terça-feira, 24 de outubro de 2023

O homem é um animal político . . . se não é . . . deveria ser !



Aristóteles (384 - 322 a.C.), é o autor desta frase e um dos maiores filósofos gregos, o homem é um sujeito social que, por natureza, precisa pertencer a uma colectividade… quer dizer, lugar, aldeia, freguesia ou local de uma cidade, país etc.
Somos, portanto, animais comunitários, por ser-mos gregários, que quer dizer… da grei, dos animais que como nós vivem em bandos e crescem em grande número no mesmo lugar… próprio da massa, multidão.
E, como temos o dom da linguagem, somos também seres políticos, capazes de pensarmos e de realizarmos o bem comum… ou o mal.
Mas o que significa então o homem ser um animal político"?
- No livro IX da obra Ética a Nicômaco, principal obra de Aristóteles, que começa por fazer um elogio à amizade e à vida comunitária.
Aristóteles, parte do pressuposto de que todos nós precisamos de viver em sociedade e logo desemboca na seguinte conclusão:
Não menos estranho, seria fazer do homem feliz um solitário, pois ninguém escolheria a posse do mundo inteiro sob a condição de viver só, já que o homem é um ser político e está na sua natureza, viver em sociedade. Por isso, mesmo o homem bom, viverá em companhia de outros, visto ele possuir as coisas que são boas por natureza. (Aristóteles)
- Segundo este grande filósofo e pensador, a partilha social é essencial para espécie humana, porque a felicidade está intimamente ligada à convivência com os outros homens.
Em sociedade e homem mantém, relações indissociáveis: o homem precisa da sociedade e a sociedade precisa do homem.
A concepção de que o homem é um animal político em Aristóteles, possui duas acepções.
- Na primeira delas podemos interpretar que, para o pensador, ao dizer que o homem é um animal político, significa que somos seres que precisamos estar engajados e fazer parte de uma coletividade pela necessidade da vida comunitária, de vida partilhada na polis. (cidade-Estado)
No entanto, as outras espécies também dependem dessa organização social para sobreviverem, como é o caso por exemplo das formigas.
A importância da linguagem
Por outro lado, ao afirmar-se que o homem é um animal político, Aristóteles também levanta a tese de que o ser humano é o único ser com capacidades discursivas.
Dono da palavra (logos), o homem é capaz de, através de uma linguagem complexa, transmitir aos outros homens aquilo que pensa para se alcançarem objetivos comuns.
Segundo o filósofo, a razão pela qual o homem é um animal político em grau mais elevado do que as abelhas ou qualquer outro animal, é clara: a natureza, como dissemos, não faz nada em vão, e o homem é o único animal que tem palavra (logos); —a voz (fone) expressa a dor e o prazer, e que os animais também possuem, já que a sua natureza vai até aí— a possibilidade de sentir dor e o prazer e expressá-los entre si.
A palavra, porém, está destinada a manifestar o útil e o nocivo… o bem e o mal, em consequência portanto, o justo e o injusto. E esta é a característica do homem diante dos demais animais: — possuir, só ele, o sentido do bem e do mal, do justo e do injusto, etc.
- É a comunidade dessas coisas que faz a família e a cidade. (Aristóteles).
O que é política para Aristóteles?
A política (no grego ta politika) era exercida na polis - uma sociedade organizada pelos cidadãos. Aqueles que eram considerados cidadãos (politai) tinham os mesmos direitos e deveres, fazendo vigorar o princípio da igualdade.
No entanto, convém ressaltar que por essa altura, nem todos os que viviam na polis eram considerados cidadãos. Eram excluídos desse grupo, as mulheres, os estrangeiros, os escravos, os trabalhadores e as crianças.
- As mulheres só ganharam o direito de eleger e ser eleitas, já no século XX e até finais do século XIX, só os alfabetizados podiam Votar em Eleições. Os trabalhadores só conseguiram o direito a saber ler, pela luta de que se destaca a do Primeiro de Maio de 1868, pelos três 8 - oito para trabalhar, oito para descansar e oito para ilustrar… aprender.
Os trabalhadores estavam nesse conjunto de excluídos porque, segundo Aristóteles, a ocupação laboral os impedia de contemplarem e de ter uma vida baseada no ócio. Essas duas seriam condições essenciais para haver disponibilidade para exercerem a política.
Aristóteles durante a sua obra, disserta muito sobre a polis.
- A polis nada mais é do que uma sociedade organizada composta por cidadãos, numa comunidade política.
Aristóteles aponta apenas duas exceções a regra - uma superior e outra inferior - ao dissertar sobre a necessidade do homem se organizar em comunidade.
- De acordo com o seu pensamento, os únicos dois grupos que conseguem… Não viver em sociedade são aqueles degradados (como os animais e os inferiores, que estão abaixo dos homens e os deuses (os superiores, que estão acima dos homens).
Tirando esses dois grupos de excluídos, Aristóteles sublinha a necessidade de todos nós vivermos em colectividade.
Conclusão:
É numa interpretação radical… mas absurda para a época em que vivemos, em que tanto se diz à boca cheia de que vivemos em Democracia e Direitos Humanos… E em que o homem não participa das grandes questões e decisões da política.
1 - Estamos na NATO, uma organização militar agressiva… quando foi feita a discussão e votado em Portugal, para fazer-mos parte desta organização intercontinental de raíz anglo-saxónica?
2 - A União Europeia, é uma organização supra nacional que decide do que podemos ou não fazer na economia, na sociedade, na política.
- Os máximos dirigentes da UE, os que podem e mandam… seja para a paz ou para a guerra… Quem os elegeu… nem o povo português e que se saiba ninguém do povo europeu… Quem os nomeou… os Deuses?
3 - Esta dependência política, teve e tem ainda, a colaboração dos actores, como MRS, que diz que somos todos ucranianos… para legitimarem os custos das guerras dos outros e se necessário também participarmos directamente na guerra!
4 - Toda a ação política portuguesa pela sua relação de dependência ao exterior do país, é ilegítima e abusiva e claramente em dissonância com a nossa Lei fundamental - A Constituição da República Portuguesa!
De tal forma, que Portugal hoje, está do lado do mal e no apoio declarado ao Nazi-Fascismo sionista e cúmplice do massacre do povo da Palestina!
O político que eu também sou, já há muito que por razões políticas e éticas… deixou de acreditar e participar na Polis… até que haja verdade e decência democrática na política em Portugal e na Europa!
- Sou um dissidente da política organizada e auto-excluído deste circo em que vivemos - Porque sou um animal político com dignidade social e cultural!
- Fica para recordar apenas o que fui, e sou, um anti-fascista activo na luta pela democracia portuguesa e pelo fim da guerra colonial!
- Em 25 de abril de 74, coube-me a mim, hastear a bandeira da república portuguesa na cidade do Porto... a minha Polis!
António Jorge - editor
Porto e Luanda


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