Pergunto-me por onde andarão as defensoras dos Direitos das Mulheres?! Aquelas que sempre se indignaram com o fetiche da mulher objecto e com a exploração da beleza feminina.
Onde?
O piropo passou a ser crime e, muitas vezes, o galanteio confunde-se com assédio, acrescentando complexidade (e até culpa) aos jogos de sedução. E convencionou-se que a elegância não é coisa prática e a que coqueteria é incompatível com o ser-se profissional ou até mesmo inteligente e nós deixámos.
Vamos agora consentir que em todas as áreas da sociedade, da escola ao trabalho, do desporto à beleza e até na maternidade, o sexo feminino seja insultado por uma ideologia perversa?
Cada um é livre de se apresentar como lhe dá na real gana, de se operar, de se recauchutar, de se mutilar, tatuar, mascarar, travestir, de brincar às casinhas, às princesas, aos super-heróis, whatever… Não é isso que está em discussão até porque gostos não se discutem.
Mas urge chamar os bois pelos nomes e deixarmo-nos de artificialismos que redundam no desvirtuar do que é uma Mulher.
Mulher foi, é e sempre será o mamífero fêmea do género Homo e da espécie Sapiens sapiens que portadora do genotipo XX expressa o fenotipo sexual feminino com útero, ovários, vagina, vulva e mamas.
A fêmea humana menstrua, amamenta e vivencia uma experiência hormonal, fisiológica e emocional (da infância à velhice) intransmissível porque específica.
O mesmo se passa com os machos, que com o genotipo XY, expressam características fenotípicas específicas do sexo masculino.
A disforia de género é rara e precisa de apoio psicológico ou psiquiátrico. E as modernas filosofias, ditas progressistas, sintetizadas na emergente “ideologia de género” são desprovidas de fundamento científico, atropelam a Bioética e são perniciosas numa sociedade já de si diletante.
Por isso considero que, coroar como Miss Portugal uma pessoa transgênero, ofende a Condição Feminina no seu âmago. Em boa verdade ofende-nos a todos nós.
E choca-me a apatia das restantes concorrentes que aceitaram participar numa competição enviesada na sua génese porque pessoas cis e trans, como as moléculas cis e trans na Quimica, têm biologia, fisiologia e características estéticas distintas portanto incomparáveis uma vez que a intervenção hormonal e a cirurgia reconstrutiva inerentes à transexualidade emprestam artificialidade e constituem, per se, um viés estético à beleza feminina natural que me parece continuar a ser o moto para um concurso de misses.
Nada tenho contra concursos de beleza pelo que, se normalizar os novos padrões estéticos da transexualidade é o que se pretende, e assim ser inclusivo, está na hora de promover concursos de beleza para pessoas trans pois não se compara o incomparável e a condição feminina já foi enxovalhada que baste.
Está na hora das mulheres se assumirem como fêmeas, sem restrições, sem preconceito e sem medo ou vergonha da sua condição, do seu corpo, das suas imperfeições, da sua genética, tampouco da sua fragilidade, feminilidade, elegância e coquetaria que só as fortalecem ao contrário do que, há demasiado tempo, o feminismo tóxico propagandeia e agora o lobby LGBT quer desvirtuar.
Ser mulher não é uma construção social, filosófica ou plástica antes “um efeito deslumbrante da natureza”.(Schopenhauer).
Está na hora de abandonar o politicamente correcto duma cultura woke pervertida que nos insulta a todos e compromete a continuidade da espécie.
O hábito jamais fará o monge. Jamais!
Na espécie humana existe um só género (Homo) e dois sexos (masculino e feminino), tudo o mais é treta, ideologia e/ou patologia e é muito perigoso e muito irritante.
Basta!
E escusam de me apelidar de homofóbica, transfóbica ou doutro qualquer insulto vomitado por wokes doutrinados, repetidores, mimados e acéfalos, a quem a lucidez incomoda e a realidade fere, que jamais me silenciarão.
Nunca como Hoje a Mulher foi tão insultada, gozada e manipulada.
Et vive la petite différence!
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08 de Outubro de 2023
Margarida Gomes de Oliveira
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