quinta-feira, 31 de julho de 2014

"Sermão do Bom Ladrão" (bem actual)‏


"Não são ladrões apenas os que cortam as bolsas.
Os ladrões que mais merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e as legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais, pela manha ou pela força, roubam e despojam os povos.
Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam correndo risco, estes furtam sem temor nem perigo.
Os outros, se furtam, são enforcados; mas estes furtam e enforcam."

Padre António Vieira

Eduardo Galeano: "Quem deu a Israel o direito de negar todos os direitos?" O exército israelense, o mais moderno e sofisticado do mundo, sabe a quem mata. Não mata por engano. Mata por horror. As vítimas civis são chamadas de “danos colaterais”, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez “danos colaterais”, três são crianças


Por Eduardo Galeano

Para justificar-se, o terrorismo de estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe pretextos. Tudo indica que esta carnificina de Gaza, que segundo seus autores quer acabar com os terroristas, acabará por multiplicá-los.

Eduardo Galeano: “Este artigo é dedicado a meus amigos judeus assassinados pelas ditaduras latinoamericanas que Israel assessorou”

Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, seu tudo. Nem sequer têm direito a eleger seus governantes. Quando votam em quem não devem votar são castigados. Gaza está sendo castigada. Converteu-se em uma armadilha sem saída, desde que o Hamas ganhou limpamente as eleições em 2006. Algo parecido havia ocorrido em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições de El Salvador. Banhados em sangue, os salvadorenhos expiaram sua má conduta e, desde então, viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem.

São filhos da impotência os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com desajeitada pontaria sobre as terras que foram palestinas e que a ocupação israelense usurpou. E o desespero, à margem da loucura suicida, é a mãe das bravatas que negam o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficaz guerra de extermínio está negando, há muitos anos, o direito à existência da Palestina.Leia também

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Guerra ou massacre, o que está acontecendo na Faixa de Gaza?

Já resta pouca Palestina. Passo a passo, Israel está apagando-a do mapa. Os colonos invadem, e atrás deles os soldados vão corrigindo a fronteira. As balas sacralizam a pilhagem, em legítima defesa.

Não há guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva. Hitler invadiu a Polônia para evitar que a Polônia invadisse a Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo. Em cada uma de suas guerras defensivas, Israel devorou outro pedaço da Palestina, e os almoços seguem. O apetite devorador se justifica pelos títulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu, e pelo pânico que geram os palestinos à espreita.

Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluções das Nações Unidas, que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, que burla as leis internacionais, e é também o único país que legalizou a tortura de prisioneiros.

Quem lhe deu o direito de negar todos os direitos? De onde vem a impunidade com que Israel está executando a matança de Gaza? O governo espanhol não conseguiu bombardear impunemente ao País Basco para acabar com o ETA, nem o governo britânico pôde arrasar a Irlanda para liquidar o IRA. Por acaso a tragédia do Holocausto implica uma apólice de eterna impunidade? Ou essa luz verde provém da potência manda chuva que tem em Israel o mais incondicional de seus vassalos?

O exército israelense, o mais moderno e sofisticado mundo, sabe a quem mata. Não mata por engano. Mata por horror. As vítimas civis são chamadas de “danos colaterais”, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez “danos colaterais”, três são crianças. E somam aos milhares os mutilados, vítimas da tecnologia do esquartejamento humano, que a indústria militar está ensaiando com êxito nesta operação de limpeza étnica.

E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. Para cada cem palestinos mortos, um israelense. Gente perigosa, adverte outro bombardeio, a cargo dos meios massivos de manipulação, que nos convidam a crer que uma vida israelense vale tanto quanto cem vidas palestinas. E esses meios também nos convidam a acreditar que são humanitárias as duzentas bombas atômicas de Israel, e que uma potência nuclear chamada Irã foi a que aniquilou Hiroshima e Nagasaki.

A chamada “comunidade internacional”, existe? É algo mais que um clube de mercadores, banqueiros e guerreiros? É algo mais que o nome artístico que os Estados Unidos adotam quando fazem teatro?

Diante da tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial se ilumina uma vez mais. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declarações ocas, as declamações altissonantes, as posturas ambíguas, rendem tributo à sagrada impunidade.

Diante da tragédia de Gaza, os países árabes lavam as mãos. Como sempre. E como sempre, os países europeus esfregam as mãos. A velha Europa, tão capaz de beleza e de perversidade, derrama alguma que outra lágrima, enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caçada de judeus foi sempre um costume europeu, mas há meio século essa dívida histórica está sendo cobrada dos palestinas, que também são semitas e que nunca foram, nem são, antisemitas. Eles estão pagando, com sangue constante e sonoro, uma conta alheia.

"Como roubar e sair impune: roube muito e use gravata"


Quinta-feira 31 de Julho de 2014

«O PÚBLICO noticiou esta semana o caso de um ex-presidente da Junta de Freguesia de S. José, em Lisboa, João Miguel Mesquita, eleito pelo PSD, que foi condenado em Abril passado a quatro anos e meio de prisão por ter “gasto em benefício próprio”, entre 2005 e 2007, 12 mil euros pertencentes à autarquia. O Ministério Público tinha-o acusado de desviar 40 mil euros e de falsificação de documentos, mas o tribunal só considerou provado o desvio dos 12 mil euros. A pena de prisão de João Miguel Mesquita ficou suspensa na condição de que o condenado pagasse à autarquia os 12.000 euros de que se tinha “apropriado”, o que significa que não existiu qualquer sanção real para o crime e que o condenado apenas será obrigado a repor o que roubou, como se se tivesse enganado nas contas com a melhor boa-fé do mundo e fosse o mais impoluto dos autarcas.
A notícia chamou-me a atenção porque me recordou um episódio passado comigo. Há uns anos, ao sair de uma carruagem depois de uma viagem de metro, senti-me mais leve do que quando tinha entrado. Ao apalpar os bolsos, percebi que alguém me tinha palmado a carteira, com documentos e uns escassos euros. Apresentei queixa, substituí os documentos e, passados meses, recebi um telefonema da polícia anunciando-me que tinham prendido um carteirista e que, no meio do seu espólio, lá tinham encontrado os meus documentos. Fui testemunhar a tribunal, juntamente com outras vítimas, e o carteirista, que confessou os crimes, foi condenado a uns anos de cadeia. Não me recordo de o Ministério Público ter nessa altura proposto ao carteirista a devolução do dinheiro roubado em troca de uma pena suspensa e de uma libertação imediata, mas penso que o arranjo lhe deveria ter agradado, já que, no meu caso, a “indemnização” seria de vinte euros. A razão dos dois pesos da Justiça é evidente: o meu carteirista usava uma camisa aberta aos quadrados e um blusão de má qualidade, enquanto que os presidentes das juntas usam em geral fato e gravata. Para mais, o ex-presidente da junta pertencia a um partido do “arco do poder” e o meu carteirista provavelmente não teria actividade política.
Todos os casos que conheço reforçam a minha convicção de que existe uma aplicação do Código Penal para quem usa gravata e outra, infinitamente menos benévola, em Portugal e em todos os outros países do mundo, para quem não usa. Tomemos o exemplo daquele que é um dos maiores roubos da História: a manipulação da taxa Libor, ao longo de muitos anos, por um cartel de bancos que incluía instituições pretensamente tão respeitáveis como o Barclays Bank, UBS, Citigroup, The Royal Bank of Scotland, Deutsche Bank, JPMorgan, Lloyds Banking Group, Rabobank e outros. A manipulação de uma taxa interbancária de referência como a Libor, em benefício próprio, traduziu-se em perdas para muitos milhões de indivíduos e organizações em todo o mundo. Milhões de estudantes ingleses, de lojas francesas, de quintas italianas e de famílias portuguesas viram as mensalidades dos seus empréstimos aos bancos subir durante anos para que esses mesmos bancos e outros vissem os seus lucros crescer. Tratou-se, em linguagem corrente, de um roubo. Não um roubo como o do meu carteirista mas um roubo sistemático, generalizado, que defraudou milhões e que acumulou riquezas incalculáveis nos bolsos de quem já era imensamente rico.
O que aconteceu a estes bancos? Alguns pagaram multas, outros nem isso, porque denunciaram os cúmplices em troca de imunidade, mas ninguém foi condenado. Houve uns corretores expulsos de uns países, detenções para interrogatórios e foi tudo. Talvez uns quantos acabem por ser presos – os próprios bancos acusados tentarão encontrar bodes expiatórios –, mas nunca o castigo será proporcional ao crime. Todos usam gravata. Alguém espera que o imenso buraco do BES tenha responsáveis criminais? O ex-presidente da junta, apesar de tudo, foi condenado e a sua reputação saiu ferida, mas os bancos ladrões e os seus administradores e directores continuam a ser referidos na imprensa como entidades respeitáveis e os seus quadros são invejados nas revistas, bajulados pelos Governos e pagos (legalmente) a peso de ouro.
A crise moral que atravessamos traduz-se nisto: condenamos carteiristas à cadeia em nome da Justiça e tratamos com deferência e apresentamos como exemplo organizações criminosas que operam em grande escala, como os bancos. Não é uma novidade, mas o facto de não ser uma novidade e de continuarmos a tolerar a situação só a torna mais grave. Continuamos a tratar com respeito governos que se apropriam de património público para o vender ao desbarato e que destroem monopólios do Estado para beneficiar interesses privados obscuros – como o Governo português está a fazer com a lotaria. Por que respeitamos estes ladrões? Por que falamos de bancos e de organizações como a ONU, ou o FMI ou a FIFA ou tantas outras, como se fossem respeitáveis? Por que não exigimos que obedeçam aos padrões éticos e legais que exigimos aos outros? Apenas porque usam gravata e sabem usar talheres? Apenas porque ficaram ricos com o dinheiro que roubaram? Somos assim tão parvos?» – José Vítor Malheiros, no Público.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Desculpe, David Luiz *Por Cristovam Buarque



Senado Federal

Discurso do Senador Cristovam Buarque

Plenário do Senado Federal

09/Julho/2014




O Brasil é um País privilegiado. Sabemos do privilégio na natureza e nas características do povo, mas tem um privilégio na história: o fato de que não termos traumas que outros países têm nas suas histórias. Nunca perdemos uma guerra, nem nos nos rendemos. A Alemanha sofreu duas derrotas e rendições em um mesmo século. A França que foi invadida e ocupada durante quatro anos pelo exército alemão. Os Estados Unidos tiveram uma traumática guerra civil e presidentes assassinados. Nossos traumas se resumem ao suicídio de um presidente, e perda da Copa do Mundo para o Uruguai, no último minuto, 64 anos atrás.

Agora, neste 8 de julho de 2014, ficamos com a sensação de um grande trauma nacional por causa da desastrosa derrota por 7 a 1 que nossa seleção sofreu diante da Alemanha.

Por sermos o país do futebol, por termos este esporte entrando na alma de nosso povo, e por sermos atualmente bons, os melhores historicamente, nós temos a razão de sentirmos o trauma com a derrota da seleção ontem. O que surpreende é como não temos outros traumas.

Por exemplo, estamos profundamente abatidos no Brasil inteiro porque perdemos de 7 a 1 para a Alemanha, mas jamais nos lembramos de que a Alemanha teve 103 Prêmios Nobel e nós nenhum.

Com toda a tristeza que sinto pelo fato de termos sido derrotados, e com um escore tão grande, do ponto de vista do interesse nacional, do ponto de vista das consequências para o futuro, é muito mais grave para o futuro do País o fato de estarmos perdendo para a Alemanha de 103 a zero, no campeonato de Prêmio Nobel.

Nós não nos traumatizamos, no dia 14 de março de 2013, quando foi divulgado o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil, que nos deixou em 85º lugar, entre 106 países analisados. Entre estes países estão alguns dos mais pobres do mundo, os 106 ficamos em 85º – quase lanterninha –, e não nos traumatizamos. E nós nos traumatizamos por sermos o quarto ou até o terceiro em futebol, dependendo do resultado do jogo no próximo sábado. O mundo inteiro disputou para ter seus times na COPA. Foram selecionados 31 e nós fomos disputar com eles. Apenas 32 foram selecionados como os melhores. Aos poucos foram sendo eliminados. O nosso chegou ao último estágio, que são os quatro finalistas. Não chegamos à finalíssima, mas chegamos à anterior. Na pior das hipóteses, sairemos dessa Copa como a quarta melhor seleção de futebol do mundo. E o Brasil está de luto, num sofrimento que dói na gente, sobretudo quando vemos as crianças que choraram no estádio e nas ruas pela derrota que elas não esperavam. Nem entendem.

Mas não nos traumatizamos no dia 3 de dezembro de 2013, quando foi divulgada a classificação do Brasil na educação, entre 65 países, e ficamos em

58º. Uma avaliação que analisa 65 países, feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, da Europa, deixa-nos em 58º, entre 65 e não houve nenhum trauma naquele 4 de dezembro, dia seguinte à divulgação do resultado. Este campeonato que não gerou qualquer tristeza, mas suas consequências para o Brasil são muito mais trágicas, do que o resultado do jogo contra a Alemanha.

Nós não tivemos o menor constrangimento, o menor trauma, a menor tristeza, quando, no dia 1º de março de 2011, a Unesco divulgou a sua classificação da educação para 128 países, e nos colocou em 88º. Ou seja, um dos piores.

E, quando falamos em 128 países, estamos incluindo os mais pobres do mundo, não nos comportamos apenas com países da elite educacional, não foram apenas os BRICS, nem apenas os emergentes: Temos toda a razão emocional de estarmos tristes por termos sido excluídos da finalíssima decisão de quem será o campeão deste ano. Temos toda a razão de estarmos tristes, porque ainda não foi este ano que ganhamos o hexa, mas também precisamos ficar tristes com as outras nossas classificações: na educação, na saúde publica, na violência, no quadro social.

Todo o direito à tristeza, mas não esqueçamos as outras razões para sofrer também, até porque são essas outras razões de sofrimento que nos levariam a superar os nossos problemas e construir um futuro que nos vem sendo negado há séculos.

Precisamos ver, nessa derrota como jogador David Luiz no final do jogo, quando ainda dentro do campo, pela televisão, chorando, disse o seguinte: “Desculpa, por não ter feito vocês felizes nesta hora”. Veja a que grandeza: ele não disse que estava triste por não ser campeão do mundo. Estava triste por não ter feito a nós, os brasileiros, felizes nessa hora. E continuou “Mas aqui tem um cidadão disposto a ajudar a todos”, Ou seja, a derrota foi de um jogo, não foi a derrota de uma história. E continua: “Eu só

queria dar alegria para o meu povo que sofre tanto por tanta coisa”. Esse sentimento vindo dele confesso que me surpreendeu, quando ele lembra: “queria dar uma alegria para esse povo que sofre tanto por tanta coisa”. E ele diz: “Queria pedir desculpa”, “só queria fazer meu povo sorrir pelo menos no futebol”. Veja que sentimento esse rapaz teve. Sair daquela derrota chorando e lembrar-se do povo, lembrar-se do sofrimento do povo e lembrar-se, como ele diz, de o povo sorrir, pelo menos no futebol. “Porque já sofre tanto por tanta coisa”

O sofrimento não fica restrito ao futebol mas é o sofrimento do futebol que traumatiza. Os demais são tolerados, ignorados, por serem banalizados. Por isso não damos tanta importância aos demais sofrimentos e não fazemos o dever de casa para consertar o resto ganhar outras copas. Não estamos jogando para sermos campeões mundiais na educação, para sermos campeões mundiais no saneamento, para sermos campeões mundiais, por exemplo, na paz das cidades. Embora fracassada, fazemos o dever de casa, para sermos competitivos no futebol, mas não estamos fazendo o dever de casa para o Brasil ser melhor, mais eficiente, mais justo, e não percebemos este fracasso. Por isso não sofremos, diante dos males banalizados. Sofremos porque o Brasil não é campeão mundial de futebol este ano – já foi cinco vezes –, mas não sofremos porque não estamos fazendo um Brasil melhor.

Quando vi o David Luiz pedindo desculpas, pensei: quem devia estar ali pedindo desculpas éramos nós os Senadores, os Deputados, os Ministros, os Governadores, a Presidente da República, porque somos nós que estamos em campo para fazer um Brasil melhor. Nós somos a seleção brasileira da política para a definição dos rumos do País. E nem ao menos lembramos que o papel do político é eliminar os entulhos que dificultam o caminho das pessoas à busca de sua felicidade pessoal.

Eles estavam em campo para fazer o Brasil campeão. Nós estamos em campo para fazer um Brasil melhor e não estamos conseguindo chegar nem

ao quarto, nem ao décimo, nem ao vigésimo, nem ao quinquagésimo lugar. Estamos chegando ao octogésimo quinto no Índice de Desenvolvimento Humano, octogésimo oitavo na educação. Estamos perdendo de 103 a zero em Prêmio Nobel para a Alemanha.

O mais importante para o futuro do País não é o campeonato de futebol, embora esse toque mais na alma da gente, o maior campeonato que estamos perdendo são as condições sociais, as possibilidades de eficiência na economia, a educação, segurança, a saúde, a corrupção. Esses são os campeonatos que devem fazer com que nós brasileiros trabalhemos para superar.

O Davi Luís deu todo o seu esforço e nos colocou primeiro entre as seleções selecionadas para a Copa, porque muitas ficaram de fora; depois nos fez passar para oitava, para quarta e agora estamos nas finais, e apesar disso ele nos pede desculpas, “por não ter feito o povo sorrir, pelo menos no futebol” – como ele disse – pelo menos no futebol, mas não basta só o futebol. Pelo menos no futebol porque essa é a tarefa dele, mas aqui, nesta casa no congresso não basta o futebol.

Sofri ontem como qualquer brasileiro, mas eu quero agradecer aos jogadores que nos colocaram nessa posição.

Quero agradecer, ao David Luiz, quando ele nos deu esta lição: “Eu só queria fazer meu povo sorrir pelo menos no futebol.” Você não conseguiu, David Luiz, fazer o povo sorrir plenamente no futebol, mas você conseguiu nos despertar para o fato de que nós não estamos conseguindo fazer o povo sorrir pelas outras coisas das quais eu sou um dos responsáveis.

Por isso, desculpa, David Luiz.

Cristovam Buarque, Professor da UnB e Senador pelo PDT-DF.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Manifesto








Portugal tem 20 partidos políticos registados. Dois dos grandes partidos alternam no governo há quase quarenta anos, embora cada vez com menos votantes e com índices de abstenção eleitoral que rondam os 50%.

 Entretanto, a sociedade civil robusteceu-se e ganhou voz em numerosas organizações e movimentos que, desde 15 de setembro de 2012, têm vindo a exigir alternativas.

 Chegou a hora de um partido da cidadania dar voz a quem não se revê em partidos e governos que acumulam défices, sem terem limites legais. Défice Orçamental. Défice de Emprego. Défice de Justiça. Défice de Natalidade. Défice de Solidariedade. Défice de Transparência. Défice de Estratégia. Défice de Futuro. Não queremos estes défices, nunca mais.

Para reerguer Portugal em nome do bem comum, esse partido surgiu. Somos Nós, Cidadãos! Nós, Cidadãos! preencherá o espaço político onde se situa a maioria dos Portugueses revoltados com os crescentes constrangimentos financeiros e económicos.

 Estamos com todos quantos acreditam na Democracia, sobretudo com os que actualmente se abstêm mas que agora se revêem nas nossas propostas. Estamos com todos os que, em vez de sujeitar a democracia a pressões populistas e demagógicas, querem reformar o sistema político. Estamos com todos os atingidos pela crise que não sentem solidariedade em seu favor, em especial os idosos, os marginalizados, os deficientes. Estamos com os silenciosos que, por motivos culturais ou por pertença social, sofrem em silêncio o seu desemprego, a sua solidão, ou a sua doença. Estamos com os jovens, mais preparados que as gerações anteriores mas mais vulneráveis às escolhas de uma sociedade consumista e sem horizonte. Estamos com os pensionistas, despojados de direitos prometidos. Estamos, sobretudo, com a classe média que, com empregos privados ou públicos, contribui com o seu trabalho e dedicação para construir este grande e histórico país de vocação europeia e lusófona, em que todos acreditamos e que queremos ver forte, justo e livre.

Face à necessidade de reforma política, Nós, Cidadãos! combaterá pela criação de uma lei que responsabilize criminalmente os governantes e detentores de cargos públicos por atos de gestão danosa ou negligência grosseira, em prejuízo do País.

 Pugnaremos pela incompatibilidade entre função parlamentar e cargos privados; por tornar mais transparentes as nomeações para cargos estatais; para que o sistema judicial preste contas anuais da sua atividade ao Parlamento; para desenhar um sistema eleitoral que incorpore listas uninominais; para aumentar o grau de independência das autoridades reguladoras; para requerer orçamentos multianuais ao governo; para incentivar os partidos a apresentarem alternativas além da mera crítica fácil e destrutiva; para reduzir o número de parlamentares; pela transparência no financiamento dos partidos.

Contra a falta de justiça, e contra a morosidade, a corrupção, e as deficiências do Ministério Público, Nós, Cidadãos! combaterá para que as custas judiciais tenham em conta os rendimentos daqueles que se lhe dirigem; que os acórdãos sejam aligeirados; que os Juízes julguem e os serviços de apoio executem serviços complementares; que os agentes da Justiça, cumpram os prazos estipulados na Lei, sob pena de estagnação na carreira, entre outras possíveis sanções.

Contra o pântano fiscal, Nós, Cidadãos! irá propor um sistema fiscal equitativo com intervenção de fundo na simplificação do IRS e do IRC, e na reengenharia de processos da Administração Fiscal e na preparação de magistrados. O objectivo da fiscalidade deve ser ajudar a crescer famílias e empresas, distribuindo, pois enquanto a criação de riqueza não for acompanhada de políticas redistributivas contra a desigualdade, não conseguiremos alcançar o objetivo de uma sociedade mais justa, mais livre e mais solidária.

sábado, 26 de julho de 2014

Qualquer semelhança com os nossos políticos é erro de redacção.


HARRY TRUMAN foi um tipo diferente como presidente. Provavelmente tomou tantas ou mais decisões em relação à história dos EUA como as que tomaram os 42 presidentes que o precederam.
Uma medida da grandeza talvez permaneça para sempre: trata-se do que fez DEPOIS de deixar a Casa Branca.
A única propriedade que tinha quando faleceu era uma casa na qual morava, que se encontrava na localidade de Independence, Missouri. Sua esposa a havia herdado de seus pais e,
fora os anos em que moraram na Casa Branca, foi onde viveram durante toda a vida.
Quando se retirou da vida oficial em 1952, todos seus ingressos
consistiam numa pensão do Exército de $ 13.507 por ano. Ao saber o Congresso que ele custeava seus próprios selos de correio, lhe outorgou um complemento e mais tarde, uma pensão retroativa de $ 25.000 anuais.
Depois da posse do presidente Eisenhower, Truman e sua esposa voltaram a seu lar no Missouri dirigindo seu próprio carro... sem nenhuma companhia do Serviço Secreto.
Quando lhe ofereciam postos corporativos com grandes salários, os rejeitava dizendo: “Vocês não me querem a mim, o que querem é a figura do Presidente, e essa não me pertence.
Pertence ao povo norte-americano e não está a venda...”.
Ainda depois, quando em 6 de Maio de 1971 o Congresso estava se preparando para lhe outorgar a Medalha de Honra em seu 87°
aniversário, se recusou a aceitá-la, escrevendo-lhes:
“Não considero que tenha feito nada para merecer esse reconhecimento, venha ele do Congresso ou de qualquer outra parte”.
Como Presidente pagou todos seus gastos de viagem e comida com seu próprio dinheiro.

Este homem singular escreveu: “Minhas vocações na vida sempre foram ser pianista numa casa de putas ou ser político. E para falar a verdade, não existe grande diferença entre as duas!”.

O banqueiro, a sua Isabelinha e o senhor Presidente


Isabel Diana Bettencourt Melo de Castro Ulrich
______________________________________________

Era uma vez um banqueiro
À D. Isabel ligado.
Vive do nosso dinheiro,
Mas nunca está saciado.

Vai daí, foi a Belém
E pediu ao presidente
Que à sua Isabel, também,
Desse um job consistente.

E o burro do Dom Cavaco
Admitiu a senhora,
Arranjando-lhe um buraco
E o cargo de consultora.

O banqueiro é o Fernando,
Conhecido por Ulrich,
E que diz, de vez em quando,
«Quero que o povo se lixe!».

E o povo aguenta a fome?
«Ai aguenta, aguenta!».
E o que o povo não come
Enriquece-lhe a ementa.

E ela, D. Isabel,
Com Cavaco por amigo.
Não sabe da vida o fel
Nem o que é ser sem-abrigo.

Cunhas, tachos, amanhanços,
Regabofe à descarada.
É fartar, que nós, os tansos,
Somos malta bem mandada.

Mas cuidado, andam no ar
Murmúrios, de madrugada.
E quando o povo acordar
Um banqueiro não é nada.

É só um monte de sebo,
Bolorento gabiru.
Fora do banco é um gebo,
Um rei que passeia nu.

Cavaco, Fernando Ulrich,
Bancos, Troikas, Capital.
Mas que aliança tão fixe
A destruir Portugal!

"Lesboa": Marcelo e Ricardo Salgado



Henrique Raposo


A tempo e a desmodo

Henrique Raposohenrique.raposo79@gmail.com

"Lesboa": Marcelo e Ricardo Salgado

De vez em quando, meio a brincar, meio a sério, falo da existência de “Lesboa”, o bunker político-mediático da capital, a penthouseque abole as distâncias institucionais através de laços sociais. Este amiguismo é visível na relação entre instituições e na relação entre poder e comentadores. Exemplos? O caso BPN mostrou a natureza deste fenómeno em dois momentos. Em primeiro lugar, Vítor Constâncio e António Marta afirmaram que não desconfiavam de nada porque estavam a lidar com “pessoas distintas”. Como escrevi na altura, “Lesboa” é isto: os laços sociais entre “pessoas distintas” passam por cima de tudo, até do rigor institucional de um órgão regulador. Os laços de amizade ou de respeito social entre administradores do Banco de Portugal e administradores do BPN impediram uma audição séria. Afinal de contas, o social é mais importante do que as regras institucionais. Em segundo lugar, ficou sempre a ideia de que o meio jornalístico já conhecia as práticas ilegais do BPN. A pergunta, portanto, só pode ser uma: por que razão os média não fizeram fogo sobre o BPN na hora certa?

MARCELO REBELO DE SOUSA FEZ CARREIRA ENTRE LINHAS,

NUM TERRENO AMBÍGUO E ESCORREGADIO ENTRE JORNALISMO E POLÍTICA

A novela em redor do BES e demais barraquinhas financeiras do Grupo Espírito Santo volta a revelar “Lesboa” em todo o seu esplendor provinciano. Marcelo Rebelo de Sousa é amigo de Ricardo Salgado. Não interessa se passam férias no Mediterrâneo ou na Baixa da Banheira. O local do aconchego veraneante é uma irrelevância, a relevância está na amizade que une Marcelo e Salgado. Perante este facto, o entertainer da TVI só tinha dois caminhos legítimos na relação mediática com o imbróglio BES: ou estava calado, ou criticava Salgado. Sucede que Marcelo optou pelo único caminho que não podia tomar: elogiou em público as escolhas de Salgado (Morais Pires). Em nome da salubridade do debate, Marcelo Rebelo de Sousa não pode fingir que é um anjo neutral nesta questão. Até porque a sua companheira, Rita Amaral Cabral, é administradora do BES.

Marcelo Rebelo de Sousa fez carreira entre linhas, num terreno ambíguo e escorregadio entre jornalismo e política. Ao longo dos anos, transformou-se num vaporzinho de segredos palacianos. Mas, no caso do BES, já era tempo de o Dr. Marcelo acabar com os seus próprios segredinhos. No fundo, o Prof. Doutor e restantes donos de “Lesboa” têm de perceber uma coisa: isto não é tudo de Suas Excelências.

Jornal Expresso Quinta, 3 de Julho de 2014

​PORQUE É PRECISO IMAGINAR...​


quarta-feira, 23 de julho de 2014

Alentejanices


Paragem dos comboios no Alentejo

Devido ao fim de algumas linhas férreas, um repórter num inquérito de rua no Alentejo, pergunta a um alentejano:
- O senhor é a favor ou contra a paragem dos comboios?
Responde o alentejano:
- A favor claro! Se os comboios não parassem, como é que a gente subia e descia?!


ALENTEJANO NA “BRINCADEIRA”

De sachola ao ombro, um alentejano ia caminhando quando a certa altura, ouviu uns murmúrios e risinhos vindos de trás de uma sebe.
Curioso, espreitou com muito cuidado e então viu um casal muito agarradinho, ele já de certa idade, ela uma bela moçoila.
Não sendo desmancha prazeres, recuou e seguiu o seu caminho.
Duas horas depois já de regresso a casa, ao passar pelo mesmo sítio, apercebeu-se que a ”brincadeira” ainda continuava.
Admirado, debruça-se na sebe e pergunta:
- Antão compadri, inda dura?!
Responde o outro:
-Nã sinhori… inda móli!


Porque não troca de lugar?

Estava um Alentejano sozinho no autocarro só mesmo com o motorista.
Chovia muito e o infeliz estava mesmo sentado por baixo de uma goteira.
O motorista ao parar num sinal vermelho, olha através do espelho, vê aquilo
e estranhando, pergunta ao alentejano:
- Mas porque é que não troca de lugar?
E responde o alentejano:
- Ê até trocava, mas com queim?


Bebé proveta

Dois alentejanos estavam passeando.
Diz um deles:
- Ó compadri, vocemecêi sabi dizer alguma coisa da manêra como são fêtos os bébés proveta?
Responde o outro:
- Sê sim sinhori, amigo Chico!
Olhi, até foi assim que a minha Maria e eu fizemos o nosso primêro filho!
Pergunta o primeiro muito interessado:
- Ah sim?!!!
- Antão, diga lá comé que foi?
Explica o segundo:
- Olhe, compadri, ela e eu íamos passeando pelo monti e a certa altura, ela parou à sombra duma olivêra, levantou a saia, baixou as cuecas e disse-me:
- ”Manéli, olha a provêta”…


ALENTEJANO VAI AO MÉDICO

Um alentejano entrou na sala de espera de um consultório médico.
Ao aproximar-se da mesa da recepção, a recepcionista dirige-lhe a palavra:
- Bom dia senhor, qual o seu problema?
Diz o alentejano:
- O mê problema é no pénis.
A recepcionista ao ouvir o alentejano, irritou-se e pregou-lhe uma descompostura:
- O senhor não devia dizer uma coisa dessas numa sala de espera tão cheia! Está a causar embaraço aos outros presentes!
São pessoas de fino porte, educadas…
O senhor devia ter dito por exemplo, que estava com um problema na orelha e depois já dentro do consultório, contava os detalhes ao doutor.
O alentejano sentindo-se humilhado, retirou-se da sala, voltou à rua, recompôs-se e regressou à sala de espera predisposto a corrigir a má impressão causada.
A recepcionista ao vê-lo de regresso sorriu e colaborante, perguntou:
- Muito bom dia senhor, qual o seu problema?
Diz o alentejano:
- Estou com um problema na orelha!
A recepcionista rejubilou num indisfarçável aceno de aprovação e sorrindo triunfante, prosseguiu:
- E diga-me, qual é o problema da sua orelha?
Responde o alentejano:
- Arde muito, quando mijo.


ALENTEJANO MÚSICO E OS ESPANHÓIS

Tinha acabado de chegar ao Alentejo uma excursão de espanhóis.
Ao verem um alentejano, o guia feito esperto, decide ir gozar com o alentejano. Então comunica aos passageiros:
- Ahora me voy hablar con ese portugues alentejano…
Vai ter com o alentejano e diz:
- Hola, como te llamas?
- Toino… – Responde o alentejano
Diz o espanhol:
- Yo también me llamo Antonio!
Cual és tu profesión?
- Sou músico… – Responde o alentejano
Diz o espanhol:
- Yo también soy musico… Y que tocas?
Desconfiado, o alentejano lá continua a responder:
- Toco trompete e tu?
Diz o espanhol:
- Yo también toco trompete. – e acrescenta – Una vez fue a la Fiesta de Nuestra
Señora de los Remédios y toqué tan bien, que a Señora bajó del andor y empezó a llorar.
O alentejano já a topar que o espanhol estava a gozar com ele, responde:
- E ê fui uma vez à Festa do Senhor dos Passos e toquei tan bem, tan bem, que o Senhor largou a cruz, agarrou-se a mim e disse-me:
- “Ah, g’anda Toino!
Tocaste melhor que o sacana do espanhol que fez chorar a minha mãezinha…

Ricardo Espírito Santo , Doutor Honoris Causa . Há um ano foi assim . . . A Academia rendida ao então "Dono de Tudo Isto" . Como será agora ?

Discurso de apresentação , do Padrinho do Doutoramento Honoris Causa pela Universidade Técnica de Lisboa , a Ricardo Espírito Santo :

"Como é do conhecimento geral o ISEG completou recentemente os seus primeiros 100 anos de atividade. Contudo, estabelecemos desde cedo que o nosso centenário se estenderia até Outubro / Novembro de 2013, altura em que celebraremos os 100 anos de utilização deste espaço conventual ao serviço do ensino superior no campo da ciência comercial, da gestão e da economia. E por isso elegemos um conjunto de personalidades que desejávamos agraciar, no âmbito da Escola e da Universidade, com a distinção de doutor honoris causa. O plano inicial seria o de prolongar esta celebração até Outubro / Novembro de 2013. Porém, o feliz processo de fusão e de criação da nova Universidade de Lisboa entretanto iniciado, veio a revelar-se um catalisador deste processo, que queríamos ainda associado à velha “Universidade Técnica de Lisboa”. Atribuímos merecidamente o grau de doutor honoris causa a Eduardo Catroga, a António de Almeida, a Manuela Silva, e a António Mexia. E de que modo mais feliz do que concluir esta série de distinções do que conclui-la, na pessoa de alguém que, além de nos prestigiar, tem ainda associada uma ligação pessoal e de família a esta casa, e que publicamente se orgulha de se manter há três gerações?

Ricardo Espírito Santo Silva Salgado nasceu em Cascais a 25 de Junho de 1944. Bisneto de José Maria do Espírito Santo e Silva, fundador de um negócio de serviços financeiros com origem na “caza de câmbios” com estabelecimento na Rua Paulista, n.º 91 e cujos primeiros registos contabilísticos a datarem de 1869, se firmavam em atos de compra e venda de obrigações, títulos de crédito nacionais e estrangeiros, empréstimos de dinheiro, operações de câmbios, e revenda de lotaria espanhola, Ricardo Salgado frequentou o Ensino Secundário no Liceu Pedro Nunes e em 1969 concluiu a licenciatura em Economia no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras da Universidade Técnica de Lisboa. Nos anos do Quelhas conviveu com distintos alunos e mestres. Foi contemporâneo de colegas dos cursos anteriores como os irmãos e professores Pinto Barbosa, Pereira Dias, Eduardo Catroga, Gregório Luís, foi do curso do Mário Cristina de Sousa, Proença Varão e Marques da Silva, e ainda recebeu como caloiros (terá praxado?), entre outros, Abel Mateus, Espinho Romão, Miguel Beleza, António Borges, Carlos Silva Ribeiro, ou Jorge Vieira Jordão.

Os seus tempos do Quelhas pronunciavam já tempos de profunda mudança no mundo e particularmente em Portugal… É possível que se recorde que, estando a acompanhar o Prof. Pereira de Moura, numa visita de estudo às instalações da, hoje extinta, Metalúrgica Duarte Ferreira no Tramagal no dia 4 de Abril de 1968, recebe a notícia que Martin Luther King acabara de ser assassinado em Memphis, Tennessee pelas mãos de um pesadelo que lhe ceifou o sonho. E é no final da sua passagem pelo Quelhas enquanto estudante, que assiste ao estalar da crise académica que eclode a 17 de Abril de 1969.

Terminada a licenciatura, cumpriu o Serviço Militar na Marinha de Guerra Portuguesa, no Curso de Formação de Oficiais da Reserva Naval (15º CFORN), após o qual se junta à equipa do então Banco Espirito Santo e Comercial de Lisboa onde, em 1972, assune a direção do Gabinete de Estudos Económicos e posteriormente a Direcção de Crédito, onde fica até 1975. Em paralelo e no mesmo período de tempo, assume já um lugar na administração da Companhia de Seguros Bonança.

Assim que assume funções em 1972 no BESCL, Ricardo Salgado assiste na entrada do ano de 1973 a outra das grandes alterações de liderança no grupo económico onde trabalhava. Com a morte de seu tio-avô Manuel Ribeiro Espírito Santo e Silva, o último dos três irmãos, filhos do fundador (a segunda geração) que durante cinco décadas manteve a gestão homogénea e contínua do Banco, abre-se então a fase de uma nova liderança sob os auspícios da geração subsequente e inicialmente assumida por Manuel Ricardo Pinheiro Espírito Santo Silva, filho do anterior presidente do Banco.

Nesta altura o capital do banco eram um milhão e duzentos mil contos e o total dos depósitos à ordem e a prazo 38 milhões e duzentos mil contos, o que significava já uma posição de liderança do BESCL no mercado nacional.

Com a nacionalização da banca em 1975 o BESCL torna-se um de muitos bancos públicos que mais tarde serão alvos do processo de privatização e Ricardo Salgado arranca para uma segunda fase da sua vida agora sediada momentaneamente no estrangeiro. Em 1976 funda e é Director Superintendente e Director Presidente do Banco Interatlântico de Investimento no Rio de Janeiro, cargo que mantém até 1982.

Em 1980 negocia com o Grupo Monteiro Aranha a cedência de 50% do capital do Banco Interatlântico, e em 1981 negocia a cedência de 50% da posição Luso-Brasileira no Banco Interatlântico ao J. P. Morgan. Em 1982 Integra a Comissão Executiva da Compagnie Financière Espírito Santo em Lausanne e em 1985 participa na transação de aquisição pelo Credit Agricole da posição de 50% do J. P. Morgan no Banco Interatlântico. Em 1986 a Espírito Santo Financial Group (ESFG) e o Crédit Agricole fundam o Banco Internacional de Crédito em Lisboa e a ESFG é admitida à cotação na Bolsa do Luxemburgo. Em 1990 assume a presidência do Conselho de Administração da Partran - SGPS, S.A. Portugal, holding que passa a deter a maioria do capital da Companhia de Seguros Tranquilidade que tinha sido entretanto reprivatizada.

Em 1991 é eleito Presidente do Conselho de Administração da ESFG - Luxemburgo e da Bespar - SGPS, S.A. Portugal, e em 1992, após a segunda fase da privatização do BESCL é nomeado Vice-presidente do Conselho de Administração e Presidente da Comissão Executiva do Banco Espírito Santo & Comercial de Lisboa (hoje BES).

É aqui necessário fazer um ponto de referência pela atividade até aqui desenvolvida pois foi ela que lhe permitiu granjear a confiança da sua numerosa família, mas acima de tudo, a confiança do mercado financeiro internacional e do mercado português, que viu nele a segurança e a estabilidade necessárias para o reassumir de funções à frente de um Banco, o que como sabem é sinal de prestígio e robustez curricular suficiente dada a normalmente exigente análise curricular que é imposta pela supervisão financeira bancária. Em 1993 a ESFG é admitida na Bolsa de Nova York.

Em 1996, Ricardo Salgado é admitido como membro do Instituto Internacional de Estudos Bancários (IIEB), e é nomeado para o seu Executive Committee em 2003, assumindo mesmo a sua presidência em 2006, onde logo nesse ano presidiu às reuniões de Budapeste e Atenas.

Em 1997 é eleito administrador não Executivo, para um mandato de três anos, do Banco Boavista Interatlântico, S.A. (Brasil) o qual foi posteriormente adquirido pelo Banco Bradesco, e em 1998 / 1999 participa no processo de segregação de funções entre as bolsas de Lisboa e Porto entre os negócios à vista e sobre derivados, levado a cabo sob o patrocínio da CMVM.

Mais tarde, e fruto do tempo que vivia de modernização da forma organizacional dos mercados organizados de bolsa, participou no processo de privatização das duas Bolsas, e na fusão das Bolsas de Lisboa e Porto (constituindo-se então a BVLP), sendo, em Dezembro de 1999, nomeado seu Presidente. Em 2002, associando-se ao irrevogável processo de internacionalização e integração de mercados, participa na integração da BVLP na Euronext, sendo nomeado para o Supervisory Board da Euronext NV (Amsterdão), e em 2006 participa na fusão da Euronext com o New York Stock Exchange (NYSE), tendo feito parte do seu Conselho como membro não Executivo até 2011.

Mais recentemente foi eleito Administrador não Executivo do Banco Bradesco (Brasil).

O seu prestígio tendo sido reconhecido não só em Portugal mas também além-fronteiras, tem sido agraciado com a atribuição de condecorações, das quais se destacam a ordem de Chevalier de L´Orde du Mérite National de France, o “Grau de Grande Oficial da Ordem do Cruzeiro do Sul", pelo Presidente da República Federativa do Brasil, a de Chevalier de la Légion D´Honneur da República Francesa e a de Commander’s Cross Order of Merit da República da Hungria, atribuída pelo Primeiro Ministro da República da Hungria em 2012.

Na sua qualidade de cidadão e de economista, o Dr. Ricardo Salgado tem angariado vários prémios e distinções como sejam a de nomeado Economista do Ano, em 1992 pela Associação Portuguesa de Economistas, em 2001 foi nomeado Personalidade do Ano pela Câmara Portuguesa de Comércio do Brasil, em S. Paulo, em 2008 foi reconhecido pela Academia das Ciências de Lisboa pelos altos serviços prestados, em 2011 foi-lhe atribuído o Excellence Award in recognition of the visionary leadership and contribution to the Brazilian-American Chamber of Commerce of Florida, e em 2012 foi distinguido com o prémio de Lifetime Achievment em Mercados Financeiros pelo júri do Investors’ Relation and Governance Awards, prémio nacional instituído pela Deloitte em parceria com o Diário Económico.

A sua relação com o ISEG, e por essa via com a academia, é longa e saudável. Em 1969 licenciou-se em Economia e a esta escola voltou em 2001 quando, a meu convite, aceitou ser o mentor da licenciatura em Finanças entretanto reaberta. Nessa altura tive a oportunidade de o conhecer, recolhendo nele a maior das disponibilidades para servir esta Escola onde se formou como economista.

Mais tarde, em 2008, a Associação de Antigos Alunos do ISEG distinguiu-o com a distinção de Vetus Alumnus Anno, podendo ler-se no diploma então lavrado: “Pela sua capacidade empreendedora e de liderança no desenvolvimento do projeto do Banco Espírito Santo (BES), após a reprivatização em 1992. O BES é notoriamente reconhecido como um caso de sucesso competitivo no sistema bancário português, tendo a sua quota de mercado passado de 9% em 1992 para 20% em 2007, com crescimento sustentado de criação de valor. O BES, em múltiplas iniciativas, é um parceiro do ISEG sob o estímulo de Ricardo Salgado, o que muito contribui, também, para o prestígio da Escola”

Em 2009 foi cooptado, por eleição, como membro do Conselho de Escola não vinculado à mesma, cargo que ocupa desde essa data.

Mas é pela sua vida profissional que penso ser merecido a atual distinção. O BES na forma como hoje se encontra e pela forma como tem evoluído é um exemplo de liderança e de visão de quem conhece o negócio, tem as relações nacionais e internacionais certas, que delas faz a gestão sensata, e zela pelo ativo mais preciso da atividade bancária: a confiança. Aliás, o título BES é amiúde, ao longo dos últimos anos, um dos títulos que se destacam na bolsa portuguesa pela baixa volatilidade, o que não é alheio à forma como discreta e serenamente o banco é dirigido.

O doutoramento honoris causa ("por causa de honra") é um título honorífico concedido pelas universidades a pessoas eminentes, que se tenham destacado em determinada área, pela sua boa reputação, virtude, mérito ou ações de serviço que transcendam famílias, pessoas ou instituições. Sem dúvida que este será o caso do Dr. Ricardo Salgado a quem se reconhecem as já citadas qualidades de liderança em tranquilidade, de visão, de antecipação, de decisão em serenidade, de conhecimento técnico e capacidade de gestão. A forma como conseguiu assegurar a transformação do BESCL em BES numa sadia alteração de carreiras, linhas estratégicas e práticas, sem conflitos, deram força a um processo de privatização em que, especialmente na área financeira a confiança é “o ativo” que se trabalha. E neste aspeto o saber gerir a transição sem ruturas dramáticas é um bem escasso que só se aprecia quando se perde. E nós portugueses, nos dias recentes que acabamos de viver bem sabemos os efeitos devastadores que as convulsões irrefletidas podem gerar.

Devo ainda uma última nota que me parece ser muito significativa do que quero referir com “confiança”. O BES, foi o único dos grandes bancos portugueses, que não necessitou do apoio estatal para poder aumentar o seu capital em resultado da revisão recente dos rácios de solvabilidade bancária, o que mais uma vez denota a elevada confiança que os acionistas sentem nessa liderança.

Magnífico Reitor,

Pelo que expus, tendo em conta as apreciações positivas quer em sede do Conselho Científico do ISEG, quer em sede do Senado da UTL, sou a transmitir essa voz coletiva e assim expressar que penso justificar-se a atribuição do doutoramento honoris causa pela Universidade Técnica de Lisboa ao Dr. Ricardo Espírito Santo Silva Salgado."

João Duque

Professor Catedrático,

ISEG/UTL

terça-feira, 22 de julho de 2014

...sobre Vitor Bento...‏

Sabia que Vítor Bento, o actual presidente do BES, foi promovido por
mérito pelo Banco de Portugal, recebeu um aumento salarial pela
promoção, mas não estava a trabalhar no banco durante o período que a
promoção reconheceu? Sim, percebeu bem, Vítor Bento foi promovido e
aumentado pelo Banco de Portugal, apesar de não ter posto lá os pés
durante o ano cujo "mérito" lhe foi reconhecido.
Curiosamente, este é um dos tais queridérrimos que diz que os
portugueses andaram a viver acima das suas possibilidades.
Fofo, não é?
A história completa pode ser consultada no artigo do Diário de Notícias, aqui:
http://www.dn.pt/inicio/interior.aspx?content_id=999725&page=-1

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Uma lápide genial


MR. RUSSELL J. LARSEN, DE LOGAN (UTAH), Morreu sem saber que ganharia
o “Concurso da Lápide mais visitada”.

Em sua Lápide está escrito:

CINCO regras a seguir pelo homem para uma vida feliz:

1. É importante ter uma mulher que ajude em casa, cozinhe de tempos em
tempos, limpe a casa e tenha um trabalho;

2. É importante ter uma mulher que te faça rir;

3. É importante ter uma mulher em que possa confiar e não minta;

4. É importante ter uma mulher que seja boa na cama e que goste de
estar contigo;

5. É muito, mas muito importante que estas quatro mulheres não se
conheçam ou podes terminar morto como eu.

Concert In Glass

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Escândalo GES chega à Suíça – ou quando os ricos ficam pobres‏



Não foram só as Bolsas, outra razão apressou a sucessão no BES: antecipar-se ao iminente colapso do GES. Pois bem, ele começou. Como o Expresso hoje revela, já há “default” na Suíça. Há clientes que não estão a receber o dinheiro aplicado. Há uma minoria do país que vai deixar de ser silenciosa. Pobres ricos.

Não é mau agoiro, é boa informação. O barulho que se ouve não é sequer o da bomba, é ainda apenas o do rastilho. É curioso como o noticiário sobre a insolvência da ES International soou até aqui a coisa abstrata. Como se não tivesse consequências concretas. Tem, chama-se prejuízos. Muitos credores da ES International vão perder dinheiro. Muitos nem sabiam que eram credores.

A Portugal Telecom é um caso muito evidente, porque é uma empresa grande. Mas o veneno do papel comercial da ES International está disperso por centenas de carteiras de investimento. O Banco de Portugal cuidou do subgrupo que considerou mais vulnerável: os clientes de retalho em Portugal. De fora ficaram os clientes institucionais, que têm a obrigação de medir o risco do que andam a comprar. E de fora ficaram os clientes de retalho através de outros países. Através da Suíça. Muitos deles são… portugueses.

O Grupo Espírito Santo não é dono só um de banco, o BES. É dono também de um banco na Suíça, o Banque Privée Espírito Santo. É um banco que gere grandes fortunas e que tem muitos clientes portugueses. Nos últimos anos, o banco ganhou ainda mais clientes, porque muita gente teve medo do fim da moeda única e tirou dinheiro não só do país como da zona euro. E a velha Suíça, que inexplicavelmente tem boa fama embora preste os mais opacos serviços financeiros da Europa, acolheu fortunas imensas. E sim, também há fortunas imensas portuguesas. Onde investiu o Banque Privée esse dinheiro? Numa série de títulos. Incluindo em papel comercial do GES, que agora está em “default”. Em incumprimento. Chama-se calote.

Clientes do Banco Espírito Santo em Portugal transferiram dinheiro para o Banque Privée Espírito Santo na Suíça que foi investido na Espírito Santo International, que está falida.

Repare-se bem no emaranhado: clientes do Banco Espírito Santo em Portugal transferiram dinheiro para o Banque Privée Espírito Santo na Suíça que foi em parte investido em títulos de dívida da Espírito Santo International, que está falida.

Muita gente achará que é bem feito, os ricos que se lixem. É uma visão errada: a frase “a justiça deve ser igual para todos” também se aplica na lógica inversa à habitual. Mas não deixa de ser irónico que quem tenha querido fugir do risco de o euro desaparecer perca agora dinheiro; e que quem veja na Suíça um porto seguro perceba que a Suíça é uma casa onde senhoras de boa fama praticam atos de mulheres de má fama. Como dizia há mês e meio neste jornal Gabriel Zucman, autor do livro "A Riqueza Oculta das Nações", há €30 mil milhões de portugueses na Suíça. 80% desse dinheiro será, estima ele, de evasão fiscal. Se parte do dinheiro que agora for perdido por clientes do Banque Privée foi não declarado, então sim há um certo sentido de justiça: quem o perder nem vai poder reclamá-lo, pois é dinheiro que, para fugir aos impostos (se não a outra coisa), saiu por debaixo da mesa.

Talvez agora se comece a perceber a dimensão do que está a acontecer no GES, que vai avançar para um processo de reestruturação, que inclui a venda de ativos e a consolidação de passivos da ES International e da RioForte. O processo pode ser controlado, o dinheiro aplicado não vai ser todo perdido, mas sê-lo-á em grande parte, num processo que durará tempo. O caso só não é pior porque o Banco de Portugal protegeu os clientes que compraram papel comercial da ESI através do BES (nomeadamente da gestora de fundos ESAF). Senão, já teríamos bidões a arder na avenida da Liberdade. Assim, teremos processos judiciais. E teremos muitas famílias ricas a perder fortunas. Muitas não fizeram nada de mal. Apenas confiaram no nome Espírito Santo.

Ainda hoje não se sabe bem a totalidade do buraco do Grupo Espírito Santo, mas sabe-se que a dívida em papel comercial ultrapassa os seis mil milhões de euros. Os acionistas do GES (família mas não só) perderão muito dinheiro. Credores como a Portugal Telecom, a Venezuela e clientes do Banque Privée com títulos da ESI perderão dinheiro. Muitos ainda desconhecidos também. O próprio BES também perderá crédito concedido ao grupo, mas num valor suficiente para lhe resistir.

A sucessão vira a página no BES, mas a família Espírito Santo enfrenta muito mais que a desonra. Enfrenta prejuízos. No BES e no GES estamos a assistir uma mudança histórica, mas em fases diferentes. No BES é o fim do princípio, no GES é o princípio do fim. O BES gere pela vida, o GES luta contra a morte. Virou massa falida.

UMA FÁBULA CURTINHA E ACTUALÍSSIMA . . .

Era uma vez um rei que queria pescar.
Ele chamou o seu meteorologista e pediu-lhe a previsão do tempo para as próximas horas.

Este lhe assegurou que não iria chover.
A noiva do monarca vivia perto de onde ele iria e colocou sua roupa mais elegante para acompanhá-lo.

No caminho, ele encontrou um camponês montando seu burro que viu o rei e disse: "Majestade, é melhor o senhor
regressar ao palácio porque vai chover muito".
O rei ficou pensativo e respondeu:

"Eu tenho um meteorologista, muito bem pago, que me disse o contrário. Vou seguir em frente".

E assim fez. Choveu torrencialmente.


O rei ficou encharcado e a noiva riu-se dele ao vê-lo naquele estado.

Furioso, o rei voltou para o palácio e despediu o meteorologista.
Em seguida, convocou o camponês e ofereceu-lhe emprego.

O camponês disse: "Senhor, eu não entendo nada disso.
Mas, se as orelhas do meu burro ficam caídas, significa que vai chover".

Então, o rei contratou o burro.
E assim começou o costume de contratar burros para trabalhar junto ao Poder...

Desde então, eis a razão de burros ocuparem as posições mais bem pagas em qualquer governo.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Pepinos


 1. PEPINOS contém a maioria das vitaminas que tu precisas
 diariamente.

Só um pepino contém Vitaminas B1, B2, B3, B5, B6, C,
 Ácido Fólico, Cálcio, Ferro, Magnésio, Fósforo, Potássio e Zinco.

2. Sentes-te cansado à tarde, dispensa a cafeína e come um
Pepino.

Os Pepinos são óptimas fontes de Vitaminas B e Carboidratos que fornecem aquela '' animação'' que dura por horas.

 3. Cansado de ver o espelho da casa de banho embaceado depois do banho?
Tenta esfregar uma rodela de pepino no espelho, isto eliminará a neblina e produzirá uma tenra fragrância como no SPA.

 4. As lesmas e caramujos arruinam as tuas plantas?

Coloca algumas rodelas de pepino num pequeno prato ou forma de lata (não de ferro nem de alumínio , na tua horta ou jardim, e as pestes ficarão longe toda a temporada.

As químicas no pepino reagem com o alumínio para dar um cheiro indetetadopor humanos mas que deixam as pestes loucas e as fazem fugir da área.

5. Procuras uma rápida e fácil forma de remover celulite antes de ir à piscina ou praia?

Tenta esfregar uma rodela ou duas de pepino nas áreas afetadas por alguns minutos, os fitoquímicos no pepino forçam o colágeno de tua pele a encolher, firmando a camada de fora e reduzindo a visibilidade da celulite.

Funciona optimamente para as rugas também!

 6. Desejas evitar uma ressaca ou dor de cabeça?

Come algumas fatias de pepino antes de dormir e acordarás sem dor e sem ressaca.

Os Pepinos contêm bastante açúcar, Vitaminas B e electrolites para repor os nutrientes essenciais que o corpo perde, mantendo tudo em equilíbrio, evitando ambos a ressaca e a dor de cabeça!

7. Queres evitar aquela fome à tarde ou à noitinha com alguma coisa?
Pepinos têm sido usados por centenas de anos e usados por caçadores Europeus, exploradores e comerciantes como uma rápida refeição para evitar a fome.

 8. Tens uma importante entrevista de emprego e reparas que não tens tempo para engraxar os sapatos?

Simplesmente esfrega uma fatia fresca de pepino sobre o sapato, os químicos proverão rápida e durável brilho que não somente fica optimo como também repele água.

 9. Não tens em casa o WD-40 para consertar aquele barulhinho enjoado de uma porta a ranger? Pega numa fatia de pepino e esfrega no sítio problemático... e o rangido foi-se!

10. Cansado, stressado e sem tempo para uma massagem, facial ou visita ao S.P.S.A.?

Corta um pepino inteiro e coloca numa panela de água a ferver, os químicos e nutrientes do pepino reagem com a água a 100º e soltam-se no vapor, criando um relaxante cheirinho que tem sido mostrado que reduz o stress em novas mamães e estudantes durante exames finais.

 11. Acabaste de almoçar e vês que não tens "chewing gum" ou rebuçados de hortelã?

Pega numa fatia de pepino e espreme no céu da boca com a língua por 30 segundos para eliminar o sabor da comida, os fitoquímicos matarão as bactérias responsáveis por causar mau hálito.

12. Procuras algo ''verde'' para limpar as torneiras, pias ou aço
inoxidável?

Esfrega uma fatia de pepino na superfície que desejas limpar, isto não só remove anos de zinabre mas traz de volta o brilho, mas também não deixa marcas e não mancham nem prejudicam as tuas unhas e mãos enquanto limpas.

 13. Usas a caneta e cometes um erro?

Toma a casca do pepino ( o lado de fora ) e devagar usa-a para apagar o erro. Também funciona muito bem nos lápis que as crianças deixam nas
paredes!!!

domingo, 6 de julho de 2014

JOÃO QUADROS . NEGÓCIOS ONLINE (TEXTO ESCRITO EM COMPLETO DESACORDO ORTOGRÁFICO)


Não resisto a partilhar este maravilhoso texto de João Quadros:
"Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE)
demonstram que o Pingo Doce (da Jerónimo Martins) e o Modelo
Continente (do grupo Sonae) estão entre os maiores importadores
portugueses."
Porque é que estes dados não me causam admiração? Talvez
porque, esta semana, tive a oportunidade de verificar que a zona de
frescos dos supermercados parece uns jogos sem fronteiras de
pescado e marisco.
Uma ONU do ultra-congelado. Eu explico.
Por alto, vi: camarão do Equador, burrié da Irlanda, perca egípcia,
sapateira de Madagáscar, polvo marroquino, berbigão das Fidji,
abrótea do Haiti?

Uma pessoa chega a sentir vergonha por haver marisco mais viajado
que nós. Eu não tenho vontade de comer uma abrótea que veio do
Haiti ou um berbigão que veio das exóticas Fidji. Para mim, tudo o que
fica a mais de 2.000 quilómetros de casa é exótico. Eu sou curioso,
tenho vontade de falar com o berbigão, tenho curiosidade de saber
como é que é o país dele, se a água é quente, se tem irmãs, etc.
Vamos lá ver. Uma pessoa vai ao supermercado comprar duas
cabeças de pescada, não tem de sentir que não conhece o mundo.
Não é saudável ter inveja de uma gamba. Uma dona de casa vai fazer
compras e fica a chorar junto do linguado de Cuba, porque se lembra
que foi tão feliz na lua-de-mel em Havana e agora já nem a Badajoz
vai. Não se faz. E é desagradável constatar que o tamboril (da
Escócia) fez mais quilómetros para ali chegar que os que vamos fazer
durante todo o ano.

Há quem acabe por levar peixe-espada do Quénia só para ter alguém
interessante e viajado lá em casa. Eu vi perca egípcia em Telheiras.
Fica estranho. Perca egípcia soa a Hercule Poirot e Morte no Nilo. A
minha mãe olha para uma perca egípcia e esquece que está num
supermercado e imagina-se no Museu do Cairo e esquece-se das
compras. Fica ali a sonhar, no gelo, capaz de se constipar.
Deixei para o fim o polvo marroquino. É complicado pedir polvo
marroquino, assim às claras. Eu não consigo perguntar: "tem polvo
marroquino?", sem olhar à volta a ver se vem lá polícia. "Queria
quinhentos de polvo marroquino" - tem de ser dito em voz mais baixa e
rouca. Acabei por optar por robalo de Chernobyl para o almoço. Não
há nada como umas coxinhas de robalo de Chernobyl.
Eu, às vezes penso:

O que não poupávamos se Portugal tivesse mar.

sábado, 5 de julho de 2014

EDUcação - VASCO PULIDO VALENTE - 19/04/2014


Como um dos primeiros membros do GIS (Grupo de Investigações Sociais), fiquei estarrecido quando soube, por um artigo de uma autoridade, que existiam hoje em Portugal 30.000 sociólogos com licenciatura e, provavelmente, centenas com o mestrado e dezenas com o doutoramento.
Fazem eles parte da “geração mais bem preparada de sempre”?
O país precisa realmente deles?
Aparentemente, 86,6% têm trabalho e 63,8% acham a “formação” que receberam “adequada às tarefas que desempenham”.
Mas, como seria de esperar, o Estado é o grande empregador da maioria dos sociólogos, que trabalham na “investigação” (presumo que em “observatórios” disto ou daquilo), na administração pública e na Segurança Social. O sector privado não mostra o menor interesse por eles.

O que se compreende. O Estado criou profissionais que a economia não pedia e depois foi forçado a tapar o buraco, tratando ele de lhes dar um modo de vida. Só que o Estado, além de 30.000 sociólogos, também é com certeza obrigado a prover às necessidades de vários géneros de psicólogos, de politólogos (para quem não perceber: indivíduos licenciados em “Ciências Políticas”), da gente, em expansão, que se dedica à misteriosa disciplina de “Relações Internacionais”, a espécies indescritas de sábios com títulos que a lei reconhece e ao pequeno produto das Faculdades de Letras. O PS, o PSD e o CDS constantemente se gabam desta massa e a consideram a sua melhor obra e a maior riqueza do país. Educaram muitos milhares de inocentes para a inutilidade e, mais tarde ou mais cedo, para o desemprego e, agora, esfregam as mãos de orgulho e deleite.

Não passou pela cabeça de ninguém que, de caminho, também estavam a liquidar a universidade. A universidade educa alunos para uma dúzia de profissões de que uma sociedade moderna, como apesar de tudo a nossa, não pode prescindir. Mas fora isso, deve tomar o maior cuidado em admitir disciplinas que se proclamam novas (e que em geral não são coisa nenhuma) e apertar os critérios de admissão para as disciplinas tradicionais, que exigem uma qualidade superior a quem as pratica com alguma justificação. A mistura de curandeiros (as “ciências” que se dizem “humanas”) e de médicos (as ciências “duras”) só prejudica os médicos, baixa os critérios do ensino e desvaloriza os títulos. A trapalhada que aí anda é um erro e uma vergonha.

Aldeias da Europa

sexta-feira, 4 de julho de 2014

VELHOS HÁBITOS !!!... que se enraizaram


Nos tempos em que os reis mandavam, numa noite escura, à entrada de dezembro, o rei veio à varanda do seu iluminado palácio e reparou que a cidade estava escura como breu.

Chamou o seu primeiro-ministro e ordenou-lhe:
- Antes do natal quero ver a cidade toda iluminada. Toma lá uns cem contitos e trata já de resolver o problema.
O primeiro-ministro chamou o presidente da câmara e ordenou-lhe:
- O nosso rei quer a cidade toda iluminada ainda antes do natal. Toma lá 50 contos e trata imediatamente de resolver o problema.
O presidente da câmara chama o chefe da polícia e diz-lhe:
- O nosso rei ordenou que puséssemos a cidade toda iluminada para o natal.
Toma lá 20 contos e trata imediatamente de resolver o problema.
O chefe da polícia emite um edital a dizer:
“Por ordem do rei em todas as ruas e em todas as casas deve imediatamente ser colocada iluminação de natal. Quem não cumprir esta ordem será enforcado”.

Uns dias depois o rei veio à varanda e, ao ver a cidade profusamente iluminada, exclamou:
- Que lindo! Abençoado dinheiro que gastei. Valeu a pena.

Muitos , eu não conhecia . . .