quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Bacalhau com batatas a murro





Ingredientes para o Bacalhau:

02 Postas de Bacalhau
03 dentes de alho picado
50 ml de Azeite

01 folha de louro
Tomilho fresco a gosto
01 colheres de café bem cheia de Colorau

Pimenta do reino a gosto
Salsa picada a gosto
Azeitonas Pretas a gosto

P.S – Se for fazer mais postas vá aumentando os ingredientes propocionalmente. mas cuidado com o colorau.

Modo de Preparo:

Dessalgar o bacalhau em água gelada por 48 horas na geladeira trocando a água duas a três vezes ao dia.

Ferva água numa panela, quando a água ferver coloque as postas de bacalhau tampe a panela, apague o fogo e deixe por 08 minutos. Retire,com cuidado e jogue água fria para interromper o cozimento.

Faça uma mistura com o azeite, o tomilho, o alho picado, o louro e colorau. Espalhe por cima das postas de bacalhau e leve ao forno alto, na parte de cima, apenas para dourar as postas. Retire e espalhe o Alecrim por cima.

Ingredientes para a Batata ao Murro:

Batatas pequenas (quantidade de sua preferêrencia)
50 ml de azeite
06 dentes de alho picados

01 colher de café bem cheia de colorau
Alecrim a gosto
Sal e pimenta do reino a gosto

Modo de preparo das batatas:

Lave bem as batatas e cozinhe com as casca até ficarem ao dente (não cozinhe demais), depois de cozidas escorra em água fria para interromper o cozimento. Dê um ligeiro e leve murro de maneira que elas apenas abram.

Numa frigideira grande, coloque o azeite e refogue o alho picado. Junte o colorau e mexa bem para dilui-lo no azeite, coloque as batatas misturando bem, mas com cuidado para não desmancha-las. Tempere com sal e pimenta do reino. Prove e corrija o sal. Deixe até ficarem douradas sempre mexendo com cuidado para que o tempero se espalhe por toda batata.

domingo, 25 de novembro de 2018



EXTREMADAS PAIXÕES

O tempo passa a idade avança
Conserva-se a fé e a esperança
Perde-se o orgulho e a vaidade
Numa vida vazia de felicidade


E acompanhados pela solidão
Na triste demanda da tradição
Um povo que julga sem saber
E em censura só diz por dizer

Mantem-se imagem e fachada
O triste destino cheio de nada
Onde seu amor nunca singrou
Por quem o seu espirito lutou

Num instante de pura revolta
Pela frescura que já não volta
E já com a débil alma perdida
Surge aquela paixão proibida

Arrebatados são seus carinhos
Apertados abraços e beijinhos
E revivem-se os dias sonhados
De doces desejos apaixonados

Então volta a vontade de viver
Ainda há tempo de belo prazer
O pensamento só tem um fado
Na direcção do coração amado

A saudosa emoção permanece
O jeito de amar nunca esquece
Porque os resistentes corações
Preservam extremadas Paixões

By Dom

Extractos de "Escritos da vida"
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Chanfana à Senhor da Serra





INGREDIENTES

1,5 kg de carne de cabra nova ;
150 gr de toucinho fumado ;
120 gr de banha ;
10 dentes de alho ;
2 colheres (sopa) de azeite ;
Salsa ;
Louro ;
Sal ;
Pimenta ;
0,5 dl de vinho tinto ;
2 dl de água.

PREPARAÇÃO

Depois de limpa, corta-se a carne aos bocados, deita-se num tacho
de barro preto, tempera-se com os dentes de alho esmagados mas com a casca, a banha, o azeite, a salsa, o louro, o vinho, a água e o toucinho já cortado às tiras.
Deixa-se assim, de um dia para o outro.
A seguir assa-se no forno até à carne estar tenra.
Servir com batatas cozidas.

sábado, 24 de novembro de 2018


Álvaro Cunhal em Setúbal

17 DE NOVEMBRO DE 2018 - MANUEL AUGUSTO ARAUJO - SETÚBAL

Em Setúbal, na avenida Álvaro Cunhal a autarquia fez uma obra de requalificação para melhorar substancialmente as condições de circulação pedonal e de velocípedes e homenagear essa figura rara da história de Portugal pela sua dimensão de político e intelectual.

Fotografia Pedro Soares




Concretizou-se a homenagem recorrendo aos desenhos executados na prisão por Álvaro Cunhal colocados em painéis verticais na placa divisória central. O primeiro impacto ao olhar para cada uma das reproduções é verificar a resistência à alteração de escala. Nas grandes ampliações a que naturalmente foram sujeitos os originais, folhas de papel de dimensões aproximadas de 25 por 40 centímetros para reproduções com mais de dois metros, não se perde nenhum dos valores plásticos dos desenhos seleccionados o que evidencia a sua qualidade, o rigor do traço e das subtilezas das modelagens dos cinzentos todos feitos com lápis de grafite ou carvão com a mesma dureza. As alterações de escala, sobretudo as com um índice desse teor, podem ter efeitos desastrosos por perca dos pormenores ou por tornarem os pormenores grosseiros. Aqui o resultado é como se os desenhos tivessem sido feitos para se fixarem naquela dimensão final o que demonstra a desenvoltura e a segurança do traço do autor.

A selecção dos desenhos foi feita a partir das duas séries conhecidas, uma feita na Penitenciária e outra no Forte de Peniche. É necessário sublinhar que esses desenhos são feitos em condições inenarráveis que condicionam a sua feitura, transformam a folha de papel branco numa janela da liberdade de que Álvaro Cunhal estava violentamente subtraído para aí, no tempo suspenso que estava a viver, inscrever a imaginação de memórias vividas e inventadas a partir da realidade. Há grandes diferenças entre as duas séries de desenhos condicionadas pela luz que iluminava o papel. Na primeira série, feita sob luz artificial invariável, não existem grandes contrastes na vasta gama de cinzentos o que surge na segunda, feita no ciclo normal da luz do dia, em que se verifica uma gradação do negro ao branco. Em todos nunca se sente a presença de traço rápido. Constroem-se com lentidão serena e intensa.

Os desenhos de Álvaro Cunhal são narrativas em que o protagonista é colectivo, é o povo. O povo a trabalhar, a lutar, a sofrer, o povo a enfrentar as suas misérias mas também a viver alegrias, festas, danças. Sempre o povo mesmo quando as personagens são individualizadas em raras figuras isoladas que são colocadas em diálogo connosco pelo autor que lhes insufla a ternura firme que é a sua. As movimentações dos protagonistas em espaços abertos, só em dois desenhos há referências ao território, num deles uma torre uma provável referência ao Forte de Peniche, remetem-nos para o Trecentto italiano e para Giotto. A fortíssima dinâmica que imprime aos movimentos dos personagens a Pietr Brueghel, o Velho, recuperados para um contexto neo-realista onde são evidentes as influências de Portinari, dos muralistas mexicanos, sobretudo Orozco e Siqueiros, em que frequentemente o ponto de vista do pintor por vezes é elevado e colocado no meio da acção. As anatomias dos protagonistas e dos instrumentos de trabalho são alteradas, exageradas para sublinhar emocionalmente a história que está a ser registada e contada e que é tão forte que todos os desenhos dispensam títulos antecipando o que Álvaro Cunhal escreverá em A Arte, o Artista e a Sociedade: “o significado social não precisa de ser explicitado para ser suficientemente expressivo”. No caso é tão expressivo que dispensa rótulos.

Estes desenhos remetem-nos para outra questão: que artista teria sido Álvaro Cunhal se “o absorvente empenhamento noutra direcção de actividade” como refere no prefácio ao ensaio referido não tivesse adiado até tornar inviável o “aprofundamento ulterior do estudo que acompanhasse a evolução das ideias e das obras de arte no quadro das realidades sociais no mundo em mudança (…) Por razões óbvias o que não foi possível já não o será. Entretanto se o projecto ficou adormecido, nunca o ficou a reflexão.” Também nunca terá deixado de desenhar e pintar mas também aqui sem ter tempo nem espaço para aprofundar e evoluir esteticamente o que se anunciava nos desenhos editados. Em paralelo com as suas reflexões sobre a arte e a sociedade devemos interrogar qual poderia teria sido a sua contribuição para a evolução das artes em Portugal mesmo sem o impacto do seu pensamento político e ideológico que corre mundo e o coloca na primeira linha dos pensadores e revolucionários marxistas-leninistas de sempre. “O que não foi possível já não o será” mas deixa-nos o imenso prazer de ver e rever os seus desenhos, agora revelados em grandes formatos, a evidenciarem a qualidade de um artista que nunca se afirmou enquanto artista por nunca, por opção política militante, desenhar e pintar numa sequência normal de trabalho com uma perspectiva de evolução. O que fica e é inapagável é a sua ímpar dimensão de político e intelectual que continua e continuará a ser uma fonte inesgotável de ensinamentos e de estudo.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

A pobreza da riqueza


Por Cristóvam Buarque

"Em nenhum outro país os ricos demonstram mais ostentação que no Brasil. Apesar disso, os brasileiros ricos são pobres. São pobres porque compram sofisticados automóveis importados, com todos os exagerados equipamentos da modernidade, mas ficam horas engarrafados ao lado dos ônibus de subúrbio. E, às vezes, são assaltados, seqüestrados ou mortos nos sinais de trânsito. Presenteiam belos carros a seus filhos e não voltam a dormir tranqüilos enquanto eles não chegam em casa. Pagam fortunas para construir modernas mansões, desenhadas por arquitetos de renome, e são obrigados a escondê-las atrás de muralhas, como se vivessem nos tempos dos castelos medievais, dependendo de guardas que se revezam em turnos.

Os ricos brasileiros usufruem privadamente tudo o que a riqueza lhes oferece, mas vivem encalacrados na pobreza social. Na sexta-feira, saem de noite para jantar em restaurantes tão caros que os ricos da Europa não conseguiriam freqüentar, mas perdem o apetite diante da pobreza que ali por perto arregala os olhos pedindo um pouco de pão; ou são obrigados a restaurantes fechados, cercados e protegidos por policiais privados. Quando terminam de comer escondidos, são obrigados a tomar o carro à porta, trazido por um manobrista, sem o prazer de caminhar pela rua, ir a um cinema ou teatro, depois continuar até um bar para conversar sobre o que viram. Mesmo assim, não é raro que o pobre rico seja assaltado antes de terminar o jantar, ou depois, na estrada a caminho de casa. Felizmente isso nem sempre acontece, mas certamente, a viagem é um susto durante todo o caminho. E, às vezes, o sobressalto continua, mesmo dentro de casa.

Os ricos brasileiros são pobres de tanto medo. Por mais riquezas que acumulem no presente, são pobres na falta de segurança para usufruir o patrimônio no futuro. E vivem no susto permanente diante das incertezas em que os filhos crescerão. Os ricos brasileiros continuam pobres de tanto gastar dinheiro apenas para corrigir os desacertos criados pela desigualdade que suas riquezas provocam: em insegurança e ineficiência.

No lugar de usufruir tudo aquilo com que gastam, uma parte considerável do dinheiro nada adquire, serve apenas para evitar perdas. Por causa da pobreza ao redor, os brasileiros ricos vivem um paradoxo: para ficarem mais ricos têm de perder dinheiro, gastando cada vez mais apenas para se proteger da realidade hostil e ineficiente.

Quando viajam ao exterior, os ricos sabem que no hotel onde se hospedarão serão vistos como assassinos de crianças na Candelária, destruidores da Floresta Amazônica, usurpadores da maior concentração de renda do planeta, portadores de malária, de dengue e de verminoses. São ricos empobrecidos pela vergonha que sentem ao serem vistos pelos olhos estrangeiros.

Na verdade, a maior pobreza dos ricos brasileiros está na incapacidade de verem a riqueza que há nos pobres. Foi esta pobreza de visão que impediu os ricos brasileiros de perceberem, cem anos atrás, a riqueza que havia nos braços dos escravos libertos se lhes fosse dado direito de trabalhar a imensa quantidade de terra ociosa de que o país dispunha. Se tivesse percebido essa riqueza e libertado a terra junto com os escravos, os ricos brasileiros teriam abolido a pobreza que os acompanha ao longo de mais de um século. Se os latifúndios tivessem sido colocados à disposição dos braços dos ex-escravos, a riqueza criada teria chegado aos ricos de hoje, que viveriam em cidades sem o peso da imigração descontrolada e com uma população sem miséria.

A pobreza de visão dos ricos impediu também de verem a riqueza que há na cabeça de um povo educado. Ao longo de toda a nossa história, os nossos ricos abandonaram a educação do povo, desviaram os recursos para criar a riqueza que seria só deles, e ficaram pobres: contratam trabalhadores com baixa produtividade, investem em modernos equipamentos e não encontram quem os saiba manejar, vivem rodeados de compatriotas que não sabem ler o mundo ao redor, não sabem mudar o mundo, não sabem construir um novo país que beneficie a todos. Muito mais ricos seriam os ricos se vivessem em uma sociedade onde todos fossem educados.

Para poderem usar os seus caros automóveis, os ricos construíram viadutos com dinheiro de colocar água e esgoto nas cidades, achando que, ao comprar água mineral, se protegiam das doenças dos pobres. Esqueceram-se de que precisam desses pobres e não podem contar com eles todos os dias e com toda saúde, porque eles (os pobres) vivem sem água e sem esgoto. Montam modernos hospitais, mas tem dificuldades em evitar infecções porque os pobres trazem de casa os germes que os contaminam. Com a pobreza de achar que poderiam ficar ricos sozinhos, construíram um país doente e vivem no meio da doença.

Há um grave quadro de pobreza entre os ricos brasileiros. E esta pobreza é tão grave que a maior parte deles não percebe. Por isso a pobreza de espírito tem sido o maior inspirador das decisões governamentais das pobres ricas elites brasileiras.

Se percebessem a riqueza potencial que há nos braços e nos cérebros dos pobres, os ricos brasileiros poderiam reorientar o modelo de desenvolvimento em direção aos interesses de nossas massas populares. Liberariam a terra para os trabalhadores rurais, realizariam um programa de construção de casas e implantação de redes de água e esgoto, contratariam centenas de milhares de professores e colocariam o povo para produzir para o próprio povo. Esta seria uma decisão que enriqueceria o Brasil inteiro - os pobres que sairiam da pobreza e os ricos que sairiam da vergonha, da insegurança e da insensatez.

Mas isso é esperar demais. Os ricos são tão pobres que não percebem a triste pobreza em que usufruem suas malditas riquezas".



Clique a seguir para ler outra matéria de Cristóvam Buarque - Internacionalização da Amazônia

Os (5) sentidos

Sinto (te) o cheiro
Pelas ruas pisadas
E pedras por inteiro
Olhares tão perdidos
E palavras embutidas
Em paredes escorridas
Sinto (te) o sabor
Nos beijos inventados
E nos gestos em flor
Com portas fechadas
Com janelas abertas
E bocas descobertas
Sinto (te) o tacto
De mãos frias e suadas
No olhar e no impacto
Na pele lisa e macia
E na tua prosa poesia
Sinto (te) na voz
Num timbre rouco
Numa expressão feroz
O cântico ensurdecedor
Que o coração algema
Ao segredar um poema
Sinto (te) o olhar
Tão vago e distante
Nas noites a espreitar
Como segredo estonteante
De quem fala com a mente
Num corpo que consente.

AC............... Alice Coelho

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quinta-feira, 1 de novembro de 2018