terça-feira, 2 de abril de 2019


Manuela D'Ávila

Caetano, eu sinto vontade de lhe abraçar e agradecer por ser um dos maiores brasileiros vivos. Lhe agradecer Por cada palavra em suas músicas, por cada Brasil descoberto em sua arte. Uma das coisas que mais me espanta nesses tempos terríveis que estamos vivendo é a vontade dessas forças das trevas de destruir tudo o que o nosso país tem de mais precioso. A expressão mais simbólica disso são os ataques contra vocês, nossos maiores artistas. Incrível eles lhe colocarem no centro dos ataques. Por outro lado, contraditoriamente, os ataques daquele bispo a você, Caetano, mostram a força incrível que as obras de arte tem. Como vivemos tempos tenebrosos, de cerceamento da liberdade, a música "É proibido proibir", a sua atitude à época e agora, a forma como você cantou em público na década de 70 e como enfrenta o obscurantismo agora fazem com que a música siga incomodando. Aquela canção já tem décadas mas está aqui, viva, em potência, e quando a a história a chama ela emerge novamente e bota raiva nos velhos novos donos do poder. Obrigada, Caetano, por ter sempre lutado pela sua liberdade. Pela nossa liberdade.

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