aluno e como professor, posso dizer que pela escola (primária, secundária, superior) aprendi e aprendemos, tivemos acesso a conhecimentos, competências, a que nunca teríamos chegado sem ela. Foi pela escola e pelo prosseguimento de estudos que convivi com pessoas diferentes, dos campos e das cidades, das artes e das ciências, da resignação e da rebelião, da obediência e da desobediência… da liberdade. E foi a escola pública e popular a que acederam as crianças e jovens pelas mãos dos pais que sempre viram a escola como elevador social e que ao quererem a escola querem mais da sociedade toda. A boa exigência sobre a sociedade assim introduzida, por cidadãos educados e escolarizados, foi muito importante para o país em desenvolvimento.
E: A escola tem forçosamente de se adaptar ao seu tempo, ao contexto em que se insere, à comunidade que tem à volta, às expectativas dos alunos que entram nos seus portões, aos pais que exigem certificações e diplomas?
AM: Claro que tem de se adaptar ao seu tempo, mas não aos interesses particulares de cada família ou das famílias quando elas truncam ou extravasam o papel geral e social da escola para todos. A escola trata do ensino das línguas, literaturas, história, artes, ciências, educação física, em todos os seus aspetos. Estou a referir-me à escola pública aberta a todos e, por isso, republicana, democrática, laica. E onde alunos de todas as classes sociais, todas as etnias, todos os credos podem conviver no recreio e nas aulas, podem conhecer as histórias e culturas de todos os outros e de si mesmos. E a escola atribui as certificações e diplomas que correspondem ao trabalho realizado por alunos e avaliado dentro das normas do Estado Social.
E: Quem anda na escola não trabalha, quem trabalha não estuda. Esta ideia feita tem sido devidamente contrariada ou ainda prevalece?
AM: Nem tem sido devidamente contrariada, nem prevalece. Tornou-se um lugar comum do limbo: para uns a escola é a prisão, para outros o recreio da prisão, em que brincar e trabalhar são opcionais para todos quantos habitam a prisão, vivendo no recreio... como se não pudessem voar e sonhar.
À medida do desenvolvimento da escola para todos, os jovens são cada vez mais os filhos de pais escolarizados que sabem quanto se coopera e trabalha na escola para ganhar aptidões que podem ser mobilizadas para viver bem na sociedade e para melhorar as comunidades e a sociedade em que se inserem. Esperamos que os pais escolarizados que enfrentam as crises sociais não desistam da escola e sejam exigentes com ela, não para que ela seja feita à imagem e semelhança do que acham melhor para os seus filhos (para si), mas antes para participarem num debate tão livre quanto pragmático que leve a melhorias da escola para todos.
E: O sistema educativo está em mudança. Tínhamos exames nacionais no 4.º ano, no 6.º ano, no 9.º ano e no ensino secundário. Temos agora provas de aferição no 2.º, 5.º e 8.º anos e exames nacionais no 9.º e no secundário. Percebe as alterações? Percebe a política do exame nacional?
AM: As políticas que não pensam em melhorar as condições de trabalho nas escolas, nem a liberdade de aprender e ensinar, transformam todo o sistema numa imensa escola do Tonecas: dão aos professores tempo para a obrigação de fazer perguntas sobre essa coisa nenhuma ensinada para a qual não foi dado tempo nem lugar de encontro.
Se todo o tempo for para aprender e ensinar como ocupações vitais, com sentido e consentidas, nenhum exame pode constituir problema, nem problema de consciência. Se todo o espaço é para ser ocupado por enxames de exames amplificados pelo altifalante discurso sobre o exame como detonador de ensino-bomba, nada resta para além de um conjunto bem ordenado de meninos fardados a prestar-se ao exame, a partir do qual o externo avaliador possa dizer que desvela uma doença que pensa não ser a sua doença.
Percebo as alterações. Claro que os nascidos na década de 40 do século passado só se apercebem de alterações que se percebem. Mudámos de regime político, de Constituição, e a escola para todos tem significados diferentes para grupos sociais diferentes. Podia não haver alterações, ajustamentos, etc.?
E: A avaliação externa foi sempre apresentada como uma marca de rigor. A mesma prova para todos os alunos para avaliar conhecimentos. Não bastaria a avaliação interna?
AM: A avaliação interna tem tudo para nos dar boa e rigorosa conta do rendimento da escola e dos estudantes porque pode levar em consideração as diversas condições de vida, oportunidade e realização de cada estudante no seu contexto e na comparação com outros. Os exames fornecem dados sobre a prestação individual dos estudantes sobre alguns aspetos da aprendizagem em dada disciplina. Não nos diz nada sobre o trabalho realizado, sobre diversas capacidades individuais, etc., nunca nos revela a verdade toda e, para quem não vive a escola concreta nem sabe de que perguntas são feitos os exames, conduz o olhar para uma luz ao fim de um túnel estreito.
E: Que importância devem ter as retenções? O sucesso ou insucesso escolares estão a ser bem analisados?
AM: Não devia haver retenções. Devia haver recuperações a tempo de não quebrar e separar o que é importante no ensino e o que é importante para as crianças e jovens em socialização. Analisamos tudo à superfície da vida, sem sermos capazes de fazer as sínteses necessárias que nos permitam fazer uma construção sólida, sem tomar medidas que valham a sua concretização por esta ser fecunda e integradora e bondosa para o conjunto das pessoas, sendo exigente e bondosa para cada pessoa no seu crescimento.
E: As comparações dos desempenhos escolares dos alunos portugueses com os dos alunos internacionais fazem sentido? As comparações podem ser um motor de mudança?
AM: Fazem sentido se não as usarmos para tirar conclusões ajustadas só aos “números”, mas também às diferenças sociais, marcadas por culturas diferentes e pelas diferenças de riqueza das nações. Ajudam-nos a compreender como vamos sendo acomodados no concerto das nações, o que nos interessa receber e aprender e o que de nós pode ser dado para reforçar e enriquecer culturas.
E: A Matemática tem mantido o estatuto de disciplina estruturante no conhecimento dos alunos e figura, a par do Português, nos exames nacionais. É uma importância que se justifica?
AM: Não sei responder a isso. Mas sei que se tornou uma carga socialmente desajustada porque é redutor como património cultural científico promovido pela escola. Porque é visto, muitas vezes, em contradição com a cultura popular em geral e é esta que, em sociedade, anima e mobiliza a sociedade. Há quem defenda que à Matemática (e ao Português) deve ser dado algum predomínio e há quem defenda um caldo cultural em que todas as partes sejam usadas, não só para serem uma totalidade, mas para serem caminhos para o estudo e uso da Língua e da Matemática.
Já ninguém estranha que a Educação Física possa vir pela prática desportiva, das danças, etc., ou que o desenho e os jogos de luz possam ser forma de chegar ao estudo da Física, da Química e das Artes Visuais ou que a Literatura, a História e Geografia possam ser aprofundadas pela necessidade da dramaturgia, do teatro, etc.
E: Disse, em tempos, que alguns governos têm um jeito natural para agravar o mal-estar docente. É esse o caso agora? Tem sido assim nos últimos anos?
AM: O Governo da anterior legislatura esforçou-se por criar uma situação tal que se constitui em prova de um jeito perverso nesse campo. Criou campos de uma tal insegurança e tristeza na vida dos professores que a democracia não pode permitir. Tenho uma preocupação desmesurada com o estado a que a educação e a ciência foram levadas por via da crise.
Uma escola sem meios e, por essa via, autoritária faz dos professores e restantes agentes exemplos do que supostamente devemos ser em oposição a cidadãos livres, empenhados e exigentes, que, pelo seu exemplo e pela sua vida e função, formam e pugnam por levar os jovens a serem cidadãos educados e cultos, livres, empenhados e exigentes. E, com alegria, solidários suportes do Estado Social. Do seu tempo.
E: Há quem defenda um pacto de regime na educação para que as mudanças não perturbem o sistema de ensino. Acredita que funcionaria?
AM: Sei lá. As mudanças perturbam o sistema de ensino? Perturbador mesmo é o desejo de parar tudo até ter uma paz de cemitério.
Claro que há mudanças boas e más, para o bem e para o mal. Como decidir o que é bom e o que é mau? Só conheço uma forma: vitalidade da democracia participativa, debate social, movimentos de professores, etc.
Más são certamente as mudanças feitas em ambiente de desmobilização forçada dos movimentos de professores, estudantes, pais, etc., e só possíveis depois de criadas condições para que ninguém tenha opinião e que não aceitam alternativas e geralmente só conhecem a marcha atrás como mudança. Piores ainda são as feitas por mandantes e caciques estranhos aos sistemas que pretendem influenciar ou só deprimir.
E: O que lhe veio à cabeça quando foi anunciado, e depois colocada em prática, uma prova para avaliar conhecimentos e capacidades de professores contratados com menos de cinco anos de serviço?
AM: Os professores devem estar prontos para estudar e para prestar provas e para dar boa prova da sua vida. E devem recusar humilhações, disparates e parvoíces, devem combater tudo o que não tenha sentido. Os professores, se é que são precisos para educar para a democracia, para a autonomia, para a responsabilidade individual, devem ter voz ativa em tudo o que lhes diz respeito. Devem enfrentar, repudiar e denunciar perante a sociedade todos os atropelos que possam diminuir a dignidade da educação e dos educadores, da docência e dos docentes.
Os professores têm formação superior e, por razões de defesa da sua independência no magistério e da sua liberdade de pessoas no exercício de funções próprias na sociedade, podem e devem requerer para cada um e para todos os profissionais da educação e ensino um sistema justo no ingresso e que respeitem a dignidade e a decência na profissão durante o seu exercício.
E: A precariedade pode condicionar a forma como se ensina?
AM: Claro. Para o mal dos pecados da nossa sociedade.
E: Os sindicatos e organizações que representam os professores têm feito um bom trabalho na chamada de atenção para os temas que mais preocupam a comunidade educativa?
AM: Acho que, no conjunto, sim. Para enfrentar a complexidade da situação social e política, o movimento deve estar armado da simplicidade orgânica que consiste na sua sistemática renovação, e manter a iniciativa no espaço dos direitos no trabalho, nas condições de trabalho e de vida, por um lado, e dos direitos relativos ao desenvolvimento das competências pedagógica, científicas, técnicas e tecnológicas e no específico exercício profissional com independência, por outro.
E: Os professores estão cada vez mais formatados? Limitam-se a cumprir os programas oficiais e pouco mais?
AM: Espero que não. Mas há intervalos de tempo em que todas as exigências vão nesse sentido. Mas há sempre quem resista e seja mais feliz e, por isso, acorde o desejo da liberdade. E a vontade de colaborar. E de juntar as forças todas.
E: A autoridade do professor era, há algum tempo, inquestionável. Hoje não é bem assim. O que mudou?
AM: Nunca foi nem nunca será inquestionável. Tudo se pode questionar. Todas as autoridades, todas as ações. Questionar uma profissão, um organismo… garante e reforça a sua vitalidade.
O que pode acontecer e, infelizmente, aconteceu, é tornar a vida dos professores e também dos alunos em algo que lhe retira toda a virtude e dignidade. Colocar os professores e os alunos a treinar-se e a testar-se mutuamente com tarefas que são estranhas ao ensino e à aprendizagem.
E: “Um professor não pode desistir de um aluno.” A afirmação é sua numa entrevista dada ao EDUCARE.PT em 2007. Soa a frase feita. Era uma chamada de atenção?
AM: Soa a frase feita e é feita de luta contra o abandono, contra a possibilidade de reprovar um aluno para que ele mude de professor e de escola no mesmo sistema, como se passássemos o problema de mão em mão até nos esquecermos de qual é o problema, quem é a pessoa, o que aprendeu ela para viver… que vida.
Quando não sabemos como passar um aluno para o lado da nossa disciplina, a tentação é livrarmo-nos dele e isso concretiza-se pela reprovação e retenção para nós seguirmos em frente, mais leves. A culpa não é de ninguém em particular. É uma ferramenta usada para salvaguardar a maioria. Na sala de aula nunca haverá solução para todos os problemas. É preciso algo mais de que todos se esquecem porque raramente se vê num sistema que promove a retenção ou a repetição como solução. E, imaginem só, como prova de exigência e rigor e… de inteligência social.
E: Autonomia tem sido uma palavra pronunciada com insistência pela tutela. As escolas não são autónomas?
AM: Neste tempo? Quando se fala seriamente de autonomia, ou se fala de nada ou das pequenas grandes coisas possíveis. As escolas não têm autonomia financeira, não têm autonomia para escolher programas disciplinares ou para determinar modelos de avaliação, modelos de direção, administração, gestão, etc…
Mas podem arrogar-se o direito da liberdade metodológica dos professores e do tipo de trabalho realizado para cumprir programas e avaliar, tomar medidas para escolher e garantir a realização de projetos de escola, de decidir sobre grande parte da formação contínua dos professores nas escolas com apoio dos centros das associações de escolas, pelo menos, com projetos que não dependam de apoios financeiros. Os professores podem juntar-se para colaborar uns com os outros e para levar avante atividades associativas, sindicais e de animação cultural e científica na comunidade escolar. E reivindicar condições de trabalho coletivo, contra o isolamento individualista sem força mesmo sendo esforçado. Ou podem nem soprar para não ter ondas a cavalgar.
E: Fala-se também do processo de municipalização do ensino, com a passagem de competências dessa área para as autarquias. Será uma boa ideia?
AM: Aí está uma tão boa quanto má… ideia. Sem tradição, sem discussão, com desconfiança mútua, só pode dar barraca. Maior barraca ainda por não haver meios e haver alguma tentação em fazer da escola uma certa escola à imagem e semelhança de alguma escola que alguém teve.
Já se discutiu isso muitas vezes? Já. Com grande intervenção independente de professores, funcionários, pais, alunos? Todas as vezes em que estive a assistir ou a participar, tudo foi dito por atores que são mais autores no sentido de que o seu papel é dito e sentido técnica ou cientificamente. Ou seja, com palavras de outras paragens que inibem as palavras por dizer pelas plateias.
Alguma experiência já temos. A forma como se realizaram obras e mais obras localmente para oferecer grandes centros educativos onde as crianças e jovens entram no confronto com grandes grupos muito cedo. Para socializar, dizem. Para terem mais meios, bibliotecas, etc., também dizem.
Podemos antes ver uma nova desertificação das aldeias e repovoamento de vilas ou pequenas cidades? A um outro nível, mas o mesmo modelo de antigamente em que só comandava o poder central. E isso significava deslocar população para os grandes centros educativos, industriais e comerciais, dentro e fora do país. O que isso nos custou em cultura, identidade, economia, geografia, demografia,… Não sei bem. Comecei a divagar, no remorso de não saber tomar conta da terra herdada e não ver coisa alguma ou alguém que me substitua com vantagem.
E: Foi distinguido na estreia do Prémio Nacional de Professores em 2007. Foi considerado um “exemplo de cidadania e um mestre no verdadeiro sentido do termo”. Era assim que se sentia?
AM: Eu não sentia coisa alguma. Eu sempre agi em várias instâncias, motivado pela profissão. Fui professor e, por isso, fui ativo na escola e em órgãos de direção, ativista e dirigente de associações estudantis, profissionais e científicas, nos sindicatos, nos sistemas de formação de professores, no cooperativismo, etc.
Por ser professor participei na criação de meios e escrevi para jornais e rádios locais. Por ser professor, participei em muitas iniciativas de vários governos, desde a gestão das escolas, passando pela formação contínua de professores até à coautoria de programas de ensino, etc.
Os meus colegas de profissão, em Aveiro, pensaram em mim para o prémio e, em sua representação, o presidente do Conselho Executivo da minha escola disse-me que eu correspondia ao que se pretendia com o Prémio Nacional de Professores e perguntou-me se eu aceitava ir receber o prémio caso me fosse atribuído. E eu disse que iria sim, sem pensar no assunto. E eles apresentaram a minha candidatura. Mais tarde, recebi um telefonema de Daniel Sampaio a dizer-me que tinha sido escolhido para receber o Prémio.
Nessa altura, percebi que tinham juntado a tralha variada que tinha reunido na casa que era a minha vida e isso era o que era: professor, pessoa com muitos desempenhos, incluídos os associativos, políticos e cívicos… durante muitos anos. E foi uma honra ir a Lisboa receber o prémio, representando os professores e dizer que José Pereira Tavares, reitor do liceu que eu tinha frequentado em criança e tinha(?) dirigido quando adulto, merecia o prémio.
E: Sente saudades da escola? De ensinar?
AM: Eu continuo a fazer parte do que sempre fiz. Leio romances, estudo matemática básica que não sei (especialmente geometria) e desenho. E falo de tudo isso sempre que alguém precisa de mim para ouvir falar de alguma ligação da Matemática com o resto e com a escola. Vou à escola sempre que posso e falo com os que me acompanham no estudo de Matemática, nas construções e desenhos, nas ligações da Matemática com a literatura. E falo de mais, com toda a gente que ande por perto.
E: O que diria a um jovem professor em início de carreira?
AM: Que faça tudo o que puder para fazer da carreira, o carreiro por onde toda a gente queira passar e passear. Se no fim da carreira continuar a estudar a sua especialidade (e o que do básico dela não sabe), a ler romances, a discutir e a falar de tudo e mais alguma coisa com toda a gente, saberá que correu tudo bem.
NOVA TENDÊNCIA SEXUAL PARA 2017
Foto: SAPO Lifestyle
Não pense que praticar sexo ecológico é fazer amor em árvores ou em refúgios sustentáveis. Passa, sim, pela utilização de produtos eróticos "amigos do ambiente" como vibradores sem plásticos nocivos, lubrificantes naturais, cápsulas afrodisíacas biológicas, entre outros.
A ideia de sustentabilidade e de um mundo mais ecológico tem vindo a assumir formas cada vez mais abrangentes. Ser ecológico não passa apenas por separar o lixo, reduzir o consumo de plásticos ou comprar alimentos biológicos. Passa, também, por uma mudança de atitude no nosso dia-a-dia, e inclusive na nossa cama. Uma das tendências para 2015 apontadas pelo jornal El País, é a da prática de um sexo ecológico.
O referido sexo ecológico pretende levar as pessoas a consumir produtos eróticos produzidos com substâncias naturais, mas não só. Também se apela a que depois do ato sexual, o casal tome banho em conjunto para reduzir o consumo de água, apague as luzes durante o ato sexual, ou use velas, para poupar energia. Para os que gostam de usar acessórios, as associações pró-verde aconselham que se compre materiais em madeira certificada, produzida em bosques sustentáveis, ou chicotes feitos de materiais reciclados em vez do couro. Os preservativos devem ser de latex 100% natural e os óleos de massagem orgânicos.
Este é um mercado em verdadeira expansão, pois existem já várias marcas em todo o mundo a oferecer produtos para uma sexualidade mais verde.
Em Berlim, por exemplo, encontra a primeira sex shop totalmente ecológica chamada The Other Nature.
Divinextases, uma marca francesa de cosméticos eróticos, viu a sua faturação triplicar entre 2010 e 2013 e considera que este é um nicho de mercado muito interessante e com potencial. Os Laboratórios franceses Claude, outro dos exemplos, distribuem em farmácias, lojas e sex shops cápsulas 100% orgânicas, para serem usadas entre 30 a 60 minutos antes do ato sexual para um maior prazer, pretendem alargar num curto prazo a oferta dentro da gama dos produtos eróticos.
Fonte: Sapo LifeStyle
sexta-feira, 12 de maio de 2017
��Flávio Leandro e Sarah - Oferendar
"Deixa eu desvendar tua paixão, deixa eu me apaixonar
E a cada manhã o meu amor te oferendar"
E a cada manhã o meu amor te oferendar"
VERÍSSIMO: UM GOVERNO PARA OS POBRES ERA UMA AMEAÇA PARA O PODER REAL
Em análise sobre o possível impeachment de Dilma Rousseff, o escritor Fernando Verissimo diz que o processo vai além do PT e da figura do ex-presidente Lula: “Foi o fim da ilusão que qualquer governo com pretensões sociais poderia conviver, em qualquer lugar do mundo, com os donos do dinheiro e uma plutocracia conservadora, sem que cedo ou tarde houvesse um conflito, e uma tentativa de aniquilamento da discrepância. Um governo para os pobres, mais do que um incómodo político para o conservadorismo dominante, era um mau exemplo, uma ameaça inadmissível para a fortaleza do poder real. Era preciso acabar com a ameaça e jogar sal em cima”
14 DE ABRIL DE 2016 ÀS 06:53 // 247 NO TELEGRAM // 247 NO YOUTUBE
247 – Em análise sobre o possível impeachment de Dilma Rousseff, o escritor Fernando Verissimo diz que o processo vai além do PT e da figura do ex-presidente Lula:
“Foi o fim da ilusão que qualquer governo com pretensões sociais poderia conviver, em qualquer lugar do mundo, com os donos do dinheiro e uma plutocracia conservadora, sem que cedo ou tarde houvesse um conflito, e uma tentativa de aniquilamento da discrepância. Um governo para os pobres, mais do que um incómodo político para o conservadorismo dominante, era um mau exemplo, uma ameaça inadmissível para a fortaleza do poder real. Era preciso acabar com a ameaça e jogar sal em cima”.
Romance e intriga na horta
As cenouras amam as cebolas . As cebolas amam os tomates . Os tomates amam as cenouras e as cebolas também .
Já a salsa e os coentros , que costumam emparceirar na cozinha , na horta não têm relações muito cordiais .
E que dizer dos feijoeiros e das cebolas ? Não somos de intrigas mas parece que andam mesmo de candeias às avessas . Ver o feijoeiro feliz , é pô-lo em companhia do milho , da batata e das abóboras. Adoram-se !
. . . Enfim , é o complexo e fascinante mundo das consociações .
quinta-feira, 11 de maio de 2017
Love Secret - Buddha Bar
Que seja duradouro o que te absorve. Forte o que te acolhe. Intenso o que sentes. Vivo o que te aguarda. Doce o que te envolve. Suave o que provas. Presente, o que sonhas. Eterno, o que amas.
The First Hug
É verdade que eles são livres e sua casa é o mundo inteiro mas eles também estão expostos a todos os perigos, já para não falar que muitos deles nascem e morrem na rua, sem nunca sentirem o amor de um humano.
É muito simples abraçar um animal. Foi com base nessa frase que surgiu a ideia de “The First Hug” (O Primeiro Abraço), onde um jovem passa o dia abraçando e dando carinho a animais de rua carentes. Pacientemente ele chama os caninos e aos poucos vai ganhando sua confiança.
Ganhar os Dois
O que tem Salvador Sobral a ver com o Benfica? É ver este vídeo
Chama-se Miguel Lambertini e trabalhou no Grupo Nabeiro como “Corporate and Digital Communications Manager”.
É o autor de um vídeo que está a viralizar na internet, porque mistura três conceitos: a Eurovisão, Fátima e o Benfica.
Miguel usa a melodia do cantor Salvador Sobral (“Amar Pelo Dois”), deu-lhe outra letra e o resultado é este “Ganhar a Dois”
quarta-feira, 10 de maio de 2017
Beth Hart - With You Everyday
I guess you’re late but wasn’t invited
To get out your way I did everything
But I’ve been falling in love with you every day
It wasn’t easy, I know
Some of those nights have probably seemed impossible
I’ve been falling in love with you every day
If it’s unknown, so concern
I turn back around
I’m climbing on the walls that I’ve built
To keep you out
And all the bridges you, you tried to burn
Al fallen down
It’s you and me now
Next to you I want to lye
I’m your shoulder when I need to cry
I’m so happy that you came
To ease the darkness and ease the pain
I’ve been falling in love with you
Falling in love with you
Falling in love with you
Falling in love
Falling in love with you every day
I’ve been falling in love with you every day
To get out your way I did everything
But I’ve been falling in love with you every day
It wasn’t easy, I know
Some of those nights have probably seemed impossible
I’ve been falling in love with you every day
If it’s unknown, so concern
I turn back around
I’m climbing on the walls that I’ve built
To keep you out
And all the bridges you, you tried to burn
Al fallen down
It’s you and me now
Next to you I want to lye
I’m your shoulder when I need to cry
I’m so happy that you came
To ease the darkness and ease the pain
I’ve been falling in love with you
Falling in love with you
Falling in love with you
Falling in love
Falling in love with you every day
I’ve been falling in love with you every day
Beth Hart - Tell Her You Belong To Me
"Tell her you're mine
That you have been blind
Tell her it's over
And you belong to me
Tell me to come
And like hell I will run
Back into your arms
'Cause you belong to me
There's a river on my skin
There's a dragon in the dark
Nothing scares me more
Than the silence of your heart
If you wanna hold me
If you wanna know me again
If you wanna love me
Than take me home
I've been at the bottom
The deep end of the ocean
Barely surviving by the dark side of her street
Tell her you belong to me
She'll never win
I'm not giving in
No matter how long
I still be hanging on
This kind of love
I'm not giving up
So tell her, tell her
Tell her you were fooling
Yeah
If you wanna hold me
If you wanna know me again
If you wanna love me
Just take me home
I've been at the bottom
The deep end of the ocean
Barely surviving by the dark side of her street
Tell her you belong to me"
That you have been blind
Tell her it's over
And you belong to me
Tell me to come
And like hell I will run
Back into your arms
'Cause you belong to me
There's a river on my skin
There's a dragon in the dark
Nothing scares me more
Than the silence of your heart
If you wanna hold me
If you wanna know me again
If you wanna love me
Than take me home
I've been at the bottom
The deep end of the ocean
Barely surviving by the dark side of her street
Tell her you belong to me
She'll never win
I'm not giving in
No matter how long
I still be hanging on
This kind of love
I'm not giving up
So tell her, tell her
Tell her you were fooling
Yeah
If you wanna hold me
If you wanna know me again
If you wanna love me
Just take me home
I've been at the bottom
The deep end of the ocean
Barely surviving by the dark side of her street
Tell her you belong to me"
Sade & Santana - why can't we live together
Tell me why tell me why tell me why
Umm why can't we live together
Tell me why tell me
Umm why can't we live together
Everybody wants to live together
Why can't we be together
No more war no more war no more war
Umm just a little peace
No more war no more war all we want
Is some peace in this world
Everybody wants to live together
Why can't we be together
No matter no matter what color
Umm you are still my brother
I said no matter no matter what color
Umm you are still my brother
Everybody wants to live together
Why can't we be together
Everybody wants to live
Everybodys got to be together
Ooh everybody wants to live
Everybodys got to be together
Ooh Ooh laaa laa laa laa
Everybodys got to be together
Everybody wants to be together
I said no matter no matter what color
Umm you are still my brother
I said no matter no matter what color
You are still my brother
Everybody wants to live together
Why can't we be together
Goitta live together
Together!
Umm why can't we live together
Tell me why tell me
Umm why can't we live together
Everybody wants to live together
Why can't we be together
No more war no more war no more war
Umm just a little peace
No more war no more war all we want
Is some peace in this world
Everybody wants to live together
Why can't we be together
No matter no matter what color
Umm you are still my brother
I said no matter no matter what color
Umm you are still my brother
Everybody wants to live together
Why can't we be together
Everybody wants to live
Everybodys got to be together
Ooh everybody wants to live
Everybodys got to be together
Ooh Ooh laaa laa laa laa
Everybodys got to be together
Everybody wants to be together
I said no matter no matter what color
Umm you are still my brother
I said no matter no matter what color
You are still my brother
Everybody wants to live together
Why can't we be together
Goitta live together
Together!
terça-feira, 9 de maio de 2017
É na solidão da noite
É na solidão da noite
Quando o olhar vaga incerto
Que me descubro em teu destino
É no silêncio da madrugada insone
Quando nada mais me chama
Que meu corpo te pronuncia
E meu coração confidencia a tua falta
É no deambular do pensamento
Que a minha saudade regressa a ti
E despido de todos os segredos
Meu corpo abraça a tua ausência
É no suspiro do amor que fulge
No meneio do desejo, sem qualquer receio
Na nudez do confessar-te tua
Que meu olhar te oferece ao meu sonho.
Pablo Neruda
Pablo Neruda, Cem Sonetos de Amor
Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.
Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.
Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.
Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo.
segunda-feira, 8 de maio de 2017
domingo, 7 de maio de 2017
“Filho é um ser que nos foi emprestado para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isso mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é expor-se a todo o tipo de dor, principalmente o da incerteza de agir corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo.”
*José de Sousa Saramago
sábado, 6 de maio de 2017
“ELES CHEGARAM. ELES TINHAM A BÍBLIA, NÓS TÍNHAMOS A TERRA. ELES NOS DISSERAM FECHEM OS OLHOS E REZEM. QUANDO ABRIMOS OS OLHOS, ELES TINHAM A TERRA E NÓS TÍNHAMOS A BÍBLIA”
“Eles chegaram. Eles tinham a bíblia, nós tínhamos a terra. Eles nos disseram fechem os olhos e rezem. Quando abrimos os olhos, eles tinham a terra e nós tínhamos a bíblia”. Esta frase é do arcebispo Desmond Tutu, e ela refere-se à África, porém, também vale para a América: Diante desta frase podemos perceber que a “colonização”, ou melhor, o Estado e Igreja atuaram lado a lado nesta tal de “colonização.
Se analisarmos bem, vemos que os primeiros missionários que chegarão à América crucificam-se os índios em nome de Cristo. Para salvá-los do inferno, é preciso evangelizar os pagãos. Mas esses colonizadores e missionários não estava preocupados em salvá-los das trevas; mas a maior preocupação deles era de levar riquezas para a coroa.
A Igreja impôs uma nova doutrina Cristã ao índio, no qual eles eram obrigados a aceitarem. Pois os missionários condenarão vários aspectos da cultura indígena, considerando que tais manifestações eram diabólicas. Por exemplo, eles combateram a poligamia e as divindades indígenas em nome da moralidade cristã. O autor Josep Barnadas “discute bem essa questão mostrando como a igreja católica enquanto instituição e defensora do cristianismo estabeleceram novas regras sociais e morais, que provocaram uma verdadeira desestruturação social ou desraizamento cultural em muitos grupos étnicos indígenas. Algumas das consequências desse processo foram os suicídios coletivos e a embriaguez desmedida de muitos índios”.
Entretanto quando analisamos o processo de catequese, os missionários praticaram um verdadeiro genocídio de muitas comunidades indígenas e a cristianização de outras refletiu o domínio militar e espiritual dos europeus sobre os nativos, de certa forma os índios não tinha muitas alternativas, pois se eles não aceitassem a nova doutrina, morreria e se eles aceitassem, ficaria sobre o domínio dos europeus. Ou seja, estava entre a cruz e a espada, literalmente.
Entretanto a frase, “Eles chegaram. Eles tinham a bíblia, nós tínhamos a terra. Eles nos disseram fechem os olhos e rezem. Quando abrimos os olhos, eles tinham a terra e nós tínhamos a bíblia”. Mostra o quanto a igreja não estava preocupada com o bem espiritual dos índios, mas estava preocupada em conseguir as riquezas que os índios tinham.
Portanto para eles consegui entrar nestas terras era preciso dominar os índios de qualquer maneira, e como a Igreja Católica estava lado a lado com a coroa, inverteram a “catequização dos índios”. Só que de formar muito cruel, muitos deles foram escravizados e mortos, tudo isso porque eles queriam ficar com riqueza dos “Bárbaros” com diz eles, dessa forma quando os europeus chegaram os índios tinhas muitas terras, os europeus com a catequização tomaram a terra e os índios ficaram, ou melhor, foram obrigados a ficar com a nova doutrina, ou seja, “a bíblia”, o cristianismo.
Josimar Ribeiro
sexta-feira, 5 de maio de 2017
FÁTIMA E AS "APARIÇÕES"
por Carlos Braga
À medida que se aproxima o centenário das "aparições", figuras gradas da Igreja Católica resolveram falar do assunto. Disse o padre e professor universitário Anselmo Borges: "É evidente que Nossa Senhora não apareceu em Fátima". Se tivesse aparecido - acrescento eu - talvez dissesse, em bom português: "Eu sou a Vossa Senhora" e não "Eu sou a Nossa Senhora".
Já o bispo D. Carlos Azevedo disse: "Fátima foi visão mística. Maria não vem do céu por aí abaixo". E acrescentou: "Nossa Senhora não aprendeu português para falar com Lúcia".
Ficámos assim a saber que Maria - erigida intermediária pelos católicos portugueses à revelia da sua Igreja, para quem apenas Cristo é mediador entre Deus e os homens - não caiu do céu aos trambolhões nem alguma vez aterrou na célebre azinheira. Também não será poliglota, pois se não aprendeu português para falar com Lúcia, também não terá aprendido francês para falar em Lourdes, nem polaco para se exprimir em Czestochowa.
De modo que, talvez o que mais se aproxime nos dias de hoje de um milagre, mesmo que só para benefício de alguns (é sabido como os milagres diminuíram consideravelmente da Idade Média até aos nossos dias...) seja a tolerância de ponto concedida por um governo laico de um Estado laico. Ou talvez o milagre possa ocorrer ainda com o terço gigante concebido pela artista plástica Joana Vasconcelos, numa linha coerente de continuidade com a produção de outras peças gigantes: um sapato, um bule, um galo de Barcelos, ou até um candelabro concebido com recurso a tampões higiénicos.
Aos crentes de Fátima pouco importa que se lhes diga que à medida que as obras de Joana Vasconcelos crescem a sua arte encolhe. Garantido é que quando os LEDS deste avantajado terço de 26 metros iluminarem a noite, derramando sobre os fiéis aquilo a que poderíamos chamar uma versão pós-moderna da luz do Espírito Santo no século XXI, um charco de luz vai inundar o santuário do Céu à Terra.
E aí, nenhum peregrino envolto em fervor místico se atreve a questionar se Fátima foi ou não uma montagem do clero de Ourém. Como nenhum peregrino se preocupa com o facto de o milagre que abriu caminho à canonização dos pastorinhos não poder ser confirmado por fontes independentes e credíveis, porque não se sabe quem é a criança que foi alvo de uma cura inexplicável, nem o local exacto onde tal aconteceu, nem os médicos ou o hospital onde foi socorrida.
A religião tem realmente razões que a razão desconhece. Afinal, perante o Bezerro de Ouro todos nós somos pagãos.
Porque, em Lisboa, se chama Bica ao café
"Porque na primeira pastelaria que abriu em Lisboa (A Brasileira), as pessoas não estavam
habituadas a beber café, e pensavam que este era para beber tal e qual como era servido,
(ou seja sem açúcar). Como era de imaginar, as pessoas não gostavam do sabor.
O responsável do estabelecimento para avisar as pessoas escreveu um cartaz que dizia:
Beba Isto Com Açúcar
As pessoas habituaram-se e começaram
a chamar o café de BICA pois era as iniciais do cartaz."
. . . e porque Dia da Mãe é todos os dias , como tu sabes , Emilu . . .
"Ela deu um pulo assim que viu o cirurgião a sair da sala de operações .
Perguntou :
- Como é que está o meu filho ? Ele vai ficar bom ?
Quando é que eu posso vê-lo ?
O cirurgião responde :
- Tenho muita pena . Fizemos tudo mas o seu filho não resistiu .
A mãe perguntou :
- Porque razão é que as crianças pequenas tem cancro ?
Será que Deus não se preocupa ?
- Aonde estavas tu , Deus , quando o meu filho necessitava ? . . .
A viagem para casa foi muito difícil .
Foi ainda mais difícil entrar na casa vazia .
Deitou-se na cama dele , agarrou-se na almofada e chorou até adormecer .
Era quase meia noite quando acordou e ao lado dela estava uma carta .
A carta dizia :
- Querida mãe ,
sei que vais ter muitas saudades minhas ; mas não penses que me vou esquecer de ti , ou que vou deixar de te amar só porque não estou por perto para te dizer : "AMO-TE" .
Eu vou sempre amar-te cada vez mais , Mãe , por cada dia que passe .
Um dia vamos estar juntos de novo .
Mas até chegar esse dia , se quiseres adoptar um menino para não ficares tão sozinha , por mim está bem .
Ele pode ficar com o meu quarto e as minhas coisas para brincar . Mas se preferires uma menina , ela talvez não vá gostar das mesmas coisas que nós , rapazes , gostamos .
Vais ter que comprar bonecas e outras coisas que as meninas gostam , tu sabes .
Não fiques triste a pensar em mim . Este lugar é mesmo fantástico !
Os avós vieram me receber assim que eu cheguei para me mostrar tudo , mas vai demorar muito tempo para eu poder ver tudo .
Os Anjos são mesmo lindos ! Adoro vê-los a voar !
E sabes uma coisa ? . . .
O Jesus não parece nada como se vê nas fotos , embora quando o vi o tenha conhecido logo .
Ele levou-me a visitar Deus !
E sabes uma coisa ? . . .
Sentei-me no colo d'Ele e falei com Ele , como se eu fosse uma pessoa importante . Foi quando lhe disse que queria escrever-te esta carta , para te dizer adeus e tudo mais .
Mas eu já sabia que não era permitido .
Mas sabes uma coisa Mãe ? . . .
Deus entregou-me papel e a sua caneta pessoal para eu poder escrever-te esta carta .
Acho que Gabriel é o anjo que te vai entregar a carta .
Deus disse para eu responder a uma das perguntas que tu Lhe fizeste ,
"Aonde estava Ele quando eu mais precisava ?" . . .
Deus disse que estava no mesmo sítio , tal e qual , quando o filho dele ,
Jesus , foi crucificado . Ele estava presente , tal e qual como está com todos os filhos dele .
Mãe , só tu é que consegues ver o que eu escrevi , mais ninguém .
As outras pessoas vêm este papel em branco .
É mesmo maravilhoso não é ?! . . .
Eu tenho que dar a caneta de volta a Deus para ele poder continuar a escrever no seu Livro da Vida .
Esta noite vou jantar na mesma mesa com Jesus .
Tenho a certeza que a comida vai ser boa .
Estava quase a esquecer-me : já não tenho dores , o câncer já se foi embora .
Ainda bem , porque já não podia mais e Deus também não podia ver-me assim .
Foi quando ele enviou o Anjo da Misericórdia para me vir buscar .
O anjo disse que eu era uma encomenda especial ! O que dizes a isto ? . . .
Assinado com Amor de Deus , Jesus e de mim ."
. . . e de mim também !
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