10 Setembro, 2021
CoronavirusCovid-19Dados
Após um ano e meio o começo da “pandemia” de Covid-19 é altura de começar a fazer as contas. Quanto custou não a doença mas as medidas que os vários governos adoptaram para enfrentar a emergência?
Antes de mais: é uma conta que faz sentido? Porque seria possível pensar que, perante uma doença nova, terrível e descontrolada, medidas particularmente rígidas acabariam por ser ao mal menor. Mas não é este o caso da Covid-19, uma infecção à qual sobrevive entre 94% e 99% dos doentes.
Além disso não pode ser esquecida a forma empírica com a qual foram introduzidas muitas das medidas “de prevenção”, o que deu a clara sensação de que os governos estavam a implementa-las apenas para mostrar que algo estava a ser feito e não por motivações científicas.
Perguntar quais têm sido os custos de tais medidas não é apenas lícito mas representa um dever. E neste aspecto é assinalável uma artigo que apareceu há poucos dias no diário argentino La Prensa, um dos mais difundidos no País: um artigo que é inútil esperar ver retomado pela imprensa aqui do burgo pois trata-se de algo incómodo. Título: El covid y los confinamientos: la catástrofe que pretenden ocultar (“A Covid e os confinamentos: a catástrofe que tentam esconder”).
Ponto de partida é um estudo que analisa os efeitos do confinamento obrigatório (o lockdown), a medida mais extrema e liberticida que obrigou boa parte da população mundial a ficar fechada em casa durante várias semanas. O estudo é The Impact of the Covid-19 Pandemic and Policy Responses on Excess Mortality (“O Impacto da Pandemia de Covid-19 e as Respostas Políticas sobre o Excesso de Mortalidade”), publicado no passado mês de Junho pelo National Bureau of Economic Research, uma instituição privada norte-americana que pude contar ao longo da sua historia com colaboradores quais Milton Friedman, George J. Stigler, Theodore W. Schultz, Joseph Stiglitz, Paul Krugman, Ben Bernanke e que é considerada como o segundo mais influente think tank económico estadounidense.
O diário argentino realça algumas das afirmações contidas no documento:
[…] Não encontramos que as políticas de abrigo no local [o confinamento obrigatório, ndt] salvaram vidas. Pelo contrário, encontrámos uma associação positiva entre estas políticas e o excesso de mortes.
E “positiva” não significa “que fez bem”: significa que há uma directa correlação entre a medida implementada e o excesso de mortalidade. Doutro lado, os mesmos autores retomam um artigo do inglês The Times (23 de Agosto de 2021) para reforças o conceito:
as mortes por todas as causas têm ficado acima da média de cinco anos durante 12 semanas consecutivas, mas o Coronavírus é responsável por uma proporção decrescente de mortes à medida que as semanas vão passando.
A razão?
As mortes na Escócia têm ficado acima da média há meses, apesar do declínio da Covid-19, uma vez que cada vez mais pessoas estão a morrer em casa devido a ataques cardíacos, AVC e abuso de substâncias.
A conclusão não deixa dúvidas:
O aumento do excesso de mortalidade é estatisticamente significativo nas semanas imediatas após a implementação do confinamento […] e ocorre apesar do facto de ter havido um declínio no número de mortes em excesso antes da implementação da política.
Pelo que: os confinamentos obrigatórios foram directamente responsáveis pelo excesso de mortes. O confinamento obrigatório matou de forma “estatisticamente significativa”.
Para mais detalhes é possível consultar o estudo preliminar publicado pela mesma instituição no Novembro do ano passado e intitulado Cost of Lockdowns: A Preliminary Report (“Custo dos Lockdowns: Um Relatório Preliminar”) que analisa os efeitos do confinamento com base numa série de relatório emitidos por fontes de referência (como FBI, CDC, JAMA, The Lancet, ONU, Banco Mundial, etc.).
Eis os dados.
Saúde Mental
Houve mais de 81.000 mortes por overdose nos Estados Unidos nos 12 meses que terminaram em Maio de 2020, o número mais elevado jamais registado num período de 12 meses. (fonte)
No final de Junho de 2020, 40% dos adultos dos EUA declararam ter um problema de saúde mental ou de abuso de substâncias. (fonte)
Dos adultos inquiridos, 10.7% tinham pensamentos suicidas em comparação com 4.3% em 2018. (fonte)
Os sintomas de ansiedade relatados foram três vezes superiores aos do segundo trimestre de 2019 e os sintomas de depressão foram quatro vezes superiores aos do segundo trimestre de 2019. (fonte)
Dos indivíduos entre os 18-24 anos de idade, 25.5% considerou o suicídio. (fonte)
Entre Abril e Outubro, as consultas de emergência relacionadas com a saúde mental das crianças (5-11 anos) aumentou 24% e 31% para crianças dos 12-17 anos de idade em comparação com 2019. (fonte)
No final de Junho, 13% dos inquiridos disseram ter começado ou aumentado a utilização de substâncias para fazer face à pandemia. (fonte)
As mortes por overdose de opiáceos sintéticos aumentaram 38.4% nos 12 meses até Junho de 2019 em comparação com os 12 meses até Maio de 2020. (fonte)
Aproximadamente um em cada três indivíduos experimentou sintomas depressivos leves a graves durante os confinamentos. (fonte)
Mais de 40 Estados (nos EUA) relataram aumentos na mortalidade relacionada com os opiáceos. (fonte)
De Janeiro de 2020 a Março de 2020, 19.416 pessoas morreram devido a overdoses, ou seja, mais 3.000 do que o mesmo trimestre de 2019. (fonte)
Fome e pobreza
A fome causada pela pandemia é responsável pela morte de 10.000 crianças no mundo. (fonte)
Aproximadamente mais 20 milhões de crianças (num total de 67 milhões) no mundo sofreram de enfraquecimento do corpo nos primeiros 12 meses da pandemia. (fonte)
O número de pessoas subnutridas no mundo pode aumentar de 690 milhões para 822 milhões de pessoas. (fonte)
A taxa de insegurança alimentar entre 2018 e meados de 2020 mais do que duplicou (de 14% para 32%) nos agregados familiares com crianças. (fonte)
Entre 9% e 14% dos pais nos EUA relatam que os seus filhos não tinham o suficiente para comer porque havia dinheiro. (fonte)
Só em Março de 2020, nos EUA os bancos alimentares distribuíram 20% mais alimentos do que num mês médio. (fonte)
Nos EUA as perturbações induzidas pela Covid-19 nos serviços de alimentação escolar aumentaram as experiências de insegurança alimentar das famílias, aumentando a probabilidade de faltar a uma refeição em 9 pontos percentuais e a probabilidade de passar um dia inteiro sem comer em 3 pontos percentuais. (fonte)
Entre 88 e 115 milhões de pessoas cairiam na pobreza extrema durante 2020. O total poderá ascender a 150 milhões até 2021. (fonte)
Entre 25 de Março e 10 de Abril de 2020, quase um terço dos adultos (31.0%) nos EUA relataram que as suas famílias não podiam pagar a renda, a hipoteca ou as contas de serviços públicos, que estavam em fase de insegurança alimentar ou que ficaram sem cuidados de saúde devido ao custo. (fonte)
52% dos norte-americanos entre os 18-29 anos viviam com os seus pais em Julho de 2020 (47% em Fevereiro), um recorde segundo os dados disponíveis, ultrapassando os 48% que viviam com os seus pais em 1940 (durante a Grande Depressão). (fonte)
Entre 25 de Março e 10 de Abril de 2020, 41.5% dos adultos não idosos nos EUA declararam perder um emprego, ter menos horas de trabalho ou ter menos rendimentos devido à Covid-19. (fonte)
A partir de Março de 2020, verificou-se um declínio significativo no emprego e nos rendimentos nos Países de baixo e médio rendimento da África e da Ásia. Os agregados familiares sofreram um declínio nos rendimentos entre 8% e 87%. (fonte)
Desemprego
A taxa de desemprego nos Estados Unidos aumentou para 14.7% em Abril de 2020. Esta é a maior taxa de aumento (+10.3%) e o maior aumento mensal na história dos dados disponíveis (desde 1948). (fonte)
Nos EUA, as mães de crianças com 12 anos ou menos perderam 2.2 milhões de empregos entre Fevereiro e Agosto de 2020 (queda de 12%), enquanto os pais de crianças pequenas perderam 870.000 empregos (queda de 4%). (fonte)
Nos EUA uma em cada quatro mulheres inquiridas declarou que a sua perda de emprego se devia à falta de cuidados infantis. (fonte)
Educação
Cerca de 24 milhões de crianças no planeta poderiam desistir da escola até 2021, em consequência do impacto económico do confinamento. (fonte)
A estimativa é de 5.53 milhões de anos de vida perdidos de acordo com dados obtidos nos EUA devido ao encerramento de escolas primárias americanas. (fonte)
Um total de 30.806 empregos foram perdidos através de estágios (uma diminuição de 52%) entre 9 de Março e 13 de Abril de 2020 nos Estados Unidos. (fonte)
Sempre nos EUA, entre 9 de Março e 13 de Abril de 2020, os estágios em viagens e turismo caíram 92%, os estágios em informática caíram 76%, os estágios em arquitectura e engenharia caíram 65% e os estágios em telecomunicações caíram 65%. Os estágios em contabilidade e direito foram os que menos caíram: 22%. (fonte)
A participação na educação pré-escolar nos EUA caiu drasticamente de 71% antes da pandemia para 54% durante a pandemia; o declínio foi mais acentuado para as crianças pequenas na pobreza. (fonte)
Cuidados de saúde
Dentro de 10 semanas após o lockdown, 2.1 milhões de pessoas no Reino Unido estavam à espera de ser examinadas para a detecção do cancro da mama, cancro cervical ou do intestino. (fonte)
O diagnóstico de 6 tipos de cancro (mama, colorrectal, pulmonar, pancreático, gástrico e esofágico) diminuiu 46.4% até Agosto de 2020 em comparação com 2018. (fonte)
O diagnóstico do cancro pancreático diminuiu 24.7% em Agosto de 2020 em comparação com 2018. (fonte)
O diagnóstico do cancro da mama diminuiu nos EUA em 51.8% em Agosto de 2020 em comparação com 2018. (fonte)
O Registo do Cancro dos Países Baixos registou uma diminuição de até 40% na incidência semanal de cancro. (fonte)
Em Itália, os procedimentos cardiológicos de diagnóstico diminuíram 56%, as intervenções coronárias percutâneas 48%, as intervenções estruturais 81%. (fonte)
No Reino Unido, as admissões para quimioterapia diminuíram entre 45% e 66%, enquanto os encaminhamentos urgentes para o diagnóstico precoce do cancro diminuíram entre 70% e 89%. (fonte)
Durante o mês de Abril de 2020, nos EUA as visitas semanais de emergência diminuíram 42% em relação à média do ano anterior. (fonte)
Sempre nos EUA, as taxas de mortalidade por doença de Alzheimer/demência duplicaram entre 21 de Março e 11 de Abril e entre 6 de Junho e 25 de Julho. (fonte)
As notificações de casos de tuberculose diminuíram significativamente em todo o mundo, e entre 25-30% nos Países mais afectados (Índia, Indonésia, Filipinas). (fonte)
69 estudos de vários Países encontram uma mudança no padrão de rastreio do cancro, diagnósticos, listas de espera e restrições relacionadas com o tratamento durante a pandemia, 14 encontram um aumento na detecção de cancro em fase tardia. (fonte)
As paragens cardíacas associadas à sobredosagem aumentaram cerca de 40% nos EUA em 2020. (fonte)
As hospitalizações para os principais grupos de doenças não-Covid diminuíram durante os confinamentos dos EUA em comparação com o período de base pré-pandémico. (fonte)
Crime
Durante os primeiros seis meses de 2020, os homicídios aumentaram 14.8%, e os crimes de assalto agravados aumentaram 4.6% nos Estados Unidos. (fonte)
O fogo posto nos Estados Unidos aumentou 19.2% nos primeiros seis meses de 2020 em comparação com o mesmo período do ano passado; e aumentou 52.1% em cidades com uma população de 1.000.000 ou mais. (fonte)
Ainda nos EUA, entre Junho e Agosto de 2020, os homicídios aumentaram 53% e as agressões agravadas 14% em comparação com o mesmo período em 2019. (fonte)
Um relatório da organização britânica de abusos domésticos Refuge mostrou um aumento de 25% nas chamadas feitas para a linha de ajuda desde o início dos lockdowns. (fonte)
Após um ano e meio o começo da “pandemia” de Covid-19 é altura de começar a fazer as contas. Quanto custou não a doença mas as medidas que os vários governos adoptaram para enfrentar a emergência?
Antes de mais: é uma conta que faz sentido? Porque seria possível pensar que, perante uma doença nova, terrível e descontrolada, medidas particularmente rígidas acabariam por ser ao mal menor. Mas não é este o caso da Covid-19, uma infecção à qual sobrevive entre 94% e 99% dos doentes.
Além disso não pode ser esquecida a forma empírica com a qual foram introduzidas muitas das medidas “de prevenção”, o que deu a clara sensação de que os governos estavam a implementa-las apenas para mostrar que algo estava a ser feito e não por motivações científicas.
Perguntar quais têm sido os custos de tais medidas não é apenas lícito mas representa um dever. E neste aspecto é assinalável uma artigo que apareceu há poucos dias no diário argentino La Prensa, um dos mais difundidos no País: um artigo que é inútil esperar ver retomado pela imprensa aqui do burgo pois trata-se de algo incómodo. Título: El covid y los confinamientos: la catástrofe que pretenden ocultar (“A Covid e os confinamentos: a catástrofe que tentam esconder”).
Ponto de partida é um estudo que analisa os efeitos do confinamento obrigatório (o lockdown), a medida mais extrema e liberticida que obrigou boa parte da população mundial a ficar fechada em casa durante várias semanas. O estudo é The Impact of the Covid-19 Pandemic and Policy Responses on Excess Mortality (“O Impacto da Pandemia de Covid-19 e as Respostas Políticas sobre o Excesso de Mortalidade”), publicado no passado mês de Junho pelo National Bureau of Economic Research, uma instituição privada norte-americana que pude contar ao longo da sua historia com colaboradores quais Milton Friedman, George J. Stigler, Theodore W. Schultz, Joseph Stiglitz, Paul Krugman, Ben Bernanke e que é considerada como o segundo mais influente think tank económico estadounidense.
O diário argentino realça algumas das afirmações contidas no documento:
[…] Não encontramos que as políticas de abrigo no local [o confinamento obrigatório, ndt] salvaram vidas. Pelo contrário, encontrámos uma associação positiva entre estas políticas e o excesso de mortes.
E “positiva” não significa “que fez bem”: significa que há uma directa correlação entre a medida implementada e o excesso de mortalidade. Doutro lado, os mesmos autores retomam um artigo do inglês The Times (23 de Agosto de 2021) para reforças o conceito:
as mortes por todas as causas têm ficado acima da média de cinco anos durante 12 semanas consecutivas, mas o Coronavírus é responsável por uma proporção decrescente de mortes à medida que as semanas vão passando.
A razão?
As mortes na Escócia têm ficado acima da média há meses, apesar do declínio da Covid-19, uma vez que cada vez mais pessoas estão a morrer em casa devido a ataques cardíacos, AVC e abuso de substâncias.
A conclusão não deixa dúvidas:
O aumento do excesso de mortalidade é estatisticamente significativo nas semanas imediatas após a implementação do confinamento […] e ocorre apesar do facto de ter havido um declínio no número de mortes em excesso antes da implementação da política.
Pelo que: os confinamentos obrigatórios foram directamente responsáveis pelo excesso de mortes. O confinamento obrigatório matou de forma “estatisticamente significativa”.
Para mais detalhes é possível consultar o estudo preliminar publicado pela mesma instituição no Novembro do ano passado e intitulado Cost of Lockdowns: A Preliminary Report (“Custo dos Lockdowns: Um Relatório Preliminar”) que analisa os efeitos do confinamento com base numa série de relatório emitidos por fontes de referência (como FBI, CDC, JAMA, The Lancet, ONU, Banco Mundial, etc.).
Eis os dados.
Saúde Mental
Houve mais de 81.000 mortes por overdose nos Estados Unidos nos 12 meses que terminaram em Maio de 2020, o número mais elevado jamais registado num período de 12 meses. (fonte)
No final de Junho de 2020, 40% dos adultos dos EUA declararam ter um problema de saúde mental ou de abuso de substâncias. (fonte)
Dos adultos inquiridos, 10.7% tinham pensamentos suicidas em comparação com 4.3% em 2018. (fonte)
Os sintomas de ansiedade relatados foram três vezes superiores aos do segundo trimestre de 2019 e os sintomas de depressão foram quatro vezes superiores aos do segundo trimestre de 2019. (fonte)
Dos indivíduos entre os 18-24 anos de idade, 25.5% considerou o suicídio. (fonte)
Entre Abril e Outubro, as consultas de emergência relacionadas com a saúde mental das crianças (5-11 anos) aumentou 24% e 31% para crianças dos 12-17 anos de idade em comparação com 2019. (fonte)
No final de Junho, 13% dos inquiridos disseram ter começado ou aumentado a utilização de substâncias para fazer face à pandemia. (fonte)
As mortes por overdose de opiáceos sintéticos aumentaram 38.4% nos 12 meses até Junho de 2019 em comparação com os 12 meses até Maio de 2020. (fonte)
Aproximadamente um em cada três indivíduos experimentou sintomas depressivos leves a graves durante os confinamentos. (fonte)
Mais de 40 Estados (nos EUA) relataram aumentos na mortalidade relacionada com os opiáceos. (fonte)
De Janeiro de 2020 a Março de 2020, 19.416 pessoas morreram devido a overdoses, ou seja, mais 3.000 do que o mesmo trimestre de 2019. (fonte)
Fome e pobreza
A fome causada pela pandemia é responsável pela morte de 10.000 crianças no mundo. (fonte)
Aproximadamente mais 20 milhões de crianças (num total de 67 milhões) no mundo sofreram de enfraquecimento do corpo nos primeiros 12 meses da pandemia. (fonte)
O número de pessoas subnutridas no mundo pode aumentar de 690 milhões para 822 milhões de pessoas. (fonte)
A taxa de insegurança alimentar entre 2018 e meados de 2020 mais do que duplicou (de 14% para 32%) nos agregados familiares com crianças. (fonte)
Entre 9% e 14% dos pais nos EUA relatam que os seus filhos não tinham o suficiente para comer porque havia dinheiro. (fonte)
Só em Março de 2020, nos EUA os bancos alimentares distribuíram 20% mais alimentos do que num mês médio. (fonte)
Nos EUA as perturbações induzidas pela Covid-19 nos serviços de alimentação escolar aumentaram as experiências de insegurança alimentar das famílias, aumentando a probabilidade de faltar a uma refeição em 9 pontos percentuais e a probabilidade de passar um dia inteiro sem comer em 3 pontos percentuais. (fonte)
Entre 88 e 115 milhões de pessoas cairiam na pobreza extrema durante 2020. O total poderá ascender a 150 milhões até 2021. (fonte)
Entre 25 de Março e 10 de Abril de 2020, quase um terço dos adultos (31.0%) nos EUA relataram que as suas famílias não podiam pagar a renda, a hipoteca ou as contas de serviços públicos, que estavam em fase de insegurança alimentar ou que ficaram sem cuidados de saúde devido ao custo. (fonte)
52% dos norte-americanos entre os 18-29 anos viviam com os seus pais em Julho de 2020 (47% em Fevereiro), um recorde segundo os dados disponíveis, ultrapassando os 48% que viviam com os seus pais em 1940 (durante a Grande Depressão). (fonte)
Entre 25 de Março e 10 de Abril de 2020, 41.5% dos adultos não idosos nos EUA declararam perder um emprego, ter menos horas de trabalho ou ter menos rendimentos devido à Covid-19. (fonte)
A partir de Março de 2020, verificou-se um declínio significativo no emprego e nos rendimentos nos Países de baixo e médio rendimento da África e da Ásia. Os agregados familiares sofreram um declínio nos rendimentos entre 8% e 87%. (fonte)
Desemprego
A taxa de desemprego nos Estados Unidos aumentou para 14.7% em Abril de 2020. Esta é a maior taxa de aumento (+10.3%) e o maior aumento mensal na história dos dados disponíveis (desde 1948). (fonte)
Nos EUA, as mães de crianças com 12 anos ou menos perderam 2.2 milhões de empregos entre Fevereiro e Agosto de 2020 (queda de 12%), enquanto os pais de crianças pequenas perderam 870.000 empregos (queda de 4%). (fonte)
Nos EUA uma em cada quatro mulheres inquiridas declarou que a sua perda de emprego se devia à falta de cuidados infantis. (fonte)
Educação
Cerca de 24 milhões de crianças no planeta poderiam desistir da escola até 2021, em consequência do impacto económico do confinamento. (fonte)
A estimativa é de 5.53 milhões de anos de vida perdidos de acordo com dados obtidos nos EUA devido ao encerramento de escolas primárias americanas. (fonte)
Um total de 30.806 empregos foram perdidos através de estágios (uma diminuição de 52%) entre 9 de Março e 13 de Abril de 2020 nos Estados Unidos. (fonte)
Sempre nos EUA, entre 9 de Março e 13 de Abril de 2020, os estágios em viagens e turismo caíram 92%, os estágios em informática caíram 76%, os estágios em arquitectura e engenharia caíram 65% e os estágios em telecomunicações caíram 65%. Os estágios em contabilidade e direito foram os que menos caíram: 22%. (fonte)
A participação na educação pré-escolar nos EUA caiu drasticamente de 71% antes da pandemia para 54% durante a pandemia; o declínio foi mais acentuado para as crianças pequenas na pobreza. (fonte)
Cuidados de saúde
Dentro de 10 semanas após o lockdown, 2.1 milhões de pessoas no Reino Unido estavam à espera de ser examinadas para a detecção do cancro da mama, cancro cervical ou do intestino. (fonte)
O diagnóstico de 6 tipos de cancro (mama, colorrectal, pulmonar, pancreático, gástrico e esofágico) diminuiu 46.4% até Agosto de 2020 em comparação com 2018. (fonte)
O diagnóstico do cancro pancreático diminuiu 24.7% em Agosto de 2020 em comparação com 2018. (fonte)
O diagnóstico do cancro da mama diminuiu nos EUA em 51.8% em Agosto de 2020 em comparação com 2018. (fonte)
O Registo do Cancro dos Países Baixos registou uma diminuição de até 40% na incidência semanal de cancro. (fonte)
Em Itália, os procedimentos cardiológicos de diagnóstico diminuíram 56%, as intervenções coronárias percutâneas 48%, as intervenções estruturais 81%. (fonte)
No Reino Unido, as admissões para quimioterapia diminuíram entre 45% e 66%, enquanto os encaminhamentos urgentes para o diagnóstico precoce do cancro diminuíram entre 70% e 89%. (fonte)
Durante o mês de Abril de 2020, nos EUA as visitas semanais de emergência diminuíram 42% em relação à média do ano anterior. (fonte)
Sempre nos EUA, as taxas de mortalidade por doença de Alzheimer/demência duplicaram entre 21 de Março e 11 de Abril e entre 6 de Junho e 25 de Julho. (fonte)
As notificações de casos de tuberculose diminuíram significativamente em todo o mundo, e entre 25-30% nos Países mais afectados (Índia, Indonésia, Filipinas). (fonte)
69 estudos de vários Países encontram uma mudança no padrão de rastreio do cancro, diagnósticos, listas de espera e restrições relacionadas com o tratamento durante a pandemia, 14 encontram um aumento na detecção de cancro em fase tardia. (fonte)
As paragens cardíacas associadas à sobredosagem aumentaram cerca de 40% nos EUA em 2020. (fonte)
As hospitalizações para os principais grupos de doenças não-Covid diminuíram durante os confinamentos dos EUA em comparação com o período de base pré-pandémico. (fonte)
Crime
Durante os primeiros seis meses de 2020, os homicídios aumentaram 14.8%, e os crimes de assalto agravados aumentaram 4.6% nos Estados Unidos. (fonte)
O fogo posto nos Estados Unidos aumentou 19.2% nos primeiros seis meses de 2020 em comparação com o mesmo período do ano passado; e aumentou 52.1% em cidades com uma população de 1.000.000 ou mais. (fonte)
Ainda nos EUA, entre Junho e Agosto de 2020, os homicídios aumentaram 53% e as agressões agravadas 14% em comparação com o mesmo período em 2019. (fonte)
Um relatório da organização britânica de abusos domésticos Refuge mostrou um aumento de 25% nas chamadas feitas para a linha de ajuda desde o início dos lockdowns. (fonte)
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