segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Chegou-me agora mesmo por email , do MEU GRANDE AMIGO , POETA , ESCRITOR , GRANDE HUMANISTA , GENTE ENORME , Augusto Canetas . . .


"Viva amigo!

Acabei agora mesmo este pensamento é para ti em particular. Dá o destinatário que entenderes.

Saúde - bom ano novo.

Saudação

Hoje dia 31, último dia dos trezentos e sessenta e cinco, que constituem os doze inventados meses do ano de 2012,
aqui espetado “verticalmente de pé” no meu exíguo espaço, apoiado no punho e na tinta da minha fugaz existência de ser vivo,
pensante, venho como peregrino passante, endereçar o meu hilariante apelo a qualquer esteio com ou sem ramada:

Interiorizo através destas mudas palavras a estupidez irracional do homem neste mundo deslumbrante de raciocínio, para o visitar,
lembrar, refletir e recomendar; não existe tamanho de vaidade que preencha uma simples reflexão de humildade.

Não existe poder sem vontade do povo. Não existe povo sem legitimidade de poder.
Por isso, contemplo; “o poder está na ponta da espingarda” – Mao Tsé-tung.

Beba um copo de três, seja consciente, convicto, a sua reflexão pode mudar o mundo para melhor."



augusto canetas

domingo, 30 de dezembro de 2012

Embora já tenha passado o dia de Natal . . .



aqui vai um acertadíssimo texto de Frei Fernando Ventura.
Para agitar algumas consciências, que vai sendo tempo disso.


Este ano não faço o presépio!
O meu presépio de 2012 deixei-o na Índia há poucas semanas atrás.
É esse que quero colocar no centro deste Natal.
Deixei-o num vão de escada de Bombaim.
Não, não fiz fotografias.
Há coisas que não se fotografam, por pudor, por vergonha, por respeito, pela dignidade humana aviltada; por vergonha de mim, por vergonha da minha impotência, por raiva.
O meu presépio deste Natal 2012 que deixei na Índia. Não tem vacas de discórdia, nem burros de teimosia, nem menino, nem Maria, nem José.
Não, não tem. Não tem nada disso. Quando muito tem duas Marias e um José pequenino.
É, é isso! Tem duas Marias e um José.
Pouco se importando com vacas, por mais sagradas que sejam, ou com burros, por mais inteligentes que são do que muitos humanos.
As minhas duas Marias e o meu José, estão ali, por causa de alguns camelos… isso mesmo!
O meu presépio, esse que deixei em Bombaim, esse que existe e é real para além e por causa de todas as crises, é o presépio que levo dentro neste Natal.

Cabana também não tem!
Era só um vão de escada! Uma das Marias, a mais velha, estava deitada numa manta, doente! A outra, muito mais nova, 15 anos, estava de pé, olhava a mãe, olhava-me a mim e esperava o seu milagre. O meu José com os seus 6 anos de olhos tristes, empurrava o carrinho de brincar e, de vez em quando olhava as Marias. Uma doente, a outra triste, sozinha numa solidão digna de respeito, em pé no espaço que o vão da escada permitia ser ocupado, também ela ocupada a tartar daquele presépio, com a mãe e com o irmão, ali, em Bombaim ou em Camarate onde estive ontem… ou em qualquer lugar, onde alguns camelos não deixam que seja Natal.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Niemeyer sobre ele mesmo:


"Diria que é um ser humano como outro qualquer – que nasceu, viveu e morreu. Sou um homem comum – que trabalhou como todos os outros. Passou a vida debruçado sobre uma prancheta. Interessou-se pelos mais pobres. Amou os amigos e a família. Nada de especial. Não tenho nada de extraordinário . É ridículo esse negócio de se dar importância."

"Fui sempre um revoltado. Da família católica eu esquecera os velhos preconceitos, e o mundo parecia-me injusto, inaceitável. Entrei para o partido comunista, abraçado pelo pensamento de Marx que sigo até hoje" .

"Não é o ângulo recto que me atrai. Nem a linha recta, dura, inflexível criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual. A curva que encontro nas montanhas do meu país. No curso sinuoso dos sentidos, nas nuvens do céu. No corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo"

"A vida é um sopro, um minuto. A gente nasce, morre. O ser humano é um ser completamente abandonado..."

"A vida não é justa. E o que justifica esse nosso curto passeio é a solidariedade”

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Carta/requerimento de Garcia Pereira ao director nacional da PSP.‏

"Exmº Senhor
Director Nacional da PSP
Largo da Penha de França, nº 1
1199-010 Lisboa – Fax  21 814 77 05 

Lisboa, 23 de Novembro de 2012


Exmº Senhor Director Nacional

Na dupla qualidade de Cidadão e de Advogado, e com vista a instruir queixas de natureza criminal, cível e disciplinar contra os responsáveis que se venha a apurar terem tido alguma espécie de intervenção em factos susceptíveis de consubstanciar ilícitos, quer de natureza penal, quer de natureza civil, quer de natureza disciplinar, venho por este meio requerer a Vª Exª, ao abrigo do artº 61º e segs. do Código do Procedimento Administrativo me sejam fornecidas as seguintes informações.

a) Quem deu ordem para a carga dos elementos do Corpo de Intervenção no passado dia 14 de Novembro e qual foi a ordem específica que lhes foi dada ?
b) Em particular, tal ordem era no sentido de afastar e/ou deter os manifestantes suspeitos de atirarem objectos à polícia e que se encontravam mesmo em frente aos elementos do Corpo de Intervenção ou a de atacar e ferir todos os manifestantes presentes no Largo de S. Bento e zonas adjacentes ? E isso, mesmo após tais manifestantes estarem a dispersar ou não poderem reagir por estarem encurralados contra um fosso de mais de 2 metros de altura ?
c) Existiram ou não entre os manifestantes agentes da PSP à paisana, e em caso afirmativo com que instruções ? Por que razão se deslocaram os mesmos para trás dos elementos do Corpo de Intervenção escassos segundos antes da carga destes ?
d) Quem deu a ordem para que fossem efectuadas cargas à bastonada, ao pontapé e com utilização de cães sobre os cidadãos que, depois da primeira carga em frente à escadaria, se encontravam em, ou dispersavam para, outros locais, como por exemplo pela Av. D. Carlos abaixo e artérias adjacentes ?
e) Quem deu instruções e com que objectivos para que agentes à paisana em toda a zona entre a Av. D. Carlos I e a Estação do Cais do Sodré atacassem à bastonada e matracada vários cidadãos ?
f) Quem deu ordens e instruções para que tais agentes não se identificassem e para que os que se encontravam fardados não tivessem as respectivas placas identificativas ?
g) Quem deu a ordem para a detenção das dezenas de cidadãos que foram detidos na Estação do Cais do Sodré ? Quem é o responsável pela sua condução às esquadras para que foram levados, e em especial à do Monsanto ?
h) Quem deu ordens para que não fosse permitida a tais detidos efectuarem telefonemas para os seus familiares ou para os seus Advogados ?
i) Quem deu ordens para que, de tais cidadãos, os que necessitavam de assistência não a tivessem tido, tendo ficado com feridas na cabeça a escorrer sangue ?
j) Quem deu ordens para que alguns dos detidos e detidas fossem forçados a despir-se por completo e/ou a sujeitar-se a revistas absolutamente humilhatórias como as de os obrigar a, todos nus, se dobrarem para a frente e a exibir o ânus ?
k) Quem deu ordens para que o cidadão João Lopes Barros Mouro, detido pelo Chefe Américo Nunes pelas 18H30 tivesse ficado sob detenção durante 13 horas, primeiro nas imediações do Parlamento e, depois, no Hospital de S. José ?
E de quem é a responsabilidade da ordem de impedimento de entrada na Esquadra do Calvário aos 4 Advogados que ali compareceram pelas 03H00 da madrugada de 15/11, entre os quais o signatário e o Presidente do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados, Sr. Dr. Vasco Marques Correia ?
l) Quem deu instruções aos agentes que nessa noite atendiam o telefone do número geral da PSP bem como os das diversas esquadras da PSP para que não informassem os familiares e Advogados dos detidos (que por eles perguntavam) da localização destes ? E para invocar, designadamente perante a Comunicação Social, o completo desconhecimento da detenção das dezenas de cidadãos, referir apenas 7 detenções, mais tarde apenas 8 e depois apenas 9 detenções (ou seja, somente os que foram a Tribunal de Pequena Instância Criminal no dia seguinte) ?
m) Quem autorizou e/ou ordenou que os agentes da PSP que procederam aos espancamentos e às detenções proferissem, dirigindo-se aos cidadãos, expressões como “Vocês são uns portugueses de merda !”, “Filhos da puta”, “Cabrões”, “Vão para o caralho !”, “Olha para o chão, caralho, não levantes a cabeça !” ?
n) Quem autorizou e/ou ordenou que agentes da PSP, sem autorização da respectiva Presidência, tivessem invadido as instalações do Instituto Superior de Economia e Gestão e aí insultassem e agredissem manifestantes e estudantes do Instituto ?
o) Quem autorizou e/ou ordenou que agentes da PSP algemassem cidadãos apertando-lhes brutalmente os polegares com abraçadeiras plásticas, como sucedeu com uma das detenções efectuadas pelo Chefe Américo Nunes ?
p) Qual a identificação dos outros elementos da PSP que integravam a brigada chefiada pelo referido Chefe Américo Nunes quando a mesma actuou na zona da Av. D. Carlos I ?
q) Quem autorizou que agentes policiais fardados mas sem placas identificativas, e envergando passa-montanhas escuros agredissem cidadãos em vias de serem detidos e mesmo depois de detidos ?
r) Qual a identificação dos agentes da PSP que procederam à filmagem dos manifestantes ? Quando se iniciaram tais filmagens e por ordem de quem ? Pediu e obteve antecipadamente a PSP autorização da Comissão Nacional de Protecção de Dados para efectuar tais filmagens (que, como foi tornado público, já por duas vezes foram consideradas ilícitas pela referida Comissão) ?
s) Por ordem de quem, e com que objectivo, foram recolhidos elementos de identificação (e outros não exigidos por lei, como por exemplo os telemóveis) das dezenas e dezenas de detidos que não foram levados a Tribunal de Pequena Instância Criminal ? E em que “expediente” ou “processos” ou ficheiros foram tais elementos incorporados e com que suporte legal ?

Fico, pois, aguardando o fornecimento no prazo máximo legal de 10 dias – artº 61º, nº 3 do supra-citado CPA – dos elementos ora solicitados.

Mais informo que cópia deste requerimento será nesta data remetida ao Sr. Provedor de Justiça, à Srª Procuradora Geral da República, ao Sr. Inspector-Geral da Administração Interna, ao Sr. Bastonário da Ordem dos Advogados, ao Sr. Presidente do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados e ao Sr. Presidente da Comissão de Direitos, Liberdades e Garantias da Assembleia da República.

E, dada a enorme gravidade das indiciadas violações de direitos, liberdades e garantias a que se reporta o presente pedido de informações, Vª Exª compreenderá que me reserve o direito de dar ao mesmo a divulgação que considerar mais adequada à completa dilucidação da verdade dos factos


Com os melhores cumprimentos,


António Garcia Pereira"

domingo, 25 de novembro de 2012

Até sempre , companheiro !





   Não se morre , é-se imortal !
   Acontece que atingido o limite ,
   Todos temos que nos transferir
   Para outro patamar .

   Uns avançam ,
   Encurtando a distância a percorrer ,
   Outros retrocedem ,
   Aumentando assim , a distância do percurso .

   Para ti ,
   Luís ,
   O "Sol" ficará mais perto ,
   Estou certo .

   Eu não sei
   Em que patamar me encontro ,
   Se mais acima , mais abaixo ou
   No mesmo que o teu .

   Só sei que também lá hei-de chegar ,
   Mas não sei
   Quantos degraus
   Ainda me faltam !

   Olha Amigo ,
   Façamos assim , sem qualquer tipo de compromisso :
   Aquele que chegar primeiro ,
   Espera .

   Até sempre , Amigo

  
  

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Sei que vozes de louco não chegam aos (vossos) céus , mas . . .

   Senhores do poder , não contem comigo para ajudar a resolver esta crise , pelo menos à vossa maneira ! Vocês não são a solução para esta crise , vocês são o problema e . . . a crise , que temos que resolver ! Com vocês no poder , eu quero mesmo é que o regime "impluda" , e . . . tudo farei para que isso aconteça ; bateremos todos no fundo ( onde já se encontram muitos ) , até mesmo . . . vocês ! O meu prazer é enorme , só de saber que esta crise vai conseguir "engolir-vos" a todos . Finalmente o Sol nascerá para todos , mas com todos no fundo do poço . . . até lá !

   Nota : há muito tempo que deixei de acreditar nesta raça , dita humana , mas . . . como dizia José Saramago . . . " mesmo que o meu destino me conduza a uma Estrela , nem por isso me livrei de percorrer os caminhos deste mundo . . ."

Punam os culpados

  Nós não somos todos culpados do estado a que isto chegou . Os políticos que preferiram o caminho mais fácil , os corruptos que capturaram o poder do Estado para ser sanguessugas dos contribuintes , e os lobbies e grupos que usaram os decisores políticos como empregados privativos ao serviço da estratégia da conquista de rendas , são os culpados do imenso passivo desta República de Negócios .  Bastaria que a Justiça fosse capaz de levar a Tribunal , punir e exigir indemnização por danos causados aos cidadãos , para este País voltar a ter futuro . Se as pessoas e os grupos que nos últimos 20 anos enriqueceram ilicitamente à conta do saque do País , fossem obrigados a devolver o dinheiro , acabava o drama do défice .

   Armando Esteves Pereira
   director - adjunto do Correio da Manhã

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Bem altos os muros


Não querem que eu saia do meu canto
E eu também não quero sair
Sinto-me bem aqui
Mas
Preciso sair
Não queria . . . mas preciso

Só que
Mesmo aqui
Querem-me amordaçado
Algemado
Que mundo este
Está todo errado

Este canto comprei-o
Paguei muito por ele
É o meu canto
Bom ou mau
É da minha autoria
Está aqui a minha vida

Preciso
Não quero
Mas por vezes preciso de sair
É sempre uma tortura
Lá fora
São muitos os perigos

Os campos estão minados
Tenho medo a cada passo
Não consigo raciocinar
Não vejo nem oiço
Perco o equilíbrio
Fico ansioso em pânico até

O meu canto e eu
Eu e o meu canto
Nada mais existe
Hoje decidi protegê-lo
Vedá-lo-ei 
Sem deixar qualquer porta de saída



sexta-feira, 26 de outubro de 2012

”Eu amei a justiça e odiei a iniquidade: por isso, morro no exílio.” Carta que Eugénio Lisboa escreveu a Passos Coelho. O signatário tem hoje 82 anos e, para além de todas as funções que desempenhou e enuncia no final, foi um ensaísta e crítico literário notável. Peço a vossa atenção, porque fala em nome de todos nós. Trata-se de uma reflexão sobre a saúde da nossa pátria e penso que ninguém, de nenhum quadrante, poderá ficar-lhe indiferente. CARTA AO PRIMEIRO-MINISTRO DE PORTUGAL



Ex mo. Senhor Primeiro Ministro

Hesitei muito em dirigir-lhe estas palavras, que mais não dão do que uma pálida ideia da onda de indignação que varre o país, de norte a sul, e de leste a oeste. Além do mais, não é meu costume nem vocação escrever coisas de cariz político, mais me inclinando para o pelouro cultural. Mas há momentos em que, mesmo que não vamos nós ao encontro da política, vem ela, irresistivelmente, ao nosso encontro. E, então, não há que fugir-lhe.

Para ser inteiramente franco, escrevo-lhe, não tanto por acreditar que vá ter em V. Ex a. qualquer efeito – todo o vosso comportamento, neste primeiro ano de governo, traindo, inescrupulosamente, todas as promessas feitas em campanha eleitoral, não convida à esperança numa reviravolta! – mas, antes, para ficar de bem com a minha consciência. Tenho 82 anos e pouco me restará de vida, o que significa que, a mim, já pouco mal poderá infligir V. Ex a. e o algum que me inflija será sempre de curta duração. É aquilo a que costumo chamar “as vantagens do túmulo” ou, se preferir, a coragem que dá a proximidade do túmulo. Tanto o que me dê como o que me tire será sempre de curta duração. Não será, pois, de mim que falo, mesmo quando use, na frase, o “odioso eu”, a que aludia Pascal.

Mas tenho, como disse, 82 anos, e, portanto, uma alongada e bem vivida experiência da velhice – da minha e da dos meus amigos e familiares. A velhice é um pouco – ou é muito – a experiência de uma contínua e ininterrupta perda de poderes. “Desistir é a derradeira tragédia”, disse um escritor pouco conhecido. Desistir é aquilo que vão fazendo, sem cessar, os que envelhecem. Desistir,palavra horrível. Estamos no verão, no momento em que escrevo isto, e acorrem-me as palavras tremendas de um grande poeta inglês do século XX (Eliot): “Um velho, num mês de secura”... A velhice, encarquilhando-se, no meio da desolação e da secura. É para isto que servem os poetas: para encontrarem, em poucas palavras, a medalha eficaz e definitiva para uma situação, uma visão, uma emoção ou uma ideia.

A velhice, Senhor Primeiro Ministro, é, com as dores que arrasta – as físicas, as emotivas e as morais – um período bem difícil de atravessar. Já alguém a definiu como o departamento dos doentes externos do Purgatório. E uma grande contista da Nova Zelândia, que dava pelo nome de Katherine Mansfield, com afinada sensibilidade e sabedoria da vida, de que V. Ex a. e o seu governo parecem ter défice, observou, num dos contos singulares do seu belíssimo livro intitulado The Garden Party: “O velho Sr. Neave achava-se demasiado velho para a primavera.” Ser velho é também isto: acharmos que a primavera já não é para nós, que não temos direito a ela, que estamos a mais, dentro dela... Já foi nossa, já, de certo modo, nos definiu. Hoje, não. Hoje, sentimos que já não interessamos, que, até, incomodamos.

Todo o discurso político de V. Ex as., os do governo, todas as vossas decisões apontam na mesma direcção: mandar-nos para o cimo da montanha, embrulhados em metade de uma velha manta, à espera de que o urso lendário (ou o frio) venha tomar conta de nós. Cortam-nos tudo, o conforto, o direito de nos sentirmos, não digo amados (seria muito), mas, de algum modo, utilizáveis: sempre temos umas pitadas de sabedoria caseira a propiciar aos mais estouvados e impulsivos da nova casta que nos assola. Mas não. Pessoas, como eu, estiveram, até depois dos 65 anos, sem gastar um tostão ao Estado, com a sua saúde ou com a falta dela. Sempre, no entanto, descontando uma fatia pesada do seu salário, para uma ADSE, que talvez nos fosse útil, num período de necessidade, que se foi desejando longínquo. Chegado, já sobre o tarde, o momento de alguma necessidade, tudo nos é retirado, sem uma atenção, pequena que fosse, ao contrato anteriormente firmado. É quando mais necessitamos, para lutar contra a doença, contra a dor e contra o isolamento gradativamente crescente, que nos constituímos em alvo favorito do tiroteio fiscal: subsídios (que não passavam de uma forma de disfarçar a incompetência salarial), comparticipações nos custos da saúde, actualizações salariais – tudo pela borda fora. Incluindo, também, esse papel embaraçoso que é a Constituição, particularmente odiada por estes novos fundibulários. O que é preciso é salvar os ricos, os bancos, que andaram a brincar à Dona Branca com o nosso dinheiro e as empresas de tubarões, que enriquecem sem arriscar um cabelo, em simbiose sinistra com um Estado que dá o que não é dele e paga o que diz não ter, para que eles enriqueçam mais, passando a fruir o que também não é deles, porque até é nosso.

Já alguém, aludindo à mesma falta de sensibilidade de que V. Ex a. dá provas, em relação à velhice e aos seus poderes decrescentes e mal apoiados, sugeriu, com humor ferino, que se atirassem os velhos e os reformados para asilos desguarnecidos , situados, de preferência, em andares altos de prédios muito altos: de um 14º andar, explicava, a desolação que se contempla até passa por paisagem. V. Ex a. e os do seu governo exibem uma sensibilidade muito, mas mesmo muito, neste gosto. V. Ex as. transformam a velhice num crime punível pela medida grande. As políticas radicais de V. Ex a, e do seu robôtico Ministro das Finanças - sim, porque a Troika informou que as políticas são vossas e não deles... – têm levado a isto: a uma total anestesia das antenas sociais ou simplesmente humanas, que caracterizam aqueles grandes políticos e estadistas que a História não confina a míseras notas de pé de página.

Falei da velhice porque é o pelouro que, de momento, tenho mais à mão. Mas o sofrimento devastador, que o fundamentalismo ideológico de V. Ex a. está desencadear pelo país fora, afecta muito mais do que a fatia dos velhos e reformados. Jovens sem emprego e sem futuro à vista, homens e mulheres de todas as idades e de todos os caminhos da vida – tudo é queimado no altar ideológico onde arde a chama de um dogma cego à fria realidade dos factos e dos resultados. Dizia Joan Ruddock não acreditar que radicalismo e bom senso fossem incompatíveis. V. Ex a. e o seu governo provam que o são: não há forma de conviverem pacificamente. Nisto, estou muito de acordo com a sensatez do antigo ministro conservador inglês, Francis Pym, que teve a ousadia de avisar a Primeira Ministra Margaret Thatcher (uma expoente do extremismo neoliberal), nestes termos: “Extremismo e conservantismo são termos contraditórios”. Pym pagou, é claro, a factura: se a memória me não engana, foi o primeiro membro do primeiro governo de Thatcher a ser despedido, sem apelo nem agravo. A “conservadora” Margaret Thatcher – como o “conservador” Passos Coelho – quis misturar água com azeite, isto é, conservantismo e extremismo. Claro que não dá.

Alguém observava que os americanos ficavam muito admirados quando se sabiam odiados. É possível que, no governo e no partido a que V. Ex a. preside, a maior parte dos seus constituintes não se aperceba bem (ou, apercebendo-se, não compreenda), de que lavra, no país, um grande incêndio de ressentimento e ódio. Darei a V. Ex a. – e com isto termino – uma pista para um bom entendimento do que se está a passar. Atribuíram-se ao Papa Gregório VII estas palavras: ”Eu amei a justiça e odiei a iniquidade: por isso, morro no exílio.” Uma grande parte da população portuguesa, hoje, sente-se exilada no seu próprio país, pelo delito de pedir mais justiça e mais equidade. Tanto uma como outra se fazem, cada dia, mais invisíveis. Há nisto, é claro, um perigo.

De V. Ex a., atentamente,

Eugénio Lisboa

Ex-Director da Total, em Moçambique


Ex-Director da SONAP MOC
Ex-Administrador da SONAPMOC e da SONAREP
Ex-Conselheiro Cultural da Embaixada de Portugal em Londres
Prof. Catedrático Especial de Estudos Portugueses (Univ. Nottingham)
Ex-Presidente da Comissão Nacional da UNESCO
Prof. Catedrático Visitante da Univ. de Aveiro
Doutor Honoris Causa pela Univ. de Nottingham
Doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro
Medalha de Mérito Cultural (Câmara de Cascais)

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Exemplo de um país diferente: É bom saber que há países diferentes... para melhor!!!


A leitura do texto dispensa comentários...

Desde que vivo na Holanda, terminou o pesadelo do regresso à escola .

30.09.2011 Helena Rico, 42 anos, Groningen, Holanda

A propósito do desafio sobre os novos hábitos de poupança na abertura do ano lectivo, resolvi partilhar a minha experiência uma vez que vivo no norte da Holanda, onde tudo se passa de modo completamente diferente.
Em primeiro lugar, os livros são gratuitos. São entregues a cada aluno no início do ano lectivo, com um autocolante que atesta o estado do livro. Pode ser novo ou já ter sido anteriormente usado por outros alunos. No final do ano, os livros são devolvidos à escola e de novo avaliados quanto ao seu estado. Se por qualquer razão foram entregues em bom estado e devolvidos já muito mal tratados, o aluno poderá ter de pagá-los, no todo ou em parte.
Todos os anos, os cadernos que não foram terminados voltam a ser usados até ao fim. O contrário é, inclusivamente, muito mal visto. Os alunos são estimulados a reusar os materiais. Nas disciplinas tecnológicas e de artes, são fornecidos livros para desenho, de capa dura, que deverão ser usados ao longo de todo o ciclo (cinco anos).

Obviamente que as lojas estão, a partir de Julho/Agosto, inundadas de artigos apelativos mas nas escolas a política é a de poupar e aproveitar ao máximo. Se por qualquer razão é necessário algum material mais caro (calculadora, compasso, por exemplo), há um sistema (dinamizado por pais e professores, ou alunos mais velhos) que permite o empréstimo, ou a doação, consoante a natureza do produto. Ao longo do ano, os alunos têm de ler obrigatoriamente vários livros. Nenhum é comprado porque a escola empresta, ou simplesmente são requisitados, numa das bibliotecas da cidade, todas ligadas em rede para facilitar as devoluções, por exemplo. Aliás, todas as crianças vão à biblioteca, é um hábito muito valorizado.
A minha filha mais nova começou as suas aulas de ballet. Não nos pediram nada, nenhum fato, nem sapatos especiais. Mas como é universalmente sabido, as meninas gostam do ballet porque é cor-de-rosa e porque as roupas também contam. Então, as mães vão passando os fatos e a minha filha recebeu hoje, naturalmente, o seu maillot cor-de-rosa com tutu, e uns sapatinhos, tudo já usado. Quando já não servir, é devolvido. E não estamos a falar de famílias carenciadas, pelo contrário. É assim há muito tempo.
O meu filho mais velho começará a ter, na próxima semana, aulas de guitarra. Se a coisa for levada mesmo a sério, poderemos alugar uma guitarra, ou, facilmente, comprar uma em segunda mão.
Este sistema faz toda a diferença porque, desde que vivo na Holanda, terminou o pesadelo do início do ano. Tudo se passa com maior tranquilidade, não há a febre do "regresso às aulas do Continente" e os miúdos e os pais são muito menos pressionados. De facto, noto que há uma grande diferença se compararmos o nosso país e a Holanda (ou com outros países do Norte da Europa, onde tudo funciona de forma idêntica). Usar, ou comprar, o que quer que seja em segunda mão é uma atitude socialmente louvável, pelo que existem mil e uma opções. Não só se aprende desde cedo a poupar e a reutilizar, como a focar as atenções, sobretudo as dos mais pequenos, nas coisas realmente importantes.

domingo, 14 de outubro de 2012

Diálogo entre Colbert e Mazarino durante o reinado de Luís XIV, na peça teatral Le Diable Rouge, de Antoine Rault:




Colbert: - Para arranjar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é possível continuar a gastar quando já se está endividado até o pescoço...

Mazarino: - Um simples mortal, claro, quando está coberto de dívidas, vai parar à prisão. Mas o Estado... é diferente!!! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se... Todos os Estados o fazem!



Colbert: - Ah, sim? Mas como faremos isso, se já criámos todos os impostos imagináveis?

Mazarino: - Criando outros.



Colbert: - Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.

Mazarino: - Sim, é impossível.



Colbert: - E sobre os ricos?

Mazarino: - Os ricos também não. Eles parariam de gastar. E um rico que gasta faz viver centenas de pobres.



Colbert: - Então como faremos?

Mazarino: - Colbert! Tu pensas como um queijo, um penico de doente! Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer, e temendo empobrecer. É sobre essas que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes tiramos. Formam um reservatório inesgotável. É a classe média!

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A INSUSTENTABILIDADE DA SEGURANÇA SOCIAL



A Segurança Social nasceu da Fusão (Nacionalização) de praticamente todas as Caixas de Previdência existentes, feita pelos Governos Comunistas e Socialistas, depois do 25 de Abril de 1974, mormente a dos Seguros efetuada em 1976/1977 durante o governo do Dr. Mário Soares.

As Contribuições que entravam nessas Caixas eram das Empresas Privadas (23,75%) e dos seus Empregados (11%).

O Estado nunca lá pôs 1 centavo.

Nacionalizando aquilo que aos Privados pertencia, o Estado apropriou-se do que não era seu.

Com o muito, mas muito dinheiro que lá existia, o Estado passou a ser "mãos largas"!

Começou por atribuir Pensões a todos os Não Contributivos (Domésticas, Agrícolas e Pescadores).

Ao longo do tempo foi distribuindo Subsídios para tudo e para todos.

Como se tal não bastasse, o 1º Governo de Guterres (1995/99) criou ainda outro subsídio (Rendimento Mínimo Garantido), em 1997, hoje chamado RSI.

E tudo isto, apenas e só, à custa dos Fundos existentes nas ex-Caixas de Previdência dos Privados.

Os Governos não criaram Rubricas específicas nos Orçamentos de Estado, para contemplar estas necessidades.

Optaram isso sim, pelo "assalto" àqueles Fundos.

Cabe aqui recordar que os Governos do Prof. Salazar, também a esses Fundos várias vezes recorreram.

Só que de outra forma: pedia emprestado e sempre pagou. É a diferença entre o ditador e os democratas?

Em 1996/97 o 1º Governo Guterres nomeou uma Comissão, com vários especialistas, entre os quais os Profs. Correia de Campos e Boaventura de Sousa Santos, que em 1998, publicam o "Livro Branco da Segurança Social".

Uma das conclusões, que para este efeito importa salientar, diz respeito ao Montante que o Estado já devia à Segurança Social, ex-Caixas de Previdência, dos Privados, pelos "saques" que foi fazendo desde 1975.

Pois, esse montante apurado até 31 de Dezembro de 1996 era já de 7.300 Milhões de Contos, na moeda de hoje, cerca de 36.500 Milhões.

De 1996 até hoje, os Governos continuaram a "sacar" e a dar benesses, a quem nunca para lá tinha contribuído, e tudo à custa dos Privados.

Faltará criar agora outra Comissão para elaborar o "Livro NEGRO da Segurança Social", para, de entre outras rubricas, se apurar também o montante actualizado, depois dos "saques" que continuaram de 1997 até hoje.

Mais, desde 2005 o próprio Estado admite Funcionários que descontam 11% para a Segurança Social e não para a CGA e ADSE.

Então e o Estado desconta, como qualquer Empresa Privada 23,75% para a SS?

Claro que não!...

Outra questão se pode colocar ainda.

Se desde 2005, os Funcionários que o Estado admite, descontam para a Segurança Social, como e até quando irá sobreviver a CGA e a ADSE?

Há poucos meses, um conhecido Economista, estimou que tal valor, incluindo juros nunca pagos pelo Estado, rondaria os 70.000 Milhões?!

Ou seja, pouco menos, do que o Empréstimo da Troika!...

Ainda há dias falando com um Advogado amigo, em Lisboa, ele me dizia que isto vai parar ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.

Há já um grupo de Juristas a movimentar-se nesse sentido.

A síntese que fiz, é para que os mais Jovens, que estão já a ser os mais penalizados com o desemprego, fiquem a saber o que se fez e faz também dos seus descontos e o quanto irão ser também prejudicados, quando chegar a altura de se reformarem!...

Falta falar da CGA dos funcionários públicos, assaltada por políticos sem escrúpulos que dela mamam reformas chorudas sem terem descontado e sem que o estado tenha reposto os fundos do saque dos últimos 20 anos.

Quem pretender fazer um estudo mais técnico e completo, poderá recorrer ao Google e ao INE.

SEM COMENTÁRIOS...mas com muita revolta...

Sabem que, na bancarrota do final do Século XIX que se seguiu ao ultimato Inglês de 1890, foram tomadas algumas medidas de redução das despesas que ainda não vi, nesta conjuntura, e que passo a citar:

A Casa Real reduziu as suas despesas em 20%; não vi a Presidência da República fazer algo de semelhante.

Os Deputados ficaram sem vencimentos e tinham apenas direito a utilizar gratuitamente os transportes públicos do Estado (na época comboios e navios); também não vi ainda nada de semelhante na actual conjuntura nem nas anteriores do Século XX.
SEM COMENTÁRIOS.

ACORDA POVO, PORQUE A NAÇÃO DE TI PRECISA... TEU GRITO SERÁ A TUA ARMA...

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Pois . . . Bertolt Bretch !‏



Para além da austeridade aplicada ao português comum os funcionários públicos tiveram um corte de 10% do vencimento, pagam mais contribuições,

tiveram maiores penalizações no caso das reformas antecipadas e perderam dois subsídios.

Qual foi a posição de quase todos os que agora protestam e acusam o governo de brutalidade?

Ficaram calados, optaram pelo cinismo de ficarem em silêncio pensando que se sacrificavam alguns portugueses e os outros se escapavam.

Mas mais uma vez temos que recordar o famoso poema de Bertolt Bretch:



Primeiro levaram os negros

Mas não me importei com isso

Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários

Mas não me importei com isso

Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis

Mas não me importei com isso

Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados

Mas como tenho meu emprego

Também não me importei

Agora estão me levando

Mas já é tarde.

Como eu não me importei com ninguém

Ninguém se importa comigo.



Bertold Brecht (1898-1956)



Por cá enquanto a austeridade atingiu os funcionários públicos ninguém se importou, quando se aumentaram os impostos sobre o consumo dos mais pobres ninguém se importou, quando se aumentaram os passes sociais e se cortaram nas prestações sociais ficaram calados, quando os professores começaram a ser despedidos em massa ninguém protestou, mas agora que a brutalidade da austeridade chegou sob a forma de meia dose aos jornalistas, aos advogados e a muitos opinion maker aqui del Rei que a austeridade é demais.

Os funcionários públicos podiam perder o equivalente a 3,4 vencimentos que não havia problema, estava tudo a correr sobre rodas, mas quando os outros têm de pagar o equivalente a um vencimento é o ai Jesus que o país já não aguenta mais austeridade, até parece que até aqui tudo estava a correr bem e que a austeridade estava a ser ministrada em doses equilibradas e de forma inteligente e competente.

Muitos idiotas não perceberam o golpe que estava em curso, que os que se queixavam de que os custos salariais não pretendiam corrigir o suposto problema através do IVA ou do IRS, precisavam de um truque para roubar aos trabalhadores e entregar aos patrões. Sem o ouro do Brasil, sem os pretos de África, sem os apoios e proteccionismo da EFTA e acabados os subsídios de Bruxelas os nossos xulos só tinham uma forma de continuar a alimentar este capitalismo corrupto, os trabalhadores. Os que pensavam que se sacrificavam os funcionários públicos numa noite dos cristais e tudo estava resolvido enganaram-se. E agora é tarde, um ano de bestialidade à solta levou a uma dívida bem superior, a um défice descontrolado e a níveis impensáveis de desemprego e de evasão fiscal, a austeridade vai chegar a todos e os que festejavam a desgraça da função pública perceberam tarde demais que também estavam na lista das vítimas destes fascistas de discoteca.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Acabei de escrever um texto, quando o Sol saiu à rua... Envio-te, se entenderes dá-lhe o destino que merece. Com um estimável abraço


Protesto

Protesto, não contra o cepo

Porque protestar contra ele

Seria validá-lo,

Aceitá-lo, reconhecê-lo

Um a mais sem nome

Que nunca existiu.

Protestar contra uma coisa,

Que não existe,

É acreditar que se vive de fome.



Agonia de pensar esperar

A negação:



O que é possível, continua adiado,

E o impossível

Troca-se por fiado!

Protesto contra um país

Omnipresente

Onde a consciência política

Vomita Democracia

Pelo esgoto do caleiro aprumado…



Augusto Canetas

Setembro 2012

domingo, 23 de setembro de 2012

CHINA PRETENDE LANÇAR NOVA MOEDA INTERNACIONAL‏


A notícia provém da Índia (na nossa parte ocidental tentarão esconder até ao limite) num artigo da IndiaVision News de 30 de Agosto de 2012 .

Trata-se da morte anunciada tanto do dólar como do Euro.

O artigo indica que a China está a reestruturar toda a sua reserva de ouro em barras de 1kg para constituir a base de uma nova moeda para o comércio mundial.


Se isso se concretizar, será a morte do dólar como moeda internacional privilegiada e do Euro. Afinal têm tanto valor como notas do Monopólio (só valem enquanto aceitarmos jogar com elas).


Já na sua última Cimeira na África do Sul, o grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul) e os seus aliados haviam decidido utilizar uma moeda, que não o dólar, para trocas comerciais entre si.


Agora a China pretende dar mais um passo (decisivo) para retirar ao dólar o privilégio de ser a moeda para trocas comerciais internacionais.


Todos irão preferir utilizar uma moeda valorizada por ouro, do que uma moeda (Dólar/Euro) sem valor real.

O dólar e o Euro valerão/circularão apenas nos Estados Unidos e União Europeia. Ninguém mais os vai querer.
Será o fim do sistema monetário actual baseado em crédito (dívida) para um novo sistema equitativo que já está pronto/preparado para o substituir.


Esta jogada (introdução de nova moeda escudada por ouro), já foi tentada antes, mas os americanos, percebendo que isso significaria o fim da sua "preciosa moeda" a curto prazo, arranjaram pretexto para atacar/destruir esse(s) país(es) e, para servir de exemplo a outros com a mesma ideia, assassinar o provocador - estou a referir-me a Saddam Hussein do Iraque e Muammar Gaddafi da Líbia.

Esta será a razão do título sarcástico do artigo.

Os Estados Unidos provocarem a China? Atacarem a China?


Bem, agora não se trata só da China mas de todo um novo grupo económico de que a China faz parte. Este grupo económico já abrange bem mais de 50% do Planeta.


Os 'maus' estão cada vez mais isolados e são apenas um pequeno grupo de países (Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Espanha).


A China não fez antes esta jogada por ser detentora de muitos biliões de dólares e não lhe interessava que os dólares perdessem valor.


Não é novidade o intenso/maciço investimento que a China tem feito por todo o mundo nos últimos tempos.


Assim, o que a China tem feito é livrar-se dos dólares, trocá-los por coisas reais, palpáveis e com valor como empresas, infraestruturas, terrenos, minério, etc.


Entretanto, os Estados Unidos e a União Europeia, procurando obter maiores lucros, mesmo que isso implicasse um incremento do desemprego nos seus países, deslocaram as suas indústrias para a China, estando agora também descapitalizados do seu sistema industrial de outrora e dependentes industrialmente da China.
Isto é, os Estados Unidos e a União Europeia estão em recessão, sem dinheiro, atolados em dívidas, sem indústria e, os políticos, cuja política nos trouxe até aqui, falam em recuperação...

Só mesmo um político pode ter essa 'cara de pau'.

O actual sistema monetário está morto, a sua vitalidade é aparente e mantida artificialmente. É apenas uma questão de tempo até ser passada a certidão de óbito.

Não sei quando, como ou quanto tempo demorará a substituição do velho para o novo sistema. Possivelmente um fim-de-semana não será o suficiente e poderá acontecer 'férias bancárias' (1 semana?) para o novo sistema ser iniciado/introduzido globalmente.


Com este passo a China irá acelerar a introdução do novo sistema.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Pai , tô com fome !



Ricardinho não aguentou o cheiro bom do pão e falou:

- Pai, tô com fome!!!

O pai, Agenor , sem ter um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de um trabalho, olha com os olhos marejados para o filho e pede mais um pouco de paciência...

- Mas pai, desde ontem não comemos nada, eu tô com muita fome, pai!!!

Envergonhado, triste e humilhado em seu coração de pai, Agenor pede para o filho aguardar na calçada enquanto entra na padaria a sua frente...

Ao entrar dirige-se a um homem no balcão:

- Meu senhor estou com meu filho de apenas seis anos na porta, com muita fome, não tenho nenhum tostão, pois sai cedo para buscar um emprego e nada encontrei, eu lhe peço que em nome de Jesus me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino, em troca posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o senhor precisar!!!


Amaro , o dono da padaria estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame o filho...

Agenor pega o filho pela mão e apresenta-o a Amaro, que imediatamente pede que os dois sentem-se junto ao balcão, onde manda servir dois pratos de comida do famoso PF (Prato Feito) - arroz, feijão, bife e ovo...

Para Ricardinho era um sonho, comer após tantas horas na rua...

Para Agenor uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de fubá...

Grossas lágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada...

A satisfação de ver seu filho devorando aquele prato simples como se fosse um manjar dos deuses, e lembrança de sua pequena família em casa, foi demais para seu coração tão cansado de mais de 2 anos de desemprego, humilhações e necessidades...

Amaro se aproxima de Agenor e percebendo a sua emoção, brinca para relaxar:

- Ô Maria!!! Sua comida deve estar muito ruim... Olha o meu amigo está até chorando de tristeza desse bife, será que é sola de sapato?!?!

Imediatamente, Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia a Deus por ter esse prazer...

Amaro pede então que ele sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam sobre trabalho...

Mais confiante, Agenor enxuga as lágrimas e começa a almoçar, já que sua fome já estava nas costas...

Após o almoço, Amaro convida Agenor para uma conversa nos fundos da padaria, onde havia um pequeno escritório...

Agenor conta então que há mais de 2 anos havia perdido o emprego e desde então, sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava vivendo de
pequenos 'biscates aqui e acolá', mas que há 2 meses não recebia nada...

Amaro resolve então contratar Agenor para serviços gerais na padaria, e penalizado, faz para o homem uma cesta básica com alimentos para pelo menos 15 dias...

Agenor com lágrimas nos olhos agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu início no trabalho...

Ao chegar em casa com toda aquela 'fartura', Agenor é um novo homem sentia esperanças, sentia que sua vida iria tomar novo impulso...

Deus estava lhe abrindo mais do que uma porta, era toda uma esperança de dias melhores...

No dia seguinte, às 5 da manhã, Agenor estava na porta da padaria ansioso para iniciar seu novo trabalho...

Amaro chega logo em seguida e sorri para aquele homem que nem ele sabia porque estava ajudando...

Tinham a mesma idade, 32 anos, e histórias diferentes, mas algo dentro dele
chamava-o para ajudar aquela pessoa...

E, ele não se enganou - durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres...

Um dia, Amaro chama Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetização de adultos um quarteirão acima da padaria, e que ele fazia questão que Agenor fosse estudar...

Agenor nunca esqueceu seu primeiro dia de aula: a mão trêmula nas primeiras letras e a emoção da primeira carta...

Doze anos se passam desde aquele primeiro dia de aula...

Vamos encontrar o Dr. Agenor Baptista de Medeiros , advogado, abrindo seu escritório para seu cliente, e depois outro, e depois mais outro...

Ao meio dia ele desce para um café na padaria do amigo Amaro, que fica impressionado em ver o 'antigo funcionário' tão elegante em seu primeiro terno...

Mais dez anos se passam, e agora o Dr. Agenor Baptista, já com uma clientela que mistura os mais necessitados que não podem pagar, e os mais abastados que o pagam muito bem, resolve criar uma Instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida diariamente na hora do almoço...


Mais de 200 refeições são servidas diariamente naquele lugar que é administrado pelo seu filho , o agora nutricionista Ricardo Baptista...

Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um...

Contam que aos 82 anos os dois faleceram no mesmo dia, quase que a mesma hora, morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido...

Ricardinho , o filho mandou gravar na frente da 'Casa do Caminho', que seu pai fundou com tanto carinho:

'Um dia eu tive fome, e você me alimentou. Um dia eu estava sem esperanças e você me deu um caminho. Um dia acordei sozinho, e você me deu Deus, e isso não tem preço. Que Deus habite em seu coração e alimente sua alma. E, que te sobre o pão da misericórdia para estender a quem precisar!!!'

(História verídica)

Se acharem que vale a pena repassem, pois nunca é tarde para começar e sempre é cedo para parar!!!

Embora não podemos voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora de fazer um novo fim!!!

Repassando, com carinho...


" Comece fazendo o necessário, depois o que é possível, e muito em breve estará fazendo o impossível"

São Francisco de Assis


domingo, 26 de agosto de 2012

Indian Love Song

The power of THOUGHT. Love begins with our thoughts. We become what we think about. Loving thoughts create loving experiences and loving relationships. Affirmations can change our beliefs and thoughts about others and ourselves. If we want to love someone, we need to consider his or her needs and desires. Thinking about your ideal partner will help you recognise her when you meet her. The power of RESPECT. You cannot love anyone or anything unless you first respect them. The first person you need to respect is yourself. To begin to gain self-respect, ask yourself, What do I respect about myself? - To gain respect for others, even those you may dislike, ask yourself, What do I respect about them? - The power of GIVING. If you want to receive love, all you have to do is give it! The more love you give, the more you will receive. To love is to give of yourself, freely and unconditionally. Practice random acts of kindness. Before committing to a relationship ask not what the other person will be able to give to you, but rather what will you be able to give them. The secret formula of a happy, lifelong, loving relationship is to always focus on what you can give instead of what you can take. The power of FRIENDSHIP. To find a true love, you must first find a true friend. Love does not consist of gazing into each other"s eyes, but rather looking outward together in the same direction. To love someone completely you must love him or her for who they are and not for what they look like. Friendship is the soil through which love seeds grow. If you want to bring love into a relationship, you must first bring friendship. The power of TOUCH. Touch is one of the most powerful expressions of love, breaking down barriers and bonding relationships. Touch changes our physical and emotional states and makes us more receptive to love. The power of LETTING GO. If you love something, let it free. If it comes back to you, it's yours, if it doesn"t, it never was. Even in a loving relationship, people need their own space. If we want to learn to love, we must first learn to forgive and let go of past hurts and grievances. Love means letting go of our fears, prejudices, egos and conditions. Today I let go of all my fears, the past has no power over me - today is the beginning of a new life. The power of COMMUNICATION. When we learn to communicate openly and honestly, life changes. To love someone is to communicate with them. Let the people you love know that you love them and appreciate them. Never be afraid to say those three magic words: I Love You. Never let an opportunity pass to praise someone. Always leave someone you love with a loving word - it could be the last time you see him or her. If you were about to die but could make telephone calls to the people you loved, who would you call, what would you say and .. why are you waiting? The power of COMMITMENT. If you want to have love in abundance, you must be committed to it, and that commitment will be reflected in your thoughts and actions. Commitment is the TRUE test of love. If you want to have loving relationships, you must be committed to loving relationships. When you are committed to someone or something, quitting is never an option. Commitment distinguishes a fragile relationship from a strong one. The power of PASSION. Passion ignites love and keeps it alive. Lasting passion does not come through physical attraction alone; it comes from deep commitment, enthusiasm, interest and excitement. Passion can be recreated by recreating past experiences. When you felt passionate spontaneity and surprises produce passion. The essence of love and happiness are the same; all we need to do is to live each day with passion. The power of TRUST. Trust is essential in all loving relationships. Without it one person becomes suspicious, anxious and fearful and the other person feels trapped and emotionally suffocated. You cannot love someone completely unless you trust him or her completely. Act as if your relationship with the person you love will never end. One of the ways you can tell whether a person is right for you is to ask yourself. Do I trust them completely and unreservedly? - If the answer is no -, think carefully before making a commitment.

This Is The Best World Music - Native Americans - Peru

domingo, 5 de agosto de 2012

2012 - Mensagem dos Anciãos (Maias) / Message of The Elders (Legendado PT)

Acorda , Povo !


A POLITICA E OS ESCRAVOS...

Aqui vai a razão pela qual os países do norte da Europa estão a ficar cansados de subsidiar os países do Sul.

PORTUGAL

3 governos no continente e ilhas

333 deputados no continente e ilhas

308 câmaras

4259 freguesias

1770 vereadores

30000 carros

40000(?) fundações e associações

500 assessores em Belém

1284 serviços e institutos públicos

Para a Assembleia da República Portuguesa ter um número de deputados equivalentes à Alemanha, teria de reduzir em mais de 50%



O POVO PORTUGUÊS NÃO TEM CAPACIDADE PARA CRIAR RIQUEZA SUFICIENTE, PARA ALIMENTAR ESTA CORJA DE GATUNOS!

É POR ESTAS E POR OUTRAS QUE PORTUGAL É O PAÍS DA EUROPA EM QUE SIMULTÂNEAMENTE SE VERIFICAM OS SALÁRIOS MAIS ALTOS A NÍVEL DE GESTORES/ADMINISTRADORES E O SALÁRIO MÍNIMO MAIS BAIXO PARA OS HABITUAIS ESCRAVIZADOS.

ISTO É ABOMINÁVEL!!!

ACORDA, POVO!

ESTAS, SIM, É QUE SÃO AS GORDURAS QUE TÊM DE SER ELIMINADAS E NÃO AS QUE O GOVERNO FALA.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

DESACORDO ORTOGRÁFICO

Já não é só o Centro Cultural de Belém -- instituição de direito privado, sem tutela pública. Ou Serralves. Ou a Casa da Música. Já não são só a generalidade dos jornais que o ignoram -- Correio da Manhã, Jornal de Notícias, Público, i, Diário Económicoe Jornal de Negócios, além da revista Sábado.

Já não só os angolanos que se demarcam, ou os moçambicanos. Ou até os macaenses. Sem excluir os próprios brasileiros.



Por cá também já se perdeu de vez o respeitinho pelo Acordo Ortográfico. Todos os dias surge a confirmação de que não existe o consenso social mínimo em torno deste assunto.

São os principais colunistas e opinadores da imprensa portuguesa. Pessoas como Anselmo Borges, António-Pedro Vasconcelos, Baptista-Bastos, Frei Bento Domingues, Eduardo Dâmaso, Helena Garrido, Inês Pedrosa, Jaime Nogueira Pinto, João Miguel Tavares, João Paulo Guerra, João Pereira Coutinho, Joel Neto, José Cutileiro, José Pacheco Pereira, Luís Filipe Borges, Manuel António Pina, Manuel S. Fonseca, Maria Filomena Mónica, Miguel Esteves Cardoso, Miguel Sousa Tavares, Nuno Rogeiro, Pedro Lomba, Pedro Mexia, Pedro Santos Guerreiro, Ricardo Araújo Pereira, Vasco Pulido Valente e Vicente Jorge Silva.

É o ex-líder socialista, Francisco Assis, que se pronuncia sem complexos contra este «notório empobrecimento da língua portuguesa».

É o encenador Ricardo Pais, sem papas na língua.

É José Gil, um dos mais prestigiados pensadores portugueses, a classificá-lo, com toda a propriedade, de «néscio e grosseiro».

É a Faculdade de Letras de Lisboa que recusa igualmente impor o acordo. Que só gera desacordo.

Um acordo que pretende fixar norma contra a etimologia, ao contrário do que sucede com a esmagadora maioria das línguas cultas. Um acordo que pretende unificar a ortografia, tornando-a afinal ainda mais díspar e confusa. Um acordo que pretende congregar mas que só divide. Um acordo que está condenado a tornar-se letra morta -- no todo ou em parte. Depende apenas de cada um de nós. Passe para todos os seus contactos
É preciso evitarmos ser destruídos por intelectualóides ignorantes e arrogantes que procuram a celebridade com palhaçadas à custa daquilo que Portugal tem de melhor. E os políticos com medo de os chamarem ignorantes (que são) alinham com qualquer fantasia que seja apresentada com ares de inteligência. COITADOS!!!

O estranho


Alguns anos depois que nasci, meu pai conheceu um estranho, recém-chegado à nossa pequena cidade.
Desde o princípio, meu pai ficou fascinado com este encantador personagem, e em seguida o convidou a viver com nossa família.
O estranho aceitou e desde então tem estado conosco.
Enquanto eu crescia, nunca perguntei sobre seu lugar em minha família; na minha mente jovem já tinha um lugar muito especial.
Meus pais eram instrutores complementares:
Minha mãe me ensinou o que era bom e o que era mau e meu pai me ensinou a obedecer.
Mas o estranho era nosso narrador.
Mantinha-nos enfeitiçados por horas com aventuras, mistérios e comédias.

Ele sempre tinha respostas para qualquer coisa que quiséssemos saber de política, história ou ciência.
Conhecia tudo do passado, do presente e até podia predizer o futuro!
Levou minha família ao primeiro jogo de futebol.
Fazia-me rir, e me fazia chorar.
O estranho nunca parava de falar, mas o meu pai não se importava.
Às vezes, minha mãe se levantava cedo e calada, enquanto o resto de nós ficava escutando o que tinha que dizer, mas só ela ia à cozinha para ter paz e tranquilidade. (Agora me pergunto se ela teria rezado alguma vez, para que o estranho fosse embora).
Meu pai dirigia nosso lar com certas convicções morais, mas o estranho nunca se sentia obrigado a honrá-las.

As blasfêmias, os palavrões, por exemplo, não eram permitidos em nossa casa… Nem por parte nossa, nem de nossos amigos ou de qualquer um que nos visitasse. Entretanto, nosso visitante de longo prazo, usava sem problemas sua linguagem inapropriada que às vezes queimava meus ouvidos e que fazia meu pai se retorcer e minha mãe se ruborizar.
Meu pai nunca nos deu permissão para tomar álcool. Mas o estranho nos animou a tentá-lo e a fazê-lo regularmente.
Fez com que o cigarro parecesse fresco e inofensivo, e que os charutos e os cachimbos fossem distinguidos.
Falava livremente (talvez demasiado) sobre sexo. Seus comentários eram às vezes evidentes, outras sugestivos, e geralmente vergonhosos.
Agora sei que meus conceitos sobre relações foram influenciados fortemente durante minha adolescência pelo estranho.
Repetidas vezes o criticaram, mas ele nunca fez caso aos valores de meus pais, mesmo assim, permaneceu em nosso lar.
Passaram-se mais de cinquenta anos desde que o estranho veio para nossa família. Desde então mudou muito; já não é tão fascinante como era ao principio.
Não obstante, se hoje você pudesse entrar na guarida de meus pais, ainda o encontraria sentado em seu canto, esperando que alguém quisesse escutar suas conversas ou dedicar seu tempo livre a fazer-lhe companhia...
Seu nome?
Nós o chamamos Televisor...

Nota:

Pede-se que este artigo seja lido em cada lar.
Agora ele tem uma esposa que se chama Computador
e um filho que se chama Celular

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Alemanha... falta de memória (ainda bem que há Historiadores!)



Em 1953, a Alemanha de Konrad Adenauer entrou em default, falência, ficou
Kaput, ou seja, ficou sem dinheiro para fazer mover a actividade económica
do país. Tal qual como a Grécia actualmente.

A Alemanha negociou 16 mil milhões de marcos em dívidas de 1920 que
entraram em incumprimento na década de 30 após o colapso da bolsa em Wall
Street. O dinheiro tinha-lhe sido emprestado pelos EUA, pela França e pelo
Reino Unido.

Outros 16 mil milhões de marcos diziam respeito a empréstimos dos EUA no
pós-guerra, no âmbito do Acordo de Londres sobre as Dívidas Alemãs (LDA),
de 1953. O total a pagar foi reduzido 50%, para cerca de 15 mil milhões de
marcos, por um período de 30 anos, o que não teve quase impacto na
crescente economia alemã.

O resgate alemão foi feito por um conjunto de países que incluíam a Grécia,
a Bélgica, o Canadá, Ceilão, a Dinamarca, França, o Irão, a Irlanda, a
Itália, o Liechtenstein, o Luxemburgo, a Noruega, o Paquistão, a Espanha, a
Suécia, a Suíça, a África do Sul, o Reino Unido, a Irlanda do Norte, os EUA
e a Jugoslávia.

As dívidas alemãs eram do período anterior e posterior à Segunda Guerra
Mundial. Algumas decorriam do esforço de reparações de guerra e outras de
empréstimos gigantescos norte-americanos ao governo e às empresas.
Durante 20 anos, como recorda esse acordo, Berlim não honrou qualquer pagamento
da dívida.

Por incrível que pareça, apenas oito anos depois de a Grécia ter sido
invadida e brutalmente ocupada pelas tropas nazis, Atenas aceitou participar
no esforço internacional para tirar a Alemanha da terrível bancarrota em
que se encontrava.

Ora os custos monetários da ocupação alemã da Grécia foram estimados em 162
mil milhões de euros sem juros. Após a guerra, a Alemanha ficou de
compensar a Grécia por perdas de navios bombardeados ou capturados, durante
o período de neutralidade, pelos danos causados à economia grega, e pagar
compensações às vítimas do exército alemão de ocupação.

As vítimas gregas foram mais de um milhão de pessoas (38 960 executadas, 12
mil abatidas, 70 mil mortas no campo de batalha, 105 mil em campos de
concentração na Alemanha, e 600 mil que pereceram de fome). Além disso, as
hordas nazis roubaram tesouros arqueológicos gregos de valor incalculável.

Qual foi a reacção da direita parlamentar alemã aos actuais problemas
financeiros da Grécia? Segundo esta, a Grécia devia considerar vender
terras, edifícios históricos e objectos de arte para reduzir a sua dívida.

Além de tomar as medidas de austeridade impostas, como cortes no sector
público e congelamento de pensões, os gregos deviam vender algumas ilhas,
defenderam dois destacados elementos da CDU, Josef Schlarmann e Frank
Schaeffler,
do partido da chanceler Merkel.
Os dois responsáveis chegaram a alvitrar que o Partenon, e algumas ilhas gregas
no Egeu, fossem vendidas para evitar a bancarrota.
"Os que estão insolventes devem vender o que possuem para pagar aos seus
credores", disseram ao jornal "Bild". Depois disso, surgiu no seio do
executivo a ideia peregrina de pôr um comissário europeu a fiscalizar
permanentemente
as contas gregas em Atenas.

O historiador Albrecht Ritschl, da London School of Economics, recordou
recentemente à "Spiegel" que a Alemanha foi o pior país devedor do século
XX. O economista destaca que a insolvência germânica dos anos 30 faz a
dívida grega de hoje parecer insignificante.

"No século XX, a Alemanha foi responsável pela maior bancarrota de que há
memória", afirmou. "Foi apenas graças aos Estados Unidos, que injectaram
quantias enormes de dinheiro após a Primeira e a Segunda Guerra Mundial,
que a Alemanha se tornou financeiramente estável e hoje detém o estatuto de
locomotiva da Europa. Esse facto, lamentavelmente, parece esquecido",
sublinha Ritsch.

O historiador sublinha que a Alemanha desencadeou duas guerras mundiais, a
segunda de aniquilação e extermínio, e depois os seus inimigos perdoaram-lhe
totalmente o pagamento das reparações ou adiaram-nas.

A Grécia não esquece que a Alemanha deve a sua prosperidade económica a
outros países.

Por isso, alguns parlamentares gregos sugerem que seja feita a contabilidade
das dívidas alemãs à Grécia para que destas se desconte o que a Grécia deve
actualmente.

Sérgio Soares, jornalista português

domingo, 22 de julho de 2012

BPN-A Maior Burla de Sempre em Portugal

Este número é demasiado grande para caber nos jornais (9.710.600.000,00?)!!!

Além disso, reparem bem, nos nomes dos protagonistas!!! Tudo ?gente
fina?, bem posicionada e intocáveis!!!

Parece anedota, mas é autêntico: dia 11 de abril do ano passado, um
homem armado assaltou a dependência do Banco Português de Negócios, ou
simplesmente BPN, na Portela de Sintra, arredores de Lisboa e levou 22
mil euros. Tratou-se de um assalto histórico:

foi a primeira vez que o BPN foi assaltado por alguém que não fazia
parte da administração do banco.

O BPN tem feito correr rios de tinta e ainda mais rios de dinheiro dos
contribuintes.

Foi a maior burla de sempre em Portugal, qualquer coisa como
9.710.539.940,09 ?uros!!!

Com esses nove biliões e setecentos e dez milhões de euros, li
algures, podiam-se comprar 48 aviões Airbus A380 (o maior avião
comercial do mundo), 16 plantéis de futebol iguais ao do Real Madrid,
construir 7 TGV de Lisboa a Gaia, 5 pontes sobre o Tejo ou distribuir
971 euros por cada um dos 10 milhões de portugueses residentes no
território nacional (os 5 milhões que vivem no estrangeiro não seriam
contemplados).



João Marcelino, diretor do Diário de Notícias, de Lisboa, considera
que ?é o maior escândalo financeiro da história de Portugal. Nunca
antes houve um roubo desta dimensão, ?tapado? por uma nacionalização
que já custou 2.400 milhões de euros delapidados algures entre
gestores de fortunas privadas em Gibraltar, empresas do Brasil,
offshores de Porto Rico, um oportuno banco de Cabo Verde e a
voracidade de uma parte da classe política portuguesa que se
aproveitou desta vergonha criada por figuras importantes daquilo que
foi o cavaquismo na sua fase executiva?.

O diretor do DN conclui afirmando que este escândalo ?é o exemplo
máximo da promiscuidade dos decisores políticos e económicos
portugueses nos últimos 20 anos e o emblema maior deste terceiro
auxílio financeiro internacional em 35 anos de democracia. Justifica
plenamente a pergunta que muitos portugueses fazem: se isto é assim à
vista de todos, o que não irá por aí??

O BPN foi criado em 1993 com a fusão das sociedades financeiras
Soserfin e Norcrédito e era pertença da Sociedade Lusa de Negócios
(SLN), que compreendia um universo de empresas transparentes e
respeitando todos os requisitos legais, e mais de 90 nebulosas
sociedades offshores sediadas em distantes paraísos fiscais como o BPN
Cayman, que possibilitava fuga aos impostos e negociatas.

O BPN tornou-se conhecido como banco do PSD, proporcionando
"colocações" para ex-ministros e secretários de Estado
sociais-democratas. O homem forte do banco era José de Oliveira e
Costa, que Cavaco Silva foi buscar em 1985 ao Banco de Portugal para
ser secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e assumiu a presidência
do BPN em 1998, depois de uma passagem pelo Banco Europeu de
Investimentos e pelo Finibanco.

O braço direito de Oliveira e Costa era Manuel Dias Loureiro, ministro
dos Assuntos Parlamentares e Administração Interna nos dois últimos
governos de Cavaco Silva e que deve ser mesmo bom (até para fazer
falcatruas é preciso talento!), entrou na política em 1992 com
quarenta contos e agora tem mais de 400 milhões de euros.

Vêm depois os nomes de Daniel Sanches, outro ex-ministro da
Administração Interna (no tempo de Santana Lopes) e que foi para o BPN
pela mão de Dias Loureiro; de Rui Machete, presidente do Congresso do
PSD e dos ex-ministros Amílcar Theias e Arlindo Carvalho.

Apesar desta constelação de bem pagos gestores, o BPN faliu. Em 2008,
quando as coisas já cheiravam a esturro, Oliveira e Costa deixou a
presidência alegando motivos de saúde, foi substituido por Miguel
Cadilhe, ministro das Finanças do XI Governo de Cavaco Silva e que
denunciou os crimes financeiros cometidos pelas gestões anteriores.

O resto da história é mais ou menos conhecido e terminou com o colapso
do BPN, sua posterior nacionalização e descoberta de um prejuízo de
1,8 mil milhões de euros, que os contribuintes tiveram que suportar.

Que aconteceu ao dinheiro do BPN? Foi aplicado em bons e em maus
negócios, multiplicou-se em muitas operações ?suspeitas? que geraram
lucros e que Oliveira e Costa dividiu generosamente pelos seus homens
de confiança em prémios, ordenados, comissões e empréstimos bancários.

Não seria o primeiro nem o último banco a falir, mas o governo de
Sócrates decidiu intervir e o BPN passou a fazer parte da Caixa Geral
de Depósitos, um banco estatal liderado por Faria de Oliveira, outro
ex-ministro de Cavaco e membro da comissão de honra da sua
recandidatura presidencial, lado a lado com Norberto Rosa,
ex-secretário de estado de Cavaco e também hoje na CGD.

Outro social-democrata com ligações ao banco é Duarte Lima, ex-líder
parlamentar do PSD, que se mantém em prisão preventiva por
envolvimento fraudulento com o BPN e também está acusado pela polícia
brasileira do assassinato de Rosalina Ribeiro, companheira e uma das
herdeiras do milionário Tomé Feteira. Em 2001 comprou a EMKA, uma das
offshores do banco por três milhões de euros, tornando-se também
accionista do BPN.

Em 31 de julho, o ministério das Finanças anunciou a venda do BPN, por
40 milhões de euros, ao BIC, banco angolano de Isabel dos Santos,
filha do presidente José Eduardo dos Santos, e de Américo Amorim, que
tinha sido o primeiro grande accionista do BPN.

O BIC é dirigido por Mira Amaral, que foi ministro nos três governos
liderados por Cavaco Silva e é o mais famoso pensionista de Portugal
devido à reforma de 18.156 euros por mês que recebe desde 2004, aos 56
anos, apenas por 18 meses como administrador da CGD.

O Estado português queria inicialmente 180 milhões de euros pelo BPN,
mas o BIC acaba por pagar 40 milhões (menos que a cláusula de rescisão
de qualquer craque da bola) e os contribuintes portugueses vão meter

ainda mais 550 milhões de euros no banco, além dos 2,4 mil milhões que
já lá foram enterrados. O governo suportará também os encargos dos
despedimentos de mais de metade dos actuais 1.580 trabalhadores (20
milhões de euros).

As relações de Cavaco Silva com antigos dirigentes do BPN foram muito
criticadas pelos seus oponentes durante a última campanha das eleições
presidenciais. Cavaco Silva defendeu-se dizendo que apenas tinha sido
primeiro-ministro de um governo de que faziam parte alguns dos
envolvidos neste escândalo. Mas os responsáveis pela maior fraude de
sempre em Portugal não foram apenas colaboradores políticos do
presidente, tiveram também negócios com ele.

Cavaco Silva também beneficiou da especulativa e usurária burla que
levou o BPN à falência.

Em 2001, ele e a filha compraram (a 1 euro por acção, preço feito por
Oliveira e Costa) 255.018 acções da SLN, o grupo detentor do BPN e, em
2003, venderam as acções com um lucro de 140%, mais de 350 mil euros.

Por outro lado, Cavaco Silva possui uma casa de férias na Aldeia da
Coelha, Albufeira, onde é vizinho de Oliveira e Costa e alguns dos
administradores que afundaram o BPN. O valor patrimonial da vivenda é
de apenas 199. 469,69 euros e resultou de uma permuta efectuada em
1999 com uma empresa de construção civil de Fernando Fantasia,
accionista do BPN e também seu vizinho no aldeamento.

Para alguns portugueses são muitas coincidências e alguns mais
divertidos consideram que Oliveira e Costa deve ser mesmo bom
economista(!!!): Num ano fez as acções de Cavaco e da filha quase
triplicarem de valor e, como tal, poderá ser o ministro das Finanças
(!!??) certo para salvar Portugal na actual crise económica. Quem
sabe, talvez Oliveira e Costa ainda venha a ser condecorado em vez de
ir parar à prisão....ah,ah,ah.

O julgamento do caso BPN já começou, mas os jornais pouco têm falado
nisso. Há 15 arguidos, acusados dos crimes de burla qualificada,
falsificação de documentos e fraude fiscal, mas nem sequer se sentam
no banco dos réus.

Os acusados pediram dispensa de estarem presentes em tribunal e o
Ministério Público deferiu os pedidos. Se tivessem roubado 900 euros,
o mais certo era estarem atrás das grades, deram descaminho a nove
biliões e é um problema político.

Nos EUA, Bernard Madoff, autor de uma fraude de 65 biliões de dólares,
já está a cumprir 150 anos de prisão, mas os 15 responsáveis pela
falência do BPN estão a ser julgados por juízes "condescendentes", vão
apanhar talvez pena suspensa e ficam com o produto do roubo, já que
puseram todos os bens em nome dos filhos e netos ou pertencentes a
empresas sediadas em paraísos fiscais.

Oliveira e Costa colocou as suas propriedades e contas bancárias em
nome da mulher, de quem entretanto se divorciou após 42 anos de
casamento. Se estivéssemos nos EUA, provavelmente a senhora teria de
devolver o dinheiro que o marido ganhou em operações ilegais, mas no
Portugal dos brandos costumes talvez isso não aconteça.

Dias Loureiro também não tem bens em seu nome. Tem uma fortuna de 400
milhões de euros e o valor máximo das suas contas bancárias são apenas
cinco mil euros.

Não há dúvida que os protagonistas da fraude do BPN foram meticulosos,
preveniram eventuais consequências e seguiram a regra de Brecht:
?Melhor do que roubar um banco é fundar um?.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

As novas (velhas) oportunidades de Relvas por Sérgio Lavos Um texto de Paulo Pinto: "a "escola da vida"




"Era o que se dizia, há muito tempo (ou, se calhar, não tanto como isso), de quem não tinha estudos mas perfazia uma vida cheia de experiência, prática, trabalho, o que equivalia a dificuldades, pobreza, percalços, infortúnios. Depois, já mais perto da actualidade, foi criada uma coisa chamada Novas Oportunidades, que dizia que uma experiência profissional era um curriculum que, até certo ponto e mediante certos limites, merecia equivalência ao ensino básico. Fazia algum sentido, era uma forma de conceder acreditação elementar a quem nunca tinha tido oportunidade de estudar e merecia reconhecimento. Mas para certas pessoas, algumas com um indisfarçável desprezo pelo trabalho suado e honesto, um desdém pela igualdade de oportunidades e uma profunda aversão pela justiça social, tudo isto era facilitismo, um sinal da desbunda de esquerda, um irreversível sintoma do caos cósmico-social. Ah! exames da 4ª classe do Salazar é que era, nesse tempo é que havia ensino a sério, professores capazes, alunos atenciosos e aplicados. Esta gente está hoje no poder. E vai daí, bye bye Novas Oportunidades, bem-vindos exames, avaliações, castigos à moda antiga. Acabou a palhaçada e o eduquês, as modernices dos planos individuais de recuperação, dos exames específicos para alunos com necessidades especiais, as avaliações contínuas.

Azar. Hoje soube-se que o ministro-padrão deste governo, aquele que ameaça jornalistas e que sai lampeirinho do caldo, fez a sua licenciatura apenas em um ano, pescou uma única cadeira de frequências anteriores (em Direito... e um 10) e o resto que falta... bom, o resto, como diz a notícia, justifica-se por uma lei de 2006, que "prevê que as universidades e politécnicos possam reconhecer “através da atribuição de créditos, a experiência profissional” de pessoas que já tendo estado inscritos no ensino superior pretendam prosseguir estudos". Um Novas Oportunidades Superiores, ao que vejo. Bem. Se Passos Coelho chamou ao Novas Oportunidades "um escândalo" e "um certificado à ignorância", o que chamaria a isto?"

domingo, 24 de junho de 2012

Também tenho os meus momentos "down"

   Tenho tudo , até mais do que o suficiente , para ser feliz ! Porque será então , que não me sinto assim ?! Será porque quando entro cá bem no meu fundo , me apercebo e tenho a consciência de que não contribuo para que as pessoas que comigo "co-habitam" , se sintam da mesma forma ?

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Paciência tem limites , né ?

   Já não nos é permitido "endividar" mais para satisfazermos as necessidades mais prementes , como é o caso da Habitação , da Alimentação , da Saúde . . . mas por outro lado , os nossos (des) governantes contraem empréstimos em nosso nome , a juros elevadíssimos , para sustentar Luxos da (falta de) classe política e . . . outras !
   Ora muito bem . . . se eu não tenho dinheiro para comprar/sustentar um carro , terei que andar a pé ; se não conseguir sustentar/aguentar a minha casa , terei que abdicar dela e ir para . . . "debaixo da ponte" ; se não for saudável , terei que aprender a suportar e conviver com a doença !
   Assim sendo . . . porque carga de água sou eu obrigado a endividar-me , para "sustentar/alimentar" o Bem Bom e os Luxos  dessa CORJA de ENGRAVATADOS , PESTILENTOS e FEDORENTOS . . . FILHOS da PUTA ?!?!?!

terça-feira, 12 de junho de 2012

A utopia é como o horizonte. Nós o vemos, ao longe, nunca o alcançaremos, mas serve para que continuemos sempre a caminhar.

“Foda-se” por Millôr Fernandes


  


(adaptado)



O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à

quantidade de "foda-se!" que ela diz.

Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"?

O "foda-se!" aumenta a minha auto-estima, torna-me uma

pessoa melhor.

Reorganiza as coisas. Liberta-me.

"Não quer sair comigo?! - então, foda-se!"

"Vai querer mesmo decidir essa merda sozinho(a)?! - então,

foda-se!"

O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição.

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos

extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário

de expressões que traduzem com a maior fidelidade os nossos

mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo a fazer a sua

língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que

vingará plenamente um dia.

"Comó caralho", por exemplo. Que expressão traduz melhor a

ideia de muita quantidade que "comó caralho"?

"Comó caralho" tende para o infinito, é quase uma expressão

matemática.



A Via Láctea tem estrelas comó caralho!

O Sol está quente comó caralho!

O universo é antigo comó caralho!

Eu gosto do meu clube comó caralho!

O gajo é parvo comó caralho!

Entendes?

No género do "comó caralho", mas, no caso, expressando a

mais absoluta negação, está o famoso "nem que te fodas!".

Nem o "Não, não e não!" e tão pouco o nada eficaz e já sem

nenhuma credibilidade "Não, nem pensar!" o substituem.

O "nem que te fodas!" é irretorquível e liquida o assunto.

Liberta-te, com a consciência tranquila, para outras actividades

de maior interesse na tua vida.

Aquele filho pintelho de 17 anos atormenta-te pedindo o carro

para ir surfar na praia? Não percas tempo nem paciência.

Solta logo um definitivo:

"Huguinho, presta atenção, filho querido, nem que te fodas!".

O impertinente aprende logo a lição e vai para o Centro

Comercial encontrar-se com os amigos, sem qualquer problema,

e tu fechas os olhos e voltas a curtir o CD (...)

Há outros palavrões igualmente clássicos.

Pense na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou o seu

correlativo "Pu-ta-que-o-pa-riu!", falado assim, cadenciadamente,

sílaba por sílaba.

Diante de uma notícia irritante, qualquer "puta-que-o-pariu!", dito

assim, põe-te outra vez nos eixos.

Os teus neurónios têm o devido tempo e clima para se

reorganizarem e encontrarem a atitude que te permitirá dar um

merecido troco ou livrares-te de maiores dores de cabeça.

E o que dizer do nosso famoso "vai levar no cu!"? E a sua

maravilhosa e reforçadora derivação "vai levar no olho do cu!"?

Já imaginaste o bem que alguém faz a si próprio e aos seus

quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de

seu interlocutor e solta:

"Chega! Vai levar no olho do cu!"?



Pronto, tu retomaste as rédeas da tua vida, a tua auto-estima.

Desabotoas a camisa e sais à rua, vento batendo na face, olhar

firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado

amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registar aqui a expressão de

maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu-se!". E a

sua derivação, mais avassaladora ainda: "Já se fodeu!".

Conheces definição mais exacta, pungente e arrasadora para

uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de

ameaçadora complicação?

Expressão, inclusivé, que uma vez proferida insere o seu autor

num providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo

assim como quando estás a sem documentos do carro, sem

carta de condução e ouves uma sirene de polícia atrás de ti a

mandar-te parar. O que dizes? "Já me fodi!"

Ou quando te apercebes que és de um país em que quase nada

funciona, o desemprego não baixa, os impostos são altos, a

saúde, a educação e … a justiça são de baixa qualidade, os

empresários são de pouca qualidade e procuram o lucro fácil e

em pouco tempo, as reformas têm que baixar, o tempo para a

desejada reforma tem que aumentar … tu pensas “Já me fodi!”

Então:

Liberdade,

Igualdade,

Fraternidade

e

foda-se!!!

Mas não desespere:

Este país … ainda vai ser “um país do caralho!” Atente no que lhe digo!

domingo, 3 de junho de 2012

Para reflectir . . .

       DISCURSO DO EMBAIXADOR MEXICANO

Um discurso feito pelo embaixador Guaicaípuro Cuatemoc, de
ascendência indígena, sobre o pagamento da dívida externa do seu país, o
México, embasbacou os principais chefes de Estado da Comunidade Europeia.

A Conferência dos Chefes de Estado da União Europeia,
Mercosul e Caribe, em Madrid, viveu um momento revelador e surpreendente:
os Chefes de Estado europeus ouviram perplexos e calados um discurso
irónico, cáustico e historicamente exacto.

Eis o discurso:

"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40
mil anos, para encontrar os que a "descobriram" há 500... O irmão europeu
da alfândega pediu-me um papel escrito, um visto, para poder descobrir os
que me descobriram. O irmão financeiro europeu pede ao meu país o
pagamento, com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca
autorizei que me vendesse. Outro irmão europeu explica-me que toda a dívida
se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e
países inteiros, sem lhes pedir consentimento. Eu também posso reclamar
pagamento e juros. Consta no "Arquivo da Companhia das Índias Ocidentais"
que, somente entre os anos de 1503 a 1660, chegaram a São Lucas de
Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata
provenientes da América.

Teria aquilo sido um saque? Não acredito, porque seria
pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo mandamento!

Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer
que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão.

Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos
caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que
afirmam que a arrancada do capitalismo e a actual civilização europeia se
devem à inundação dos metais preciosos tirados das Américas.

Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de
prata foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América
destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a
existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a
devolução, mas uma indemnização por perdas e danos.

Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva.

Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o
início de um plano "MARSHALL MONTEZUMA", para garantir a reconstrução da
Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos,
criadores da álgebra e de outras conquistas da civilização.

Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos
perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional responsável ou pelo
menos produtivo desses fundos?

Não. No aspecto estratégico, delapidaram-nos nas batalhas de
Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias outras formas
de extermínio mútuo.

No aspecto financeiro, foram incapazes - depois de uma
moratória de 500 anos - tanto de amortizar capital e juros, como de se
tornarem independentes das rendas líquidas, das matérias-primas e da
energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.

Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman,
segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar, o que nos
obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e dos
juros que, tão generosamente, temos demorado todos estes séculos para
cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de
nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30%
de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo.

Limitar-nos-emos a exigir a devolução dos metais preciosos,
acrescida de um módico juro de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300
anos, concedendo-lhes 200 anos de bónus. Feitas as contas a partir desta
base e aplicando a fórmula europeia de juros compostos, concluimos, e disso
informamos os nossos descobridores, que nos devem não os 185 mil quilos de
ouro e 16 milhões de quilos de prata, mas aqueles valores elevados à
potência de 300, número para cuja expressão total será necessário expandir
o planeta Terra.

Muito peso em ouro e prata... quanto pesariam se calculados
em sangue?

Admitir que a Europa, em meio milénio, não conseguiu gerar
riquezas suficientes para estes módicos juros, seria admitir o seu absoluto
fracasso financeiro e a demência e irracionalidade dos conceitos
capitalistas.

Tais questões metafísicas, desde já, não nos inquietam a
nós, índios da América. Porém, exigimos a assinatura de uma carta de
intenções que enquadre os povos devedores do Velho Continente na obrigação
do pagamento da dívida, sob pena de privatização ou conversão da Europa, de
forma tal, que seja possível um processo de entrega de terras, como
primeira prestação de dívida histórica..."



Quando terminou seu discurso diante dos chefes de Estado da
Comunidade Européia, Guaicaípuro Guatemoc não sabia que estava expondo uma
tese de Direito Internacional para determinar a verdadeira Dívida Externa.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Há burros & burros

Comunicado:

1- Um corrupto, peidoso senil e furioso consumidor de viagra , aproveitou um dos raros momentos em que não está a corromper árbitros ou a intimidar adversários, para vomitar uns dichotes contra o o Benfica e o seu presidente, o que em si mesmo já não é notícia. Há pormenores que importa realçar, como o "ódio visceral, a injuria e a canalhice" pelos bons serviços prestados pela guarda pretoriana no "encaixa dragão", o que é elucidativo do carácter do corrupto, peidoso e senil, furioso consumidor de viagra e consiste em mais um forte apelo à violência no desporto o que já é hábito em Portugal. O mais incrível é que ninguém questionou ver nas imagens – supostamente do mesmo jogo – árbitros diferentes. Efectivamente quando não se sabe ser sério não se consegue jogar limpo em nada. Uma questão de genética.

2 - Burros não são os que acreditam na mudança. Burros são os que só tiram a cabeça da toca quando a policia não os obriga a fugir para Espanha, ainda que avisados por outros policias e nunca são capazes de dar a cara nas repetidas chamadas a tribunal!

3 - Burros não são os que acreditam na mudança. Burros são os que se deixam levar por textos a fingir de anjos e arcanjos, enquanto o passivo dos 30 anos de gestão do corrupto, peidoso senil e furioso consumidor de viagra atinge níveis estratosféricos, apesar das fabulosas vendas de jogadores.

4 - Burros não são os que acreditam na mudança. Burros são os que permitem a quem sempre mostrou competência para corromper, poder alterar as regras às escondidas e também às claras, para que ninguém ouse disputar-lhe o poder e continuar a fecundá-los a todos.

5 - Burros não são os que acreditam na mudança. Burros são os que se deixam contentar com vitórias compradas no super-mercado como afirma o prestigiado 'sir' Alex Fergusson, enquanto o corrupto, peidoso e senil, furioso consumidor de viagra enche o 'pneu' de viagra com os títulos de maior corrupto da história nacional e com o epitáfio de batoteiro internacional.

6 - Burros não são os que acreditam na mudança. Burros são os que ainda levam a sério o corrupto, peidoso senil e furioso consumidor de viagra . Num ano qualquer: «Queremos este ano dedicar a vitória do campeonato a si (Pedroto já falecido) que vai ser campeão». No livro luzes e sombras de um dragão: «Não estou para viver num país onde a revolução de Abril acabou com a PIDE para agora a ver substituída pelo MP». Na casa dos corruptos em Lisboa: "Nós só queremos Lisboa a arder". Como consultor familiar de árbitros ou como GPS da casa da Madalena. Largos dias terão os anos passados na cadeia, assim a justiça comece a funcionar...

7 - Burros não são os que acreditam na mudança. Burros são os que pela força do hábito não sabem lidar com a derrota. Podem continuar a ganhar um camião de campeonatos à nossa custa, mas continuarão a ver o Benfica a lutar pela transparência. E o camião ou os títulos são sempre roubados.

8 - Burros não são os que acreditam na mudança. Burros são os que fecham os olhos à forma como o corrupto, peidoso senil e furioso consumidor de viagra enriqueceu. É o alpinismo social.

9 - Burros não são os que acreditam na mudança. Burros são os que confundem risco com linha, ou que julgam que coca-cola só tem quatro letras (e não é que tem mesmo? C O L A) e procuram esquecer a rusga anti-droga na portagem dos carvalhos, que levaria à prisão de Mariano (antigo jogador do Porto), como bode expiatório, a troco de dinheiro.

PS: Aguardamos que a Procuradoria-Geral da República investigue o ataque à honra e à imparcialidade dos juízes e da polícia feito pelo corrupto, peidoso senil e furioso consumidor de viagra ao longo de 30 anos de roubos e impunidade.



Guachos Vermelhos

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Vale mesmo a pena ler



José António Barreiros, advogado

Isto que eu vou dizer vai parecer ridículo a muita gente.
Mas houve um tempo em que as pessoas se lembravam, ainda, da época da infância, da primeira caneta de tinta-permanente, da primeira bicicleta, da idade adulta, das vezes em que se comia fora, do primeiro frigorífico e do primeiro televisor, do primeiro rádio, de quando tinham ido ao estrangeiro.
Houve um tempo em que, nos lares, se aproveitava para a refeição seguinte o sobejante da refeição anterior, em que, com ovos mexidos e a carne ou peixe restante, se fazia "roupa velha". Tempos em que as camisas iam a mudar o colarinho e os punhos do avesso, assim como os casacos, e se tingia a roupa usada, tempos em que se punham meias-solas com protectores. Tempos em que ao mudar-se de sala se apagava a luz, tempos em que se guardava o "fatinho de ver a Deus e à sua Joana".
E não era só no Portugal da mesquinhez salazarista. Na Inglaterra dos Lordes, na França dos Luíses, a regra era esta. Em 1945 passava-se fome na Europa, a guerra matara milhões e arrasara tudo quanto a selvajaria humana pode arrasar.
Houve tempos em que se produzia o que se comia e se exportava. Em que o País tinha uma frota de marinha mercante, fábricas, vinhas, searas.
Veio depois o admirável mundo novo do crédito. Os novos pais tinham como filhos uns pivetes tiranos, exigindo malcriadamente o último modelo de mil e um gadgets e seus consumíveis, porque os filhos dos outros também tinham. Pais que se enforcavam por carrões de brutal cilindrada para os encravarem no lodo do trânsito e mostrarem que tinham aquela extensão motorizada da sua potência genital. Passou a ser tempo de gente em que era questão de pedigree viver no condomínio fechado, e sobretudo dizê-lo, em que luxuosas revistas instigavam em couché os feios a serem bonitos, à conta de spas e de marcas, assim se visse a etiqueta, em que a beautiful people era o símbolo de status como a língua nos cães para a sua raça.
Foram anos em que o Campo se tornou num imenso ressort de Turismo de Habitação, as cidades uma festa permanente, entre o cocktail party e a rave. Houve quem pensasse até que um dia os Serviços seriam o único emprego futuro ou com futuro.
O país que produzia o que comíamos ficou para os labregos dos pais e primos parolos, de quem os citadinos se envergonhavam, salvo quando regressavam à cidade dos fins de semana com a mala do carro atulhada do que não lhes custara a cavar e às vezes nem obrigado.
O país que produzia o que se podia transaccionar, esse, ficou com o operariado da ferrugem, empacotados como gado em dormitórios, e que os víamos chegar mortos de sono logo à hora de acordarem, as casas verdadeiras bombas-relógio de raiva contida, descarregada nos cônjuges, nos filhos, na idiotização que a TV tornou negócio.
Sob o oásis dos edifícios em vidro, miragem de cristal, vivia o mundo subterrâneo de quantos aguentaram isto enquanto puderam, a sub-gente. Os intelectuais burgueses teorizavam, ganzados de alucinação, que o conceito de classes sociais tinha desaparecido. A teoria geral dos sistemas supunha que o real era apenas uma noção, a teoria da informação substituía os cavalos-força da maquinaria pelos megabytes de RAM da computação universal. Um dia os computadores tudo fariam, o Ser-Humano tornava-se um acidente no barro de um oleiro velho e tresloucado que, caído do Céu, morrera pregado a dois paus, e que julgava chamar-se Deus, confundindo-se com o seu filho e mais uma trinitária pomba.
Às tantas, os da cidade começaram a notar que não havia portugueses a servir à mesa, porque estávamos a importar brasileiros, que não havia portugueses nas obras, porque estávamos a importar negros e eslavos.
A chegada das lojas-dos-trezentos já era alarme de que se estava a viver de pexibeque, mas a folia continuava. A essas sucedeu a vaga das lojas chinesas, porque já só havia para comprar «balato». Mas o festim prosseguia e à sexta-feira as filas de trânsito em Lisboa eram o caos e até ao dia quinze os táxis não tinham mãos a medir.
Fora disto, os ricos, os muito ricos, viram chegar os novos ricos. O ganhão alentejano viu sumir o velho latifundiário absentista pelo novo turista absentista com o mesmo monte mais a piscina e seus amigos, intelectuais, claro, e sempre pela reforma agrária, e vai um uísque de malte, sempre ao lado do povo, e já leu o New Yorker?
A agiotagem financeira, essa, ululava. Viviam do tempo, exploravam o tempo, do tempo que só ao tal Deus pertencia, mas, esse, Nietzsche encontrara-o morto em Auschwitz. Veio o crédito ao consumo, a Conta-Ordenado, veio tudo quanto pudesse ser o ter sem pagar. Porque nenhum Banco quer que lhe devolvam o capital mutuado, quer é esticar ao máximo o lucro que esse capital rende.
Aguilhoando pela publicidade enganosa os bois que somos nós todos, os Bancos instigavam à compra, ao leasing, ao renting, ao seja como for desde que tenha e já, ao cartão, ao descoberto-autorizado.
Tudo quanto era vedeta deu a cara, sendo actor, as pernas, sendo futebolista, ou o que vocês sabem, sendo o que vocês adivinham, para aconselhar-nos a ir àquele Balcão bancário buscar dinheiro, vendermos-nos ao dinheiro, enforcarmos-nos na figueira infernal do dinheiro. Satanás ria. O Inferno começava na terra.
Claro que os da política do poder, que vivem no pau de sebo perpétuo do fazer arrear, puxando-os pelos fundilhos, quantos treparam para o poder, querem a canalha contente. E o circo do consumo, a palhaçada do crédito servia-os. Com isso comprávamos os plasmas mamutes onde eles vendiam à noite propaganda governamental e, nos intervalos, imbelicidades e telefofocadas, que entre a oligofrenia e a debilidade mental a diferença é nula. E, contentes, cretinamente contentinhos, os portugueses tinham como tema de conversa a telenovela da noite, o jogo de futebol do dia e da noite e os comentários políticos dos "analistas" que poupavam os nossos miolos de pensarem, pensando por nós.
Estamos nisto.
Este fim-de-semana a Grécia pode cair. Com ela a Europa.
Que interessa? O Império Romano já caiu também e o mundo não acabou. Nessa altura, em Bizâncio, discutia-se o sexo dos anjos. Talvez porque Deus se tivesse distraído com a questão teológica, talvez porque o Diabo tenha ganho aos dados a alma do pobre Job na sua trapeira. O Job que somos grande parte de nós.