domingo, 4 de junho de 2017

Escolhi-te



A vida é mesmo assim, feita de escolhas.

A vida vai-nos dando oportunidades, pede-nos para vivermos momentos. E eu escolhi-te a ti para me acompanhares nesses momentos. Escolhi-te sem pensar em nada. A vida é agora. As consequências chegam mais tarde. Sim, porque eu sei que todas as escolhas implicam ganhos e perdas. Só que, até lá, eu vou viver. Vou ser feliz e, para isso, escolhi-te a ti. O meu coração olhou-te e tirou-te todas as medidas. Percebeu de imediato que fomos feitos um para o outro.

Tudo em ti se encaixa no que eu sou. O teu sorriso é a linha perfeita para eu escrever palavras de amor na tua alma. Os teus lábios têm a doçura certa para acalmar o meu desejo. As tuas mãos têm a medida exata para explorarem o meu corpo. Os teus dedos encaixam na perfeição nos meus. O teu desejo sabe de cor a letra da canção, que o meu coração canta de olhos fechados. Aquela melodia que te enfeitiçou, a música que cegou todos os teus sentidos.

Por isso te escolhi.

Quem mais saberia guiar-me pelos caminhos da perdição? Onde é que eu encontraria uma loucura igual à minha? Somente nos teus braços eu poderia ousar viver a maior aventura da minha vida. Só contigo eu me podia atrever a viver este amor. Escolhi-te, porque os loucos procuram loucos. E nós os dois somos a perfeição da loucura.

E a vida não deixa que eu te esqueça.

Vai-me lembrado aqui e ali que tu existe. Vai deixando pequenos sinais no meu caminho. Recordações em que vou tropeçando. Lembranças que me fazem sonhar. A vida lembra-me, todos os dias, que tu és importante. A cada despertar, é a tua lembrança que me beija, deixando-me o sabor da esperança para que eu comece o dia com alegria. São as tuas palavras, as que já me disseste e as que sonho escutar ao ouvido, que fazem com que eu me sinta amada. E é essa a força que me veste para enfrentar mais um dia, por muito que pressinta que nem tudo vai correr bem.

É o teu amor que me serve de ponto de referência.

É a vida a dar-me provas de que tu existe e a tentar roubar o desânimo que, por vezes, me persegue. A mostrar-me o espaço que tu ocupas no meu coração. A dizer-me ao ouvido que só contigo a vida fará sentido. A vida não me deixa desistir deste amor. Obriga-me a abraçar esta paixão, fazendo dela o ar que respiro. E, por mais contratempos por que este amor tenha passado, tu estás sempre lá a cada novo recomeço. É o teu amor que me puxa para a vida. É o teu perfume que sempre fica entranhado no meu corpo e que nenhum sofrimento é capaz de apagar.

São muitos os dias em o sol teima em não brilhar nas nossas vidas.

Só que o destino é teimoso e não deixa que o luar deixe de nos iluminar, para nos mostrar a linha que separa a noite do dia. Como se a vida não pudesse existir sem ti, da mesma forma que não há noite sem estrelas. Porque elas estão sempre lá para serem cúmplices do nosso amor.

A vida exige-me que tu fiques por aqui. Preso aos meus dias. Refém desta paixão que nos uniu pelas teias do sentimento e que nada, nem ninguém poderá anular. A vida plantou-te no meu caminho, fez-te criar raízes no meu jardim e eu não consigo deixar de admirar esta flor.

Já perdi tanto tempo na vida. Já gastei minutos da minha vida com coisas sem sentido. E também já dei sentido a horas que não faziam sentido. Virei as costas a realidades para viver na sombra de utopias que, afinal, me levaram por caminhos sem saída. Quis ler verdades no vento das ilusões, até improvisei segundos de felicidade. Na verdade, nem o chão dos sonhos essas ilusões pisavam.

Fiz-me dona da utopia nas horas em que construía pontes feitas de cordel para passar do sonho para a terra do nada. Usei pedras irregulares para edificar a muralha onde queria guardar a verdade. Fiquei cega com a luz que refletia na minha alma. Parecia uma marioneta nas mãos desta maldita utopia, que me fazia pensar somente naquilo que não existia.

Só que os sonhos não tinham pernas para andar e a realidade não tinha espaço para os meus desejos. A verdade é que a vida te escolheu ainda antes de mim. E, por isso, nada nem ninguém te separará de mim!

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