quarta-feira, 23 de março de 2011

Revolução Democrática e Anti-Capitalista ocorre na Islândia

Aqui vai, para mostrar que pode haver mais vida para além do PS e PSD, ainda que "eles" e todos os comentadores ligados a eles, andem já a falar que só é possível uma saída política com os dois maiores partidos juntos. Se um elefante incomoda muita gente, dois elefantes incomodam muito mais!
Há outras saídas, mesmo neste sistema democrático! Mas é preciso participação das pessoas, e é preciso estar atento e passar a informação sem filtros. Mal estamos quando o melhor que os políticos da direita (Sócrates e tal incluídos) sabem dizer é que sem eles será muito pior. Ainda pior do que já fizeram?
Não nos esquecemos do BPN e do que já se gastou e se vai gastar do nosso dinheiro para salvar essa empresa, que nunca nos ajudou em nada.

Por incrível que possa parecer, uma verdadeira revolução democrática e anticapitalista ocorre na Islândia neste preciso momento e ninguém fala dela, nenhum meio de comunicação dá a informação, quase não se vislumbrará um vestígio no Google: numa palavra, completo escamoteamento. Contudo, a natureza dos acontecimentos em curso na Islândia é espantosa: um povo que corre com a direita do poder sitiando pacificamente o palácio presidencial, uma "esquerda" liberal de substituição igualmente dispensada de "responsabilidades" porque se propunha pôr em prática a mesma política que a direita, um referendo imposto pelo Povo para determinar se se devia reembolsar ou não os bancos capitalistas que, pela sua irresponsabilidade, mergulharam o país na crise, uma vitória de 93% que impôs o não reembolso dos bancos, uma nacionalização dos bancos e, cereja em cima do bolo deste processo a vários títulos "revolucionário": a eleição de uma assembleia constituinte a 27 de Novembro de 2010, incumbida de redigir as novas leis fundamentais que traduzirão doravante a cólera popular contra o capitalismo e as aspirações do povo por outra sociedade.

Quando retumba na Europa inteira a cólera dos povos sufocados pelo garrote capitalista, a actualidade desvenda-nos outro possível, uma história em andamento susceptível de quebrar muitas certezas e sobretudo de dar às lutas que inflamam a Europa uma perspectiva: a reconquista democrática e popular do poder, ao serviço da população.

Desde Sábado, 27 de Novembro, a Islândia dispõe de uma Assembleia constituinte composta por 25 simples cidadãos eleitos pelos seus pares. É seu objectivo reescrever inteiramente a constituição de 1944, tirando nomeadamente as lições da crise financeira que, em 2008, atingiu em cheio o país. Desde esta crise, de que está longe de se recompor, a Islândia conheceu um certo número de mudanças espectaculares, a começar pela nacionalização dos três principais bancos, seguida pela demissão do governo de direita sob a pressão popular.

As eleições legislativas de 2009 levaram ao poder uma coligação de esquerda formada pela Aliança (agrupamento de partidos constituído por social-democratas, feministas e ex-comunistas) e pelo Movimento dos Verdes de esquerda. Foi uma estreia para a Islândia, bem como a nomeação de uma mulher, Johanna Sigurdardottir, para o lugar de Primeiro-Ministro.

1 comentário:

João Paulo Pedrosa disse...

Prosecutor Can Access Iceland’s Ex-PM’s Emails
Sigrídur Fridjónsdóttir, the prosecutor representing the Icelandic parliament, Althingi, in its case against Geir H. Haarde, who was prime minister at the time of the banking collapse in 2008, for alleged misconduct in office can now access all his emails since he first took office, as announced by the High Court (Landsdómur) yesterday.
Vou traduzir: o Procurador geral vai ter acesso a todos os emails do ex-primeiro ministro da Islândia, para procurar provas que o responsabilizem pela situação de colapso económico em 2008.
Esta é uma das notícias de hoje na Islândia, dia 23 de Março. Em Portugal temos umas escutas ao Sócrates que o Procurador Geral mandou destruir!
Enfim, bem precisados estamos de mudar muita coisa por cá!