segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

SEGUNDA-FEIRA, 10 DE JANEIRO DE 2011

A RODA DA MISERICÓRDIA
OU ALFORRIA DOS INOCENTES
Uma Alternativa ao Aborto
J. Jorge Peralta

1. Foi divulgado na grande imprensa nacional, no Brasil, um acontecimento que faz pensar a quem tem responsabilidade social: uma jovem escondeu sua gravidez indesejada da família. Após dar à luz o seu filho, descartou-o jogando-o, embrulhado, em um terreno baldio, do outro lado de um muro, de quatro metros de altura, vizinho ao seu quintal. Pelo choro, alguém descobriu a criança e encaminhou-a às autoridades. Descoberta, a mãe tem contas a pagar à justiça. Este é um fato, triste e trágico, entre muitos milhares diários.

2. Até o ano de 1950 no Brasil, existia uma multissecular e benemérita instituição, denominada Roda da Misericórdia, também chamada Roda dos Enjeitados ou Roda dos Expostos
A Roda sempre esteve disponível nos Conventos Femininos e nos Hospitais – Santas Casas de Misericórdia. Na Roda da Misericórdia, as famílias depositavam doações anônimas de gêneros alimentícios, para a manutenção das religiosas.
Na mesma Roda da Misericórdia, as mulheres que engravidavam em condições não aprovadas socialmente, depositavam secretamente seus filhos não desejados, para lhes garantir um nome e cidadania, de alguém que viesse a adotá-los. “Proibidas” socialmente de mantê-los, as mães preservavam suas vidas, com a compreensão da própria sociedade, que lhes dava uma alternativa digna.

3. No nosso tempo destrambelado, hipócrita e desumano a instituição da Roda foi abolida.
As mulheres que, por algum descuido, engravidarem têm uma única saída criminosa: abortar, ou, depois que a criança nascer, descartá-la, como se fosse algo inanimado...
Para resolver o impasse, a nossa sociedade, hipócrita e sádica, propõe-se a legalizar o aborto. A mãe, sem cometer crime legal, pode matar o feto, para não ser incomodada...

4. Diante destas duas soluções antagônicas: A Roda da Vida ou o aborto: a Matança dos Inocentes, por longo tempo penso em uma saída humana para esta tragédia.
Depois de muito pensar, veio-me uma terceira saída, como opção digna: que a sociedade restaure a Roda da Misericórdia, em novas dimensões:
A toda a mulher, que venha a ter um filho “indesejado” e que não puder pagar médico para a assistir ou hospital para dar à luz, serão concedidos todos os direitos, em caráter de irrestrita privacidade, tais como: assistência médica gratuita, exames e orientação, pré-natal, parto assistido e acompanhamento pós-parto.
Esta solução poderia ter o nome de “Proteção dos Inocentes” ou “Roda da Vida”.

5. Deve ficará estabelecido em lei que o Estado assumirá a responsabilidade de cuidar dessas crianças, inclusive procurando uma família que a adote e cuide de sua saúde, educação e bem-estar.
O Estado deve acompanhar a vida dessa criança e o tratamento que a família adotiva lhe proporciona, até os 14 anos de idade, no mínimo.
O Estado deverá providenciar o surgimento e o apoio a instituições particulares, do tipo “Aldeias SOS”, financiadas e cuidadas por empresários, para possibilitar uma real socialização a essas crianças. Já existem outras instituições deste gênero.

PROJETO DE LEI
6. Proponho que algum Deputado Federal ou Estadual proponha um projeto lei deste molde.
Este projeto, de alta densidade humana, deveria estar preparado para atender algumas centenas de mulheres/jovens por mês.

7. O Projeto de Lei “Proteção dos Inocentes”, também deveria estimular a organização de casas especializadas por instituições particulares ou públicas, de preferência sem fins lucrativos, para atender condignamente essas mulheres, e cuidar de suas crianças.
As crianças não adotadas estariam à disposição das mães que poderiam retomá-las logo que pudessem cuidar delas.
Um projeto desta natureza, diminuiria em muito o número das crianças e malfeitores que têm a rua como escola do crime e da violência urbana.
Em contrapartida, dando às crianças uma educação de caráter adequada e um lar com dignidade, em cada criança teríamos mais um jovem ou adulto capaz de contribuir para o bem estar social e de ganhar o próprio pão com o suor do seu rosto, como fazem as pessoas dignas.

Leitor: Leve este esboço de sugestão para um deputado ou vereador seu amigo.
Você estará ajudando a criar uma sociedade mais justa.

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